Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Logística na Construção Civil
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - SETOR DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE TRANSPORTES
DISCIPLINA: TT – O49 - PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES –
LOGÍSTICA
Prof. José Geraldo Maderna Leite
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
- Logística Aplicada à Construção Civil – Como Melhorar o Fluxo de Produção
nas Obras – Helio Flavio Vieira
AULA No.1 – I- INTRODUÇÃO; II - CONSTRUÇÃO CIVIL; III-
ATECNOLOGIA LOGÍSTICA; IV- CADEIA DE SUPRIMENTOS E O
CARÁTERSISTÊMICO DA LOGÍSTICA; V- NÍVEL DE SERVIÇO LOGÍSTICO
e VI – ATECNOLOGIA LOGÍSITICA E A CONSTRUÇÃO CIVIL.
I)INTRODUÇÃO:
A logística apresenta uma preocupação com a estruturação do canteiro de
obras, minimiza desperdícios e improvisações, retrabalhos e se preocupa com
prazos gerenciando o fluxo de suprimentos (materiais e serviços).
Empresas competitivas dão a mesma importância tanto aos aspectos técnico-
logísticos como aos aspectos técnico-estruturais. A área de logística tem um
gestor específico que trabalha de forma integrada com o(s) engenheiro(s)
responsável(is) pelo projeto técnico-estrutural.
A logística, com suas técnicas, conceitos e procedimentos e em especial com
sua tecnologia de informação, agiliza as atividades construtivas, aumenta a
produtividade e o nível de serviço.
II)CONSTRUÇÃO CIVIL:
É o maior setor da indústria de transformação com 40% dos postos de trabalho
do setor, contribuindo para 6% do PIB.
É extremamente relevante em termos econômicos quanto ambientais.
O setor de edificações é responsável por 90% das empresas e 82% dos
empregos no setor construtivo; o restante fica com a construção pesada
(transportes, energia, telecomunicações e saneamento) e a montagem
industrial.
No setor de edificações a competitividade não é influenciada por empresas do
exterior e é enorme a carência habitacional brasileira (déficit de 6,65 milhões
de moradias no Brasil (dados de 2000), ou 14,3% dos domicílios existentes;
81,3% do déficit, ocorre nas regiões urbanas sendo que destes 83,2% nas
famílias com renda de até 3 salários mínimos).
Contudo a competitividade está cada vez maior tendo em vista a estabilidade
econômica do país, o aumento das exigências pela qualidade e o aumento das
facilidades de financiamento.
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Nos demais ramos industriais, a partir de 1990 com a abertura econômica e
melhoria da tecnológica brasileira, pós-ditadura militar, principalmente devido à
concorrência estrangeira, as empresas manufatureiras seriadas tiveram que
investir na Logística Empresarial para sua sobrevivência.
A maior profissionalização gerencial em termos de qualificação e tecnologia
operacional fez com que surgissem no mercado empresas especializadas em
serviços logísticos, contratadas para gerir toda ou parte da cadeia logística.
Na construção civil a atenção permanecia voltada para as especificações
técnicas do projeto estrutural e arquitetônico e para os aspectos de marketing.
A preocupação com qualificação profissional, tecnologia operacional e de
informação, treinamento, especialização, automação, qualidade e organização
dos materiais e componentes, padronização, componentes pré-fabricados e
indústria seriada, só recentemente começou a ser também prioridade. Antes o
empresário contabilizava a ineficiência, o desperdício e a improvisação no
orçamento da obra.
Hoje são importantes modernos métodos construtivos fundamentados em
modelos logísticos como pré-industrialização e construção seca (dry
construction), ou seja, vigas, pilares, painéis pré-moldados, paredes ocas
(drywall), alvenaria estrutural, lajes treliçadas, etc. são utilizados de maneira
acentuada. Os materiais e componentes são unitizados facilitando a
movimentação e armazenagem mas exigindo equipamentos compatíveis, como
empilhadeiras, antes inimagináveis nos canteiros. O peão de obra se qualifica e
torna-se um montador industrial.
