1. Boletim dos Coletivos Educadores de São Paulo
Ano 2 no 02 Maio/2008
nós coletivizamos
A gente já sabe que não é possível haver vida sem alimento e sem cuidados…
Sem eles não há movimento, nem crescimento, muito menos reprodução. Precisamos de alimento e cui-
dados para o desenvolvimento do corpo, da mente e do espírito…
Precisamos permanentemente de combustível para manter a nossa chama acesa!
Se pensarmos assim, fica mais fácil ligar “alimentação” a “educação” e vice-versa e, de fato, isso tem sido
feito há tempos.
Curiosamente, em Portugal, berço da nossa língua pátria, a palavra CARDÁPIO não existe e tem como
sinônimo a palavra EMENTA, que, por sua vez, no Brasil, tem o sentido emprestado à Educação como um
resumo de uma disciplina. Também vem de Portugal uma aproximação que diversos autores fazem, inclu-
sive de modo poético, entre SABER e SABOR. Lá, o verbo “saber” tem ainda no uso corrente o sentido de “ter
conhecimento” e “ter sabor”. Uma determinada comida sabe bem! Em latim, a raiz comum às duas palavras,
sapere tem o significado de “ter gosto”. Aqui no Brasil, é muito comum as pessoas usarem a palavra “gosto”
para expressões do tipo: “ter gosto pelos estudos” (Sandro Tonso, 2007).
continua…
2. 2
Mas existem cardápios e cardápios… Porque vimos que cada vez mais estamos inse- vel… A paixão pelo “Coletivo” já nos laçou… Ele
Cardápios dos mais variados tipos de alimentos ridos em uma sociedade de massa, onde o espe- já está incorporado à nossa história!
e de aprendizagens, de jeitos de serem oferecidos táculo que existe é o consumo, que no cotidiano Vamos construindo nossos coletivos…
e consumidos, cardápios dos mais diversos sabores, da vida das/os cidadãs/os adentra para a sua inti- Promovendo a partilha do pão e o “milagre da
temperos, cores, desejos e intenções… Cardápios midade… E onde nós, seres humanos, já não nos multiplicação”, na sustentação dos interesses co-
desintoxicantes, cardápios revigorantes (pretensa- reconhecemos mais como fazendo parte de uma muns, na participação, no companheirismo, na
mente ou não) etc. E é assim com o alimento que comunidade local e planetária. contribuição e na Colaboração em Sistemas Coo-
nutre ou sobrecarrega o organismo com toxinas e Porque somos todas e todos deste mundo perativos.
é assim com a educação. e a ele pertencemos. Vamos entendendo que em matéria de coletivo,
Os “Cardápios de Aprendizagem” como eixo Porque o Mundo e o Coletivo ao mesmo tempo o ato solitário de quem plantou, regou ou colheu,
metodológico na Formação de Educadores Am- são de todo mundo, se desfaz no momento seguinte para se transfor-
bientais idealizado pelo DEA/MMA combina mais E não são obras de ninguém isoladamente. mar em ato solidário… Para se refazer no proces-
com a idéia de “alimentar-se espiritualmente”. E O que nos anima são as pessoas que comparti- so, como alimento para o Coletivo.
isto significa dizer que a proposta está há léguas lham da utopia, que buscam um mundo melhor, É nesse ciclo de nutrientes do saber que
de distância (e por que não dizer até na direção sem injustiças, sem carências, com muito amor, exaltamos a vida!
oposta, talvez) daquilo que é oferecido por in- respeito, compreensão com todas as formas de Não só a vida de todos os seres e os ambientes
termédio das grades curriculares e listas de disci- vida. naturais, mas uma nova forma de viver, em que o
plinas escolares – os “pratos feitos”, únicos, sem O coletivizar é assim, compartilhar os sonhos, a ser humano sinta que é parte dessa energia, e que
possibilidades de escolha, sem consideração das esperança, os problemas, as trocas de energia… trabalhando coletivamente pode provocar e esti-
especificidades, das preferências, das culturas… E coletivizando na coletividade dos coletivos edu- mular transformações na sua realidade e na das/
O propósito “é o de oferecer um amplo leque de cadores, as diferenças vão aparecendo, as pessoas os outros, em busca do bem comum.
escolhas, de atividades de variados tipos em qua- dialogando com o território, com a/o outra/o e Porque estamos aprendendo participando
lidade e quantidade, suficientes para atender à consigo mesmas. e praticando…
“fome de saberes” das/os diversas/os educandas/ Os cardápios vão surgindo, as pessoas vão se en- Porque coletivizar, enfim, é tornar coletivo.
os. Não engessar a formação é uma atitude polí- volvendo, e os problemas e as idéias circulando na Palavra que vira verbo, indicando movimento e
tica, na medida em que, desta forma, afirma-se a roda de partilha. qualidade da ação;
IDENTIDADE e DIVERSIDADE, acentua-se a posição O viveiro de mudas nativas, a usina hidrelétrica, Que vira adjetivo, revelando um modo de ser e
de que somos todos diferentes e que a diferença as reservas florestais das propriedades rurais, o de estar no mundo;
não é um problema, muito pelo contrário, é uma discurso, o diálogo, as experiências vão se expon- Que pode ser um meio de transporte,
característica que deve ser valorizada, incentivan- do, aparecendo… Educomunicando também no E também um substantivo coletivo.
do que cada educanda/o busque os itens que lhe olhar, no ouvir, no pensar, no expor, no falar aquilo Convidamos você a virar coletivo e conti-
sejam mais apropriados, incentivando-o na cons- que nos anima, no registrar nossos passos e nossa nuar conjugando este verbo!
trução de sua AUTONOMIA” (Sandro Tonso, 2007). experiência adquirida.
Assim, vamos construindo as comunidades de Coletivizar é quebrar o paradigma do conheci-
aprendizagem e os nossos coletivos. mento para enxergar o saber que brota das coisas
E os novos valores emergem… mais simples, mas que na realidade são comple-
No sentido da construção de uma sociedade sus- xas…
tentável, solidária, participativa, onde politicamen- Coletivizar é considerar a dimensão do
te a partilha seja feita em prol de todas e de todos. outro… Cescar
Porque no dia-a-dia precisamos coletivizar e É avançar, retroceder, retroceder mais um pouco CE Mantiqueira
flexionar: eu coletivizo, tu coletivizas, eles coleti- e perceber que este processo todo foi um avanço! Coletivo Baixo Tietê
vizarão, e assim por diante… É ter felicidade nas conquistas… COEDUCA
Pois precisamos construir um mundo me- É ter dificuldades por todos os lados…
lhor e mais justo. É pensar em desistir e perceber que é impossí-
3. 3
E a segunda edição
do Fractais está aí…
Marcos Sorrentino, diretor do Departa-
Entre correrias, alguns tropeços, mas somando um pouco da experiência da edição I e muita garra, sai a mento de Educação Ambiental/MMA
segunda edição do Fractais!!!! Que está recheada de emoção e satisfação!
fala sobre SISNEA e o papel dos atores
E que só foi possível porque tod@s contribuíram para que este boletim alcançasse o seu objetivo maior:
envolvidos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
divulgar e proporcionar o diálogo entre as inúmeras experiências de articulação, mobilização, trânsito e
construção de saberes de inestimável riqueza, que estão acontecendo por todo o estado de São Paulo.
E só estão acontecendo porque nós, participantes e amantes da proposta dos Coletivos Jovens, Coletivos Qual a abrangência territorial dos CEs no
Educadores, Salas Verdes e Municípios Educadores Sustentáveis acreditamos nesta proposta que tem este estado de São Paulo hoje? Localize no
caráter inovador da busca por uma Educação realmente Socioambiental! mapa o Coletivo Educador mais próximo
Nós nos emocionamos muito porque, através da experiência de fazermos o Boletim em coletivo, perce- e entre em contato. . . . . . . . . . . . . . . . . 6
bemos que se por um lado, o trabalho se torna mais demorado, mais delicado e complexo, exigindo um
cuidado com o outro, um cuidado com o tempo do outro, com as idéias e sugestões do outro….por outro
Sandro Tonso, professor Doutor do
lado, o trabalho se torna mais agradável, mais energizante, mais completo!
CESET – Centro superior de educação
Vivenciar a evolução da participação de novos grupos e pessoas nesta segunda edição nos dá muita alegria!!!
A primeira edição do Boletim foi encabeçada por um GT que incluiu integrantes de vários coletivos, tendo tecnológica da Unicamp – e autor do
o CESCAR como âncora, nesta segunda, alguns integrantes permaneceram, outros se renovaram, mas a texto Cardápio de Aprendizagem do
dinâmica de construir com a participação de pssoas de várias coletivos se manteve, demonstrando que a livro Encontros e Caminhos: Formação
“receita” está dando certo, sendo que nesta II edição o coletivo âncora dos trabalhos foi o COEDUCA. de Educadoras(es) Ambientais e Coleti-
Dar concretude a mais esta edição do FRACTAIS - COLECIONA SP nos faz perceber que não estamos sozi- vos Educadores fala sobre elaboração de
nhos na busca por algo a mais, e ficamos satisfeitos por ter a oportunidade de encontrar os nossos pares,
cardápios de aprendizagem. . . . . . . . . . 7
E, assim, “experienciar” a vida, “experienciar” a certeza de que um lugar melhor é possível, que as pessoas
tem esperança e que acreditam no potencial da humanidade enquanto seres que afetam e se deixam afetar,
que se preocupam com o outro, com o planeta, e que na sua jornada vem resgatando, e assim encontrando, Os Coletivos Educadores de São Pau-
a sua condição de ser cósmico. lo descrevem suas experiência na
Ainda temos muito chão pela frente, mas o que importa é que a nossa caminhada já começou! Ficando elaboração do seu Cardápio de Aprendi-
desde já o convite para que a terceira edição receba novos integrantes ao GT do Boletim, e um novo coletivo zagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
assuma o cajado, ancorando o GT da edição III do Boletim FRACTAIS - COLECIONA SP.
