O documento discute os processos de formação de palavras no português, especificamente a derivação nominal e verbal. Apresenta os tipos de derivação nominal, como afixação por prefixo, sufixo e infixo. Também aborda a derivação verbal por meio de prefixação e sufixação, indicando os significados carregados pelos afixos verbais, como aspectos incoativo, causativo, diminutivo e frequentativo.
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
Apresentação morfossintaxe cópia
1. INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR PRESIDENTE
KENNEDY – IFESP
CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE
EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM LETRAS –
HABILITAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA
SEMINÁRIO DE MORFOSSINTAXE I
PROFESSORA: Aparecida
2. FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS
DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
APRESENTAÇÃO:
• GECIANE: Derivação Nominal; tipos de derivação.
• JOVANIR: Derivação Prefixal; Derivação Progressiva.
• MICARLA: Derivação Infixal.
• MARIA: Derivação por sufixo zero.
• NEIRLY: Derivação Verbal; prefixação e sufixação.
• EDSON: Infixação; Derivação por sufixo zero.
• CÉLIA: Parassíntese.
3. FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS
DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
DERIVAÇÃO NOMINAL – (GECIANE)
É o processo pelo qual palavras novas são criadas a partir de outras já
existentes na língua portuguesa. as palavras novas são denominadas derivadas
e as que lhes dão origem, primitivas.
4. As palavras são formadas por pequenas partes (morfemas). Podemos
criar palavras a partir do elemento que contém o significado básico da
palavra. Baseando-se em palavras já existentes na língua, podemos criar
palavras novas. No sentido literal do título em questão, constatamos que
se trata da formação de algo a partir de uma base já existente.
Constatação esta que se encontra intrinsecamente relacionada ao
processo de formação de palavras das quais utilizamos para formar nosso
léxico. Partindo-se dessa premissa, há que se mencionar que na Língua
Portuguesa há dois processos básicos de formação de palavras: a
derivação e a composição. A derivação, alvo principal de nossos estudos,
consiste na formação de novas palavras a partir de uma palavra primitiva,
ora materializada por meio de afixos. Desta feita, tomemos como ponto de
partida a palavra “terra”, assim evidenciada:
FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS
DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
5. FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS
DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
“A língua não é estática e possui
mecanismos próprios que criam palavras
novas para expressar novas ideias’’.
Mesquita (2002)
As formas primitivas se constituem apenas
de núcleos ou semantemas seguidos ou
não de morfes flexionais.
E X: JARDIM
As formas secundárias acrescentam-se
outros elementos, o sufixo [eiro] sendo
assim uma forma secundária.
EX: JARDINEIRO
6. SUFIXOS DERIVACIONAIS
Funcionam como elementos que emprestam significados acessórios ao
semantema vocabular ou servem para mudar a palavra de uma classe ou
função gramatical para outra.
EX: Pedra (nome)- Pedreiro (nome)
EX: Matar (verbo)- Mata [dor] (nome)
EX: Cheiro (subst)-Cheiroso (adjetivo)
As formas derivadas são arrizotônicas (O acento se desloca da base para o
sufixo).
EX: Ouro+[ama]= Ourama
EX: Lindo+[eza]= Lindeza
EX: Alegre+ [ia] = Alegria
Exceções: Persa+[ico]=Pérsico
Globo+[ulo]=Glóbulo
Ferro+[eo]=Férreo
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DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
7. Quando ocorre a adjunção de qualquer sufixo iniciado por vogal acarreta a
elisão ou crase da vogal temática da base:
EX: Frio + [ura]=Frioúra-Friúra
EX:Via+[ário]=Viaário--- Viário
EX:Dia+[urno]=Diaurno-Diurno
A derivação em Português tem caráter concatenante e a observância a um
processo cíclico.