As construtoras procuram:
-Maior implementação de tecnologias de informação –tecnologias operacionais;
-Qualificação dos recursos humanos – qualificação tecnológica;
-Integração com agentes externos – sistemas de parcerias;
-Cultura na qualidade; e fundamentalmente,
-Foco no cliente.
As obras necessitam de 1)gerência técnica para a análise, acompanhamento e
controle das especificações técnicas do projeto e 2)gerência logística para o
processo de gestão da cadeia de suprimentos (materiais, serviços, mão-de-
obra) fazendo o planejamento produtivo, observando a qualidade dos serviços,
da mão-de-obra e dos materiais, a continuidade produtiva, a integração com
fornecedores externos e internos, fazendo a integração com todos os agentes
envolvidos, fluxos e tecnologias de informação.
III)A TECNOLOGIA LOGÍSTICA:
a)INTRODUÇÃO:
A Logística sempre existiu, desde que o homem passou a produzir mais do que
consumia no mesmo local, foi necessário o transporte, a armazenagem e a
comunicação. Com a evolução tecnológica dos sistemas produtivos e a
globalização, as atividades de logística se tornaram integradas e hoje são um
condicionante estratégico proporcionando um diferencial competitivo.
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Antes era só transportes hoje faz-se uma administração integrada dos
processos de suprimento, produção e distribuição física. A logística traz
melhoria da produtividade para a empresa e melhora o nível de serviço para o
cliente sendo um instrumento de integração de toda a cadeia de negócios,
envolvendo desde os fornecedores e produção até os clientes.
Forma-se uma rede de organizações integradas desde os fornecedores de
matéria-prima até os consumidores finais, chamada de “cadeia de
suprimentos”.
Desenvolveu-se nas guerras onde era essencial que as tropas, equipamentos e
suprimentos estivessem no lugar e no momento certos para sua utilização. A
disciplina e obediência hierárquica que caracterizam os militares foi essencial
para o sucesso da logística que requer autonomia plena de planejamento e
está diretamente ligada às decisões do comando geral.
A logística se tornou mais importante com a maior competição entre as
empresas com pressões para redução dos custos, maior exigência dos
consumidores e os avanços tecnológicos e de comunicação.
Antes era só distribuição de produtos (National Council of Physical Distribution
até 1985 quando virou Council of Logistic Management). Passou-se a uma
gestão integrada dos transportes, compras, movimentação, produção,
armazenagem, vendas, distribuição.
Foi dada mais atenção ao fluxo de materiais, onde para a redução de custos os
estoques foram eliminados e substituídos por sistemas sincronizados de
produção em fluxo sem estoques (JIT – Just-In-Time). Integraram-se as áreas
de Administração de Materiais, Distribuição Física e Produção.
A competição global exige serviços inovadores e diferenciados com produtos e
serviços em tempo hábil e a preços competitivos.
b)CONCEITUAÇÃO DE LOGÍSTICA:
Definição do CLM (Council Logistic Management – Conselho de Administração
Logística – Organização de comércio baseada no Estados Unidos): Logística é
o processo de planejar, implementar e controlar, de forma eficiente e
econômica, o fluxo de suprimentos e produtos, a armazenagem e o fluxo de
informações correspondentes a todo o sistema, da origem ao destino final,
objetivando o atendimento às necessidades dos clientes.
A logística não se resume aos aspectos físicos do sistema, mas principalmente
aos aspectos informacionais e gerenciais. Trabalha bastante com informática
principalmente com a Internet.
Não só administra problemas de suprimento de insumos, mas também de
serviços, mão-de-obra, distribuição de produtos semiprocessados e do produto
final.
Trabalha com ferramentas de informática, comunicação e automação
integradas com as técnicas de organização, gestão e estratégia de negócios.
IV)CADEIA DE SUPRIMENTOS E O CARÁTER SISTÊMICO DA LOGÍSTICA:
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a)INTRODUÇÃO:
Administração com o conceito de logística, significa o tratamento integrado e
coordenado dado às diversas atividades que constituem uma Cadeia de
Suprimentos.
