SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  31
Télécharger pour lire hors ligne
2006




 2006
                                                   Histórias de Sucesso




     Agronegócios • Mandiocultura e Fruticultura
                                                   Agronegócios • Mandiocultura e Fruticultura




Histórias de Sucesso
COPYRIGHT © 2006, SEBRAE – SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO
E PEQUENAS EMPRESAS

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – É permitida a reprodução total ou parcial,
de qualquer forma ou por qualquer meio, desde que divulgadas as fontes.

Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Armando de Queiroz Monteiro Neto
Diretor-Presidente: Paulo Tarciso Okamotto
Diretor-Técnico: Luiz Carlos Barboza
Diretor de Administração e Finanças: César Acosta Rech
Gerente da Unidade de Gestão Estratégica: Gustavo Henrique de Faria Morelli
Gerente da Unidade de Atendimento Coletivo – Agronegócios e Territórios Específicos:
Juarez Ferreira de Paula Filho
Coordenadora Nacional do Projeto Casos de Sucesso: Renata Barbosa de Araújo Duarte
Comitê Gestor do Projeto Casos de Sucesso: Eligeneth Resplande Pimentel – Sebrae/TO,
Fabrícia Carneiro Fernandes – Sebrae/AL, Renata Mauricio Macedo Cabral – Sebrae/RJ,
Rosana Carla de Figueiredo Lima – Sebrae Nacional, Tânia Aparecida Silva – Sebrae/GO
Colaboradores: Beatriz Bello Rossetto, Edson Fermann, Emanuel Malta Falcão Caloête,
Francisco José da Nóbrega Cesarino, Lucy Vaz da Silva, Mário Lúcio de Ávila, Murilo de
Aquino Terra, Sávio Alves Borges Júnior, Thais Luz Pereira
Tutoria Nacional: Daniela Abrantes Serpa – M.Sc., Sandra Regina H. Mariano – D.Sc.,
Verônica Feder Mayer – D.Sc.
Diagramação: Adesign
Produção Editorial: Buscato Informação Corporativa


    D812hm Histórias de sucesso: agronegócios : mandiocultura e fruticultura /
               Organizado por Renata Barbosa de Araújo Duarte. – Brasília:
               SEBRAE, 2006.

               92 p. : il.



                   Estudo de caso. 2. Empreendedorismo. 3. Agronegócio.
               4. Mandiocultura. 5. Fruticultura. I. SEBRAE. II. Duarte, Renata
               Barbosa de Araújo.
                                                           CDU 37.013:37.046.14


                                         BRASÍLIA
                     SEPN – Quadra 515, Bloco C, Loja 32 – Asa Norte
                                    70.770-900 – Brasília
                        Tel.: (61) 3348-7100 – Fax: (61) 3347-4120
                                    www.sebrae.com.br
AGRONEGÓCIOS — MANDIOCULTURA E FRUTICULTURA



PROJETO CASOS DE SUCESSO

OBJETIVO
   O Projeto Casos de Sucesso foi concebido em 2002 a partir
das prioridades estratégicas do Sistema Sebrae com a finalidade
de disseminar na própria organização, nas instituições de ensi-
no e na sociedade as melhores práticas empreendedoras,
individuais e coletivas, observadas no âmbito de atuação do
Sebrae e de seus parceiros, estimulando a sua multiplicação,
contribuindo para a obtenção de resultados e fortalecendo a
gestão do conhecimento do Sebrae.


METODOLOGIA DESENVOLVENDO CASOS DE SUCESSO
   A metodologia adotada pelo projeto é uma adaptação do
consagrado método de estudos de caso aplicado em Babson
College e Harvard Business School. Foi criada com o objetivo
de garantir a qualidade do conteúdo e nivelar a formação
didática dos escritores e de seus orientadores acadêmicos. Ela
se baseia na história real de um protagonista que, em um dado
contexto, encontra-se diante de um problema ou de um dilema
que precisa ser solucionado. O método estimula o empreen-
dedor ou aluno a vivenciar uma situação real, convidando-o a
assumir a perspectiva do protagonista na tomada de decisão.


O LIVRO HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
   Este trabalho é o resultado de uma das ações do Projeto
Casos de Sucesso, construído por colaboradores do Sistema
Sebrae, parceiros, consultores e professores de instituições de
ensino superior parceiras. Esta coletânea é composta por oito
volumes, que descrevem 42 estudos de ações empreendedoras,
divididos por área temática:
• Agronegócios: Ovinocaprinocultura, Leite e Derivados
• Agronegócios: Apicultura
• Agronegócios: Mandiocultura e Fruticultura


                                  HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
AGRONEGÓCIOS — MANDIOCULTURA E FRUTICULTURA



•   Comércio e Serviços: Comércio Varejista
•   Comércio e Serviços: Artesanato
•   Comércio e Serviços: Turismo
•   Indústria: Têxtil e Confecções, Madeira e Móveis
•   Indústria: Petróleo e Gás Natural


DISSEMINAÇÃO DOS CASOS DE SUCESSO DO SEBRAE
   Internet:
   O site Casos de Sucesso do Sebrae (www.casosdesucesso.
sebrae.com.br) visa divulgar o conhecimento gerado nas diver-
sas situações apresentadas nos casos, ampliando o acesso aos
estudos para todos os interessados.
   Além dos casos da coletânea 2006, o site apresenta estudos
das edições 2003, 2004 e 2005, organizados por área de conhe-
cimento, região, município e palavra-chave. Há ainda vídeos,
fotos e artigos de jornal que ajudam a compreender o cenário
em que os casos se passam. O site disponibiliza também um
manual de orientações para instrutores, professores e alunos so-
bre como utilizar um estudo de caso para fins didáticos.
   As experiências relatadas apresentam iniciativas criativas e
empreendedoras para o enfrentamento de problemas tipica-
mente brasileiros, podendo inspirar a disseminação e aplicação
dessas soluções em contextos similares. Esses estudos estão em
sintonia com a crescente importância que os pequenos negócios
vêm adquirindo como promotores do desenvolvimento e da
geração de emprego e renda no Brasil.

    Boa leitura e aprendizado!


                                                             Gustavo Morelli
                                          Gerente da Unidade de Gestão Estratégica


                                        Renata Barbosa de Araújo Duarte
                                Coordenadora Nacional do Projeto Casos de Sucesso




HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
MANDIOCULTURA: GOVERNANÇA
           LOCAL NO AGRESTE DE ALAGOAS
                                                                           ALAGOAS
                                                               MUNICÍPIO: ARAPIRACA




A     cidade de Arapiraca, situada no semi-árido alagoano era,
      em 2005, o centro de uma região que congregava 14 mu-
nicípios com Índice de Desenvolvimento Humano1 (IDH) que
variava de 0,535 a 0,666. Dadas as características do clima e do
solo, os habitantes locais cultivavam a mandioca como ativida-
de produtiva desde o período colonial. Tanto o plantio quan-
to a transformação da mandioca em farinha sempre se deu em
bases artesanais, com uso de tecnologia rudimentar desprovi-
da de qualquer técnica para seu melhor desempenho produti-
vo e econômico. Como conseqüência, os produtores ficavam
predispostos ao risco de acidentes, ocasionando perda de sub-
produtos, baixa produtividade, baixos preços, contaminação
ambiental e qualidade duvidosa. A reputação popular confir-
mava: “a farinha não é boa”.
    José Renildo Moura, assim como muitos outros produto-
res de farinha, trabalhava de forma isolada, com acesso res-
trito a linhas de financiamento e à assistência técnica,
operando na informalidade, descumprindo ocasionalmente
normas e regulamentações sanitárias, trabalhistas e ambien-
tais. Essa situação desfavorável era compartilhada por cerca
de 450 casas de farinha que beneficiavam parte da mandioca
plantada e colhida por aproximadamente 20 mil produtores.

Marcos Antônio Martins Fontes, consultor do Sebrae/AL, elaborou o estudo de caso sob
orientação da professora Cláudia Milito, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL),
integrando as atividades do Projeto Casos de Sucesso, do Sebrae.
1
  Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa de pobreza,
alfabetização, educação, esperança de vida, natalidade e outros fatores para os diversos
países do mundo. O índice foi desenvolvido em 1990 pelo economista paquistanês
Mahbub ul Haq, e vem sendo usado desde 1993 pelo Programa de Desenvolvimento das
Nações Unidas em seu relatório anual. (Wikipédia-http://pt.wikipedia.org/wiki/IDH).



                                            HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006     1
Edson Luiz dos Anjos




                       DESCASCADORA DE MANDIOCA NA ESTAÇÃO DE TRABALHO
Edson Luiz dos Anjos




                               CASA DE FARINHA DO APL MADIOCA
MANDIOCULTURA: GOVERNANÇA LOCAL NO AGRESTE DE ALAGOAS – AL




A fama de “a farinha não é boa” e as irregularidades da pro-
dução dificultavam o crescimento do negócio em toda a re-
gião do agreste alagoano.
    Renildo, como era conhecido na região, sofreu na pele as
conseqüências do descumprimento da legislação trabalhista.
No ano de 2000, ele e vários outros produtores foram autua-
dos pelo Ministério do Trabalho com pesadas multas, após a
constatação de irregularidades na contratação da mão-de-obra
temporária. Mais tarde, em 2002, Renildo e os demais fari-
nheiros perceberam que a contratação de mão-de-obra em
conformidade com a legislação trabalhista era apenas um dos
inúmeros problemas que compartilhavam. Além disso, para
sair daquela difícil situação, precisariam se unir e contar com o
apoio de diversas instituições, pois a sustentabilidade da ativi-
dade dependia de grandes investimentos. Renildo e os demais
farinheiros não tinham acesso a recursos para tal.
    Encontrar uma forma para contratar mão-de-obra de forma
legal e que viabilizasse o negócio; investir nas instalações,
equipamentos e treinamento da mão-de-obra para melhorar a
qualidade do produto final; melhorar a imagem do produto lo-
cal; encontrar alternativas para produzir sem agredir o meio
ambiente. Esses eram os grandes desafios que precisavam ser
enfrentados naquele momento.