EX:Sentimentalismo
4[ 3[ 2[ 1[Senti(r)]vment(o)]nal]Aismo]N
Sentir+ [mento] + [al]+[ismo]
FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS
DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
8. TIPOS DE DERIVAÇÃO
A complexidade estrutural das palavras exige que o processo
de derivação se apresente em várias modalidades.
a)acrescentando-se prefixo(s)-justo---injusto
b)acrescentando-se sufixo(s)-porta---porteiro
c)introduzindo-se um infixo-picar---pinicar
d)mudando-se o tema-voar---vôo
e)mudando-se a classe gramatical-viver---o viver
FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS
DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
9. FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS
DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
Derivação prefixal – (JOVANIR)
Gramáticos, quando se distinguem as diversas modalidades de
derivação enfrentam um sério problema: Saber se as palavras
formadas por prefixação são derivadas ou compostas.
60% dos autores são da opinião que a prefixação inclui no
mecanismo da derivação.
Há, porém, gramaticais e linguísticas que inclui os prefixos no
processo da composição.
Alguns dos prefixos morfes que hoje são verdadeiras raízes
como, por exemplo: Extra e Contra. Por isso entram na
composição de compostos.
10. FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS
DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
Derivação Progressiva
Quando há acréscimo no sufixo. As gramáticas
costumam usar a expressão derivação
progressiva.
Há expressão também sugere a derivação
regressiva em vez do acréscimo do sufixo ocorre à
perda de elementos.
Exemplo:
Grande – grandioso
Grandioso – grandiosíssimo.
11. FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS
DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
DERIVAÇÃO INFIXAL - (MICARLA)
Embora em geral se diga não existir infixação na língua portuguesa, cremos
haver demonstrado em Monteiro (1999) a ocorrência de vocábulos derivados
mediante a adjunção de morfes que apresentam todas as características dos
infixos. Um dos casos bem curiosos é o da inserção do morfe [inh] em
vocábulos masculinos de tema em /a. Cinem-inh-a, samb-inh-a.
Mas há outros casos que merecem reflexão. Assim, na formação dos
hipocorísticos, a mesma regra de infixação ocorre quando o prenome ou
sobrenome, embora se referindo ao sexo masculino, termina por/a:
o Batista o Batistinha etc...
É verdade que ao fim de muitos hipocorísticos aparece a mesma vogal,
independente de como finda o prenome, conforme se constata em Zeca ou
Zequinha (de José), Pedroca (de Pedro). Mas, quando ela já existe no nome
próprio, não há como negar a sua retomada após a inserção do morfe no
diminutivo. Assim, é de fato que alguns dos sufixos que expressam a ideia de
pequenez (por exemplo, (eto em livreto ou caderneta) servem igualmente para
indicar depreciação, procedência ou origem). E aí também se tornam infixos,
se a palavra primitiva termina em /a.
12. FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS
DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
Além dessas situações, os infixos formam hipocorísticos quando a base
termina por /s.
Eis alguns dos muitos exemplos:
Carl...os - Carl-inh-os, Carl-it-os
Marc...os - Marqu-inh- os
Domining...os - Domingu-inh-os
O prenome aqui é realmente bipartido para a inseção do morfe: a
terminação do hipocorístico é a mesma do prenome. Essa retomada
não vale para os nomes comuns terminados em /s. Assim, um
substantivo como adeus faz o diminutivo mediante ao o acréscimo do
sufixo (inho): adeusinho.
13. FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS
DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
DERIVAÇÃO POR SUFIXAÇÃO ZERO OU IMPRÓRIA –(MARIA)
Ocorre quando há mudança de sentido e de classe gramatical.
Ex. Só compramos coisas baratas na feira.
adjetivo
Cara, a festa estava um tremendo barato.
substantivo
15. Colado o couro aos pés, o olhar atento
adjetivo substantivo
(...) Ele se lança mais rápido que o próprio pensamento
advérbio
Derivação por sufixação zero ou regressiva
Ocorre quando a terminação do verbo é substituída pelas
desinências a, e ou o dando origem a um substantivo.
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DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
16. POUSO DA BOIADA
Pouso de boiadas...
-A espaço.
Nas dobras,
Nas voltas,
No retorcido das estradas.
Pouso das boiadas.
À s´tância
Das marchas calculadas.