A Cadeia de Suprimentos (Supply Chain), segundo a Associação Brasileira de
Movimentação e Logística – ABML: É o conjunto de organizações que se inter
relacionam, criando valor na forma de produtos e serviços, desde os
fornecedores de matéria prima até o consumidor final.
São vários processos (manuseios, movimentações e armazenagens) pelas
quais o produto passa desde a aquisição da matéria-prima, produto semi-
acabado e pronto até o cliente final.
São 3 fases o suprimento (fornecedor), a construção (construtora) e a
distribuição física (distribuidor, varejista, cliente).
Na construção a logística está relacionada com o planejamento, a programação
e o apoio às operações de produção.
b)AS 3 GRANDES ÁREAS DA CADEIA DE SUPRIMENTOS:
1)Administração de Materiais e Suprimentos – processamento de pedidos;
recebimento de materiais; conferência (física e documental); consolidação de
materiais; armazenagem; administração de estoques; expedição de materiais;
gestão de informações logísticas; medidas de desempenho; etc.
2)Produção – apoio à produção; abastecimento da linha; Kanban; JIT;
armazenagem; unitização e embalagem; conferência; expedição industrial;
medidas de desempenho, etc.
3)Distribuição – recebimento do produto acabado; embalagem e unitização;
armazenagem; transporte; roteirização; geração e controle de documentos;
expedição; transferência para Centros de Distribuição (CD); controle e
pagamento de fretes; gestão de informações logísticas; etc. Obs. Esta atividade
é diferenciada na construção civil, onde o cliente é que vai ao encontro do
produto.
A cadeia de suprimentos inclui: fabricantes, fornecedores, distribuidores,
atacadistas, varejistas, transportadoras; depósitos e mesmo os clientes. Faz a
integração dentro e fora da empresa, envolvendo parcerias ou alianças
estratégicas com todos os agentes.
A licitação por menor preço, neste caso pode ser inconveniente, procura-se
benefícios mútuos para as empresas envolvidas, procura-se o fornecimento do
produto na hora certa, na quantidade certa, no local certo e na qualidade
correta.
A logística deve ser considerada como centro de coordenação e de integração
de todas as atividades da cadeia de suprimentos: abastecimento (externa);
manufatura (interna) e distribuição (externa). A logística tem grande capacidade
de agregar valor ao produto com a adequada integração.
c)A LOGÍSTICA COMO UM SISTEMA:
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Para que o processo de construção seja otimizado, deve-se ter uma visão do
processo como um todo, ou seja como um sistema. Os agentes externos, os
fornecedores, têm que interagir de forma eficiente com as necessidades do
canteiro de obras de maneira a garantir o adequado fornecimento de seus
produtos, quer sejam de materiais e/ou serviços.
São agentes internos da obra: sondagem, locação, fundação, estrutural,
alvenaria, pintura, elétrica, hidráulica, projetistas, etc. Estas equipes são
clientes de fornecedores externos e também clientes entre si. A administração
logística precisa visualizar, integrar e coordenar todos os elos da corrente que
é a cadeia de suprimentos do sistema construtivo (elemento fundamental de
sucesso em todos os setores industriais).
d)PRINCÍPIO LOGÍSTICO TRADE-OFF:
O tratamento logístico de compras, transportes, armazenagem, administração
de estoques, processamento de pedidos, manufatura e sistema de informação
associados visa aumentar os lucros, em geral reduzindo os custos totais.
As atividades componentes do sistema são interligadas, interdependentes e
intervenientes, um movimento num dos componentes tem efeito nos demais.
Por exemplo: compras em maior quantidade podem minimizar o custo unitário
de aquisição, mas aumentam os custos de armazenagem e podem criar sérios
problemas de espaço físico nos canteiros ou aumentarem os custos de
transporte por necessitar armazenar materiais em outros locais distantes do
canteiro, aliado a custos de nova armazenagem.