MANDIOCA: UMA TRADIÇÃO, UMA REALIDADE


A    mandioca sempre foi um produto de consumo secular na
     mesa do nordestino, principalmente em Alagoas. Para o
povo do agreste alagoano, ela representava muito mais que
uma importante fonte de alimento e de renda, sobretudo após
o declínio da produção de fumo na região. A população tinha
forte apego ao plantio de mandioca, à fabricação de farinha
e ao local em que vivem.

                                   HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006   3
AGRONEGÓCIOS — MANDIOCULTURA E FRUTICULTURA




    Aliás, motivo para isso era o que não faltava. A mandioca,
presente quase que exclusivamente na pequena propriedade,
era uma das poucas culturas capazes de se desenvolver no
clima adverso do agreste alagoano e com o pouco trato dado
pelos produtores, em sua maioria de baixa renda. A grande
área plantada com mandioca propiciou, ao longo dos anos,
a construção de casas de farinha, caracterizando um impor-
tante segmento produtivo na região.
    Durante a década de 1990, pela primeira vez o setor obte-
ve apoio governamental para o fortalecimento da atividade em
Alagoas. Foram reformadas ou construídas aproximadamente
450 casas de farinha em 14 municípios do entorno de Arapi-
raca. A idéia era de que haveria o aquecimento dos negócios
na região a partir dessa iniciativa.
    Renildo começou a trabalhar como corretor de farinha aos
14 anos. Aos 17, montou a sua primeira casa de farinha em
Girau do Ponciano, no povoado Caldeirões, na região agreste
de Alagoas. Com a unidade instalada com dois fornos, passou
a processar a mandioca de diversos produtores para obter a
farinha a ser vendida no mercado.
    A realidade dos produtores de mandioca não era fácil. A
renda per capita média nos municípios da região de Arapiraca
variava entre R$ 47,94 e R$ 129,21. Certamente, o baixo nível
de renda refletia o baixo nível de escolaridade e de outras
condicionantes, como comprova o IDH da região que, em
2000, variava de 0,535 a 0,666, com vários municípios apre-
sentando índices inferiores ao do Estado de Alagoas (0,649),
27ª posição no ranking nacional.
    O apoio governamental feito na década de 1990 se restrin-
giu à construção civil e aquisição de equipamentos. Nada foi
feito em termos de organização setorial, acesso a financia-
mento para capital de giro das empresas, capacitação geren-
cial, etc. Em decorrência disso, muitas das casas de farinha
fecharam por falta de competitividade.

4   HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
MANDIOCULTURA: GOVERNANÇA LOCAL NO AGRESTE DE ALAGOAS – AL




    Para agravar ainda mais a situação, o investimento caiu por
completo no esquecimento do governo. Mas o mesmo não
ocorreu com cerca de 20 mil produtores da região. Para eles,
além de outras culturas como milho, feijão, tubérculos, horta-
liças e o fumo, a mandioca sempre teve espaço garantido nas
pequenas unidades familiares, que raramente ultrapassam
dez hectares. Com a decadência da cultura do fumo, a mais
importante do passado na região, a mandioca foi ocupando
espaços cada vez mais importantes, assim como também a
produção de farinha.
    Nesse cenário, Renildo desenvolvia a sua atividade, cuja
produção alternava períodos de preços atrativos com períodos
de preços que mal cobriam os custos. Proprietário de uma
das maiores casas de farinha da região, comprava raízes de
vários produtores e contratava temporariamente numerosos
contingentes de mão-de-obra para descascar, manualmente,
toneladas de mandioca, etapa fundamental na produção de fa-
rinha. Essa mão-de-obra utilizada nas casas de farinha sempre
foi constituída de mulheres, comumente acompanhadas de
seus filhos pequenos, uma vez que não tinham com quem
deixá-los enquanto trabalhavam para o sustento da família.
    Assim, Renildo e vários outros empresários de farinha e
produtores de mandioca realizavam suas atividades de forma
artesanal, pouco competitiva em relação aos estados vizinhos,
mas sem maiores problemas aparentes. Entretanto, em 2000, o
Ministério do Trabalho iniciou um processo de fiscalização das
casas de farinha na região agreste de Alagoas. O empreendi-
mento de Renildo foi um dos visitados pelo ministério, que
lá identificou irregularidades.
    As mulheres, descascadoras de mandioca, como desenvol-
viam uma atividade temporária, não tinham carteira assinada,
o que não era viável para as casas de farinha, pois trabalha-
vam com um produto de baixo valor agregado. Como eram
remuneradas por produtividade, era comum trabalharem

                                  HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006   5
AGRONEGÓCIOS — MANDIOCULTURA E FRUTICULTURA




mais de oito horas por dia. Além disso, muitas mães tinham
ao seu lado crianças ainda pequenas, que, embora não esti-
vessem necessariamente trabalhando, estavam no ambiente
de trabalho, inadequado para crianças daquela idade.
   O resultado da visita dos fiscais do ministério para Renildo
e vários outros empresários que compartilhavam da mesma
realidade foi autuação e um prazo para regularizar a situação
trabalhista. No entanto, contratar todas as descascadoras de
mandioca com carteira de trabalho e atender aos requisitos da
legislação trabalhista era algo totalmente inviável. Isso seria
decretar o fim da atividade na região agreste e o sustento de
inúmeras famílias. As fiscalizações continuaram e pesadas mul-
tas foram inevitáveis.
   O agravamento da situação fez com que um grupo de
empresários da farinha se reunisse para discutir o grave dile-
ma: como contratar as descascadoras de mandioca de forma
legal e manter a produção de farinha economicamente viável?
Desse encontro surgiu a Associação dos Beneficiadores de
Mandioca de Alagoas (Abeman), cujo propósito era defender
os interesses dos produtores e beneficiadores de mandioca.
Renildo foi eleito o presidente.
   A solução para o problema não era simples e, em 2001, a
Abeman conseguiu o apoio das Secretarias Municipais de
Agricultura dos municípios de Girau do Ponciano e Arapiraca
e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Ala-
goas (Sebrae/AL) para realizar um seminário com a finalidade
de discutir as questões trabalhistas nas casas de farinha. Foi a
primeira ação realizada de uma forma mais organizada pelos
beneficiadores de mandioca do agreste alagoano.
   Uma vez mais organizados, os encontros entre produtores
de farinha para discutir questões relacionadas ao seu negócio
tornaram-se mais freqüentes. Outros problemas da Cadeia
Produtiva da Mandioca, até então latentes, foram percebidos
pelos membros da Abeman. Entre os problemas, Renildo e

6   HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
MANDIOCULTURA: GOVERNANÇA LOCAL NO AGRESTE DE ALAGOAS – AL




seus colegas identificaram que a sustentabilidade da ativida-
de de produção de farinha precisava de algo maior que nem
eles mesmos sabiam exatamente o que era. Faltava capaci-
tação, infra-estrutura, investimentos para o setor? Por onde
começar? O que queriam? Do que necessitavam? A única
certeza que tinham naquele momento era de que precisavam
contar com o apoio de diversas instituições, pois certamente a
sustentabilidade da atividade dependeria de uma redefinição
total do sistema produtivo, o que demandaria necessariamente
pesados investimentos. A Abeman não os possuía e nem po-
deria obtê-los atuando de forma isolada.


MANDIOCULTURA: DILEMAS E POTENCIALIDADES


E   m meio a tantas dúvidas e uma única certeza, a de que pre-
    cisaria de ajuda, a Abeman buscou o apoio do Sebrae/AL,
em julho de 2002. A associação necessitava compreender
melhor os problemas e encontrar uma saída não só para con-
tratar as descascadoras de mandioca de forma legal, mas
principalmente para encontrar caminhos para tornar a produção
de farinha uma atividade economicamente viável.
   Naquela época, o Sebrae/AL, assim como as demais insti-
tuições de fomento e governamentais, não possuía nenhum
projeto voltado para o apoio à mandiocultura em Alagoas.
O plantio de mandioca e a produção de farinha não eram
atividades prioritárias e nem constavam das diretrizes estraté-
gicas de desenvolvimento do Estado.
   Isto significa dizer que os técnicos do Sebrae/AL também
não tinham respostas para as inúmeras perguntas dos empre-
sários da farinha. Assim, naquele momento, a primeira ação foi
a realização de uma oficina de trabalho com produtores de
mandioca, de farinha, técnicos dos serviços de assistência téc-
nica e pesquisadores para, em conjunto, dimensionarem o pro-