Porteira a cadeado.
Xiringa de coragem.
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DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
17. O gado cansado
Recanteado, esmorecida, espera.
Um mar de reboliços misturados,
De ancas, de patas, de dorso e de chifres,
Vai entrando engarrafado
Na xiringa da contagem.
Janta, café. Golada...
Descanso nas redes,
Nos pelegos, pelo chão
Morre o fogo do cozinheiro.
Conversa à toa, rede a rede.
Lume de cigarro
Faisca de isqueiro, longe retardado,
Buzina um caminhão ( Cora Coralina)
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DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
18. Pouso de boiadas
verbo: pousar/ pouso: substantivo
Janta. Café. Golada
Jantar: verbo/ janta:substantivo
Conversa à toa
Conversar: verbo/ conversa: substantivo
Na voltas
Voltar: verbo/ Voltas: substantivo
Descanso nas redes
descansar: verbo/ descanso substantivo
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DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
19. FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS
DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
DERIVAÇÃO VERBAL – (NEIRLY)
Quando a palavra nova, no caso um verbo, for obtida pelo acréscimo de afixos
ao radical.
É em essência o mesmo da derivação nominal.
Constitui-se dos seguintes mecanismos:
Prefixação
Processo, onde ocorre o acréscimo de prefixo à palavra primitiva.
Há prefixos que preferencialmente costumam anexar-se a bases verbais e
formam novos verbos. Tal o caso de [re] e [des].
Ex: fazer desfazer
ligar religar
Exceção- deságio e desamor.
20. Costuma-se pensar que o morfe [re] é próprio da formação de
verbos. E, sendo assim, para um nome como repescagem,
deve-se propor a análise.
[[re[pesc(ar)v]vagem]N
Ou seja, do verbo pescar se formou repescar por prefixação e
daí, por sufixação, o substantivo repescagem. Em muitos
casos, os prefixos são acrescentados a bases verbais que não
se realizam por dificuldades de conceptualização, como no caso
de [des] em descascar, desbundar, descabelar e desmatar,
pois em referencia a que atos ou fenômenos se poderiam
empregar cascar e cabelar.
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DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
21. FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS
DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
Quanto ao prefixo [re], Ortega (1990) entende que ele só pode ser
acrescentado a verbos que possam implicar uma mudança em seu
objeto, como reconstruir (uma casa) ou remodelar (um escritório), o
que não pode acontecer em “reestar” e “remorrer”, por exemplo.
Sufixação
Processo, onde ha o acréscimo de sufixo a palavra primitiva.
Os sufixos verbais são pouquíssimos, se comparados aos nominais,
mas alguns se destacam pela elevada produtividade.
As noções aspectuais mais comuns presentes nos sufixos verbais
são:
a) aspecto incoativo- traduz-se o inicio da ação, estado ou
fenômeno mediante o sufixo [ec(er)]~[esc(er)].
Ex. escuro escurecer
flor florescer
22. b) aspecto causativo- o sentido de produzir uma ação ou de
transformar uma situação é bem percebido através dos morfes
[iz(ar)], [it(ar)] e [ent(ar)].
Ex. legal legalizar
fácil facilitar
fuga afugentar
c) aspecto diminutivo- os sufixos que expressam essa noção em
geral são [ic(ar)], [isc(ar)], [inh(ar)] e [it(ar)]
Ex. beber bebericar
cuspir cuspinhar
lamber lambiscar
dormir dormitar
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DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
23. FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS
DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
d) aspecto frequentativo- a ideia de ação repetida esta presente,
sobretudo em [ej(ar)], [uc(ar)], [e(ar)] e [ilh(ar)].
Ex. claro clarear
voo voejar
bater batucar
dedo dedilhar
Obs.1 Modernamente só se produzem verbos de primeira conjugação.
Por outro lado é notável a formação de neologismos.
I- Adjetivo + [iz(ar)]
ideal idealizar
suave suavizar
II- substantivo + [iz(ar)]
Canal canalizar
Horror horrorizar
24. FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS
DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
Obs2. Não é licito produzir neologismos sem conhecer bem as regras
de derivação.