É possível perder em alguns componentes para ganhar no todo (otimizar o
sistema); este princípio é conhecido com “trade-off”.
e)TÉCNICA LOGÍSTICA JUST-IN-TIME (JIT):
JIT significa que nenhum insumo deve chegar ao local em que foi requisitado
sem que seja imediatamente utilizado, na quantidade certa, na qualidade certa
e no momento exato da sua solicitação, ou seja, sistema de produção sem
estoque. JIT representa um conjunto integrado de atividades de fornecimento
cujo objetivo é produzir grandes volumes de produção usando estoques
mínimos de insumos e de estoques intermediários.
JIT se fundamenta no conceito manufatureiro de “puchar” (pull) a produção. O
processo é iniciado em resposta aos pedidos dos clientes, a demanda é
conhecida com certeza, são processos reativos. Cada executor de um
processo atua como se o executor do processo subsequente fosse seu cliente,
tudo é processado para o próximo cliente (próxima fase do processo
construtivo); cada agente executa suas funções de forma correta para não
prejudicar as funções subsequentes.
A construção civil se diferencia das demais indústrias pois as atividades nem
sempre tem um padrão contínuo de procedimentos, não são repetitivas e
possuem operações unitárias em paralelo com equipes de pedreiros,
azulejistas, encanadores, eletricistas, etc. A limitação física pode ser um
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condicionante importante do sistema. Porém as frentes de serviços devem ser
interdependentes no sentido de abrirem “cancha” (áreas de trabalho) umas
para as outras.
f)A LOGÍSTICA E A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO:
A logística da informação possibilita a manutenção, monitoramento, controle e
o aperfeiçoamento da comunicação e da operação entre os setores
organizacionais. Faz com que informações relevantes e precisas atinjam as
pessoas certas no momento apropriado, possibilitando a execução eficiente
dos processos que se utilizam destas informações.
Na construção civil o fluxo de informações ocorre entre as seguintes
organizações:
Infra-estrutura: sondagem, locação, fôrmas, concretagem, etc.
Supra-estrutura: alvenaria, fôrmas, ferragens, concretagem, instalações
elétricas, hidráulicas, etc.
Agentes externos: fornecedores de projetos, fornecedores de serviços,
fornecedores de materiais e componentes, distribuidores, intermediários de
venda, agentes de propaganda, rede de assistência técnica e serviços ao
cliente, armazéns e depósitos externos, agentes de transporte de insumos, etc.
É necessário a implementação de tecnologias de informações compatíveis em
cada uma das funções logísticas possibilitando:
-Integração entre fornecedores e projetistas;
-Integração com agentes de vendas incluindo sistemas de informação sobre os
potenciais de mercado nos segmentos da empresa.
-Integração interna entre o canteiro de obra e a sede administrativa da empresa
para dar suporte aos fluxos de serviços, materiais, equipamentos e mão-de-
obra.
A integração logística procura reduzir tempos de resposta e custos além de ter
um componente tecnológico e estratégico para melhoria do nível de
atendimento ao mercado operando com maiores lucros (menores custos).
V) NÍVEL DE SERVIÇO LOGÍSTICO:
a)INTRODUÇÃO:
O nível de serviço tem valor fundamental para assegurar a fidelidade e a
propaganda de seus clientes, abrange a qualidade além da redução de custos,
procura-se oferecer um bom serviço aos clientes a custos compatíveis. A
qualidade em geral aumenta os custos sendo necessário um balanceamento
entre um melhor serviço e os custos.
Mão-de-obra de primeira qualidade, grande número de profissionais, várias
frentes de serviço, materiais de primeiríssima qualidade estocados em grandes
quantidades, certamente resultam numa obra de alto padrão de qualidade e
com tempo reduzido de construção porém os custos podem ser muito elevados
reduzindo os lucros.
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Deve-se obter um nível de serviço que produza um produto de qualidade,
porém com custos logísticos (estoque, mão-de-obra, transportes) reduzidos.
b)INTERDEPENDÊNCIA ENTRE LOGÍSTICA E NÍVEL DE SERVIÇO:
É necessário determinar os elementos-chave que definem o serviço na ótica
dos clientes. Prazos de entrega e sobretudo os preços podem ser importantes
para os clientes. A administração logística deve conhecer esses elementos
para fixar padrões de nível de serviço, planejando, implementando e
controlando os mesmos adequadamente.