GT da Edição II do Fractais
Dicas para as próximas edições…
Sobre a correria de última hora para o fecha- a fazer a coisa andar. Talvez para os próximos bo- Mas de modo geral, os problemas identificados
mento do boletim, entendemos que seja impor- letins seja mais produtivo reservar também um são bastante comuns: poucos recursos financei-
tante aproveitar os momentos dos Encontros tempo maior para o trabalho de diagramação… ros, falta de tempo, falta de espaço… Contudo,
Estaduais para fazer o lançamento do boletim, Outra coisa super importante é observar e res- é importante destacar que esta falta de espaço é
por exemplo, aproveitando a oportunidade da peitar as orientações dadas pelo pessoal do GT do resultado do processo participativo, ficando bem
presença de representantes da maioria dos co- Boletim para o envio do material, como tipo e ta- acima do esperado, o que é muito legal e um óti-
letivos Estaduais. manho de letra, e espaçamento entre-linhas. Essa mo sinal de que estamos no caminho certo!!!
E achamos que colocar metas de prazo con- padronização facilita todo o trabalho de produção
tinuará sendo importante sempre, pois ajuda gráfica. GT da Edição I do Fractais.
4. 4
Entrevista
O SISNEA e os educadores ambientais
influenciam, monitoram e fazem o controle social do financiamento para EA?
Então a perspectiva de se enunciar um sistema e possibilitar a cada cidadão ter
o controle social deste sistema, que se materializa a partir do debate, a partir
da proposição do SISNEA.
• Como está acontecendo o debate e o processo de instalação do SISNEA?
• O debate se inicia com a formulação da proposta. Nós passamos quase dois
anos discutindo internamente e, a partir do momento que ele foi enunciado
publicamente, junto à gestores de EA de secretarias estaduais de Meio Am-
biente e da Educação, representantes da sociedade civil nas CIEAS e nas redes,
no Encontro que tivemos na cidade de Salvador, em julho de 2007, o SISNEA foi
posto à consulta pública, A partir da Conferencia Nacional de Meio Ambiente,
em maio, e em vários outros eventos, teremos a oportunidade de aprofundar
este debate (…) para que ao final de 2008 tenhamos condições de incluir a
Marcos Sorrentino é diretor do Departamento de Educação Ambien- proposta do SISNEA na Política Nacional de EA – PNEA, eventualmente pro-
tal do MMA e representante MMA do Órgão Gestor da PNEA – Política pondo reformulações na Política. Há um debate hoje dentro do Órgão Gestor
Nacional de Educação Ambiental. Aqui ele fala sobre a SISNEA e o pa- – de se transformar o ProNEA um programa instituído por lei, para que a PNEA,
pel dos atores envolvidos. o ProNEA e também o SISNEA se institucionalizem como um pacto da socieda-
de brasileira que periodicamente deve ser revisto. (…) Compromissos e pactos
Acesse o vídeo/entrevista completo no blog http://sisnea.blogspot.com nunca são a cara de um dos entes, eles são a negociação entre todos (…) A
capacidade gráfica (do SISNEA) que fizemos é uma forma de implementação,
• O que é o SISNEA? podemos encontrar outras formas e é este debate que deve estar ocorrendo
• O Sistema Nacional de Educação Ambiental, surgiu para organizar as inúme- para chegarmos a um acordo em 2008, que mesmo que não tenha a cara de
ras iniciativas, instâncias e eixos de ações que são desenvolvidas no campo da cada um de nós, seja a negociação de todos nós e com o passar dos anos venha
educação ambiental no Brasil. O objetivo é possibilitar às pessoas que atuam permitindo o aprimoramento.
no campo da EA mais facilidade pra identificar formas de recorrer a outros ato-
• O SISNEA é uma forma de pensar a sustentabilidade, a continuidade da
res, a parceiros, e como encaminhar demandas e reivindicações para viabilizar
EA no Brasil?
e repercutir sua ação cotidiana. O SISNEA pode ser compreendido como um
sub-sistema no campo da educação como um todo, ou um sub-sistema do Sis- • Precisamos cumprir esta obrigação de permanência, de continuidade, de ar-
tema Nacional Recursos Hídricos, ou um sub sistema do Sistema Nacional de ticulação, para não começar a cada ano do zero! O SISNEA é uma oportunidade
Saúde. Uma característica forte da proposta, que vai ser ainda amplamente de somarmos os acúmulos que a sociedade brasileira tem há mais de 40 anos
debatida junto a sociedade, é de ser um sub-sistema que dialoga com diversos (…) e uma EA que já não se contenta mais em ser uma educação nacional, mas
sistemas, sem se isolar. que tem que ser uma EA planetária. Um acordo entre educadores e ambienta-
listas de todos os tipos e qualidades dispersos por todo o planeta, no sentido
• Pode nos dar um exemplo de como funciona? de uma educação capaz de fazer frente aos grandes desafios sócio ambientais
• É importante que dentro do SISNEA os educadores saibam, por exemplo, planetários, capaz de potencializar e empoderar indivíduos e grupos sociais…
como ter acesso a financiamentos, quais são as portas de entrada – se são via no sentido de reverter este processo de degradação, no sentido de construir
FNMA Fundo Nacional de Meio Ambiente, ou via FNDE - Fundo Nacional de uma nova forma de ser e estar dos humanos no planeta. O SISNEA significa, no
Desenvolvimento da Educação, ou se há fundos nacionais e municipais (…) e âmbito nacional, a nossa demonstração de que queremos fazer frente com ou-
ainda, como fundos dialogam entre si. Outros exemplos: como as redes de EA tros países e nações que também querem caminhar na mesma direção, que não
5. 5
se contentam com a discussão de mudança de nome de Educação Ambiental
para Educação para o Desenvolvimento Sustentável,que não se contentam com
o pragmatismo que vai se tornando hegemônico no campo da EA, que diz que
devemos criar uma disciplina dentro das escolas ou que diz que precisamos de
números em EA. Certamente precisamos de números, certamente precisamos
ganhar em escala em termos das ações da EA, mas não ganhar em escalas pra
inglês ver, não ganhar em escala com números que demonstram quantidade
mas não qualidade, não demonstrem radicalidade de processos educadores
comprometidos com transformações profundas no modo de ser e estar dos
humanos, transformações que resgatem os compromissos espirituais que ani-
mam a história da humanidade. De aprimoramento do ser humano, em torno
de questões básicas que a gente aprende nos bancos escolares, como falar a
verdade, ser honesto, cooperativo, solidário. Esta EA precisa de visibilidade. Esta
EA é que vai transformar este panorama de degradação do meio ambiente….
Se nós nos contentarmos com a EA de números, uma EA pragmática,
que talvez caminhe na direção de uma vertente autoritária, que diz
que precisamos educar as pessoas, precisamos conscientizar as pes-
soas pra elas não jogarem lixo no chão, e ai se faz um programa de
pautado pela conservação dos biomas, pela conservação dos sistemas naturais.
estímulo e reforço para que não joguem mais papel no chão, para que
Todos estes elementos que estão na mesa precisam ser aprofundados à luz das
as pessoas plantem uma árvore no final de semana (…) talvez a gen-
nossas buscas mais profundas, relacionadas a felicidade humana, relacionadas
te até consiga alguns avanços, mas eles não significam aquilo que é
ao nosso progresso material, ao nosso progresso espiritual.
mais profundo no campo da EA: a emancipação humana, que é o com-
É difícil a gente encarar o debate do SISNEA apenas como um debate buro-
promisso, o engajamento de cada pessoa com a melhoria das relações crático, legislativo, sobre que componentes devem estar ali dentro. Ou a gen-
humanas,com a melhoria da sua forma de ser e estar no planeta. O te aproveita a oportunidade do debate nacional para trazer para o campo da
SISNEA é uma “pedrinha” nesse processo. política pública, as questões mais profundas e individuais que normalmente a
gente não leva para o debate, mas que com este desafio do SISNEA talvez haja
• O que os educadores em geral podem fazer em relação ao SISNEA?
esta oportunidade.