                                  HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006   7
AGRONEGÓCIOS — MANDIOCULTURA E FRUTICULTURA




blema. A finalidade da oficina foi analisar a situação daquele
momento, definir objetivos e estabelecer um plano de ação.
    Os trabalhos foram divididos em duas fases: a análise da
situação e a elaboração de uma matriz de planejamento. Na
primeira, duas perguntas orientaram os participantes: Quais os
problemas que afetavam a Cadeia Produtiva da Mandioca?
Quais as suas potencialidades?
    Nos debates que se seguiram, foram identificados problemas
relacionados à comercialização, assistência técnica, organização
dos produtores, diversificação da produção, entre outros.
    No campo das potencialidades da mandiocultura na região
agreste, muitas possibilidades foram levantadas. Entre elas, a di-
versidade de usos da mandioca e de seus inúmeros derivados,
a escala de produção, o grande número de ocupações geradas
e as possibilidades de ampliação da renda e de novas ocupa-
ções, a adaptação à região, e o grande mercado existente.
    Atestando a potencialidade da cultura e o apego à atividade
que desenvolviam, alguns argumentos daquele grupo, extraídos
do relatório da oficina, são dignos de se relembrar: “Com man-
dioca é garantia de produção em qualquer condição climática.
Todo mundo produz. É um meio de vida para os produtores.
A produção de fécula é uma possibilidade. É importante para
alimentação humana e animal. Dá meios de sobrevivência.
É fácil de produzir no sistema de plantio regional”.
    A segunda fase foi caracterizada pelo planejamento da ati-
vidade. Os objetivos eram bastante claros. Usando as palavras
daquele grupo determinado e cheio de esperança, o desejo
maior era “trabalho e renda ampliados na região”. Para isso se
tornar uma realidade seria necessário ter um projeto cujo resul-
tado desejado poderia ser alcançado: a cadeia produtiva da
mandioca operando em condições de sustentabilidade.
    Orientadas por essas duas diretrizes, várias ações foram lista-
das e classificadas em quatro grupos, de acordo com a priorida-
de e os resultados almejados: assistência técnica capacitada e em

8   HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
MANDIOCULTURA: GOVERNANÇA LOCAL NO AGRESTE DE ALAGOAS – AL




contato permanente com o produtor; diversificação de varieda-
des agrícolas e produtos processados; formas associativas de or-
ganização de produtores implementadas na região; atividade de
comercialização adequada às necessidades do mercado.
   Àquela altura, realizar a oficina de planejamento, compreen-
der os problemas e ter um plano de ação para implementar já
era uma grande conquista para produtores de mandioca e de fa-
rinha. Já sabiam do que precisavam. Haviam conseguido, de for-
ma organizada, chamar a atenção das instituições de fomento
que, até então, sequer se preocupavam com aquela atividade.
   Embora importante, essa vitória inicial não era o suficiente.
A Abeman continuou a sua luta em defesa dos interesses dos
produtores e beneficiadores de mandioca no agreste alagoano.
Assim, ainda em 2002, a Abeman conseguiu junto ao Minis-
tério do Trabalho que a produção de farinha fosse reconhe-
cida como atividade de produtor rural e não como atividade
industrial. Essa nova conquista significaria menores encargos
trabalhistas para a produção de farinha.


NOVOS HORIZONTES


O     ano de 2002 marcou definitivamente o início de uma nova
      era da mandiocultura no agreste alagoano. A atividade co-
meçava a chamar a atenção das instituições e a obter algumas
conquistas, embora ainda pequenas, bastante significativas.
O reconhecimento da produção de farinha como atividade
rural, a elaboração de um plano de ação para o seu desenvol-
vimento e a garantia de recursos do Sebrae/AL num projeto
específico para a cadeia produtiva da mandioca, no valor de
R$ 60.000,00, para execução em 2003, indicavam o início dos
novos tempos para a mandiocultura.
   Em 2003, a Abeman continuou a sua luta. A primeira con-
quista do ano foi obtida junto ao governo do Estado por meio

                                  HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006   9
AGRONEGÓCIOS — MANDIOCULTURA E FRUTICULTURA




da Secretaria da Fazenda, que na época tinha como secretário
Sérgio Roberto Uchoa Dória e como subsecretário, Evandro
Lobo. A alíquota de Imposto sobre Circulação de Mercadorias
e Serviços (ICMS), que era de 17%, passou para 0% para co-
mercialização no Estado de Alagoas e para 2,5% com crédito
presumido no caso do comércio interestadual.
    Produtores e beneficiadores de mandioca estavam fazendo
a sua parte. Naquele ano, pela primeira vez na história, a Abe-
man conseguiu exportar farinha de mandioca para o Rio de Ja-
neiro, Amazonas e até para o Pará, principal produtor de
farinha do País.
    Neste período, o Sebrae/AL colocava em ação o Projeto
Cadeia Produtiva Tubérculos e Raízes. Pela primeira vez, a
instituição estava apoiando a Cadeia Produtiva da Mandioca.
Aumentar a eficiência do setor produtivo da matéria prima,
caracterizar e identificar as demandas tecnológicas, identificar
cultivares de mandioca com aptidão industrial e de mesa
adaptados às principais regiões produtoras do Estado, capacitar
produtores e empresários, qualificar mão-de-obra, realizar
um diagnóstico da eficiência econômica da cadeia produtiva
constituíam os objetivos do projeto.
    De fato eram objetivos ousados para os R$ 60.000,00 do
orçamento. Mas foi o possível. O projeto original estava orça-
do em R$ 200 mil. O corte comprovava que a mandiocultura
ainda não era uma atividade prioritária para o Sebrae/AL.
    Com recursos escassos para enormes desafios e público,
pouco se podia fazer. A estratégia utilizada no projeto foi
integrar os esforços ao Projeto Vida Rural Sustentável2, que
trabalhava com o mesmo público-alvo, os agricultores fami-
liares de Arapiraca, no agreste; de Santana do Mundaú, na
Zona da Mata; e de Maragogi, no litoral norte de Alagoas.

2
  Projeto Vida Rural Sustentável, implantado em 2002, visa estimular o desenvolvimento
local sustentável por meio da agricultura familiar e da agroecologia.


10   HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
MANDIOCULTURA: GOVERNANÇA LOCAL NO AGRESTE DE ALAGOAS – AL




    Assim, o Projeto Cadeia Produtiva Tubérculos e Raízes prio-
rizou a realização do diagnóstico da eficiência econômica da
cadeia produtiva da mandioca, a capacitação de produtores
em diversificação das formas de utilização da mandioca e o
seu uso na alimentação humana e animal.
    As ações estavam acontecendo. O povo do agreste começa-
va a ver o plano de ação sair do papel e participar sempre de
forma entusiástica e compromissada das ações do projeto. A
mandiocultura do agreste estava ganhando importância e pas-
sando a ser percebida como importante atividade produtiva e
econômica para o agreste de Alagoas.
    Neste cenário, nove municípios da região adotaram como es-
tratégia de desenvolvimento regional e fortalecimento da agricul-
tura familiar constituir um Consórcio Intermunicipal de Produção,
Industrialização e Comercialização dos Produtos da Agricultura
Familiar da Região Agreste de Alagoas (Consiagri). Por meio do
consórcio, a captação de recursos para o desenvolvimento de
projetos de desenvolvimento seria facilitada. Foi principalmente
esse fato que motivou Arapiraca, Campo Grande, Coité do Nóia,
Craíbas, Girau do Ponciano, Lagoa da Canoa, Limoeiro de Ana-
dia, São Sebastião e Taquarana a se organizarem na forma de
um consórcio. Outros quatro municípios poderiam integrar-se
ao consórcio, somando uma população rural de 207,6 mil habi-
tantes e total de 423,9 mil habitantes3.
    A idéia inicial era, por intermédio do Consiagri, implantar uma
rede de negócios, composta de unidades municipais que seriam
responsáveis pelo planejamento, assistência técnica, seleção, be-
neficiamento, industrialização e comercialização dos principais
produtos da agricultura familiar da região. Isso seria viabilizado
com o apoio dos recursos do Programa Nacional de Fortaleci-
mento da Agricultura Familiar (Pronaf Infra-estrutura), uma linha
de apoio financeiro do governo federal, com recursos não reem-

3
    Censo IBGE 2000.


                                       HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006   11
AGRONEGÓCIOS — MANDIOCULTURA E FRUTICULTURA




bolsáveis, que atua em parceria com os governos municipais, nas
áreas de infra-estrutura pública e serviços de apoio ao desenvol-
vimento da agricultura familiar. Em Alagoas, o programa contava
também com o apoio da Secretaria Estadual de Agricultura.
   Ainda em 2003, uma decisão foi tomada. O consórcio prio-
rizou as ações voltadas para a cultura da mandioca, como a
estratégia adotada pelos agricultores para substituir a cultura
do fumo, que entrava em decadência na região. Nessa ocasião,
a área cultivada já somava 30,6 mil hectares, sendo 11,5 mil hec-
tares de mandioca solteira e 19,1 mil hectares de consorciada
com outras culturas, como o milho, o feijão e o algodão.


A CONSOLIDAÇÃO DA AÇÃO COLETIVA


A    idéia inicial evoluiu e a intenção de implantar uma rede
     de negócios cedeu lugar para o projeto de implantação de
uma fecularia de mandioca no município de Arapiraca, com o
argumento que essa iniciativa beneficiaria maior número de
agricultores. Situada no centro geográfico do Estado de Ala-
goas e da região agreste, além de ter localização estratégica,
Arapiraca era o município de maior dinamismo econômico e
político na região e o único capaz de arcar com a contrapar-
tida de 20% para implantação do projeto da fecularia, cujo
valor aproximado era de R$ 1,3 milhão.
   Em outubro de 2003, o governo do Estado de Alagoas, por
meio da Secretaria de Planejamento (Seplan), e o Sebrae/AL
aproveitando a experiência acumulada de uma atuação con-
junta no Projeto Desenvolvimento Local Integrado e Sustentá-
vel (DLIS)4, iniciaram um trabalho de identificação e seleção

4
  É um novo modo de promover o desenvolvimento que possibilita o surgimento de comunidades
mais sustentáveis, capazes de suprir suas necessidades imediatas, de descobrir ou despertar suas
vocações locais, de desenvolver suas potencialidades específicas e de fomentar o intercâmbio
externo, aproveitando-se de suas vantagens comparativas locais.


