O documento descreve o processo de independência das colônias espanholas na América a partir do final do século XVIII, influenciado pelos ideais iluministas e revoluções na Europa. Líderes como Simón Bolívar e San Martín lideraram as lutas por independência que resultaram na fragmentação dos territórios em novos estados nas décadas de 1810-1825, porém estas nações permaneceram economicamente dependentes da Europa e dos EUA.
2. A transição do século XVIII para o século XIX
Acontecimentos que influenciaram o processo de
independência das Américas:
Independência das 13 colônias (1776):
A formação dos Estados Unidos da América pode ser
considerado o pontapé inicial no processo de independência das
colônias americanas.
Serviu como exemplo e fonte de inspiração para os
movimentos latino–americanos que lutavam pela emancipação
política e pela ruptura do pacto colonial.
O regime republicano, baseado no pensamento iluminista,
exerceu enorme fascínio sobre a aristocracia “criolla” da
América Espanhola.
2
3. A transição do século XVIII para o século XIX
Revolução Industrial (1780):
As relações capitalistas alcançavam distâncias cada
vez maiores.
+
Já em 1713, a Inglaterra passa a ter o direito sobre o
“asiento” (fornecimento de escravos para as colônias) e
o chamado “permiso” (comércio direto com as colônias).
Necessidade de substituir o monopólio comercial pela
livre concorrência: abolição do sistema de “Porto Único”
(1797).
Aumento da
produção
Demanda por
matéria-prima
Demanda mercado
consumidor
3
4. A transição do século XVIII para o século XIX
Revolução Francesa (1789):
Os ideais iluministas de igualdade, liberdade e
fraternidade contra o Antigo Regime
A Era Napoleônica (1799-1815): defesa da República
Francesa e início de novas conquistas (contra as monarquias
absolutistas).
E Portugal? Como ficou diante de Napoleão?
Espanha ocupada pelas tropas de Napoleão
A estrutura político-administrativa em relação às
colônias se desorganizou
4
5. A transição do século XVIII para o século XIX
Juntas Governativas: estratégia para acabar com as
restrições da metrópole. As Juntas, organizadas em várias
cidades pela elite colonial, passaram a defender a idéia de
ruptura definitiva com a metrópole
Com a derrota de Napoleão e a ação do Congresso
de Viena (1815) e da Santa Aliança, intensificaram-se as
lutas pela independência.
A liberdade representava a independência e foi
essa visão liberal e iluminista que predominou
5
7. As lutas pela independência no Vice-Reino
de Nova Espanha (atual México e América Central)
A independência só aconteceu em 1821, com a vitória do
General Itúrbide (espanhol que acabou se proclamando
Imperador do México).
Em 1823, os republicanos expulsaram o general e
proclamaram a República.
O restante do território desse vice-reino também tornou-se
independente em 1821: “Províncias Unidas da América Central”.
Mais tarde, fragmentaram-se em Guatemala, Honduras, El
Salvador e Nicarágua.
As lutas iniciaram em 1810 com Hidalgo e Morellos, liderando
um exército de mestiços, índios e brancos pobres.
7
8. As lutas pela independência nos Vice-Reinos de Nova Granada,
Peru e Rio da Prata
Na América do Sul: San Martín e Simon Bolívar
Organizaram exércitos formados por índios,
mestiços e colonos pobres.
A Inglaterra teve papel preponderante nas lutas pela
independência das colônias hispano-americanas.
San Martín (1775-1850): militar argentino
Argentina (1816), Chile (1818) e Peru (1821)
Simon Bolívar (1783-1830): aristocrata venezuelano
Colômbia (1819), Venezuela (1821), Peru (1821),
Equador (1822) e Bolívia (1825)
8
9. As lutas pela independência nos Vice-Reinos
de Nova Granada, Peru e Rio da Prata
Simon Bolívar defendeu uma postura pan-americana para os
territórios BOLIVARISMO
Defendia a necessidade de união das nações
americanas face à possível contra-ofensiva da Espanha,
apoiada pela Santa Aliança.
Criou a Grã-Colômbia (1819), que duraria até 1830,
mesmo ano de sua morte.
A Grã-Colômbia foi fragmentada em três Estados;
Venezuela, Equador e Colômbia, à qual se integrava o Panamá.
9
11. Quais as propostas dos novos estados nacionais?
Seriam dirigidos e organizados de acordo com os
interesses das elites “criollas”.
Muitos proprietários de terras, comerciantes e liberais
buscavam, com a independência, viabilizar seus “projetos”:
cargos na alta administração
fim do monopólio comercial metropolitano
expansão dos negócios e propriedades
A “mita” foi restabelecida com o nome de
“Serviço à República”
11
12. A fragmentação política e o caudilhismo
A fragmentação política da América hispânica pode ser
explicada pelo próprio sistema colonial, uma vez que as
diversas regiões do império espanhol eram isoladas entre si.
Essa situação favorece também o surgimento de lideranças
locais fortes, os CAUDILHOS, dificultando a realização de um
projeto de unidade colonial.
O Caudilhismo:
O caudilho era (ou ainda é?) um chefe político local,
grande proprietário de terra e que procurava manter as mesmas
estruturas sociais e econômicas herdadas do período colonial.
Convencionou-se como “figura” típica da América Latina,
notadamente dos países surgidos do Império espanhol.
12
13. Independência da América Espanhola X América Portuguesa
Assim como o movimento de independência das colônias
espanholas é tradicionalmente visto a partir dos interesses da
elite, costuma-se compara-lo com o movimento que ocorreu no
Brasil:
participação popular, porém sob liderança dos “criollos”
o caráter militar, envolvendo anos de conflito com a
Espanha;
a fragmentação territorial, processo caracterizado pela
transformação de uma região em vários países livres
adoção do regime republicano - exceção feita ao México
(depois tornou-se uma República)
13
14. Será que mudou alguma coisa?
A inserção de novos estados nacionais no cenário
internacional do trabalho: continuava nos mesmos moldes
coloniais...
X
exportação de matéria-prima
(agrícola e mineral)
importação de produtos
industrializados
valores de mercado diferentes entre produtos
(industrializados X agrícolas)
Balança
Desfavorável
Dívidas
(interna e externa)
Empréstimos
14
15. A dependência ao longo dos séculos XIX e XX: Inglaterra e EUA
À emancipação e divisão política latino-americana segue-se nova
dependência: não mais das antigas metrópoles, porém da Inglaterra.
No início do século XX: início da influência estadunidense que,
gradualmente substitui a inglesa.
Os Estados Unidos “não concordavam” com as práticas de
intervenção dos europeus e com isso se distanciaram da Europa, tudo
isso depois da Santa Aliança (1815).
Diante da insatisfação do governo americano o então presidente,
James Monroe, elaborou a chamada Doutrina Monroe:
15
“A América para os americanos”
16. EM SUMA
No início do século XIX, a América hispânica,
inspirada nas idéias liberais do Iluminismo, travou sua
guerra de independência vitoriosa contra colonialismo
espanhol para, em seguida, fragmentar-se em um
grande número de jovens repúblicas oprimidas por
caudilhos militares, exploradas por oligarquias rurais e
acorrentadas a uma nova dependência econômica
imposta pelo capitalismo industrial inglês e,
posteriormente, estadunidense.
16