• Que façam do debate um momento de estruturação das ações que já estão
realizando. E que reflitam sobre esta educação ambiental de corpo inteiro. Ao Entrevista concedida à técnica Semíramis Biasoli do DEA-MMA Depar-
debatermos o SISNEA, pensemos também na fundamentação da nossa ação, do tamento de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente em
nosso fazer educacional relacionado a questão ambiental. Não podemos nos dezembro de 2007, em Brasília, junto a oficina de avaliação e plane-
contentar com a discussão do operacional - como vamos conseguir dinheiro, jamento do DEA .
como vamos escrever projeto, como vamos aprender a prestar contas, como
vamos implementar estruturas educadoras. Tudo isso é muito importante, mas * Agradecimentos a Arthur Ferreira – técnico do DEA - que gravou e editou a en-
precisamos nos fundamentar numa discussão filosófica sobre para onde quere- trevista.
mos caminhar, o que significa cada um dos temas que estão no debate nacional
e internacional. A discussão da transposição do São Francisco não é simplesmen- Para participar da consulta ao SISNEA, cada coletivo, grupo ou organização
te para dividir opiniões, sou a favor ou sou contra, mas é para compreender com deve acessar o material disponível no sítio www.mma.gov.br/ea.
profundidade o que leva um homem como o Frei Cappio a fazer greve de fome, e
dedicar sua vida a luta contra a transposição do rio São Francisco… qual é este
campo de embate que existe entre os proponentes de um modelo de desenvol-
vimento que gere trabalho e renda, e os proponentes de um modelo que esteja
7. 7
Cardápio de aprendizagem
Entrevista concedida por Sandro Tonso, pro- Acho importante nos lembrarmos de que estes
fessor Doutor do CESET – Centro superior valores hegemônicos com os quais nos colocamos
de educação tecnológica da Unicamp – e numa atitude de reflexão crítica (individualismo,
autor do texto Cardápio de Aprendizagem materialismo, competitividade, predominância
do livro Encontros e Caminhos: Formação de técnico-científica, entre outros), foram sendo
Educadoras(es) Ambientais e Coletivos Educa- construídos ao longo de décadas e alguns séculos.
dores. É fundamental, portanto, percebermos que a
desconstrução destes valores também se dará de
forma paulatina, assim cada cidadão poderá se
• O que significa elaborar um Cardápio de apropriar dos conceitos, conhecimentos e valores
Aprendizagem e quais são os cuidados neces- que mais servem à sua maneira de ver e ser do
sários para que os itens de cardápio não sejam mundo. Por outro lado, considero que alguns itens
apenas uma reprodução das disciplinas que te- devem ser sim, comuns a todos os Cardápios, sob o
mos atualmente no ensino tradicional? risco de descaracterizarmos nossa proposta: não é
• Elaborar um Cardápio de Aprendizagem é, an- qualquer “educação ambiental” que nos uniu!
tes de tudo, uma tarefa coletiva, portanto, primei- Sandro Tonso Estes itens comuns são aqueles que dizem
ramente, significa, compreender-se como parte hierárquicos”, nos quais todos os saberes são vá- respeito à idéia de trabalharmos em coletivo, por
de um grupo que se reconhece como potente para lidos desde que contextualizados, e onde a maior exemplo. São aqueles que explicitam o potencial
propor um processo de aprendizagem coletivo. crença seja a de que TODOS têm algo a ensinar e que todos têm de serem educadores e educan-
Elaborar um Cardápio significa, também, reco- nós temos SEMPRE algo a aprender. dos, sem o que a proposta se desfigura. Itens que
nhecer-se como incompleto e, daí, colocar-se na permitam que as capacidades de percepção e de
• Está se propondo a elaboração de um Car- expressão se ampliem, dialogando com a Arte, por
posição de quem ouve tanto quanto fala.
dápio de Aprendizagem estadual e um nacio- exemplo, com uma forma de conhecimento e de
Finalmente, construir um Cardápio significa
nal. Ao elaborar estes cardápios, não se corre o ação do mundo.
apontar para num futuro desejável e possível e
risco de haver uma padronização dos saberes o Estes são, para mim, alguns Itens que poderiam
propor os caminhos para alcançá-lo apostando
que vai de encontro a proposta do Cardápio de fazer parte de uma Cardápio Comum a todos, a
na transformação autônoma das pessoas antes de
Aprendizagem? partir dos quais a troca de Itens de Cardápios se
tentar transformar seus comportamentos, o que
poderia se constituir numa atitude arrogante e • Não vejo que o risco seja grande se os cuidados faça em bases conceituais e metodológicas mais
autoritária. anteriomente destacados foram tomados. próximas.
Neste sentido, os cuidados tanto para não O grande risco que eu vejo é o de termos pressa
sermos arrogantes, quanto para não cairmos nos num processo educativo, todas as vezes em que a Entrevista concedida a Cintia Guntzel Rissato e
modelos tradicionais de grades e processos que pressa e a tentativa de ampliação (massificação Cida Cardoso - COEDUCA.
nos “disciplinam”, devem se traduzir em propor es- para “ganhar tempo”) entram em campo, os riscos
paços de construção dos Cardápios que sejam “não da padronização vêm junto.
8. 8
Construindo os cardápios
O Cardápio de Aprendizagem – e os itens que Educação Ambiental do Comitê PCJ, e a Secretaria “arroz” (módulos de Ensino à Distância – EaD, aces-
o compõe – é um jeito diferente de pensar a Estadual do Meio Ambiente em São Paulo. sados a partir do portal do Coletivo Mantiqueira
formação de Educadores Ambientais Popula- (www.coletivomantiqueira.org.br), que promove o co-
Formação de Agentes
res dentro da proposta dos Coletivos Educa- nhecimento de assuntos teóricos essenciais para a
Socioambientais
dores. formação do agente.
Nesta matéria, os Coletivos CE Mantiqueira, Tendo em vista as características regionais, o Co- Na etapa do cardápio opcional, há uma varie-
COEDUCA, CE Zona Norte de São Paulo, Cescar letivo Mantiqueira adotou a estratégia de atingir dade de textos e vídeos com temas diversificados
e CE do Baixo Tietê, descrevem suas experiên- um grande número de pessoas que percebam o que podem ser acessados de acordo com o paladar
cia na elaboração do seu Cardápio de Apren- seu papel como agente de transformação do seu do agente, introduzindo novos assuntos ou apro-
dizagem. ambiente, e com poder de influência nas políticas fundando o conhecimento.
públicas. Além disso, existem as chamadas Visitas de
CE Mantiqueira Para isso, fará a formação de 500 agentes so- Estudo, onde os agentes socioambientais entram
Coletivo Educador cioambientais em seu território de atuação. Serão em contato com estruturas e ações educadoras, ou
Mantiqueira Sustentável realizados cerca de 20 processos de formação – no espaços educadores que existem no território; e as
mínimo um por município. Com a carga horária Vivências Institucionais, para o contato com foros
Com um pouco mais de um ano de existência, inicial de 145 horas, envolve metodologias parti- e colegiados, instâncias de tomada de decisão
o Coletivo Mantiqueira atua num território de 10 cipativas, vivenciais e conceituais, além da execu- política que funcionam como transformadores da
municípios que constituem as cabeceiras dos Rios ção de um projeto de interação socioambiental na realidade.
Jaguari e Atibaia, formadores do Rio Piracicaba. comunidade que pertence. Contudo, o foco principal da proposta de for-
Esta região é rica em nascentes, cuja proteção é mação é o Projeto de Interação Socioambiental,
extremamente importante, pois essas águas abas- A Construção Coletiva
uma intervenção educacional com o objetivo de
tecem a região metropolitana de São Paulo e de Antes de iniciar o trabalho com os agentes so- alcançar as pessoas em seu ambiente cotidiano,
Campinas. Nesta área, o bioma predominante é a cioambientais (PAP3), concluiu-se que seria in- despertando a conscientização em relação às
“ameaçada” Mata Atlântica, mas também existem teressante que os parceiros das instituições que questões ambientais. Refere-se a um processo de
formações ímpares, que surgem em meio a exu- planejaram todo o processo pedagógico (PAP2), planejamento e execução de ações de Educação
berantes florestas, como áreas campestres, aflora- analisassem e redesenhas-
mentos rochosos e ainda, manchas de cerrado. sem o Curso, para perceber
Formado pela união de dois programas promo- potencialidades e proble-
vidos pelo DEA-MMA, no âmbito da Política Nacio- mas. Foi através deste olhar
nal de Educação Ambiental: o Coletivo Educador crítico que cada módulo foi
e os Municípios Educadores Sustentáveis – MES, vivenciado.
promove um fortalecimento para os dois projetos,
visto que os recursos do Coletivo podem colaborar O Cardápio de
na consolidação dos Planos de Ação do MES, en- Aprendizagem
quanto este já apresenta um grupo articulado para Com o conteúdo formado
trabalhar em prol da formação da rede de Educa- por alguns pratos conside-
ção Ambiental regional. rados obrigatórios: o nosso
Em busca de fortalecimento e apoio institu- “feijão” - constituído pelos
cional, o Coletivo está articulado com mais de 60 módulos presenciais (com
instituições na região, como os centros universitá- metodologias participati- Agentes socioambientais em processo de formação – Sala Verde Pindorama – Bragança
rios – USF, FAAT, FESB e FAEX - a Câmara Técnica de vas e vivenciais), e o nosso Paulista (25-03-2008).
9. 9
Ambiental que estarão integradas aos processos e econômica foi fundamental para que a elabora- idéias do Coletivo PAP2.
educacionais do Coletivo Educador local. ção do Cardápio de Aprendizagem atenda aos prin- Estes Itens Básicos constituíram aquilo que foi
A primeira turma de Bragança Paulista teve iní- cípios da proposta e, com isto, os temas relevantes considerado o mínimo que um Educador Ambien-
cio no dia 25 de março, com aproximadamente 85 para a formação dos educadores ambientais e das tal que atuará em Campinas deveria ter contato
futuros agentes socioambientais. A diversidade é comunidades de aprendizagem (os Coletivos Lo- para, a partir daí construir seus próprio caminho
a maior riqueza do grupo. A troca de experiências cais de Ação Sócio-Educativa) emergissem a partir de formação individual e coletivo. São eles:
na construção do conhecimento e o aumento do das especificidades de Campinas.