12   HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
MANDIOCULTURA: GOVERNANÇA LOCAL NO AGRESTE DE ALAGOAS – AL




de territórios que apresentavam alguma especialização pro-
dutiva. Esses territórios serviriam de base para um programa
prioritário do governo estadual: Programa de Mobilização
para o Desenvolvimento dos Arranjos e Territórios Produti-
vos Locais do Estado de Alagoas (PAPL).
   Segundo o governador do Estado de Alagoas, Ronaldo Lessa,
“a economia de Alagoas é basicamente uma economia de micro
e pequenas empresas. Quando as alavancamos nas diversas
áreas urbanas e rurais do Estado, é a própria economia de
Alagoas que estará progredindo. Para não pulverizar os ins-
trumentos e mecanismos de desenvolvimento, que controlamos
ou que sabemos como acessar por negociação, vamos atuar nas
concentrações, espaciais, especializadas, de micro e pequenos
empreendedores de Alagoas”.
   Assim, o PAPL definia a estratégia de atuação do governo
de Alagoas em conjunto com o Sebrae/AL e parceiros, para a
geração de ocupação e renda, tendo como base a atuação
prioritária em ações coletivas e integradoras direcionadas ao
desenvolvimento dos pequenos negócios.
   O Sebrae/AL encerrou o ano de 2003 aplicando os
R$ 60.000,00 previstos no projeto daquele ano e decidiu que
continuaria a apoiar a mandiocultura no ano seguinte. Apro-
vou, então, o Projeto Cadeia Produtiva Tubérculos e Raízes II,
no valor de R$ 200 mil, para execução em 2004.
   Em março de 2004, de 27 territórios produtivos identifi-
cados em Alagoas pela Seplan e pelo Sebrae/AL, dez foram
selecionados para constituir o PAPL. Um conjunto de 13
municípios na porção agreste de Alagoas havia sido selecio-
nado como um dos territórios para integrar o PAPL. O terri-
tório tinha uma área de 3,1 mil km2, 11% da área do Estado;
reunia uma população de 423,9 mil habitantes representan-
do 15% da população estadual; apresentava taxa de alfabe-
tização de 53%; PIB de R$ 720 milhões; reunia 20 mil
produtores agricultores familiares que se dedicavam ao cul-

                                 HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006   13
AGRONEGÓCIOS — MANDIOCULTURA E FRUTICULTURA




tivo de fumo, feijão milho, algodão e produziram em 2003,
132,4 mil toneladas de mandioca, sendo uma parte proces-
sada em 450 casas de farinha. A especialização produtiva do
território era o plantio e o beneficiamento da mandioca e foi
denominada pelo PAPL como Arranjo Produtivo Local da
Mandioca no Agreste, mais conhecido, em Alagoas, como
APL Mandioca.
    Foi uma grande conquista. A mandiocultura naquele mo-
mento tornara-se uma prioridade para o governo estadual, para
o Sebrae/AL e para a rede de parceiros que começava a se for-
mar e estreitar as relações de parceria. Renildo entendeu ser
esse o momento de avançar em seu negócio e adquiriu sua se-
gunda casa de farinha, no município de Lagoa da Canoa, num
povoado chamado Mata Limpa, o mesmo nome de uma das
marcas da farinha comercializadas por ele.
    A Abeman continuava firme na defesa dos interesses do setor
e conseguiu junto à Companhia Energética de Alagoas (CEAL)
que a taxa de energia elétrica utilizada nas casas de farinha
fosse calculada com base na tarifa rural e não mais baseada na
tarifa industrial. A redução dos gastos com energia elétrica nas
casas de farinha foi de 50%.
    Ainda em 2004, finalmente foi encontrada uma saída legal
para a contratação de mão-de-obra temporária. A Abeman,
orientada pelo Ministério do Trabalho, fundou o primeiro con-
domínio de empregadores rurais, o que possibilitava a contrata-
ção das descascadoras de mandioca, de forma legal e sem elevar
os custos desta atividade a ponto de inviabilizar a atividade de
produção de farinha.
    O Sebrae/AL implementava o Projeto Cadeia Produtiva
Tubérculos e Raízes II, que, assim como o projeto anterior,
visava sanar alguns dos entraves ao desenvolvimento da
mandiocultura apontados nos diagnósticos realizados.
    Embora o projeto tivesse como objetivo fortalecer os prin-
cipais elos da Cadeia Produtiva da Mandioca em Alagoas,

14   HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
MANDIOCULTURA: GOVERNANÇA LOCAL NO AGRESTE DE ALAGOAS – AL




adotara como estratégia em 2004, concentrar os esforços na
região agreste, principal região produtora de mandioca do
Estado, mais especificamente nos municípios de Arapiraca,
Girau do Ponciano, Lagoa da Canoa, São Sebastião, Limoeiro
de Anadia, Taquarana e Coité do Nóia.
   As principais ações desse projeto foram: a editoração do
Diagnóstico da Cadeia Produtiva da Mandioca, realizado em
2003; a elaboração de um plano estadual para a cadeia pro-
dutiva; a implantação de três unidades demonstrativas da
cultura da mandioca – conservação do solo, produção sus-
tentável e uso da mandioca na alimentação animal; a avalia-
ção de cultivares de mandioca para indústria e para mesa;
capacitações em classificação e qualidade da farinha, técni-
cas de fabricação de polvilho, boas práticas de fabricação
em unidades de produção de farinha; programa de qualida-
de total rural; oficina de design e palestras gerenciais. No
mesmo ano, foram iniciadas as obras da fecularia de man-
dioca, as quais se estenderiam até 2005.
   Uma vez selecionados os territórios de atuação, o PAPL
entrava numa nova fase. Entre janeiro e abril de 2004, deu-
se a formação da rede e parceiros do programa. Entre abril
e setembro foi elaborado o plano de ação do APL Mandio-
ca, no Agreste. Sua elaboração iniciou com um diagnóstico
que contou com a participação de agricultores, produtores
de farinha, técnicos da região, parceiros de diversas institui-
ções e um consultor especialista em agronegócios que con-
solidou as informações geradas. Essa ação caracterizou o
início da integração dos projetos relacionados à mandiocul-
tura que estavam em andamento. Assim, esse diagnóstico
participativo substituiu a elaboração do plano estadual para
a Cadeia Produtiva da Mandioca, previsto no projeto Cadeia
Produtiva Tubérculos e raízes gerido pelo Sebrae/AL. Isso
definitivamente integrou os esforços desse projeto com o
plano de ação do APL Mandioca.

                                 HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006   15
AGRONEGÓCIOS — MANDIOCULTURA E FRUTICULTURA




    Após setembro de 2004, o plano elaborado pelo consultor
foi apreciado e aprovado pelo mesmo público presente à
oficina de planejamento. O resultado final foi um projeto co-
letivo que definia claramente o público-alvo, os resultados
esperados e integrava as novas ações com todas as iniciativas
que estavam sendo desenvolvidas no setor da mandioca
naquela época. O objetivo era implantar o principal pólo nor-
destino de industrialização da mandioca, visando promover o
desenvolvimento local, por meio do fortalecimento da organi-
zação, da melhoria do nível de conhecimento tecnológico, do
beneficiamento e diversificação da produção, gerando ocupa-
ção, renda e crescimento econômico com sustentabilidade.
    De posse de um projeto consistente com metas, resultados,
ações e seus respectivos custos claramente definidos, o PAPL
estava apto a iniciar a fase de negociação das ações com os par-
ceiros. Essa fase foi marcada com uma rodada de negociações
ocorrida em outubro de 2004 na qual o projeto foi apresentado
à rede de parceiros, que foram assumindo voluntariamente as
ações de maior afinidade com suas missões. Embora a rodada
tenha sido um fato marcante, as negociações demonstraram ser
atividades permanentes num projeto de APL.


ADENSAMENTO DE AÇÕES NA MANDIOCULTURA


O    ano de 2004 encerrou-se com investimentos no valor de
     R$ 1,3 milhão e ações negociadas para realização em 2005
no valor de R$ 3,1 milhões. O novo ano começou com uma ce-
rimônia no palácio do governo estadual em que a rede de par-
ceiros assinou um documento no qual se comprometia com os
recursos financeiros e execução das ações assumidas na roda-
da de negociações ocorrida em outubro de 2004.
   No decorrer de 2005, o plano de ação do APL Mandioca,
no agreste, desenvolveu-se de forma bastante efetiva. As

16   HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
MANDIOCULTURA: GOVERNANÇA LOCAL NO AGRESTE DE ALAGOAS – AL




principais ações realizadas foram capacitação dos Agentes
de Desenvolvimento Rural (ADR); treinamento em processos
de gestão pela qualidade; treinamento em utilização da ma-
nipueira para diversas finalidades; treinamento em formas
de utilização da mandioca; capacitação em organização pro-
dutiva (para produtores e técnicos em produção de mandio-
ca e farinha, com objetivo de planejar e gerenciar empresas
comunitárias com base em parâmetros de eficiência, susten-
tabilidade e rentabilidade); capacitação de produtores rurais
em manejo do solo e da cultura da mandioca; capacitação
em controle oficial da produção e da qualidade da farinha;
missão técnica a Paranavaí (PR); missão ao Congresso Bra-
sileiro de Mandioca – Campo Grande (MS); elaboração de
um plano de negócios para a fecularia; a atualização dos
custos de produção da mandioca e da farinha; elaboração
de um projeto-referência de engenharia e arquitetura para
casas de farinha e desenvolvimento de uma estação de tra-
balho para descascadoras de mandioca.
    A rede de parceiros estabelecida, o montante de recursos
investidos na mandiocultura e a natureza das ações que es-
tavam se desenvolvendo indicavam que Renildo, seus cole-
gas da Abeman e demais produtores estavam certos.
Conforme eles já imaginavam no começo, sozinhos eles não
teriam conseguido. As transformações iniciadas no agreste
alagoano foram resultado do esforço de muitas pessoas e de
pesados investimentos. O gráfico a seguir mostra a evolução
de investimentos dos parceiros aplicados entre 2002 e 2005,
e os investimentos previstos para 2006 na mandiocultura.




