O documento discute a fisiologia e psicologia da dor em três parágrafos. Explica que a dor é transmitida por fibras nervosas como uma experiência pessoal e que envolve componentes sensoriais, comportamentais, emocionais e culturais. Também descreve as vias ascendentes da dor, incluindo as fibras A-Δ, C e A-β, e como os impulsos dolorosos são transmitidos à medula espinhal e ao cérebro através dos tratos espinotalâmicos.
Eletroterapia - fisiologia e psicologia da dor vias ascendentes - capítulo 2 Aula 3
1. Cap 2:
Fisiologia e Psicologia da dor
Eletroterapia
Prof: Cleanto Santos Vieira
Vias ascendentes da dor
2. Eletroterapia
• Nenhum mecanismo
envolvido na resposta à
lesão é menos contundente
ou menos conhecido que a
resposta “individual” à dor.
• A dor é uma experiência
pessoal e todos os seres
humanos são suscetíveis a
ela.
• A dor aguda é a principal
razão das pessoa buscarem
tratamento e também a
principal queixa descrita na
avaliação inicial.
Cap 2:
Fisiologia e psicologia da dor
3. Eletroterapia
• A dor é um dos mecanismos
de defesa do corpo que
alertam o cérebro sobre o
risco de seus tecidos estarem
em perigo.
• A resposta à dor é um
fenômeno complexo,
envolvendo componentes,
sensoriais, comportamentais
(motores) , emocionais e
culturais.
• Sua interpretação se baseia
em fatores, biológicos,
psicológicos e sociais
interrelacionados.
Cap2:
Fisiologia e psicologia da dor
4. Eletroterapia
• Os nociceptores são as células
nervosas responsáveis por
enviar ao cérebro, os avisos
sobre o risco da integridade do
organismo.
• Esses “avisos” são
interpretados pelo cérebro
como dor.
• A resposta emocional pode vir
na forma de grito, choro,
desmaio ou pensamento.
• Quando a dor é intensa ou
inesperada, um arco reflexo
imediato ativa a resposta
comportamental.
“O grito” Edvard Munch - 1893
Cap2:
Fisiologia e psicologia da dor
5. Eletroterapia
• Numa queimadura acidental por fósforo, ocorre a estimulação
das fibras nervosas especializadas a mandarem sinais pela rede
de nervos periféricos, através da medula espinhal até o cérebro.
Cap2:
Fisiologia e psicologia da dor
6. Eletroterapia
• Quando os impulsos aferentes alcançam a medula espinhal, forma-se um arco reflexo em um a dois
níveis de entrada espinhal.
• Uma parte desse arco é enviada de volta pelo trato spinal para ativar os músculos necessários para
retirar seu dedo da fonte do estímulo.
• Outros impulsos do reflexo continuam no cérebro e são “traduzidos” como dor, e você responde “Ai!”.
Cap2:
Fisiologia e psicologia da dor
7. Eletroterapia
• Processo da dor:
• Um estímulo nocivo ou
nociceptivo ativa as fibras da
dor.
• Por irritação química ou
deformação mecânica das
terminações nervosas ocorre
a despolarização das fibras da
dor.
• Todos os impulsos nocivos são
transmitidos pelas vias
aferentes para o tálamo, e a
dor provocará os processos
fisiológicos e psicológicos
descritos anteriormente.
Cap2:
Fisiologia e psicologia da dor
8. Eletroterapia
• Modulação da dor:
• A resposta à dor começa com um estímulo nocivo.
• Fontes externas (trauma, queimaduras, cortes), ou fontes internas (distensão, entorse),
podem gerar esse estímulo.
• Após o trauma, substâncias como a bradicinina, prostaglandinas, substância P (que é
um peptídeo produzido nos glânglios da raiz dorsal da medula espinal) e outros agentes
químicos são liberados no interior e ao redor dos tecidos.