• “Re-Conhecendo Campinas”: a ampliação do
potencial de capilaridade permitem que a discus- A formação dos Educadores Ambientais de Cam-
conhecimento in loco do espaço territorial do
são ambiental alcance os mais variados segmen- pinas foi estruturada em 3 fases nas quais os itens
município de Campinas, sua história, seus pro-
tos da sociedade. de cardápio foram organizados em:
cessos de apropriação e transformação e seus
Perspectivas do projeto • Itens de Cardápio Básicos (obrigatórios e mais diversos grupos de expressão cultural;
considerados essenciais na formação de todos • “Caminhos”: uma ampliação da percepção do
Recentemente, tivemos um projeto aprovado
os coeducandos para a formação e consolida- “eu” como um ser sensível que percebe o am-
pela FEHIDRO (Fundo Estadual de Recursos Hídri-
ção das comunidades de aprendizagem); biente e interage com o mesmo passando a
cos - SP) para ações que fortaleçam e consolidem
• Itens de Cardápio Opcionais (escolhidos por criar e expressar suas necessidades como indi-
o Coletivo Mantiqueira, cuja execução deverá ser
cada um dos participantes de acordo com as víduo e coletivo; um mergulho nas diferentes
iniciada em meados de junho deste ano.
suas necessidades para atender as demandas possibilidades de percepção e expressão do
Saba mais… dos projetos a serem construídos com as co- indivíduo no mundo, por meio de diferentes
www.coletivomantiqueira.org.br; munidades onde atuam) e experiências artísticas;
E-mail: coletivomantiqueira@terceiravia.org.br • Itens de Cardápio Específicos (elaborados a • “Relatos de Aprendizagem”: trocas de saberes
Fone: (11) 4539-7776 partir das necessidades específicas para a cada entre os participantes reconhecendo em cada
ação sócio-educativa do Coletivos Locais). um deles um fundamental ator/agente de trans-
formação de sua própria história e território;
Numa idéia inicialmente proposta, foram defi-
• “Pessoas que aprendem participando”: dis-
COEDUCA nidos 13 itens de cardápio básicos (obrigatórios),
cussão ampla sobre alguns dos conceitos
Coletivo Educador propostos pelas instituições parceiras (PAPs2), e
fundamentais deste processo: comunidades
Ambiental de Campinas que procuravam atender às especificidades para
interpretativa de aprendizagem e pesquisa-
formação de educadores ambientais, segundo
ação participante, além de diversos conceitos
A proposta do Coletivo Educador Ambiental de uma idéia que priorizava as concepções dos PAP2
básicos sobre os quais estes se fundamentam:
Campinas – CoEduCa – tem como meta a forma- sobre formação de educadores ambientais.
alteridade, pertencimento e potência de ação.
ção de Coletivos Locais (envolvendo 150 Educa- Porém, ao perceber a inconsistência desta pro-
dores Ambientais no município), que formarão posta inicial (uma estrutura pesada e fortemente O item “Caminhos”, por se propor a estimular
outros Educadores Ambientais Populares nos seus direcionadora de conteúdos e metodologias) com as diferentes formas de percepção do indivíduo
bairros e nas suas comunidades. a radicalidade proposta e desejada pelo COEDUCA e do seu ambiente, por meio da arte como forma
Desde o ano de 2005, o CoEduCa vem refletindo de, em primeiro lugar, estimular a formação de de percepção e expressão, acabou sendo definido
e discutindo a elaboração do Cardápio de Aprendi- Comunidades Interpretativas e de Aprendizagem como um item que perpassa por todas as fases do
zagem que, levando em consideração as especifi- espalhadas pelo território de Campinas (os Coleti- processo formativo.
cidades de cada local, região e, principalmente, de vos Locais), reelaborou-se todo o seu Cardápio de Estes 04 Itens foram vivenciados por todos os co-
cada indivíduo, questiona a lógica cristalizada dos Aprendizagem decidindo-se por apenas 4 itens de educandos que constituíram os 21 Coletivos Locais
currículos universais que subentendem que todos cardápio básicos que tiveram por objetivo a apro- de Ação Sócio-Educativa (comunidades de apren-
necessitamos de um mesmo conhecimento, apre- ximação dialógica entre os participantes PAP3, dos dizagem), distribuídos pelo território de Campinas.
sentado de um mesmo modo. Coletivos Locais em formação, os princípios e con- Na segunda fase, Cardápio de Aprendizagem
Por exemplo, conhecer o território campineiro e ceitos do ProFEA (Programa de Formação de Educa- bastante diversificado, com 25 itens optativos,
sua diversidade sócio-ambiental, cultural, política dores Ambientais do MMA) e, ao mesmo tempo, às para que os coeducandos escolhessem aqueles que
10. 10
atendessem às suas necessidades de formação, e as PAPs4 interessados estão vivenciando os itens de a uma entre - o COEDUCA (PAP2) e as instituições
do coletivo local de que fazem parte, objetivando a cardápio junto com os PAPs3, fortalecendo os co- nas quais os PAP3 têm seus empregos. As reuniões
elaboração da proposta de atuação sócio-ambien- letivos locais de ação sócio-educativa e reforçando dos Coletivos Locais e as ações sócio-educativas
tal com a comunidade. Além da vivência dos itens a idéia de que todos somos educandos e educado- estão sendo realizadas aos finais de semana e em
foram realizados encontros, chamados de “imer- res ambientais populares. horários noturnos durante a semana. O processo
são”, nos quais houve aprofundamento conceitual No decorrer do processo formativo, cada fase todo de formação, entre a vivência de Itens de Car-
e reflexão sobre a metodologia de trabalho. é finalizada com o Simpósio do CoEduCa no qual dápio, imersões, Simpósios e Ação Sócio-Educativa
Na fase 3 (atual), os temas dos 21 itens opta- todos os Coletivos Locais apresentam os seus tra- totalizarão mais de 500 horas.
tivos foram sugeridos pelos coeducandos (PAP3) balhos de ação sócio-educativa.
de acordo com as necessidades de formação para Em termos de dedicação de tempo, os Itens de
Saiba mais…
a execução da proposta de ação sócio-educativa. Cardápio estão sendo oferecidos durante 03 se-
Coordenador: Sandro Tonso
Estes foram elaborados com a colaboração de mestres, a partir de março de 2007, num total de 8
E-mail: coeduca_contato@yahoo.com.br
PAPs3, que passaram, também, a ser formadores horas semanais, às 5ª e 6ª pela manhã (turma da
www.coeduca.org.br
do processo que estão vivenciando. Da mesma manhã) ou 5ª e 6ª à tarde (turma da tarde). As dis-
Fone: (19) 4141-0655 e (19) 8204-3277
forma, a partir da sugestão dos coeducandos, os pensas de trabalho foram sendo articuladas - uma
CE da Região Norte da Cidade de São Paulo
O Projeto Coletivo Educador da Região Norte da participantes, de modo a propiciar a intensifica- socioambientais, mediante a produção e o com-
Cidade de São Paulo, executado mediante o convê- ção da capacidade de pensamento e a emissão partilhamento do conhecimento do meio físico,
nio entre o Instituto Brasileiro de Educação, Ciência de juízos críticos originais sobre o socioambiente, biológico, técnico, econômico, social, político e ge-
e Cultura de São Paulo – IBECC e o Fundo Nacional condição essencial para uma intervenção lúcida ográfico da micro-região delimitada (“pedaço”).
do Meio Ambiente – MMA, vem desenvolvendo sobre o mesmo. A macro-estratégia do trabalho é Parte essencial da estratégia proposta é o pla-
desde junho deste ano sua proposta metodoló- a de organização dos espaços urbanos na região, nejamento participativo destes programas, ações
gica, fundamentada na proposição de atividades constituindo-os em micro-territórios delimitados e iniciativas; neste sentido, esta primeira etapa
pedagógico-educativas, inicialmente voltadas aos em torno das escolas públicas e sediados por elas. do projeto vem se estruturando sobre três ações
professores das escolas públicas, agentes comuni- E a partir destas escolas, objetiva-se implementar organizadas a partir de quatro Grupos de Trabalho
tários de saúde e outras lideranças comunitárias. programas, ações e iniciativas capazes de promo- (GT’s) constituídos no âmbito do Coletivo Educa-
Visa produzir a reflexividade sobre os processos ver a abertura de um espaço de livre interlocução e dor: no plano teórico conceitual, encontra-se em
de socialização aos quais foram submetidos os o aprofundamento das análises sobre as questões desenvolvimento um mapeamento geo-físico e
Reunião com professores da Diretoria de Ensino Norte 2 (22/11/2007) Oficina com professores da Diretoria de Ensino Norte 1 (17/10/2007)
11. 11
social, incluindo o reconhecimento dos espaços de CESCAR formação em EA que desejamos proporcionar”?.
centralidade e das redes de comunicação operantes Coletivo Educador de No início, a sensação de “caos” era grande… Mas,
no território; no plano etnográfico, utilizando-se o São Carlos, Araraquara, aos poucos, chegamos a uma primeira versão do
método da pesquisa-ação participante, os esforços Jaboticabal e Região Cardápio do CESCAR, e por meio de experiências
têm sido dirigidos para o reconhecimento e arti- e limitações, vislumbrou-se o modelo do curso em
culação das diferentes dimensões socioambientais No correr do ano de 2005, o levantamento e a EA que gostaríamos de desenvolver.
da região, através das parcerias estabelecidas com organização dos dados de oficinas, cursos, espa- No entanto, percebemos que a tarefa de conci-
instituições vinculadas ao atendimento à saúde, ços e equipamentos ofertados pelas instituições liar todos os itens do cardápio não seria fácil, pois
particularmente com a Secretaria Municipal do Ver- parceiras do Coletivo, resultou num primeiro es- vimos que algumas temáticas apresentam uma
de e Meio Ambiente e com a Secretaria Municipal boço de Cardápio do CESCAR. A constituição do ampla oferta de itens e com a ausência de oferta
da Saúde, através do Núcleo de Gestão Ambiental CESCAR e desta primeira versão de cardápio teve de outros, considerados como ‘nutrientes essen-
Descentralizado da Zona Norte e da Coordenação como importante subsídio a experiência de ação ciais’. Nesse processo, definimos então um ‘cardá-
Geral de Saúde da Zona Norte. E, noutra frente, com em rede que já existia no município de São Carlos, pio mínimo’ para ser oferecido às/aos PAP3.
a rede escolar municipal através do Centro Educacio- construída no contexto da REA-SC – Rede de EA O programa do curso foi sendo construído cole-
nal Unificado da Vila Brasilândia (CEU Paz) e com a de São Carlos, lançada em junho de 1996. Desde tivamente e de forma gradativa, a partir da defini-
rede escolar estadual, através das Diretorias de Ensi- 2000 um grupo de instituições promove encontros ção do tema de cada encontro e de quais institui-
no Norte 1 e Norte 2. de EA no município, que no ano de 2003 teve como ções parceiras seriam responsáveis pela sua oferta.