                                 HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006   17
AGRONEGÓCIOS — MANDIOCULTURA E FRUTICULTURA



 EVOLUÇÃO DOS INVESTIMENTOS PÚBLICOS EM MANDIOCULTURA
       NO AGRESTE ALAGOANO ENTRE 2002 E 2006 (R$)

     10.000.000                                                           9.162.146
      8.000.000

      6.000.000                                               5.048.191
      4.000.000
                                                  2.716.215
      2.000.000                       1.337.240
                   500       60.000
             0
                   2002       2003        2004       2005        2006       Total


Fonte: 2002 a 2003 Sebrae/AL; 2004 a 2006 PAPL (http://www.sigeor.sebrae.com.br/).




   Em 2006, os municípios envolvidos no projeto eram: Ara-
piraca, Campo Grande, Coité do Nóia, Craíbas, Feira Grande,
Girau do Ponciano, Igaci, Junqueiro, Lagoa da Canoa, Limoeiro
de Anadia, Olho D’Água Grande, São Sebastião, Taquarana,
Palmeira dos Índios.


AS CONQUISTAS


E   ntre 2000 e 2005, muita coisa aconteceu no agreste alagoa-
    no. Buscando atender ao pleito de produtores e beneficia-
dores de mandioca, organizados pela primeira vez naquela
oficina de planejamento em 2002, muitas conquistas foram al-
cançadas. Nesse período, Renildo e a Abeman experimentaram
um significativo crescimento da atividade no Estado, como
mostram os indicadores de produção relacionados a seguir:




18    HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
MANDIOCULTURA: GOVERNANÇA LOCAL NO AGRESTE DE ALAGOAS – AL




                 QUADRO1: INDICADORES DE PRODUÇÃO
 Indicadores de                                  Renildo                      Abeman
 produção da atividade                2000       2005      2005/2000        2000      2005
Nº de unidades produtivas
(casas de farinha)                       1           2         200%          –            15
Toneladas de mandioca
processadas manualmente                600       1.500         250%          –        13.500
Produção anual de farinha
em toneladas                           120         300         250%          –         2.700
Faturamento anual com o bene-
ficiamento da mandioca em R$        30.000     150.000         500%          –      1.350.000
Nº de empregos gerados com
o beneficiamento da mandioca*           34          42         124%          –           454
Nº de associados da Abeman
em 1º de janeiro de cada ano             –           –            –          –            17
Fonte: Pesquisa direta. Informações sobre o beneficiamento de mandioca no período de 2000 a
2005 para Renildo e Abeman.
* Empregos formais e informais incluindo mão-de-obra familiar.




   No período 2000 a 2006, outros importantes resultados e
conquistas foram alcançados para a mandiocultura, entre as
quais se destacaram:
• Mobilização de parcerias. A metodologia do PAPL facilitou a
integração dos esforços entre institucionais e proporcionou a
obtenção de resultados melhores e mais rápidos.
• Organização do setor produtivo. Os empresários passaram
a dispor de fóruns para debates e reivindicações relativas à
mandiocultura. Associações de produtores foram formadas,
fortalecidas ou ampliaram o escopo de atuação, como nos ca-
sos da constituição da Abeman e da atuação da Cooperativa
de Pequenos Agricultores Familiares (Cooperal), na produção
de fécula de mandioca.
• Construção da primeira fecularia de mandioca do Nordeste,
inaugurada em 28 de outubro de 2005. Isso representou maior
agregação de valor à produção local.
• Em 2006, designação de 14 Agentes de Desenvolvimento
Rural (ADR), técnicos agrícolas treinados para trabalhar com a

                                             HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006            19
AGRONEGÓCIOS — MANDIOCULTURA E FRUTICULTURA




cultura da mandioca. Esses técnicos atuaram por 12 meses
prestando assistência técnica aos municípios do APL. Cada
ADR assistia a um grupo de 70 produtores.
• Desenvolvimento de um projeto de referência para constru-
ção e modernização de casas de farinha. Esse projeto contem-
plou todas as normas que regulamentam a produção de farinha
e de alimentos adequadas a um modelo de produção artesanal,
com objetivo de permitir melhoria na qualidade dos produtos
e acesso a novos mercados.
• Aquisição de equipamentos para modernização de 23 casas de
farinha com recursos não reembolsáveis por meio do Pronaf.
• Desenvolvimento de uma estação de trabalho para as
descascadoras de mandioca, que considerou princípios de
saúde e segurança no trabalho, com o propósito de possi-
bilitar maior conforto e higiene para a atividade e princi-
palmente evitar problemas de saúde relacionados à postura
inadequada.
• Realização de pesquisas para avaliação e seleção de culti-
vares de mandioca mais produtivos, mais adaptados à região
e ao processamento mecanizado, além da definição das me-
lhores épocas de plantio e colheita.
• Construção de dois sistemas de produção de mandioca para
a região. Um considerou conceitos agroecológicos e o outro,
conceitos da agricultura convencional. Ambos tiveram por
objetivo contribuir para ganhos de produtividade na cultura
da mandioca.
• Disseminação de novas formas de utilização de mandioca.
Agricultores passaram a utilizar a parte aérea da mandioca na
alimentação animal, seja na forma de feno ou de silagem,
além de novas receitas com as raízes.
• Implantação de um condomínio para contratação de mão-
de-obra temporária. Isso permitiu a contratação de mão-de-
obra temporária, atendendo à legislação trabalhista e
viabilizando a produção de farinha.

20   HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
MANDIOCULTURA: GOVERNANÇA LOCAL NO AGRESTE DE ALAGOAS – AL




• Difusão de algumas formas de utilização da manipueira.
Embora esta ainda não tenha sido a solução definitiva para
o problema, agricultores passaram a utilizar o subproduto
como fertilizante, inseticida, fungicida, entre outros usos. Isto
já contribuiu, ainda que em escala reduzida, para a redução
do impacto ambiental e significou o aprendizado de práticas
agronômicas de menor custo para o cultivo da mandioca e
outras culturas.
• Atualização das planilhas para financiamentos bancários às
lavouras de mandioca. Essa medida aumentou os valores finan-
ciados e por conseqüência permitiu maiores investimentos em
tecnologia na cultura, proporcionando ganhos de produtividade.
• Estabelecimento de uma rede de parceiros em torno da
mandiocultura, o que proporcionou maiores investimentos e
desenvolvimento de tecnologias apropriadas à região.
• Estruturação de um projeto para construção do centro técnico
da mandioca com a finalidade de elaborar e divulgar informa-
ções, prestar assistência técnica, capacitar e desenvolver mode-
los técnicos e econômicos da cadeia regional da mandioca.
• Realização de estudos acadêmicos como, por exemplo, uma
tese de mestrado desenvolvida em São Paulo, cujo tema envolve
ergonomia e saúde ocupacional das descascadoras de mandioca.


LIÇÕES APRENDIDAS


P   or ser presidente da Abeman, Renildo se considerava suspei-
    to para falar, mas os fatos dos últimos anos o credenciavam
a dizer: “A criação dessa associação foi muito boa para o setor
mandioqueiro em Alagoas. A Abeman nasceu da necessidade
de um grupo que se encontrava em grandes dificuldades, mas
hoje, não só eu, não só os associados da Abeman, mas todos os
produtores de mandioca e de farinha de Alagoas se benefi-
ciam de tudo o que temos conquistado”.

                                  HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006   21
AGRONEGÓCIOS — MANDIOCULTURA E FRUTICULTURA




    De fato, as lutas da Abeman acarretavam benefícios que
extrapolavam até mesmo os limites do APL Mandioca, no
agreste, como, por exemplo, a redução das tarifas de energia
elétrica. Um de seus associados passou a representar a asso-
ciação e o Estado de Alagoas na Câmara Setorial da Mandio-
ca, um fórum de discussão nacional que congregava as mais
importantes instituições com interesse na mandiocultura, como
a Empresa brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o
Sebrae Nacional, entre outras.
    Em 2006, a Abeman negociava com a empresa Gás de
Alagoas S.A. (Algas) para que o fornecimento de gás chegas-
se até a região produtora de farinha. Segundo Renildo, os
investimentos para isso não seriam elevados e os produto-
res poderiam substituir a lenha pelo gás como alternativa
para o suprimento de energia dos fornos. Com isso, o meio
ambiente não seria degradado para abastecer os fornos com
lenha e ganhariam os produtores de farinha com redução
dos custos de produção.
    Para os novos entrantes na atividade uma coisa era certa,
afirmava Renildo: “Em qualquer setor é necessário estudar,
pesquisar e analisar o que é melhor para a região. Não
adianta copiar as coisas de outras regiões. É preciso adap-
tar a tecnologia disponível à nossa realidade. Fazendo isto,
tudo dá certo”. Renildo tinha convicção de que, se cometera
algum erro, um deles fora não ter investido em informação
e tecnologia há mais tempo. Na tentativa de solucionar os
problemas com a mão-de-obra e outros de natureza técnica,
ele investiu em equipamentos, sendo que alguns não se
adequaram à região, outros tiveram que ser adaptados.




