Apresentação em slides sobre o Movimento Literário denominado Modernismo, especificamente em Portugal, relatando seu contexto histórico, contendo as características e fases do Movimento, principais autores e suas obras, biografia e obra de Fernando Pessoas, além de descrever seus famosos heterônimos e um comentário sobre uma obra deste autor. Finalizado com uma conclusão sobre todo o conteúdo apresentado.
3. INTRODUÇÃO
O Modernismo representa a ruptura com padrões e
a inovação. A Escola Literária Modernista surge no
início do século XX, após o Pré-Modernismo, num
período conturbado.
Assim como o modernismo no Brasil, o modernismo
em Portugal foi fruto das novas concepções estéticas
que circulavam na Europa no início do século XX.
Irreverente, contestador e anárquico, rompeu com os
padrões até então vigentes ao propor uma nova
linguagem, absolutamente diferente daquela adotada
pelos poetas românticos e simbolistas.
4. CONTEXTO HISTÓRICO
As primeiras manifestações modernistas começaram a
surgir no período compreendido entre as duas guerras
mundiais, período marcado por profundas transformações
político-sociais em toda a Europa, não só em Portugal.
Didaticamente, o Modernismo português tem início em
1915, com o lançamento do primeiro número
da Revista Orpheu, revista que, inspirada pelos movimentos
da Vanguarda Européia, desejava romper com o
convencionalismo, com as idealizações românticas,
chocando a sociedade da época.
5. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Distanciamento do sentimentalismo.
Espírito dinâmico, acompanhando as transformações
tecnológicas.
Espírito crítico e questionador.
Linguagem cotidiana.
Oposição às normas, numa atitude considerada
“anárquica”.
Originalidade e excentricidade.
Ruptura com o passado, numa atitude inovadora.
6. FASES DO MODERNISMO
– 1ª fase, ORFEÍSMO (1915-1927),
escritores responsáveis pela
revista Orpheu, e por trazer
Portugal de volta às discussões
culturais na Europa.
AUTORES: Fernando Pessoa, Mário
de Sá Carneiro, Almada Negreiros e
outros.
7. – 2ª fase, PRESENCISMO (1927–1940),
integrada por aqueles que ficaram de fora
do orfeísmo, que fundaram a
revista Presença e que buscavam, sem
romper com as ideias da geração anterior,
aprofundar em Portugal a discussão sobre
teoria da literatura e sobre novas formas
de expressão que continuavam surgindo
pelo mundo.
AUTORES: José Régio, Adolfo Rocha, João
Gaspar Simões, Miguel Torga, Irene Lisboa,
entre outros.
8. 3ª fase, NEORREALISMO (1940-1974),
movimento que combateu o fascismo, e
que defendeu uma literatura como
crítica/denúncia social, combativa,
reformadora, a serviço da sociedade –
extremamente próxima do realismo no
Brasil, daí advindo a nomenclatura “neo-
realismo”, um novo realismo para
“alertar” as pessoas e tirá-las da
passividade.
AUTORES: lves Redol, Manuel da
Fonseca, Afonso Ribeiro, Joaquim
Namorado, Mário Dionísio, Vergílio
Ferreira, Fernando Namora, entre outros.
9. SURREALISMO (1947-1974): por
muitos estudiosos, foi considerado a
última fase do modernismo português.
Suas principais características foram a
“escrita automática”, com destaque
para a livre associação de ideias e de
palavras, e a modificação das
estruturas da realidade, elemento
baseado nos conteúdos oníricos,
reafirmando seu caráter figurativo e
irracional.
AUTORES: Antônio Pedro, José Augusto
França, Alexandre O’Neill, Mário
Cesariny de Vasconcelos, entre outros.
10. FERNANDO PESSOA
Fernando Pessoa nasceu em Lisboa, Portugal, no dia 13 de
junho de 1888. Aos seis anos de idade foi para a África do
Sul, onde aprendeu perfeitamente o inglês, e das quatro
obras que publicou em vida, três são em inglês.
Durante sua vida, Fernando Pessoa trabalhou em vários
lugares como correspondente de língua inglesa e
francesa. Foi também empresário, editor, crítico literário,
jornalista, comentarista político, tradutor, inventor,
astrólogo e publicitário, e ao mesmo tempo produzia suas
obras em verso e prosa.
11. Como poeta, era conhecido por suas
múltiplas personalidades, os
heterônimos, que eram e são até hoje
objeto da maior parte dos estudos sobre
sua vida e sua obra.
Fernando Pessoa faleceu em Lisboa, com
47 anos de idade, vítima de uma cólica
hepática causada por um cálculo biliar
associado a cirrose hepática, diagnóstico
que hoje em dia é contestado por
diversos médicos.
12. SEUS HETERÔNIMOS
Alberto Caeiro, era o mais objetivo
dos heterônimos. Buscava o
objetivismo absoluto, eliminando
todos os vestígios da subjetividade.
É o poeta que busca "as sensações
das coisas tais como são". Opõe-se
radicalmente ao intelectualismo, à
abstração, à especulação metafísica
e ao misticismo. É o menos "culto"
dos heterônimos, o que menos
conhece a Gramática e a Literatura.
13. Ricardo Reis, representa a vertente clássica ou neoclássica da
criação de Fernando Pessoa. Sua linguagem é contida,
disciplinada. Seus versos são, geralmente, curtos. Apoia-se na
mitologia greco-romana, é adepto do estoicismo e do
epicurismo (saúde do corpo e da mente, equilíbrio e
harmonia) para que se possa aproveitar a vida, porque a
morte está à espreita. É um médico que se mudou para o
Brasil.
Álvaro de Campos, é o lado "moderno" de Fernando Pessoa,
caracterizado por uma vontade de conquista, por um amor à
civilização e ao progresso. Campos era um engenheiro inativo,
inadaptado, com consciência crítica.
14. ALGUMAS OBRAS
Do Livro do Desassossego (1982)
O Marinheiro (1913)
Por ele mesmo (1919)
O Banqueiro Anarquista (1922)
O Guardador de Rebanhos (1925)
O Pastor Amoroso (1930)
Mensagem (1934)
15. ANIVERSÁRIO
Fernando Pessoa
(Álvaro de Campos)
No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião
qualquer.
No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.
16. Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!
O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das
minhas
lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...
17. No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos
dentes!
Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há
aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça,
com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas o resto na sombra
debaixo do alçado —,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
18. Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...
15/10/1929
20. CONCLUSÃO
Fernando Pessoa viveu durante os primórdios do Modernismo, numa
época em que a arte se fragmentava em várias tendências simultâneas,
as chamadas Vanguardas: Futurismo, Cubismo, Expressionismo,
Dadaísmo, Surrealismo e muitas outras. A arte, no momento da
explosão das inúmeras vanguardas modernistas por todo o mundo,
também se dividia e se multiplicava. Fernando Pessoa, introdutor das
vanguardas modernistas em Portugal, ao se dividir, levou a
fragmentação da arte moderna às últimas consequências. Daí sua
importância ao Modernismo português.
O trabalho apresentado pode nos mostrar o quão é interessante e rica,
a literatura portuguesa moderna, especificamente o Modernismo. O
conhecimento que adquirimos por meio de pesquisa e leitura, será sem
dúvida, um grande passo para o nosso crescimento intelectual além de
estimular o nosso interesse artístico.