Neste momento, articula-se com o CEU Paz a rea- tema “Por um Programa Municipal de EA”, quando Assim, fomos distinguindo a diferença entre o
lização de atividades pedagógico-educativas dirigi- se começou a estruturar tanto as ofertas quanto as Cardápio do CESCAR e os ‘pratos especiais’, que
das à comunidade, potencialmente precursoras da demandas por EA, em diferentes setores. No EA- são construídos para cada encontro quinzenal. De-
instalação de um coletivo educador naquele micro- 2004 foi organizado um Painel, contando com a finimos primeiro os temas dos 8 encontros gerais
território. O trabalho com os professores estaduais participação de 11 diferentes instituições/organi- (EG) do primeiro semestre de 2007, e após dife-
– iniciado a partir de “oficinas” organizadas para o zações, que promovem uma diversidade de ações rentes estratégias de avaliação do andamento da
diálogo sobre as questões socioambientais – tem em EA na cidade. Já nesse processo iniciava-se a proposta, incluindo aí a perspectiva das/os PAP3,
convergido para a montagem de coletivos educa- perspectiva de ações conjuntas em EA, ainda que os temas dos 9 EG do segundo semestre foram
dores no âmbito territorial das Diretorias de Ensino, nessa fase, em âmbito municipal. desenhados. Os últimos 3 EG foram definidos so-
e para o planejamento participativo de um curso Com a ampliação da abrangência territorial para mente em 2008.
de formação em Educação Ambiental, vinculado 12 municípios, a partir da constituição do Coletivo Conhecendo, então, o potencial existente e es-
ao projeto pedagógico vigente até o fim de 2008 Educador, intensificou-se esse processo, e um rol tando conscientes de que nem todos os temas do
nas escolas públicas estaduais, cujo eixo temático de itens de cardápio que já eram oferecidos por curso poderiam ser desenvolvidos, a busca de no-
é a questão ambiental. Para as próximas etapas do 19 instituições desses municípios foi inserido no vas parcerias passou a ser meta importante para
projeto, espera-se que o fortalecimento dos víncu- projeto ViU - “Viabilizando a utopia”, enviado em o CESCAR. Esse movimento resultou na adesão de
los de colaboração com as instituições das áreas da novembro de 2005 ao FNMA para financiamento mais 19 instituições e atualmente o CESCAR conta
saúde e do meio ambiente venham a propiciar a in- (Edital no.5/2005). No projeto foram propostos 2 com 38 parcerias que acrescentaram ‘mais sabor’
tegração estratégica destas iniciativas da educação, cursos de formação de educadoras/es ambientais, ao nosso cardápio, ainda que o grau de envolvi-
promovendo a mobilização dos cidadãos da Região tanto para contemplar pessoas sem formação su- mento e compromisso não seja o mesmo entre
Norte da Cidade de São Paulo para a participação perior (extensão universitária), quanto pessoas todas/os as/os participantes. Ainda assim, em
direta no debate sobre as questões ambientais. com curso superior (especialização). alguns encontros temos convidado outras pessoas
Para a organização do programa de formação das instituições parceiras que não estão direta-
Contato: Sandra Maria Patricio Ribeiro desses cursos, depois do Projeto aprovado, partiu- mente envolvidas com o CESCAR ou instituições
E-mail: smpatricio4@ig.com.br se de duas questões fundamentais que nortearam que não são parcerias, mas que têm competência
Coordenadora: Eda Tassara várias edições da dinâmica “brain storm” – ou “toró em áreas consideradas importantes para compar-
E-mail: ibecc.mma@terra.com.br de idéias”, com o sotaque típico do nosso interior tilhar no processo formativo que estamos (nos)
Fone: (11) 3032-5772 paulista: “O que já temos para oferecer” e “Qual a proporcionando.
12. 12
O Cardápio do CESCAR está organizado em: His-
tórico e Correntes da EA; Fundamentos e Princípios
da EA; Metodologias em EA; Temas Sócio-am-
bientais. Entendemos que os itens desse cardápio
deverão ser divulgados e estarão disponíveis, po-
dendo ser acessados por qualquer pessoa interes-
sada, dentro das possibilidades de cada instituição
parceira. Já os cursos, com tempo definido de du-
ração (no âmbito do projeto “Viabilizando a uto-
pia”), está organizado em 3 Módulos: Percepção/
Compreensão (oferta de conteúdos conceituais/
procedimentais/atitudinais em 20 encontros); Es-
truturante (formação de comunidades interpreta-
tivas e de aprendizagem, acompanhada de tutoria Coletivo do Baixo Tietê na Usina Hidrelétrica Mario Lopes Leão.
PAP2/PAP3 e da oferta de itens de cardápio opcio-
nais) e Interação Educativa (projetos de interação Buritama, Alto Alegre, Avanhandava, Araçatuba, sobre a questão ambiental no século XXI”; e no dia
educativa realizados por cada PAP3, que também Promissão, Penápolis e Ubarana). Estiveram pre- 08 de Dezembro em Penápolis, na Escola Técnica
envolve a oferta de itens de cardápio do CESCAR!). sentes cerca de 200 pessoas, entre elas prefeitos, Agrícola, com o tema “O paradoxo regional: produ-
Temos procurado assumir as dificuldades como entidades interessadas em educação ambiental e ção de biocombustível X impactos sócio-ambiental
desafio, os erros e acertos como partes impres- munícipes interessados no curso de formação. do ciclo da cana na Região da Bacia Hidrográfica
cindíveis no nosso processo de aprendizagem e a O processo de formação está acontecendo por do Baixo Tietê”.
continuidade e sustentação das ações de cada PAP meio de oficinas/ aulas/ visitas técnicas que acon- Depois de uma aula interessante na Usina Hi-
como objetivo a ser buscado nos desdobramentos tecem em diversos locais, dependendo do tema drelétrica Mário Lopes Leão em Promissão minis-
futuros do CESCAR. abordado e em função dos cardápios levantados. trada pelo biólogo Cruz e com uma troca de infor-
Para cada tipo de atividade ou tema são utilizados mações com funcionários da AES Tietê. O Coletivo
Saba mais… múltiplos espaços disponibilizados pelos diferen- Educador do Baixo Tietê dando continuidade aos
Email: cescarsaocarlos@yahoo.com.br tes parceiros, como CEA – Centro de Educação estudos foi para Barbosa, onde ocorreu a aula
Fones : (16) 3351-8771; (16) 3373-9772 Ambiental de Penápolis; Prefeituras municipais da “Compreensão do território – O desenvolvimento
(com Bel P. Domínguez ou Silvia M. dos Santos) região; Escola Técnica Agrícola João Jorge Gerais- urbano e seu impacto ambiental”, ministrada pelo
Coordenação: Haydée Torres de Oliveira – UFSCar sate – Penápolis, entre tantos outros. arquiteto Carlos Alberto Bachiega no dia 09 de Fe-
No dia 10 de Novembro de 2007 na Fundação vereiro de 2008.
Educacional de Penápolis - FUNEPE, aconteceu o O Coletivo Educador do Baixo Tietê é um am-
primeiro seminário para os inscritos no curso de biente de muito estudo, reflexão e discussão, com
CE do Baixo Tietê Educadores Ambientais Populares para conhe- aulas sempre descontraídas e com uma intera-
cerem um pouco mais sobre o projeto Coletivos ção surpreendente dos participantes que trocam
No mês de setembro de 2007 a equipe gestora do Educadores. Os participantes expuseram suas ex- constantemente experiências ambientais. Para
projeto “Coletivos Educadores Ambientais do Baixo pectativas quanto ao curso, dando uma prévia do estimular ainda mais essa reflexão e mais troca de
Tiete” iniciou o trabalho de divulgação do curso de possível projeto de intervenção que eles desenvol- informações entre os participantes, uma dinâmica
Formação de Educadores Ambientais Populares, verão em suas comunidades locais. de grupo foi proposta pelo orientador – “O que
que inicialmente tinha o objetivo de formar 50 Com a expectativa para o início do processo de caracteriza um território” – com o objetivo de di-
educadores de 10 municípios pertencentes do pro- formação, o grupo encontrou-se novamente no mensionar o território de intervenção dos futuros
jeto. Foram realizadas 11 reuniões de apresentação dia 24 de Novembro na cidade de Araçatuba na educadores. A atividade foi lançada e os grupos ti-
do curso em cidades que compõe a Bacia Hidrográ- UNITOLEDO com o Profº. Dr Carlos Roberto do Espí- veram que desenhar os ASPECTOS FÍSICOS, ASPEC-
fica do Baixo Tietê. (Braúna, Barbosa, Birigui, Bilac, rito Santo, que explanou sobre o tema “Reflexões TOS HISTÓRICOS, ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS e
13. 13
ASPECTOS CULTURAIS de seu território. Dominguez do Coletivo Educador de São Carlos a questionamentos sobre nossa prática diária, nossa
O conhecimento de cada território é importante – CESCAR abordaram o tema “Fundamentos da postura e forma de participação na sociedade. Ali-
para uma educação ambiental sensibilizadora efi- Educação Ambiental” e ministraram uma aula de ás, neste ponto gostaria de ressaltar o trabalho do
caz, sendo que cada território tem suas particulari- maneira descontraída, interativa e com valiosas professor Sandro Tonso no nosso último encontro do
dades. Um programa de educação ambiental para trocas de vivências entre o CESCAR e o COLETIVO Coletivo, que levou-nos a uma reflexão sobre nossa
ser efetivo deve promover simultaneamente o de- DO BAIXO TIETÊ. forma de participação dentro e fora do Coletivo.