22   HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
MANDIOCULTURA: GOVERNANÇA LOCAL NO AGRESTE DE ALAGOAS – AL




SONHOS E PERSISTÊNCIA: AINDA HÁ
MUITO POR FAZER


A    pesar das conquistas obtidas e da expressiva elevação
     dos investimentos no setor, os desafios permaneciam em
2006. O agreste alagoano encontrava-se apenas no início de
uma longa jornada. O desafio de tornar-se o principal pólo
nordestino de industrialização da mandioca ainda estava lon-
ge de ser atingido. Mesmo com o grande avanço dos últimos
anos, alguns pontos fracos da produção local ainda persis-
tiam. Entre eles destacavam-se a baixa qualidade da farinha,
a existência de muitas casas de farinha com custos operacio-
nais elevados, a baixa produtividade da mandioca, o sistema
de comercialização baseado em feiras livres e intermediários,
além da desorganização do sistema de assistência técnica e
dos problemas ambientais.
   Para Renildo, o modelo secular de casas de farinha não
era mais adequado para o agreste alagoano. “A realidade
agora é outra. Para ser competitiva, não ter problemas com
a legislação trabalhista e com o meio ambiente, uma casa
de farinha ou uma fecularia precisam ser modernas, com
equipamentos sofisticados e produzir com qualidade. É ver-
dade que dessa forma serão gerados menos empregos nas
unidades de processamento, mas, em compensação, a quan-
tidade de empregos gerados no campo será bem maior”.
   Segundo Renildo e demais sócios da Abeman, entre os princi-
pais desafios futuros, destacavam-se a implantação de uma nova
e moderna fecularia e farinheira com capacidade para processar
400 toneladas de mandioca por dia, ou seja, oito vezes maior do
que a fecularia inaugurada em outubro de 2005 e com o padrão
das melhores fecularias atualmente existentes no mundo.
   Uma nova fecularia se justificaria por duas razões. Em pri-
meiro lugar, embora a Abeman tenha sido um importante ator
nas conquistas do APL Mandioca no agreste, a fecularia recém-

                                 HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006   23
AGRONEGÓCIOS — MANDIOCULTURA E FRUTICULTURA




construída, com recursos do Pronaf Infra-estrutura, era gerida
pela Cooperal, uma cooperativa da qual Renildo e demais só-
cios da Abeman não eram cooperados. Em segundo lugar, a
escala de produção média das fecularias no Brasil era de 250
toneladas de mandioca processadas por dia – um índice de
produtividade baixo quando comparado ao das instalações
existentes nos países líderes na produção de fécula, como a
Tailândia, com uma produtividade média de 800 toneladas por
dia. Portanto, para se inserirem numa economia de mercado
de forma competitiva, os sócios da Abeman precisariam dis-
por de uma unidade de processamento de mandioca à altura
dos concorrentes nacionais e internacionais.
   Com relação à concorrência, Renildo nunca teve medo.
“Eu sei que a fecularia de Arapiraca foi a primeira do Nor-
deste e que hoje outras até maiores estão sendo construídas.
Comparei a qualidade da fécula produzida aqui com a fécula
produzida no Paraná e constatei que a de lá está melhor.
Precisamos é investir em tecnologia no campo e no processa-
mento. A tecnologia da fecularia que construiremos está entre
as mais modernas no mundo. Temos condições de alcançar
a qualidade deles em pouco tempo, temos matéria-prima em
abundância e os nossos portos estão mais próximos da Europa.
Poderemos exportar.”
   Em 2006, as palavras de ordem no mercado de farinha
eram preço, qualidade e prazo de entrega. No setor de ami-
dos, principalmente o modificado, um dos mais fechados do
mundo, entre os fatores de sucesso estavam custos operacio-
nais reduzidos, qualidade da matéria prima e estabilidade do
padrão de qualidade. Investir em tecnologia parecia ser o
rumo certo.
   A partir da metodologia utilizada pelo PAPL, produtores e
processadores de mandioca, técnicos e instituições de fo-
mento representando os 14 municípios do APL Mandioca
continuavam se reunindo com freqüência mínima mensal,

24   HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
MANDIOCULTURA: GOVERNANÇA LOCAL NO AGRESTE DE ALAGOAS – AL




em fórum de discussão denominado Núcleo Gestor do APL
Mandioca Agreste, reuniões com maciça freqüência e ativa
participação dos representantes de todos os municípios e seg-
mentos. O núcleo foi criado para ter como principais atri-
buições acompanhar, avaliar, discutir e tomar decisões sobre
o projeto de desenvolvimento do APL, bem como organizar
demandas e reivindicações. A Secretaria de Planejamento do
Estado de Alagoas (Seplan) e o Sebrae/AL, instituições coor-
denadoras do programa de APLs, sempre estimularam e
apoiaram as reuniões que se tornaram cada vez mais impor-
tantes nos processos decisórios, com fundamental papel na
integração de iniciativas relacionadas à mandiocultura no
agreste. Manter esse núcleo vivo mesmo após o término do
PAPL seria muito importante para a organização setorial na-
quele território.
    Por fim, um grande desafio para produtores e beneficiado-
res de mandioca do agreste alagoano consistia em manter os
investimentos públicos na atividade. A união dos municípios
em consórcio, a priorização da Cadeia Produtiva da Mandioca,
e a orientação nacional de agregação de valor ao produto da
agricultura familiar constituíam oportunidades para se alavan-
car o desenvolvimento local, aproveitando a força conferida
pela tradição regional e pela grande rede de casas de farinha
e da fecularia existentes no território. No entanto, o PAPL esta-
va vinculado ao programa do governo em exercício e seu pla-
no de ação se estenderia até 2007. Com eleições em 2006 para
os governos estaduais e federal, não havia segurança sobre a
continuidade do programa. Portanto, os empresários deveriam
estar atentos às mudanças políticas, preparando-se para garan-
tir o fomento à mandiocultura na região para além de 2007.




                                  HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006   25
AGRONEGÓCIOS — MANDIOCULTURA E FRUTICULTURA




QUESTÕES PARA DISCUSSÃO

• Como garantir que a governança do APL Mandioca no
agreste e que as redes de desenvolvimento montadas conti-
nuem articuladas após o término do PAPL?

• Como garantir a continuidade dos investimentos públicos
após o término do PAPL?

• Como os empresários do APL Mandioca poderão captar recur-
sos para as obras de modernização em suas unidades produtivas?

• Unidades modernas de produção de farinha e fécula são bas-
tante automatizadas. Como modernizar as casas de farinha
existentes e gerar postos de trabalho no APL?

• Que diferencial competitivo o APL Mandioca poderá ter em
relação a outras regiões produtoras de farinha e de fécula do
Brasil?

• Como garantir mão-de-obra qualificada para atuar nos novos
empreendimentos mais modernos que começam a se instalar
no agreste alagoano?

• Como garantir à fecularia do APL, gerida por uma coopera-
tiva de agricultores familiares, uma gestão totalmente profissio-
nalizada, operando com base em conceitos contemporâneos
de administração?


AGRADECIMENTOS
Conselho Deliberativo do Sebrae/AL: Maria Fernanda Quintella Brandão Vilela
e conselheiros.
Diretoria Executiva do Sebrae/AL: José Roberval Cabral da Silva Gomes, Marcos
Antônio da Rocha Vieira e Osvaldo Viegas.


26   HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
MANDIOCULTURA: GOVERNANÇA LOCAL NO AGRESTE DE ALAGOAS – AL




REFERÊNCIAS

SAMPAIO, Yoni e outros. Eficiência Econômica da Cadeia Pro-
dutiva da Mandioca em Alagoas. Maceió: CDI Sebrae/AL, 2003.

SEBRAE/AL Agronegócios. Relatório da Oficina para Levanta-
mento de Problemas da CP da Mandioca. Maceió: Sebrae/AL,
2002.

PACHECO, Maria Inês Nogueira. Plano de Ação Mandioca
Agreste – Programa de Mobilização para o Desenvolvimento de
Arranjos e Territórios Produtivos Locais do Estado de Alagoas.
Maceió: PAPL – Sebrae/AL, Seplan, 2004.

FONTES, Marcos Antônio Martins. Gestão de Projetos de Desen-
volvimento de Arranjos Podutivos Locais. Trabalho de Conclusão
de Curso. Maceió, 2005.

BARROS, Geraldo Sant’Ana de Camargos (coordenador).
Melhoria da Compeitividade da Cadeia Agroindustrial da Man-
dioca no Estado de São Paulo. Piracicaba, SP: Esalq, Cepea, 2004.




                                  HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006   27

Contenu connexe

Tendances

07 - Conhecendo a APPS - Associação de profissionais da pecuária sustentável ...
07 - Conhecendo a APPS - Associação de profissionais da pecuária sustentável ...07 - Conhecendo a APPS - Associação de profissionais da pecuária sustentável ...
07 - Conhecendo a APPS - Associação de profissionais da pecuária sustentável ...AgriPoint
 
Logística de plantas Ornamentais e Empreendedorismo Rural.. - André Vieira
Logística de plantas Ornamentais e Empreendedorismo Rural.. - André VieiraLogística de plantas Ornamentais e Empreendedorismo Rural.. - André Vieira
Logística de plantas Ornamentais e Empreendedorismo Rural.. - André VieiraAndré Vieira
 
“Melhores Práticas” na cadeia produtiva do Agronegócio. Tendências globais pa...
“Melhores Práticas” na cadeia produtiva do Agronegócio. Tendências globais pa...“Melhores Práticas” na cadeia produtiva do Agronegócio. Tendências globais pa...
“Melhores Práticas” na cadeia produtiva do Agronegócio. Tendências globais pa...Instituto Brasileiro de Ética nos Negocios
 

Tendances (19)

Clipping cnc 10072017 versão de impressão
Clipping cnc 10072017   versão de impressãoClipping cnc 10072017   versão de impressão
Clipping cnc 10072017 versão de impressão
 
Clipping cnc 16042015 versão de impressão
Clipping cnc 16042015   versão de impressãoClipping cnc 16042015   versão de impressão
Clipping cnc 16042015 versão de impressão
 
Clipping cnc 22052017 versão de impressão
Clipping cnc 22052017   versão de impressãoClipping cnc 22052017   versão de impressão
Clipping cnc 22052017 versão de impressão
 
