1) O jornal Audiência publica uma edição especial sobre o concelho de Gondomar, com entrevista ao vereador Carlos Brás sobre os projetos e desafios do novo executivo municipal.
2) Carlos Brás fala sobre a dívida de 130 milhões de euros encontrada, os problemas financeiros e a necessidade de mudar a imagem de Gondomar.
3) Um dos objetivos é dinamizar o Parque de Negócios e Ourivesaria através da criação da marca "Gondomar é D'Ouro" para impulsionar
1. DIRETOR: JOAQUIM FERREIRA LEITE - SUBDIRETORA: JOANA VASCONCELOS - ANO X - Nº386 - 17 DE DEZEMBRO DE 2013 - 1€ IVA INCLUIDO
S. Paio de Oleiros tem o maior presépio
em movimento do Mundo
ESPECIAL NATAL
ESPECIAL CANIDELO PÁGINA 10 A 12
Novo executivo desvenda
projetos e ambições para
os próximos quatro anos
Carlos Brás
admite que
executivo
irá mudar
imagem do
Joaquim Leite
despede-se dos
santa marinhenses
ESPECIAL SANTA MARINHA PÁGINA 16 E 17
PUB
concelho
FC Gaia deixa adeptos
em êxtase ao vencer o
FC Porto B
ANDEBOL PÁGINA 29
PÁG. 4 A 8
VILA NOVA DE GAIA PÁGINA 3
Miguel Macedo
inaugura nova
esquadra da PSP
em Valadares
ESPECIAL GONDOMAR
PÁGINA 18 E 19
Conheça mais três
restaurantes a concurso
PÁG. 20,21 E 22
FUTEBOL
PÁGINA 24 E 25
Serzedo goleia
S. Pedro da Cova
Rio Tinto soma terceira
derrota consecutiva
Valadares aproxima-se
da liderança
2. 18
17 DE DEZEMBRO 2013
ESPECIAL GONDOMAR
CARLOS BRÁS ANALISA O ARRANQUE DESTE MANDATO NA CÂMARA DE GONDOMAR
“Mudaremos a
imagem de Gondomar”
Em entrevista ao AUDIÊNCIA na qualidade de vereador da
Comunicação da Câmara Municipal de Gondomar, Carlos
Brás, também responsável pelos Pelouros do Desenvolvimento Económico, Empreendedorismo, Turismo, Património,
Finanças e Contabilidade, fala do começo de um mandato
que marca uma mudança de ciclo político em Gondomar. Os
problemas financeiros, o potencial económico do concelho,
os projetos em curso e as prioridades para 2014 foram, entre
vários outros, os temas abordados, numa entrevista em que o
vereador vincou uma certeza: a vontade de mudar a imagem
do concelho.
Por Daniela Dias Teixeira
danieladiasteixeira@jornalaudiencia.pt
Como considera ter sido o arranque deste mandato?
• Foi um arranque um pouco
atribulado porque no dia anterior à tomada de posse fizemos
uma reunião com o executivo
que ainda estava em funções e
fomos confrontados com uma
situação pendente, que caiu
no nosso mandato, que tem a
ver com uma decisão do Tribunal Arbitral relacionada com a
concessão do parque de estacionamento junto ao Mercado
da Areosa. Esse facto marcou a
nossa entrada porque estamos
a falar de 4 milhões e 570 mil
euros mais juros.
Que pode chegar a 10% do
orçamento da Câmara.
• Exato. Já estávamos à espera
que aparecessem algumas situações mais delicadas ao nível
financeiro, mas de nenhuma
com um impacto tão grande.
Quais foram as áreas prioritárias neste início de mandato?
Desde logo começamos a estabelecer uma política de proximidade, procurando estar
junto dos problemas, das populações e envolver os atores
locais, nomeadamente os presidentes de Junta, na resolução
dos problemas e na identificação das soluções. Uma das primeiras medidas que tomamos,
que tem a ver com os nossos
compromissos eleitorais e com
aquilo que foi a nossa postura
enquanto oposição nos últimos
oito anos, foi a aprovação da
redução do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI). Esta
redução teve um critério fundamental: a coesão territorial
e social. O IMI baixou, mas
baixou mais nas freguesias do
Alto Concelho, menos urbanas, porque entendemos que
essa parte do território tem
menos infraestruturas e maior
dificuldade de acessos a serviços e bens do que a população
urbana. O IMI, além de instrumento de receita, funcionou
aqui como um instrumento de
combate às assimetrias e desigualdades que existem neste
concelho.
Quais foram as medidas que
se seguiram e quais são as
próximas, ou seja, a curto
prazo o que é que a Câmara
de Gondomar tem planeado
fazer?