senvolvimento de conhecimento, de atitudes e de Em meio a um cenário de extrema mobilização Na Associação do Grupamento Ambientalista
habilidades necessárias à preservação e melhoria popular - VIII Fórum de Saneamento e Meio Am- - AGA, ONG que participamos, temos realizado al-
da qualidade ambiental. biente em Penápolis – Sandro Tonso representan- gumas ações voltadas à educação ambiental com
“O Coletivo tem sido um mecanismo de construção te do Coletivo Educador de Campinas – COEDUCA, crianças, arborização, experiências com agro-flo-
comunitária de conceitos, práticas e ações de edu- deu sua contribuição para formação de 62 pessoas resta, e estas ações são valorizadas e enriquecidas
cação ambiental muito interessante! Tem quebrado que participam do processo de formação com aula com essas experiências vivenciadas no Coletivo. No
paradigmas, pré-conceitos e teorias. Tem mostrado “Mobilização de comunidades para questões socio- entanto, precisamos ir mais adiante. Há muito para
que não existe modelo padrão ou receita comum ambientais”. ser feito, este é apenas o início do nosso caminhar.
para agir diretamente na comunidade. O processo Têm sido muito rico os encontros que temos nos Lourdes Conceição Sandriago Rabal (partici-
de construção de intervenção nas comunidades Coletivos. São momentos únicos, onde pessoas de pante do processo de formação).
deve considerar e contemplar as vontades e anseios diferentes áreas, cada qual com seu conhecimen-
dos atores (populares). O respeito à comunidade e a to, suas idéias e propostas, têm a oportunidade de
garantia de participação dos envolvidos nas ações aprender ao mesmo tempo em que também ensina.
tem mostrado que é a base para o sucesso nas ações Há sempre alguma novidade. E, é nesta troca, que
de educação ambiental”. Jefferson dos Santos percebemos o universo em que vivemos e o que
Rabal (participante do processo de formação) cada um pode contribuir. Assim vamos conhecendo
melhor nossa Bacia Hidrográfica e as peculiarida-
Troca de Experiências com des de cada cidade que a compõe, graças aos relatos
Cescar e COEDUCA. dos participantes. Descobrimos ações interessantes
O dia 15 de Março no Centro de Educação Am- que podemos aplicar em nossa comunidade, talvez
biental o Coletivo Educador do Baixo Tietê recebeu coisas simples, mas até então não pensadas.
uma importante contribuição para o processo As abordagens feitas pelos palestrantes, além de
de formação; Haydée Torres de Oliveira e Bel P. ampliar nosso leque de informações, nos conduzem Jefferson dos Santos Rabal e Lourdes Conceição Sandriago Rabal.
Vamos
saber um pouco mais como estão
os demais Coletivos do estado?
14. 14
CE de Ribeirão Preto e lizado na periferia da cidade. Estudo este or- Municipal do Morro do São Bento, uma unidade de
Região – Ipê Roxo ganizado por docentes da área de sociologia conservação municipal gerenciada pela Secretaria
da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), Municipal de Planejamento e Gestão Ambiental.
2007 foi um ano de fortalecimento do Coletivo apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa O Coletivo Jovem de Ribeirão Preto se reúne nos
Ipê Roxo. Direcionamos nossas atenções às reu- do Estado de São Paulo (FAPESP), que gerou o terceiros sábados de cada mês e conta atualmente
niões de estudo, planejamento, reflexões, par- livro “A cidade e seus limites”; com 70 escolares. As atividades do Coletivo Jovem
ticipação em eventos de Educação Ambiental e • Experiências do Centro de Formação Sócio- - oficinas, exposições e debates - integram o Pro-
de encontros dos coletivos do Estado e trocas de agrícola de Ribeirão Preto com metodologias grama de Educação Ambiental da Casa da Ciência
experiências. participativas em assentamentos rurais da re- e do Parque Municipal do Morro do São Bento.
Temos envidado esforços, nos últimos meses, gião, dentre outras. Sobre o 3º Encontro Estadual dos Coletivos Edu-
para construir uma metodologia para o mapea- Para enriquecer o debate buscamos e tivemos cadores, Salas Verdes, Municípios Educadores Sus-
mento socioambiental de Ribeirão Preto. Preten- também a participação de profissionais/atores tentáveis e demais parceiros estaduais - Programa
demos que esta etapa seja desenvolvida de forma de diferentes entidades e instituições locais que de Formação de Educadores Ambientais do De-
participativa e que possua caráter formativo. Ini- trouxeram seus pontos-de-vista sobre como se partamento de Educação Ambiental do Ministério
ciamos um mapeamento prévio, que nos indica manifestam os problemas e os conflitos socioam- do Meio Ambiente realizado nos dias 06 e 07 de
inúmeras e diversas ações, publicações, pessoas, bientais em nosso município. novembro de 2007.
instituições, processos em Educação Ambiental Inspirado por estes encontros e trocas de ex- O Encontro foi enriquecedor pelas reflexões que
acontecendo, ao mesmo tempo, neste território. periências e, orientado no MAPPEA (documento gerou. Na oficina Coletivo Educador, facilitada pela
A mesma diversidade se expressa sob a forma de disponibilizado pelo Departamento de Educação Profª Eda Tassara, desenvolveu-se uma dinâmica
cada grupo compreender as questões socioam- Ambiental do Ministério do Meio Ambiente - que que trouxe à tona vários questionamentos e re-
bientais do município. Por isso, almejamos des- nos provoca em seu formato), o Coletivo Ipê Roxo flexões para o grupo, como ‘qual o papel de um
vendar e revelar, em tal mapeamento, as origens está compondo, neste momento, caminhos de coletivo educador’? Para nós do Coletivo Ipê Roxo,
e os interesses (de diversas naturezas) que estão composição do mapeamento socioambiental, na reforçou a idéia de que um coletivo educador não
imbricados aos problemas e conflitos socioam- perspectiva de articular o que já reverbera em Ri- é um grupo que recebe demandas e resolve pro-
bientais. beirão Preto e Região. Também buscamos maior blemas de ordem socioambiental de um território.
Com o intuito de iniciar nossos trabalhos no apoio institucional da Universidade de São Paulo Seu papel está em contribuir na formação de edu-
rumo de mapear o município, pautados na pers- na ancoragem do Coletivo, por meio da efetivação cadores e educadoras e estes, por sua vez, podem
pectiva socioambiental, organizamos e execu- de um acordo de cooperação com o MMA e a apro- interferir em seus espaços de atuação e vivência.
tamos o seminário “Olhar Socioambiental sobre vação de uma bolsa para uma graduanda apoiar e Essa discussão tem ajudado o Coletivo Educador de
um Território”, em novembro de 2007. Para isso, se formar junto ao Coletivo Educador. Ribeirão Preto – Ipê Roxo a nortear suas reflexões
contamos com a apresentação de algumas expe- e ações.
Notícias da
riências de diagnóstico e/ou mapeamento social,
Sala Verde e
ambiental ou socioambiental realizados aqui no
do Coletivo
município, tais como:
Jovem de
• A organização da Carta Ambiental de Ribeirão
Ribeirão
Preto, elaborada pelo Departamento de Ges-
Preto:
tão Ambiental da Prefeitura Municipal;
• A construção do Atlas Escolar Histórico, Geográ- A Sala Verde em
fico e Ambiental de Ribeirão Preto, pelo Grupo Ribeirão Preto está
de Estudos da Localidade (ELO) do Laboratório sediada na Casa da
Interdisciplinar de Formação do Educador (L@ Ciência Galileu Galilei
ife), da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da Secretaria Muni-
da Universidade de São Paulo (USP); cipal de Educação e
• O estudo de caso do Jardim Progresso, loca- localizada no Parque Tabebuia avellanedae.