Clipping cnc 17072014 versao de impressao
Clipping cnc 17072014   versao de impressaoClipping cnc 17072014   versao de impressao
Clipping cnc 17072014 versao de impressao
 
Clipping cnc 08042014 versao de impressao
Clipping cnc 08042014   versao de impressaoClipping cnc 08042014   versao de impressao
Clipping cnc 08042014 versao de impressao
 
Clipping cnc 16032016 versão de impressão
Clipping cnc 16032016   versão de impressãoClipping cnc 16032016   versão de impressão
Clipping cnc 16032016 versão de impressão
 
nClipping cnc 26022015 versão de impressão
nClipping cnc 26022015   versão de impressãonClipping cnc 26022015   versão de impressão
nClipping cnc 26022015 versão de impressão
 
Clipping cnc 02042014 versao de impressao
Clipping cnc 02042014   versao de impressaoClipping cnc 02042014   versao de impressao
Clipping cnc 02042014 versao de impressao
 
Clipping cnc 06052015 versão de impressão
Clipping cnc 06052015   versão de impressãoClipping cnc 06052015   versão de impressão
Clipping cnc 06052015 versão de impressão
 
Clipping cnc 11042018
Clipping cnc 11042018Clipping cnc 11042018
Clipping cnc 11042018
 
Clipping cnc 19102017 versão de impressão
Clipping cnc 19102017   versão de impressãoClipping cnc 19102017   versão de impressão
Clipping cnc 19102017 versão de impressão
 
Clipping cnc 15012018 versão de impressão
Clipping cnc 15012018   versão de impressãoClipping cnc 15012018   versão de impressão
Clipping cnc 15012018 versão de impressão
 
07 - Conhecendo a APPS - Associação de profissionais da pecuária sustentável ...
07 - Conhecendo a APPS - Associação de profissionais da pecuária sustentável ...07 - Conhecendo a APPS - Associação de profissionais da pecuária sustentável ...
07 - Conhecendo a APPS - Associação de profissionais da pecuária sustentável ...
 
Catalago brasileiro de hortaliças
Catalago brasileiro de hortaliçasCatalago brasileiro de hortaliças
Catalago brasileiro de hortaliças
 
Clipping cnc 07112016 versão de impressão
Clipping cnc 07112016   versão de impressãoClipping cnc 07112016   versão de impressão
Clipping cnc 07112016 versão de impressão
 
Clipping cnc 18092017 versão de impressão
Clipping cnc 18092017   versão de impressãoClipping cnc 18092017   versão de impressão
Clipping cnc 18092017 versão de impressão
 
Clipping cnc 20072016 versão de impressão
Clipping cnc 20072016   versão de impressãoClipping cnc 20072016   versão de impressão
Clipping cnc 20072016 versão de impressão
 
Logística de plantas Ornamentais e Empreendedorismo Rural.. - André Vieira
Logística de plantas Ornamentais e Empreendedorismo Rural.. - André VieiraLogística de plantas Ornamentais e Empreendedorismo Rural.. - André Vieira
Logística de plantas Ornamentais e Empreendedorismo Rural.. - André Vieira
 
“Melhores Práticas” na cadeia produtiva do Agronegócio. Tendências globais pa...
“Melhores Práticas” na cadeia produtiva do Agronegócio. Tendências globais pa...“Melhores Práticas” na cadeia produtiva do Agronegócio. Tendências globais pa...
“Melhores Práticas” na cadeia produtiva do Agronegócio. Tendências globais pa...
 

En vedette

Rendimiento Academico 2009
Rendimiento Academico 2009Rendimiento Academico 2009
Rendimiento Academico 2009Ramos Mendo
 
Contenido el Exito Personal
Contenido el Exito PersonalContenido el Exito Personal
Contenido el Exito Personalmisabelhenriquez
 
Rendimiento notas trimestral 2014
Rendimiento notas trimestral 2014Rendimiento notas trimestral 2014
Rendimiento notas trimestral 2014jelones85
 
MODELO DE ACTA DE REUNION
MODELO DE ACTA DE REUNIONMODELO DE ACTA DE REUNION
MODELO DE ACTA DE REUNIONASPM
 
Actas de reunión de grupo
Actas de reunión de grupoActas de reunión de grupo
Actas de reunión de grupoclaupatty27
 

En vedette (6)

Proyecto de vida
Proyecto de vidaProyecto de vida
Proyecto de vida
 
Rendimiento Academico 2009
Rendimiento Academico 2009Rendimiento Academico 2009
Rendimiento Academico 2009
 
Contenido el Exito Personal
Contenido el Exito PersonalContenido el Exito Personal
Contenido el Exito Personal
 
Rendimiento notas trimestral 2014
Rendimiento notas trimestral 2014Rendimiento notas trimestral 2014
Rendimiento notas trimestral 2014
 
MODELO DE ACTA DE REUNION
MODELO DE ACTA DE REUNIONMODELO DE ACTA DE REUNION
MODELO DE ACTA DE REUNION
 
Actas de reunión de grupo
Actas de reunión de grupoActas de reunión de grupo
Actas de reunión de grupo
 

Similaire à Estudio de caso sobre la mandiocultura, Brasil

http://pt.slideshare.net/osvaldoaguiaraguiar7/boletim-6-38255311Cartilha
http://pt.slideshare.net/osvaldoaguiaraguiar7/boletim-6-38255311Cartilhahttp://pt.slideshare.net/osvaldoaguiaraguiar7/boletim-6-38255311Cartilha
http://pt.slideshare.net/osvaldoaguiaraguiar7/boletim-6-38255311CartilhaOsvaldo Aguiar Aguiar
 
TESE_Administração da empresa rural e a sua produtividade.pdf
TESE_Administração da empresa rural e a sua produtividade.pdfTESE_Administração da empresa rural e a sua produtividade.pdf
TESE_Administração da empresa rural e a sua produtividade.pdfJoão Pedro
 
Guia prático para comercialização de agricultura familiar
Guia prático para comercialização de agricultura familiarGuia prático para comercialização de agricultura familiar
Guia prático para comercialização de agricultura familiarJosé Florentino
 
Tese Norberto Andersson.pdf
Tese Norberto Andersson.pdfTese Norberto Andersson.pdf
Tese Norberto Andersson.pdflindomar28
 
Apresentação Trabalho de Conclusão de Curso - ACAFEG
Apresentação Trabalho de Conclusão de Curso - ACAFEGApresentação Trabalho de Conclusão de Curso - ACAFEG
Apresentação Trabalho de Conclusão de Curso - ACAFEGUlisses de Oliveira
 
Jornal da FETAEP - edição 143 - Novembro de 2016
Jornal da FETAEP - edição 143 - Novembro de 2016Jornal da FETAEP - edição 143 - Novembro de 2016
Jornal da FETAEP - edição 143 - Novembro de 2016FETAEP
 
Desenvolvimento de pequenos produtores
Desenvolvimento de pequenos produtoresDesenvolvimento de pequenos produtores
Desenvolvimento de pequenos produtoresTalita Pescuma
 
Jornal da FETAEP edição 123 - Janeiro e Fevereiro de 2015
Jornal da FETAEP edição 123 - Janeiro e Fevereiro de 2015Jornal da FETAEP edição 123 - Janeiro e Fevereiro de 2015
Jornal da FETAEP edição 123 - Janeiro e Fevereiro de 2015FETAEP
 
Jornal da FETAEP edição 132 - Novembro de 2015
Jornal da FETAEP edição 132 - Novembro de 2015Jornal da FETAEP edição 132 - Novembro de 2015
Jornal da FETAEP edição 132 - Novembro de 2015FETAEP
 
Guia tendencia negocios_e_perfil_cons_para_2014_vol2
Guia tendencia negocios_e_perfil_cons_para_2014_vol2Guia tendencia negocios_e_perfil_cons_para_2014_vol2
Guia tendencia negocios_e_perfil_cons_para_2014_vol2Eliomar Viana
 
Programa mais leite com balde branco terraviva
Programa mais leite com balde branco  terravivaPrograma mais leite com balde branco  terraviva
Programa mais leite com balde branco terravivaMeio & Mensagem
 
[Pcamp19] - Os 6 passos para se implantar uma cultura de UX (ou plantar soja)...
[Pcamp19] - Os 6 passos para se implantar uma cultura de UX (ou plantar soja)...[Pcamp19] - Os 6 passos para se implantar uma cultura de UX (ou plantar soja)...
[Pcamp19] - Os 6 passos para se implantar uma cultura de UX (ou plantar soja)...Product Camp Brasil
 
Universidade estadual do norte do paraná
Universidade estadual do norte do paranáUniversidade estadual do norte do paraná
Universidade estadual do norte do paranárafael_camacho
 
Universidade estadual do norte do paraná
Universidade estadual do norte do paranáUniversidade estadual do norte do paraná
Universidade estadual do norte do paranárafael_camacho
 
Trabalho de informatica Rafael
Trabalho de informatica RafaelTrabalho de informatica Rafael
Trabalho de informatica Rafaelrafael_camacho
 
Informe Rural - 05/12/13
Informe Rural - 05/12/13Informe Rural - 05/12/13
Informe Rural - 05/12/13Informe Rural
 
Diagnóstico da gestão integrada em indústrias de laticínios
Diagnóstico da gestão integrada em indústrias de laticíniosDiagnóstico da gestão integrada em indústrias de laticínios
Diagnóstico da gestão integrada em indústrias de laticíniosDaniel Jovana Joaquim
 
Cartilha de Oportunidades aos Jovens Rurais 2014
Cartilha de Oportunidades aos Jovens Rurais 2014Cartilha de Oportunidades aos Jovens Rurais 2014
Cartilha de Oportunidades aos Jovens Rurais 2014FETAEP
 