O adjetivo ridículo mais o sufixo [iz(ar)] daria normalmente ridiculizar.
Todavia, o verbo que se usa hoje é ridicularizar.
Neologismos como internalizar e externalizar não são bem
formados, uma vez que se associam a internal e external. Os verbos
deveriam ser internizar e externizar, seguindo o modelo de
eternizar.
Hoje se fala até em minimalizar em vez de minimizar.
Há os casos em que os verbos se formam de nomes compostos,
passando-se do processo de composição para o da derivação.
Ex. [[dem(o)] [crat] iz (ar)]].
25. FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS
DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
Infixação – (EDSON)
Os infixos que operam no processo de derivação verbal são de
caráter diminutivo ou frequentativo e, assim como os sufixos que
expressam essa mesmas noções, têm a peculiaridade de não
mudar a classe gramatical do vocábulo. Registramos três morfes
infixados na formação de verbos em português: [in], [ic] e [it].
Exemplos:
Picar pinicar
Adoçar adocicar
Saltar saltitar
Se pinicar deriva de picar, como de fato deriva, o segmento [in] só
pode ser um infixo. Igualmente, se entendermos que adocicar vem
de adoçar, e não de doce. De doce deriva-se por parassíntese
adoçar e daí se forma adocicar, em que o segmento [ic]
acrescenta a noção diminutiva. Se adocicar, tem todas as
características de um derivado por infixação.
26. FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS
DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
Resta esclarecer que a infixação não ocorre quando o verbo deriva
de um nome. Observando pares do tipo florar / florear ou voltar /
voltear, há o risco de se pensar que haja a inserção do morfe [e] de
modo semelhante ao que vimos em saltar saltitar.
Derivação por Sufixo Zero
Outra modalidade altamente produtiva dentro do mecanismo da
derivação verbal é a suposição do sufixo zero. A terminação [ar],
constituída de vogal temática e desinência, se aplica a bases
nominais ou a radicais presos. Em relação a coroar, existe a forma
primitiva coroa. Todavia, louvar e amar não derivam de louvor e
amor, devendo-se entender que nesse caso as bases não se
realizam como formas livres.
Há quem entenda que, em exemplos como esses, nem o verbo
deriva do nome nem o nome deriva do verbo.
27. FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS
DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
Para os verbos florar e florir não encontrará qualquer segmento
fônico que possa ser considerado sufixo. Ora, como estas são de
fato formas derivadas de flor, devem trazer a marca da derivação.
Em razão disso, a melhor técnica é pressupor a existência de um
morfe zero e aplicar a comutação:
28. FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS
DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
Parassíntese –(CÉLIA)
Comumente entendida como a adjunção simultânea de um prefixo e um
sufixo a uma base, produzindo-se com isso um derivado verbal.
Pode ser interpretada como a aplicação de um morfe descontínuo ou
circunfixo. Ou seja, um segmento que se inicia antes da base e é
interrompido para ser retomado depois dela. Assim:
O segmento após a base pode não realizar-se fonicamente,, como nos
exemplos abaixo:
29. Devemos, pois, ter em mente as seguintes características dos
parassintéticos, com o fim de evitar análises incorretas:
a) Não basta que o vocábulo tenha prefixo e sufixo. É necessário
que ambos os elementos constituam um morfe único, como
partes de um segmento que são aplicadas concomitamente
antes e depois do radical. Na palavra recapeamento, o
prefixo [re] e os sufixos [e (ar)] e [mento] não foram
colocados ao mesmo tempo. De capa formou-se o verbo
capear; daí recapear e, em seguida, recapeamento. Assim:
[[recap(a)]ea(r)]]mento]. Logo, não se trata de parassintético.
FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS
DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
30. FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS
DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
b) Em geral, a primeira parte do morfe descontínuo que ocorre nos
parassintéticos, embora pareça um prefixo, não apresenta qualquer
significado. O [a] inicial do verbo amortizar ou o [en] de enfraquecer
nada significam. Diferentemente, o prefixo [in] de infelicidade ou o [a]
de amoral trazem ideia de negação ou privação.
c) Retirando-se a parte inicial de um parassintético, quase sempre não
restará uma palavra inteira. Isolando-se o [a] de amanhecer, sobra
*manhecer, o que não acontece com reflorescimento em que,
separando-se o [re], ainda se tem florescimento.
Mais exemplos de verbos formados pela parassíntese:
31. FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS
DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
Conceitos de alguns estudiosos, referentes a derivação
parassintética:
A parassíntese é particularmente produtiva nos verbos, e a
principal função dos prefixos vernáculos a- e- em- (en-) é a de
participar desse tipo especial de derivação: a-doç- ar/ en-tard-ecer,
a-munhec-ar/ em-velh-ecer. (CUNHA, p. 119).
Damos o nome de derivação parassintética ao processo de
formação de palavras que consiste na adição simultânea de prefixo e
sufixo a uma base para a formação de uma palavra. (BASÍLIO, p.
43).
Basílio afirma que, tradicionalmente, o reconhecimento se faz pela
possibilidade ou não de se extrair um dos afixos da construção e ter
como resultado uma palavra da língua. Havendo a possibilidade, a
construção não seria considerada parassintética.
32. A parassíntese, denominação que a Nomenclatura Gramatical
Brasileira (NGB) aboliu, embora o fenômeno exista e persista: é a
derivação simultaneamente prefixal e sufixal. Prefixo e sufixo
teriam certa semelhança com significantes descontínuos, que se
articulam a uma base em um mesmo momento. (CARONE, p. 41).
A profª Flávia de Barros Carone considera que há na parassíntese
um problema não resolvido, pois seria necessário estabelecer
duas subcategorias: os parassintéticos que se formam com prefixo
e sufixo (enternecer, esclarecer, amanhecer) e os que se formam
apenas com prefixo e desinências verbais (engavetar, esburacar,
aclarar).
FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS
DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
33. Uma breve apreciação do estudo realizado
Gramáticos e linguistas dizem que a derivação se faz por meio da
anexação de afixos a uma palavra primitiva. Esse processo se divide, em
prefixal e sufixal.
A gramática escolar, no que diz respeito ao ensino da derivação, ainda
encontra-se ligada a aspectos estruturais, os quais trazem pouca
significação para o aprendizado.
O importante na derivação é mostrar ao aluno a alteração semântica
produzida pelo afixo.
O vínculo do ensino deste conteúdo, que se propõe a estabelecer com a
vida diária do aluno, é exclusivamente para a aquisição dos
conhecimentos necessários à compreensão dos processos de forma
efetiva.
FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS
DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
34. BASÍLIO, Margarida. Teoria lexical. São Paulo : Ática, 2000.
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 37aed. rev. e
ampl. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001.
CARONE, Flávia de Barros. Morfossintaxe. 6a ed. São Paulo: Ática,
1997.
CUNHA, Celso Ferreira da. Gramática da Língua Portuguesa.
11aed. Rio de Janeiro : FAE, 1986. MONTEIRO,J.L.Morfologia
Portuguesa.4.ed.São Paulo:Pontes,2002,p.149-157.
MESQUITA,R.M.Gramática da língua portuguesa.8ed.São
Paulo:Saraiva,2002.
PASCHOALIN,M.A.Gramática: teoria e exercícios/Paschoalin &
Spadoto.-Ed.renovada.-São Paulo:FTD,2008.
TERRA, Ernani. Gramática, literatura & redação para o ensino
médio/ Ernani & Nicola. – São Paulo Scipione, 1997.
Site:www.brasilescola.com/gramaticaderivação.htm.
REFERÊNCIAS
FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS
DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL
35. COMPONENTES
CÉLIA MARIA DE OLIVEIRA TAVARES
GECIANE CARLA
MARIA NEIRLY
JOVANIR
MARIA NASCIMENTO
FRANCISCA MICARLA
EDSON EUGÊNIO
2ª LICENCIATURA – LETRAS – TURMA 06
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