Cap2:
Fisiologia e psicologia da dor
Mediador Ação
Bradicininas Estimulação direta da fibra nervosa que transporta os
estímulos nocivos
Prostaglandina Sensibilização das fibras nervosas de forma que
outros mediadores possam iniciar a nocicepção
Substância P Extravasamento de substâncias que podem causar
nocicepção
10. Eletroterapia
• Os antinflamatórios
não esteróides – AINE -
> bloqueiam a
formação de
cicloxigenase,
impedindo a síntese de
prostaglandina
(importantes
mediadores iniciais na
interrupção da dor e
do ciclo inflamatório)
Cap2:
Fisiologia e psicologia da dor
11. Eletroterapia
• A liberação da SP
influencia a transmissão
da dor, deflagrando
vasodilatação e
extravasamento de
bradicinina do plasma,
histamina dos mastócitos
e serotonina das
plaquetas.
• Iniciada a nocicepção, a SP
é também liberada pelas
terminações do axônio das
fibras C, no corpo dorsal,
transmitindo o impulso via
neurônios do corno dorsal.
Cap2:
Fisiologia e psicologia da dor
12. Eletroterapia
• Iniciada a nocicepção, a SP é
também liberada pelas
terminações do axônio das fibras
C, no corpo dorsal, transmitindo o
impulso via neurônios do corno
dorsal.
• Ocorre um processo chamado
de transação, as substâncias
químicas provocam uma
alteração do nervo ou do
ambiente do nervo, permitindo
a ocorrência do potencial de
ação.
• A despolarização das fibras
nervosas mielinizadas e
desmielinizadas ocorre por
causa do aumento da
permeabilidade ao sódio e da
perda de potássio proveniente
do interior da fibra nervosa.
• A despolarização ocorre nos
nódulos de Ranvier, nas fibras
nervosas mielinizadas, e é
responsável pelo aumento da
velocidade de condução.
Cap2:
Fisiologia e psicologia da dor
13. Eletroterapia
• Os estímulos nocivos ativam de
10 a 25% das fibras A-Δ e de 50
a 80% das fibras C.
• Quando estimuladas por
“trauma” mecânico ou calor
intenso as fibras A-Δ produzem
sensação de dor rápida clara e
localizada.
• As fibras C são nociceptores
polimodais ativados por
estímulos, químicos, térmicos e
mecânicos, gerando sensações
difusas e incômodas.
Cap2:
Fisiologia e psicologia da dor
14. Eletroterapia
• Na ocorrência de uma entorse de
tornozelo por exemplo, a sensação
bem localizada, de ardência ou de
queimação, pela ativação da ativação
das fibras A-Δ, é chamada Dor
protopática (primária).
• O indivíduo percebe que ocorreu um
trauma e reconhece a resposta como
“Dor”.
• Em pouco tempos essas primeiras
sensações se transformam em Dor
Latejante, o que marca a ativação das
fibras C e é denominada Dor epicrítica
(secundária)
Cap2:
Fisiologia e pscicologia da dor
15. Eletroterapia
• Um terceiro tipo de fibra nervosa
periférica aferente é a Fibra A-ß, é
um grande mecanoceptor,
mielinizado, com baixo limiar,
responde a toqies leves e à
informação mecânica de baixa
intensidade.
• A estimulação dessas fibras podem
interromper a nocicepção no corno
dorsal da medula espinhal.
• O processo de esfregar a pele ativa
as fibras A-ß, que inibem a
transmissão dos impulsos
dolorosos.
• Teoria das comportas medulares
(estimulação elétrica das grandes
fibras)
Cap2:
Fisiologia e psicologia da dor
16. Eletroterapia
• Vias ascendentes da dor:
• As fibras nervosas A-ß, A-Δ e C se originam na periferia e terminam em áreas
diferentes do corno dorsal, são chamadas de neurônios de primeira ordem.
Cap2:
Fisiologia e psicologia da dor
17. Eletroterapia
• A substância cinzenta da medula espinhal é dividida em
10 camadas de corpos celulares chamadas “Lâminas de
Rexed”
Cap2:
Fisiologia e psicologia da dor
Lâminas de Rexed
18. Eletroterapia
• Antes de se formarem sinapses
nas lâminas, os nervos
periféricos aferentes penetram
no Trato de Lissauer, onde as
fibras A-Δ e C se dividem e
enviam impulsos, para cima e
para baixo, em 1 ou 2
segmentos da coluna espinhal.
• No corno dorsal da medula
espinhal, as fibras A-Δ
pequenas e as C fazem sinapse
com os neurônios e terminam
em várias Lâminas.