15. 15
Coletivo Educador Sustentável de Limeira – CESLim
CESLim, nossos passos, nosso dução de resíduos e na agroecologia, tentou elu- pessoais para entrar em contato com os possíveis
caminho cidar algumas dúvidas sobre a compostagem de interessados. Qualquer pessoa que, por afinidade,
A cidade de Limeira, casa do CESLim, Coletivo resíduos orgânicos. A oficina sobre compostagem, sinta interesse em participar, possa o fazer, mesmo
Educador Sustentável de Limeira, está localizada que aconteceu na zona rural de Limeira, teve, em sem conhecer ninguém que já tenha contato com
na região de Campinas, na bacia dos Rios Piraci- sua maioria, a participação de pessoas da região o coletivo.
caba-Capivari-Jundiaí (bacia do PCJ), possui uma do coletivo rural. Outro objetivo do grupo que articula o coletivo é
área de 581 Km2, em 2006, possuia por volta de No final do ano, foi apresentada uma proposta de fomentar o surgimento de propostas de ativida-
280 mil habitantes. Faz fronteira com as cidades de para a realização de um encontro de encerramento des e ações educativas dentro dos coletivos locais,
Cordeirópolis, Araras, Artur Nogueira, Engenheiro e planejamento. A idéia era um grande almoço co- além de ele próprio sugerir algumas. Acreditamos
Coelho, Cosmópolis, Americana, Santa Barbara letivo. Entretanto, por motivos ainda sem maior en- que um dos motivos que afastou algumas pessoas
D’Oeste, Iracemápolis e Piracicaba. A cidade, que tendimento, o almoço não aconteceu, trazendo uma foi a dificuldade que tivemos em atrair a atenção
por muito foi conhecida como capital da Laranja, série de dúvidas e questionamentos aos grupos. dos mais aflitos por ações diretas.
hoje se destaca pela sua numerosa, e ecologica- Essa última atividade planejada, que não ocor- Muito embora a situação do coletivo não seja
mente inadequada, produção de jóias folheadas. reu, nos parece um reflexo de uma situação que confortável, aprendemos muito no ano que pas-
O CESLim, desde o início de suas atividades, vem se fortalecendo dentro do coletivo: A desar- sou. O grupo atual teve a possibilidade de se
em Janeiro de 2007, tem se organizado em cole- ticulação das atividades e pessoas. Situação essa aproximar da proposta de trabalhar em coletivos
tivos locais e coletivo articulador. As reuniões dos que teve seu momento de maior intensidade du- e entender melhor essa dinâmica.
coletivos aconteceram paralalelamente, sendo rante o período de férias letivas. Entendemos que há muito a ser feito na cidade
desenvolvidas atividades localmente, que, atra- Porém, gradativamente, o grupo vem se reor- e acreditamos no potêncial de ação da população
vés do coletivo articulador, dialogavam entre sí. ganizando e reavaliando a sua atuação no ano de limeirense.
Além dos encontros de cada coletivo, aconteceram 2007. Um dos motivos apontados é a “pessoalida- De modo geral, o coletivo articulador precisa se
também encontros gerais, ao todo quatro, que ti- de” dos contatos realizados pelo grupo. De modo fortalecer, enquanto grupo e enquanto facilitador
nham como objetivo ampliar e fortalecer o grupo, geral, desde o início da formação do coletivo, os e potencializador de ações, para assim, ter mais
elaborar atividades de formação, trocar vivências contatos realizados foram todos feitos através de condições de apoiar o trabalho realizado nos co-
entre os grupos e apresentar a proposta a novos convites. Ou seja, foram contatos restritos ao cír- letivos locais.
participantes. culo de contatos das pessoas que se dispunham a Pode ser interessante para o CESLim, estreitar
Duas oficinas foram realizadas durante o ano articular os grupos. Ora através das secretarias da laços com outros coletivos e com as redes existen-
que passou. A primeira, entitulada “Limeira a pé”, cidade, ora através da prefeitura, ora através da tes, ampliando sua participação em espaços que
colocou os participantes, em contato com outras universidade, em suma, sempre dependendo de possibilitem esse contato com outros coletivos.
visões sobre a cidade, que em muitas vezes, sob quem fazia o convite.
diversos pontos de vista, passa despercebida aos O período que entra é de rearticular e fortalecer Autores: Thiago Alexandre Moraes, André da Silva
olhos dos que nela vivem. Foi feita uma visita ao os grupos, além de ampliá-los. Entretanto, pre- Cruz, Sheila Medeiros e Sandro Tonso.
centro histórico da cidade, acompanhada de uma tendemos agora, afim de “impessoalizar” nossos
exposição de fatos e histórias sobre personagens e contatos, utilizar a mídia, de cartazes, panfletos
localidades da cidade. A segunda, focada na pro- e todas as formas que não dependam de convites
16. 16
CE Pirá Sykauá na retomada de nossas atividades, sentimos a to através do e-mail: coletivopira@gmail.com ou
Metamorfose de um Coletivo Educador necessidade de ampliar nosso território devido às pelo telefone (19) 3429-4436 ramal 235.
sugestões do DEA/MMA e a abrangência das ações Ah! Por que “Pirá Sykauá”?
de nossos parceiros em outras áreas do município. “Pirá Sykauá” foi o nome dado pelos primeiros
Com a ampliação de nosso território, envolveremos habitantes de Piracicaba - os índios de raízes tupi-
35 sub e micro bacias do município de Piracicaba e paiaguás que viveram às margens do rio, próximo
o n° de habitantes passou para cerca de 400.000 ao salto do Rio Piracicaba e significa “Lugar que,
habitantes. por acidente natural no leito dos rios (salto), impe-
Nosso objetivo principal é ampliar e efetivar de a passagem dos peixes, favorecendo a pesca” e,
ações conjuntas que possibilitem sinergia de re- consequentemente, o estabelecimento da tribo.
cursos e competências pessoais e institucionais Dessa forma, escolhemos esse nome pelo fato
voltadas para a sustentabilidade das bacias do do rio Piracicaba estar localizado na região central
município de Piracicaba. da cidade. Através dele muitas atividades se for-
Estamos no momento de reestruturação e divul- maram e se transformaram e, como nosso coletivo
gação de nosso coletivo, trabalhando na oficializa- representa educadores que atuam nesta bacia,
ção do novo proponente junto ao DEA/MMA e na acreditamos que, assim como essa força com que
metodologia de acolhimento de novos parceiros, o rio exerce na vida dos piracicabanos, também
buscando a ampliação de nosso “PAP2”. Muitos dos nós do Coletivo possamos transformar idéias em
trabalhos realizados durante o ano de 2006, ainda ações.
no Coletivo Pisca, servirão de base para nossa rees- Quem já está envolvido?
truturação, principalmente em relação ao processo Projeto PISCA - ESALQ-USP;
Assim como uma lagarta sai do casulo e se de reformulação do PPP, contemplando os marcos NACE / PTECA - ESALQ-USP;
transforma numa linda borboleta, o Coletivo Edu- conceitual, situacional e operacional, e do proces- PET Ecologia - ESALQ-USP
cador da Bacia do Ribeirão Piracicamirim está se so de formulação dos cardápios. CALQ - Centro Acadêmico ”Luiz de Queiróz”
transformando no Coletivo Educador “Pirá Sykauá” Enfim… estamos a procura de parceiros que USP RECICLA – ESALQ-USP
– Território das Bacias Hidrográficas do Município possam com a gente, reproduzir idéias, metodo- Centro Ecológico Flora Guimarães Guidotti / FEALQ
de Piracicaba, voando mais alto e buscando novos logias e processos de formação de educadores Instituto Terra Mater
parceiros para se reproduzir… ambientais. Vamos fazer com que essa espécie de Escola Técnica Agropecuária José Coury de Rio das
A história de nosso coletivo começou em se- educadores “super-povoe” o planeta… Pedras.
tembro de 2006, formado por pessoas e institui- Se você desenvolve alguma atividade de edu- PM Piracicaba / SEDEMA - Núcleo de Educação
ções atuantes na bacia do ribeirão Piracicamirim, cação ambiental em Piracicaba, participe do Co- Ambiental;
abrangendo um território com 93.000 habitantes letivo Pirá Sykauá. Você tem muito a colaborar, Secretaria do Estado do Meio Ambiente / CETESB
e tendo um grupo articulado há mais de 5 anos fortalecendo suas idéias, projetos e estruturas em Piracicaba
através de iniciativas do Projeto Pisca. Em 2007 trabalhos de educação ambiental. Entre em conta- MMA - Ministério do Meio Ambiente / DEA
COE Mantivale vem passando por uma série de transformações de e até na auto-estima dos moradores que agora
positivas. A cooperativa local ganhou força, o fluxo se sentem privilegiados em morar num bairro que
O bairro do Quilombo, localizado no município turístico aumentou e a população demonstra inte- tem 100% do esgoto doméstico coletado.
de São Bento do Sapucaí, é uma comunidade de resse em despoluir o Ribeirão, que corta o bairro. Visitamos a recém inaugurada ETE do bairro
pessoas que tem muita história para contar e sa- O primeiro passo já foi dado: a construção da do Quilombo em São Bento do Sapucaí.
bedoria para compartilhar. Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). O Inves- A estação tem capacidade de receber duzentas
A comunidade sobrevive do artesanato, cuja timento feito pela Sabesp e FEHIDRO no valor de ligações, assim as 168 necessárias já estão sendo
matéria prima é a folha da bananeira. A cidade 650 mil, trouxe como beneficio melhorias na saú- realizadas, um pouco atrasadas por conta da falta
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de mão-de-obra que atrapalhou o serviço. O potencial turístico do bairro aumentou nos O poder público municipal, também investiu
O funcionamento é automático. Além da ETE, são últimos anos, graças ao empenho da população no bairro. A Inauguração do Complexo Turístico,
mais três estações elevatórias em toda a cidade, que que se uniu para montar a cooperativa dos artesãos em maio de 2007, deu o passo necessário para a
compõem o processo de afastamento do esgoto. e também as políticas públicas adotadas na região. consolidação cultural e turística. Foram realizadas
Após a instalação da estação, grande parte da A cooperativa “Arte no Quilombo” se tornou o várias obras. Uma que merece atenção é a cons-
população ficou “orgulhosa” em residir num bairro centro da comunidade, onde se encontram os ar- trução do centro de lazer com uma quadra poli
pioneiro no tratamento de esgoto. tesãos (sãs). As matérias primas de parte dos arte- esportiva e uma charmosa praça com lixeiras para
O que nos chamou a atenção foi a consciência sanatos são a folha de bananeira e revistas usadas, coleta seletiva do lixo.
desenvolvida pela população de que se tem que que se transformam em lindas peças decorativas. O bairro é um exemplo de desenvolvimento,
“despoluir o ribeirão”, compreendendo que é im- Outra grande atração é o atelier do escultor Diti- com respeito à natureza e às pessoas, que se tor-
portante manter o corpo d’água saudável para que nho Joana conhecido por suas “botinas” esculpi- nam cada dia mais consciente através da cultura
todos tenham uma melhor qualidade de vida. das em madeira. regional.