• Quanto a mim, a prioridade será encontrar um modelo
de gestão e um envolvimento
dos atores do ramo da ourivesaria para a gestão do Parque
de Negócios e de Ourivesaria
Carlos Brás no Cais da Lixa, local que considera fundamental
para o desenvolvimento turístico de Gondomar.
de Gondomar, onde já estão
executados 9 milhões de euros
e que será entregue à Câmara
pelo empreiteiro ainda este
mês. A prioridade é dar um impulso no desenvolvimento económico de uma forma geral e à
ourivesaria em particular. Queremos envolver todos os atores
ligados à ourivesaria: os artífices da filigrana, os produtores
de ourivesaria, os comerciantes, a CINDOR…criando uma
rede para dinamização daquele
espaço que representa para eles
a oportunidade de darem um
salto qualitativo. Vai estar lá
sediada a Polícia Municipal,
oferecendo a percepção de segurança, sendo que o edifício
também está bem equipado
com dispositivos de vigilância.
Penso que este Parque oferece
um conjunto de oportunidades
que os ourives de Gondomar
não podem desperdiçar.
“Queremos criar
a marca Gondomar
é D’Ouro”
Na última reunião do Executivo foi abordada a questão
da ligação da A43/IC29 à Rotunda dos Sete Caminhos, o
que também desempenha um
papel ao nível do desenvolvimento económico.
• É uma ligação de toda a importância e faremos todos os
esforços para que ela seja célere porque é uma acessibilidade
que vai servir o Parque Tecnológico e de Ourivesaria de Gondomar.
É também responsável pelo
Pelouro do Turismo. Qual é o
potencial de Gondomar neste
âmbito?
• O turismo é uma área que re-
putamos como fulcral mas que
nunca foi explorada. Temos o
Rio Douro, que eu considero
o principal ativo turístico de
Gondomar: há que potenciar o
turismo fluvial. Queremos criar
a marca Gondomar é D’Ouro,
que já está registada. Gondomar
é Douro e é de ouro. Queremos
mudar a imagem de Gondomar. Estamos apostados nisso
que também faz parte da nossa
estratégia para atrair turismo.
Gondomar tem um imenso
património natural, arquitectónico e imaterial: tradições, cultura, artes, saberes … é preciso
criar o produto “Gondomar”,
aproveitando o crescimento
que o Porto tem tido ao nível
do turismo, canalizando parte
desse turismo para Gondomar.
Na última reunião do executivo foram adjudicadas obras
nos pavilhões gimnodespor-
3. 17 DE DEZEMBRO 2013
ESPECIAL GONDOMAR
tivos da EB2,3 de Gondomar
e de Rio Tinto. Qual é a importância que a educação vai
ter neste mandato e que papel
desempenham estas intervenções neste mandato?
• A área da educação também
nos proporcionou algumas surpresas: temos centros escolares
com muitas lacunas… Relativamente à educação o que posso
dizer é que para este executivo,
sendo socialista, a educação e a
escola assumem um papel fulcral. Tudo o que seja obras de
melhorias de condições físicas e
pedagógicas para os alunos são
de toda a importância para nós.
Além desse tema, foi também
a reunião de Câmara a questão
da contratação de professores.
Estamos preocupados em que
as crianças tenham atividades extracurriculares, porque
achamos que a ocupação dos
tempos livres das mesmas representam uma melhoria das
condições de vida para os pais
e agregados familiares.
Já falamos do desenvolvimento económico, do turismo e
da educação.Que outras áreas
vão ter a atenção da Câmara
de Gondomar durante este
mandato?
• Queremos cumprir o nosso
programa eleitoral com as condições financeiras que temos,
mas será importante que exista
descentralização. Entendemos
que o poder local, as Juntas de
Freguesia, pode gerir melhor os
dinheiros públicos, em algumas áreas, do que a Câmara. O
crescimento económico é fundamental. Não podemos criar
emprego, mas podemos ser um
agente facilitador do investimento privado que pode criar
emprego em Gondomar. Queremos atrair empresas e criar
benefícios para quem se quiser
instalar, desde que crie emprego
líquido, isto é, desde que no final do ano a entidade empresarial tenha mais funcionários do
que tinha no início. Temos uma
expectativa e ambição também
ao nível da manutenção dos
apoios sociais. Eventualmente,
serão reforçados alguns desses
apoios uma vez que a situação
económica das pessoas não é a
mais favorável.
De que forma poderão ser reforçados os apoios sociais?
• Haverá uma reformulação do
programa DAR que está em
vigor e ao qual queremos dar
uma outra componente, possibilitando maior apoio às famílias. Ele está voltado para as carências alimentares, mas hoje as
carências vão muito mais longe:
temos famílias com dificuldade
em pagar rendas, com meses em
atraso no pagamento da água ou
da luz, etc. A responsável pelo
Pelouro da Ação Social, a doutora Cláudia Vieira, irá levar a
cabo esse projeto. A ação social
é muito importante para nós:
tentaremos aumentar a verba a
ela dedicada, recorrendo a tudo
que seja financiamento externo
para apoio social. A consolidação financeira é outro aspeto.
Fruto das circunstâncias legais,
esta Câmara vai também reduzir o passivo que encontrou.