Cap2:
Fisiologia e psicologia da dor
Tipo de Nervo Lâminas
Fibras C cutâneas I, II, V
Fibras C Viscerais I, V
Fibras delta-A cutâneas I, II, V, X
Fibras delta-A viscerais I, V
Fibras delta-A maiores III, IV, V
20. Eletroterapia
• Lâmina I -> Os dois neurônios
que interessam são:
• Neurônios de variação
dinâmica ampla (VDA), que
respondem as estímulos
nocivos e não nocivos.
• Neurônios nociceptivos
específicos (NE), que
respondem somente a
estímulos nocivos.
• Esses neurônios da Lâmina I
são parte das células que
compõem o Trato
Espinotalâmico Longo (TET)
Cap2:
Fisiologia e psicologia da dor
21. Eletroterapia
• A substância gelatinosa (SG),
parcialmente localizada no
interior da lâmina II, contém
pequenos neurônios
internunciais que podem
excitar ou inibir a
transmissão dos estímulos
nocivos.
• Os neurônios internunciais
da SG enviam axônios para a
lâmina I e liberam
encefalina e ácido –
aminobutírico (GABA),
ambos inibidores da
transmissão dos estímulos
nocivos.
Cap2:
Fisiologia e psicologia da dor
22. Eletroterapia
• AS Lâminas III e IV são compostas de
neurônios de variação dinâmica ampla
e mecanorreceptores de limiar baixo,
que tem papel limitado na modulação
e transmissão da dor.
• A Lâmina V revela importantes
sinapses de fibras A-Δ e fibras C no
corno dorsal, possuindo um grande
número de NVDA, que respondem a
um espectro de estímulos (toques
leves, pressão mecânica, calor).
• Os NVDA provenientes das Lâminas I e
V são a maioria das fibras do trato
espino-talâmico, origem dos neurônios
de 2ª ordem e término dos neurônios
de 1ª ordem.
Cap2:
Fisiologia e psicologia da dor
23. Eletroterapia
• Os neurônios de 1ª ordem vão
da periferia para a sinapse no
glânglio da raiz dorsal e da
lâmina antes de cruzarem a
medula espinhal em direção ao
Trato-espinotalâmico.
• O estímulo nocivo é então
enviado ao cérebro por duas vias
diferentes:
• Trato neo-espinotalâmico (TNET)
e Trato paleo-espinotalâmico
(TPET), também chamados de
Tratos espinotalâmicos lateral e
ventral.
• Melzak e Wall descrevem o trato
neo-espinotalâmico como a via
sensório-discriminativa da dor
Cap2:
Fisiologia e psicologia da dor
24. Eletroterapia
• A formação reticular (rede de células
e fibras localizadas no tronco
cerebral) regula respostas motoras,
sensitivas e autônomas a estímulos
nocivos, permitindo que a pessoa
ferida responda rapidamente aos
estímulos.
• O sistema límbico ajuda a integrar a
função superior do cérebro com
reações motivacionais e emocionais,
sendo responsável pelas qualidades
afetivas do corpo, reações de
recompensa, punição, impulsos
aversivos e reações de medo à dor.
• Melzak e Wall o denominaram
sistema motivacional-afetivo.
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fisiologia e psicologia da dor
25. Eletroterapia
Áreas do Trato Paleo-espinotalâmico
Área Função
Medula Oblonga Controla as funções autônomas (batimento cardíaco,
respiração e vômito) liga a medula espinhal com o
cérebro
Mesencéfalo Funciona como centro para muitos reflexos e ajuda a
coordenação de movimentos e do movimentos ocular.
Hipotálamo Controla a liberação de hormônios do sistema
endócrino. Por meio desse mecanismo, o hipotálamo
regula o metabolismo e a resposta ao estresse.
Tálamo Influencia o humor e os movimentos do corpo que
estão associados com o medo, ansiedade, dor e raiva.
Sistema Límbico Ligado às emoções e, por meio do giro cingulado,
controla a resposta visceral às emoções e a sensação
de dor e prazer.
Susbtância cinzenta periaqueductal Controla hormonalmente a liberação de Β-endorfina e
de outras substâncias químicas redutoras da dor.
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Fisiologia e psicologia da dor