O Coletivo Educador Rio Mojiguaçu
O Coletivo Educador Rio Mojiguaçu iniciou seu estão abertas à participação de outras pessoas. Ao sões, abordagens, atitudes e posturas nas quais a
processo de constituição e formação de PAP’s 2 em discutirem formas e processos para formação do educação ambiental acaba sendo reconhecida de
2006, já na elaboração do projeto que atenderia Coletivo, acabam refletindo sobre a própria postu- maneira transversal nas mais diversas atividades
ao Edital do MMA, formalizando e norteando a ra educadora. Com a chegada de cada novo inte- profissionais do território.
parceria entre ONGs do município de Mogi Guaçu grante e parceiro, existe a preocupação de “ensinar
Reuniões – grupos de
e Estiva – Gerbi que já vinham atuando juntas no a língua do PAP”, a arquitetura de capilaridade e os
discussões
enfrentamento da problemática socioambiental. conceitos do proNEA que referenciarão o Progra-
Logo de início, agregaram-se outras instituições, ma de Formação de Educadores Ambientais Os encontros não são apenas semanais, mas
inclusive secretarias municipais. O grupo tem Populares. Somos ‘pessoas que aprendem ao contínuos, pois formamos um grupo de discussão
aprendido participando no dialogismo, ensinando, participar’ e, temos participado dialogando, fa- do GAO entre PAPs 2, na rede mundial de compu-
fazendo, escutando e falando durante encontros lando, ou seja, ao mesmo tempo em que o grupo tadores, o que possibilita operacionalizar não só as
presenciais e virtuais, reuniões semanais, Encon- PAP2 vai falando ao novo PAP2 o que é o Coletivo, ações e decisões, mas também a troca de informa-
tros Municipais com PAP’s 2, 3 e 4 e nos Encontros vai pensando e desenvolvendo conceitos, incor- ções e sugestões de sites. Muitas vezes, é espaço
com outros coletivos do estado de São Paulo. O CE porando novos elementos aos discursos. de relatos de impressões, reflexão da ação do gru-
Moji Guaçu encontrou no COEDUCA (CE de Campi- Alguns pensadores da atualidade são referen- po ou seja, de auto-avaliação da própria educação
nas), seu coletivo mais próximo, apoio e referên- ciados nos estudos do GAO. Ao nos reencontrarmos = transformação pessoal. Além deste grupo na
cias para o trabalho de formação. com estes autores na formação do Coletivo Educa-
dor, reavivamos e reacendemos nossa “utopia” de
Reuniões semanais e mudar o mundo para melhor. “Os sete saberes
formação dos PAPS 2 de para uma educação do futuro” de Edgar Morin,
formação: GAO “Caminhos e Encontros da Educação Ambiental”
Os representantes de algumas das instituições (DEA/MMA), “Pedagogia da Práxis” de Moacir Ga-
que inicialmente se propuseram a constituir o CE dotti e “Extensão ou Comunicação” de Paulo Freire
Rio Mojiguaçu para educar socioambientalmente se alternam na práxis, conforme a necessidade.
os educadores ambientais populares, constituíram Nosso cardápio básico nos últimos momentos
o GAO – Grupo Articulador Operacional. Uma vez tem sido o proNEA. E já encontram indicadores
por semana estes 10 PAPs 2 fazem reuniões que de ampliação de conceitos, transformações de vi-
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net, há outras listas: por uma, dialogamos e nos tivos, educação ambiental crítica e pesquisa– Coletivo Educador
formamos PAPs 2 e potenciais PAPs3. Por outras, ação- participante, processo de capilaridade;
com os CEs do Estado de São Paulo. Criamos numa revimos os objetivos e metas do projeto Coletivo
do Rio Mojiguaçu
Chamada Pública 2006
página de relacionamentos a oportunidade de in- Educador Riomojiguaçu; Demos continuidade
tegrar nossas discussões, dúvidas e anseios. com a participação de todos à pesquisa e ma-
Recorte Territorial: Municípios de Mogi Guaçu e
peamento das experiências de enfrentamento
Encontros Municipais de Estiva Gerbi, já com alguns elos em Mogi Mi-
da problemática sócio-ambiental-econômica do
Potenciais PAP’s 3: rim, Itapira, Socorro, Águas de Lindóia, Espírito
recorte territorial.
Santo do Pinhal, onde pretende formar núcleos
O Coletivo realizou 3 encontros para a identifica- O 3º realizado em janeiro de 2008 objetivou
coletivos.
ção de potenciais educadores populares. referenciar a construção do Marco Conceitual.
Instituição proponente e articuladora: Comuni-
O primeiro encontro aconteceu em outubro, com Abrimos o encontro com a Carta da Terra, numa
dade Cooper 3R Rio Mogi Guaçu
os objetivos de seduzir novos parceiros, identificar apresentação digital de Leonardo Boff no Centro
Contatos: /
as instituições, indivíduos e a diversidade de sa- Cultural TUPEC - Tudo pela Cultura. Realizamos
GAO: Bia - Cooper 3R:
beres acadêmicos e populares no território e que uma trilha em ônibus para apreciar e descrever a
(19) 81124824 /38610282/38413016;
nortearão o processo de capilaridade (saber quem paisagem natural, urbana, rural e industrial, finali-
ONG OCA Dodô Teixeira: 97679812; Rita Moreli:
serão PAPs 2, 3 e 4); iniciar um mapeamento de zando com a visita na cobertura do Paço Municipal
ONG TUPEC e Divisão de Cultura: 38311844; Co-
cardápios; levantar os atores, os recursos e as for- para uma vista panorâmica.
munidade Interativa: Cláudia – 38610282; Már-
ças que temos juntos; iniciar a construção do con- O grupo tem se formado aprendendo na práxis:
cio Antonio Ferreira: SAAMA 38617901; Cristiana
ceito de PAP’s - Pesquisa-Ação-Participante. no processo de construção do Coletivo e de seu
Ferraz, Cida Mendes e Márcio Butrico: Sec Saúde,
O segundo Encontro aconteceu em dezembro Projeto Político Pedagógico que vai nortear o Pro-
38611256; AndéiaDudaSecEducação: 38319766.
com reflexões conceituais sobre o que são cole- grama de Formação de Educadores Populares.
E-mail: fonoaudio.bia@terra.com.br
Baixada Santista rumo ao Coletivo Educador
Demandas globais e
Pano de fundo bases de ação e o poder de intervenção dos elos da
caminhos
Num território de nove municípios (Bertioga, REABS solidificam. Assim a rede se consolida como
Guarujá, Santos, Cubatão. São Vicente, Praia espaço de participação legítimo na formulação e Conhecer-se e qualificar-se são as primeiras de-
Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe), o CE implementação de políticas públicas de EA. mandas do coletivo. O III Encontro de EA da Baixada
Serra do Mar se desafia a abraçar 1,7 milhões O CE Serra do Mar está estabelecendo seu chão. Santista – “Rumo ao Coletivo Educador”, realizado
de habitantes. Com grandes diversidades na Em tempos de alta rigidez burocrática e sistemá- em maio de 2007 pela REABS em parceria com a
sociocultura e nos potenciais econômicos, a ticas positivistas, construir estruturas orgânicas é Coordenadoria de EA da Prefeitura de Itanhaém,
convivência constrói cotidianamente a confli- remar contra a maré. Daí vêm dificuldades que o foi uma primeira resposta do grupo à demanda.
tuosa relação humano/Mata Atlântica/zonas grupo efrenta durante o amadurecimento. Teve apoio da Ecosurfi – Entidade Ecológica dos
costeiras. • Falta de recursos Surfistas, Camará – Centro de Pesquisa e Apoio à
• Região extensa, dificuldades de mobilidade Criança e Adolescência, ONG Vida – Vivências, In-
Contribuições: Grupo Gestor • Novidade da proposta de Coletivos Educadores tegrações e Dinâmicas Ambientais, ONG Salva Sel-
Texto: Bruno Pinheiro (CJ Caiçara | REJUMA) em relação hierarquia padrão va, Horto Municipal de São Vicente, Coordenadoria
Com o CE Serra do Mar a REABS – Rede de Educa- • Necessidade de qualificação da EA e de alinha- de EA de Praia Grande, Secretaria de Educação de
ção Ambiental da Baixada Santista – visa enraizar mento teórico Santos e do CJ Caiçara/REJUMA.
a PNEA – Política Nacional de Educação Ambiental • Relação significado-significante entre CE Serra O encontro mapeou instituições e grupos que fa-
no território e se fortalecer. Com o constante apri- do Mar e REABS zem EA e têm potencial para a formar o Educador
moramento da EA e a capilarização do processo, as • Desestímulo pelo caminhar lento Ambiental Popular da ragião. E promoveu troca de