“Vamos fazer uma
avaliação que nos
vai permitir ter uma
perspetiva externa e
real daquela que é a
situação financeira
do município”
Como é que caracterizaria as
contas de Gondomar neste
momento?
• As contas de Gondomar têm
duas vertentes: as expressas
nos documentos e relatórios
de contas, a parte visível, mas
depois temos uma outra parte
mais preocupante que é a que
pode resultar de várias ações judiciais que estão em curso e que
se podem vir a revelar extremamente onerosas. Existem também as concessões que podem
implicar um esforço financeiro
acrescido. A Câmara foi celebrando contratos de concessão
de serviços como a água, a recolha de lixos, os parques de
estacionamento, entre outros.
Estas concessões, que no nosso
entender foram mal desenhadas, vão obrigar a que haja reequilíbrio financeiro. No caso da
água terá de haver um reequilíbrio que significará um aumento da tarifa, o que não é uma
responsabilidade nossa. Nós lutaremos sempre para defender
os interesses das populações. A
taxa interna de rentabilidade financeira que têm esses serviços
tem de ser garantida de acordo
com os contratos celebrados.
De quantos milhões é a dívida
que estamos a falar?
• De cerca de 130 milhões de
euros.
Está em causa uma auditoria
às contas da Câmara?
• Sim, já está em curso. Vou fazer a entrega do serviço a uma
empresa “com nome na praça”.
Mais do que uma auditoria é
uma avaliação da situação geral
da Câmara: ao nível da contra-
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tação de serviços, de recursos
humanos, das dívidas, das relações com bancos e fornecedores… Vamos fazer uma avaliação que nos vai permitir ter
uma perspetiva externa e real
daquela que é a situação financeira do município.
De que forma é que este executivo vai lidar com este passivo?
• A gestão deste passivo é para
nós fundamental: a ação de um
executivo não se pode medir em
metros quadrados de construção. Entendemos que a fase da
construção está ultrapassada e
que agora temos de nos concentrar noutras áreas. Estou seguro
de que no final do mandato
teremos uma dívida abaixo dos
100 milhões de euros. Queremos deixar um menor encargo
às gerações futuras.
Quais foram as primeiras
grandes dificuldades deste
executivo após a tomada de
posse, excetuando o caso do
estacionamento da Areosa?
No dia a dia, qual foi o maior
desafio?
• Sentimos desde logo uma dificuldade ao nível da organização
dos serviços. A Câmara Municipal de Gondomar é uma instituição grande e descentralizada:
com vários serviços espalhados
pelo município. Uma das grandes dificuldades é restruturar
isso. Sentimos que há uma
dispersão de serviços que prejudica o andamento da atividade
normal do município. Neste
momento estamos a fazer obras
de reformulação em alguns gabinetes da Câmara para que os
sete vereadores possam ficar no
piso 1, próximos uns dos outros
e do presidente, em comunicação permanente.
Como é que acha que está
a funcionar a agregação de
freguesias nestes primeiros
meses?
• Parece-me que está a funcionar bem, uma vez que não tem
havido reporte de grandes dificuldades. A lei 75/2013 obriga
a celebrar acordos de execução
com as Juntas tem alguns mecanismos estanques que impedem que esses sejam flexíveis:
queremos delegar mas como
há competências novas tem
sido difícil avaliar exatamente
quais são os meios económicos
ou recursos materiais e humanos que a Câmara deve colocar
ao dispor de cada Junta para o
desenvolvimento dessas competências. Estamos num processo de negociação com todas
as freguesias no sentido de em
conjunto encontrar uma solução para este problema.
Como é que gostava de ver
Gondomar daqui a 3 anos e
alguns meses, no fim do mandato?
• Gostava de ver Gondomar
com uma imagem diferente:
desligada dos tribunais. Gostava que os gondomarenses
recuperassem a dignidade e o
orgulho que foram sendo perdidos ao longo do tempo. Gostava que Gondomar tivesse um
tecido empresarial dinâmico e
que houvesse crescimento económico. Gostava que Gondomar utilizasse o imenso capital
humano que existe no concelho: o desemprego no concelho
é constituído por pessoas com
qualificações elevadas. Gostava
de ver um nível de desemprego mais baixo e gostava que a
juventude tivesse uma maior
identificação e envolvimento com a autarquia. Acredito
que teremos uma gestão mais
transparente e próxima dos
gondomarenses. Passamos na
Câmara o tempo indispensável: o resto é passado nas
ruas, junto das pessoas e dos
problemas. Gostava de deixar
um Gondomar mais solidário
e com uma maior dinamização
do movimento associativo, que
tem em Gondomar uma expressão muito grande.
O que é que os gondomarenses podem esperar do município já em 2014?
• 2014 será o nosso ano zero:
vamos adaptar o nosso programa ao orçamento e às possibilidades municipais. Os Gondomarenses podem esperar
um orçamento pequeno mais
exequível.
ESTE CUPÃO APRESENTADO NA BILHETEIRA DÁ
DIREITO A UM BILHETE NA COMPRA DE OUTRO