O nível de serviço deve apresentar elementos indispensáveis, proporcionados
pela logística, para que possa ser desenvolvido. Entre estes elementos temos:
1)Segurança no trabalho, limpeza e organização.
2)Manter estoques dentro das previsões e de fácil disponibilidade, com
quantitativos mínimos necessários.
3)Garantir suporte ou assistência em circunstâncias emergenciais ou
imprevisíveis, tendo soluções imediatas para problemas inesperados, como a
quebra de equipamentos, falta de pessoal para tarefas importantes,
intempéries (chuvas, frio, calor excessivo, etc.).
4)Formar parcerias com fornecedores baseadas em relacionamentos
duradouros e de confiança mútua.
5)Manter controle rigoroso de serviços, insumos e fornecedores.
6)Manter equipes de profissionais bem dimensionadas e qualificadas.
7)Manter perfeita coordenação e controle das equipes interdependentes e
intervenientes.
8)Manter as equipes bem supridas de materiais e equipamentos necessários
ao desempenho de suas funções.
9)Garantir assistência ao cliente inclusive pós-transação.
Na construção civil em geral o nível de escolaridade dos trabalhadores é baixo
e ocorre muita resistência nos níveis hierárquicos mais baixos, pelo que
recomenda-se que se objetive primeiramente a educação geral e depois o
treinamento com a constante busca pela qualidade.
c)NÍVEL DE SERVIÇO
Pode-se começar aplicando o chamado método japonês dos “5S” para a
melhoria da qualidade:
-SEIRI – simplificação – “tenha só o necessário, na quantidade certa”. Reduz a
necessidade de espaço para estoque e gastos de armazenagem, facilitando a
movimentação interna e o arranjo físico.
-SEITON – organização – “um lugar para cada coisa, cada coisa em seu lugar”.
Definir o “layout” do setor produtivo, dispor os materiais próximos dos locais de
realização das tarefas, diminuindo tempo de busca, movimentação e
necessidade de controle de estoque.
-SEISO – limpeza – “um ambiente limpo motiva o trabalho”. Evita acidentes e
retrabalhos. A limpeza alem de motivar o trabalho e a produtividade também
melhora a imagem da empresa.
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-SEIKETSU – higiene – “qualidade de vida no trabalho é motivacional”. Manter
a limpeza e a ordem facilitando a segurança e o desempenho dos operários;
representa a qualidade de vida no trabalho.
-SHITSUKE – disciplina – “ordem, rotina e constante aperfeiçoamento”.
Sobretudo a limpeza e a organização são vitais para a qualidade, canteiros
entulhados, sujos, obstruídos representam perigo de acidentes, desperdícios e
reflexos negativos na motivação e na produtividade dos trabalhadores.
Todos os níveis hierárquicos devem estar comprometidos começando pela alta
administração.
VI)A TECNOLOGIA LOGÍSTICA E A CONSTRUÇÃO CIVIL:
a)INTRODUÇÃO:
A concorrência faz com que as empresas busquem maior eficiência (fazer bem,
ter produtividade) e eficácia (fazer as coisas certas, as que dão maior lucro)
operacional.
Atividades operacionais do sistema produtivo tais como: suprimento de
materiais, componentes e serviços; armazenagem; processamento de
materiais; locação de recursos humanos; fluxos físicos e de informações
podem apresentar grande potencial para redução de custos, possibilitar
aumento da produtividade e melhoria do nível de serviço. A logística possibilita
um melhor planejamento,organização e controle de todo o empreendimento.
b)CADEIA DE SUPRIMENTOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL:
A construção civil apresenta diferenças em relação às demais indústrias, que
influem na cadeia de suprimentos, e que influem nas decisões logísticas tais
como:
1)-Produto imóvel, os operários que se deslocam ao longo dos postos de
trabalho.
2)-Indústria móvel, os processos, mão-de-obra, matérias primas e
equipamentos é que mudam de local para local.
3)-Grande parte do Emprego da mão-de-obra tem caráter eventual com
pequenas possibilidades de promoção, gerando baixa motivação para o
trabalho.
4)-Grande parte da Mão-de-obra é desqualificada e tem alta rotatividade.
5)-Tempo elevado de produção de uma unidade do produto.
6)-Custo de produção extremamente elevado por unidade do produto.
7)-Produção em grande parte sujeita às intempéries (chuvas, frio, calor).
8)-Pouco padrão contínuo de procedimentos e de responsabilidades.
9)-Em geral produtos únicos e não-seriados – baixa repetitividade.
10)-Complexidade do sistema produtivo; especificações complexas podem
faltar e os projetos executivos podem ocorrer ainda com as obras em
andamento.
11)-Grande variedade de itens de consumo – 13.000 a 15.000 itens por
produto.
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12)-Responsabilidades muitas vezes dispersas – partes sem responsáveis
explícitos.
13)-Muitos processos artesanais com possibilidades limitadas para
automatização.
14)-Interferência e interveniência entre tarefas, operações unitárias em paralelo
– equipes de pedreiros, azulejistas, encanadores, eletricistas, marceneiros, etc.
15)-Muitas vezes a cadeia de suprimentos não apresenta distribuição física; o
cliente final é que vai atrás do produto, e não é o produto que é levado ao
cliente.
A construção civil apresenta sistemas dinâmicos, complexos e
despadronizados.
Para obtenção de melhor qualidade, baixo custo, maior rapidez e flexibilidade a
função organizacional deve ser prioritária sobretudo na parte de suprimentos
responsável pela maior parte dos recursos financeiros.
c)A ETAPA DA MANUFATURA NA CADEIA DE SUPRIMENTOS DA
CONSTRUÇÃO:
Grande parte dos serviços ainda são artesanais na construção civil e as
atividades são consideravelmente diversificadas.
Entre os vários processos de transformação, no setor de edificações, onde as
técnicas de logística intervém, tem-se:
1)Instalação do Canteiro.
2)Locação, sondagem, escavação, contenção e execução das fundações
(infra-estrutura).
3)Execução da estrutura – formas, ferragens, concretagem, desforma (supra-
estrutura).
4)Execução dos elementos de vedação – alvenarias (emboço, reboco),
divisórias, gesso acartonado, painéis divisórios, entre outros;
5)Instalações hidrosanitárias, elétricas e de telecomunicações;
6)Execução de cobertura;
7)Revestimento e pintura; etc.
d)AGENTES ENVOLVIDOS NA MANUFATURA:
Na manufatura, ou seja dentro do canteiro de obras, cada frente de serviço é
um cliente que deve ser suprido, tanto de área para trabalho, tipo de serviço,
mão-de-obra, insumos, equipamentos. Estes agentes podem pertencer à
empresa ou serem fornecedores externos terceirizados (outsourcing).
Na construção civil os principais agentes envolvidos na manufatura são:
1)Projetistas: arquitetônico, estrutural e instalações.
2)Serviços técnicos especializados de infra-estrutura: topografia, sondagens,
terraplenagem, estaqueamento, etc.;
3)Serviços técnicos especializados de super-estrutura: fôrmas, alvenaria,
ferragem, gesso, revestimento, instalações, etc.;
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4)Fornecedores de ferramentas e equipamentos: gruas (torres de
levantamento), empilhadeiras, guinchos, andaimes, escoramentos, elevadores
de carga, balancins (andaimes móveis para reboco, pintura, limpeza),
vibradores, etc.;
5)Fornecedores de insumos e materiais: areia, pedra, madeira, formas,
escoramento, aço, armaduras, argamassas, cimento, cal, concreto estrutural,
elementos de alvenaria, componentes de instalações em geral, esquadrias,
revestimentos cerâmicos, tintas, etc.;
6)Fornecedores de subsistemas: elementos pré-moldados – construção seca
(dry constrution), ferragem pronta, elevadores, esquadrias prontas, etc.
Estes fornecedores internos, pertencentes ou não aos quadros da empresa,
devem ser supridos por outros fornecedores, os externos.
A tecnologia da informação deve agilizar todos os processos envolvidos
tornando eficiente a interação e a comunicação com todos os agentes
integrantes do sistema internos e externos.