Emater-PR: Revista Expotécnica
Emater-PR: Revista Expotécnica Emater-PR: Revista Expotécnica
Emater-PR: Revista Expotécnica Rural Pecuária
 

Similaire à Estudio de caso sobre la mandiocultura, Brasil (20)

http://pt.slideshare.net/osvaldoaguiaraguiar7/boletim-6-38255311Cartilha
http://pt.slideshare.net/osvaldoaguiaraguiar7/boletim-6-38255311Cartilhahttp://pt.slideshare.net/osvaldoaguiaraguiar7/boletim-6-38255311Cartilha
http://pt.slideshare.net/osvaldoaguiaraguiar7/boletim-6-38255311Cartilha
 
TESE_Administração da empresa rural e a sua produtividade.pdf
TESE_Administração da empresa rural e a sua produtividade.pdfTESE_Administração da empresa rural e a sua produtividade.pdf
TESE_Administração da empresa rural e a sua produtividade.pdf
 
Artigo bioterra v20_n2_04
Artigo bioterra v20_n2_04Artigo bioterra v20_n2_04
Artigo bioterra v20_n2_04
 
Guia prático para comercialização de agricultura familiar
Guia prático para comercialização de agricultura familiarGuia prático para comercialização de agricultura familiar
Guia prático para comercialização de agricultura familiar
 
Tese Norberto Andersson.pdf
Tese Norberto Andersson.pdfTese Norberto Andersson.pdf
Tese Norberto Andersson.pdf
 
Apresentação Trabalho de Conclusão de Curso - ACAFEG
Apresentação Trabalho de Conclusão de Curso - ACAFEGApresentação Trabalho de Conclusão de Curso - ACAFEG
Apresentação Trabalho de Conclusão de Curso - ACAFEG
 
Jornal da FETAEP - edição 143 - Novembro de 2016
Jornal da FETAEP - edição 143 - Novembro de 2016Jornal da FETAEP - edição 143 - Novembro de 2016
Jornal da FETAEP - edição 143 - Novembro de 2016
 
Desenvolvimento de pequenos produtores
Desenvolvimento de pequenos produtoresDesenvolvimento de pequenos produtores
Desenvolvimento de pequenos produtores
 
Jornal da FETAEP edição 123 - Janeiro e Fevereiro de 2015
Jornal da FETAEP edição 123 - Janeiro e Fevereiro de 2015Jornal da FETAEP edição 123 - Janeiro e Fevereiro de 2015
Jornal da FETAEP edição 123 - Janeiro e Fevereiro de 2015
 
Jornal da FETAEP edição 132 - Novembro de 2015
Jornal da FETAEP edição 132 - Novembro de 2015Jornal da FETAEP edição 132 - Novembro de 2015
Jornal da FETAEP edição 132 - Novembro de 2015
 
Guia tendencia negocios_e_perfil_cons_para_2014_vol2
Guia tendencia negocios_e_perfil_cons_para_2014_vol2Guia tendencia negocios_e_perfil_cons_para_2014_vol2
Guia tendencia negocios_e_perfil_cons_para_2014_vol2
 
Programa mais leite com balde branco terraviva
Programa mais leite com balde branco  terravivaPrograma mais leite com balde branco  terraviva
Programa mais leite com balde branco terraviva
 
[Pcamp19] - Os 6 passos para se implantar uma cultura de UX (ou plantar soja)...
[Pcamp19] - Os 6 passos para se implantar uma cultura de UX (ou plantar soja)...[Pcamp19] - Os 6 passos para se implantar uma cultura de UX (ou plantar soja)...
[Pcamp19] - Os 6 passos para se implantar uma cultura de UX (ou plantar soja)...
 
Universidade estadual do norte do paraná
Universidade estadual do norte do paranáUniversidade estadual do norte do paraná
Universidade estadual do norte do paraná
 
Universidade estadual do norte do paraná
Universidade estadual do norte do paranáUniversidade estadual do norte do paraná
Universidade estadual do norte do paraná
 
Trabalho de informatica Rafael
Trabalho de informatica RafaelTrabalho de informatica Rafael
Trabalho de informatica Rafael
 
Informe Rural - 05/12/13
Informe Rural - 05/12/13Informe Rural - 05/12/13
Informe Rural - 05/12/13
 
Diagnóstico da gestão integrada em indústrias de laticínios
Diagnóstico da gestão integrada em indústrias de laticíniosDiagnóstico da gestão integrada em indústrias de laticínios
Diagnóstico da gestão integrada em indústrias de laticínios
 
Cartilha de Oportunidades aos Jovens Rurais 2014
Cartilha de Oportunidades aos Jovens Rurais 2014Cartilha de Oportunidades aos Jovens Rurais 2014
Cartilha de Oportunidades aos Jovens Rurais 2014
 
Emater-PR: Revista Expotécnica
Emater-PR: Revista Expotécnica Emater-PR: Revista Expotécnica
Emater-PR: Revista Expotécnica
 

Plus de ConectaDEL

Estudio de caso Cadena de la Papa Andina.
Estudio de caso Cadena de la Papa Andina.Estudio de caso Cadena de la Papa Andina.
Estudio de caso Cadena de la Papa Andina.ConectaDEL
 
Estudio de Caso Programa de apoyo a la producción, transformación y comercial...
Estudio de Caso Programa de apoyo a la producción, transformación y comercial...Estudio de Caso Programa de apoyo a la producción, transformación y comercial...
Estudio de Caso Programa de apoyo a la producción, transformación y comercial...ConectaDEL
 
Estudio de caso: Kallari, Ecuador
Estudio de caso: Kallari, EcuadorEstudio de caso: Kallari, Ecuador
Estudio de caso: Kallari, EcuadorConectaDEL
 
Nuevos casos practicos SIT
Nuevos casos practicos SITNuevos casos practicos SIT
Nuevos casos practicos SITConectaDEL
 
Sit con Enfoqque
Sit con Enfoqque Sit con Enfoqque
Sit con Enfoqque ConectaDEL
 
Guia sit parte_iii
Guia sit parte_iiiGuia sit parte_iii
Guia sit parte_iiiConectaDEL
 
Guia sit parte_ii
Guia sit parte_iiGuia sit parte_ii
Guia sit parte_iiConectaDEL
 
Guia sit anexos
Guia sit anexosGuia sit anexos
Guia sit anexosConectaDEL
 
Guia sig para_su_administracion_ecuador
Guia sig para_su_administracion_ecuadorGuia sig para_su_administracion_ecuador
Guia sig para_su_administracion_ecuadorConectaDEL
 
Guia sit parte_i
Guia sit parte_iGuia sit parte_i
Guia sit parte_iConectaDEL
 
Casos practicos
Casos practicosCasos practicos
Casos practicosConectaDEL
 
Cartografia participativa
Cartografia participativaCartografia participativa
Cartografia participativaConectaDEL
 
Anexos informe final
Anexos informe finalAnexos informe final
Anexos informe finalConectaDEL
 
Informe final foro virtual sistemas de información territorial
Informe final foro virtual sistemas de información territorialInforme final foro virtual sistemas de información territorial
Informe final foro virtual sistemas de información territorialConectaDEL
 
Seminario Sistemas de Información Territorial (SIT)
Seminario Sistemas de Información Territorial (SIT)Seminario Sistemas de Información Territorial (SIT)
Seminario Sistemas de Información Territorial (SIT)ConectaDEL
 
Comentarios finales al primer simposio estatal de agencias de desarrollo econ...
Comentarios finales al primer simposio estatal de agencias de desarrollo econ...Comentarios finales al primer simposio estatal de agencias de desarrollo econ...
Comentarios finales al primer simposio estatal de agencias de desarrollo econ...ConectaDEL
 
La planificación estratégica en sociedades pequeñas Trevelin, Gualjaina y Pas...
La planificación estratégica en sociedades pequeñas Trevelin, Gualjaina y Pas...La planificación estratégica en sociedades pequeñas Trevelin, Gualjaina y Pas...
La planificación estratégica en sociedades pequeñas Trevelin, Gualjaina y Pas...ConectaDEL
 
Informe final foros virtuales programa conectadel
Informe final foros virtuales programa conectadelInforme final foros virtuales programa conectadel
Informe final foros virtuales programa conectadelConectaDEL
 
Algunos aprendizajes foros virtuales conecta del
Algunos aprendizajes foros virtuales conecta delAlgunos aprendizajes foros virtuales conecta del
Algunos aprendizajes foros virtuales conecta delConectaDEL
 
Relatos foro enfoque pedagogico
Relatos foro enfoque pedagogicoRelatos foro enfoque pedagogico
Relatos foro enfoque pedagogicoConectaDEL
 

Plus de ConectaDEL (20)

Estudio de caso Cadena de la Papa Andina.
Estudio de caso Cadena de la Papa Andina.Estudio de caso Cadena de la Papa Andina.
Estudio de caso Cadena de la Papa Andina.
 
Estudio de Caso Programa de apoyo a la producción, transformación y comercial...
Estudio de Caso Programa de apoyo a la producción, transformación y comercial...Estudio de Caso Programa de apoyo a la producción, transformación y comercial...
Estudio de Caso Programa de apoyo a la producción, transformación y comercial...
 
Estudio de caso: Kallari, Ecuador
Estudio de caso: Kallari, EcuadorEstudio de caso: Kallari, Ecuador
Estudio de caso: Kallari, Ecuador
 
Nuevos casos practicos SIT
Nuevos casos practicos SITNuevos casos practicos SIT
Nuevos casos practicos SIT
 
Sit con Enfoqque
Sit con Enfoqque Sit con Enfoqque
Sit con Enfoqque
 
Guia sit parte_iii
Guia sit parte_iiiGuia sit parte_iii
Guia sit parte_iii
 
Guia sit parte_ii
Guia sit parte_iiGuia sit parte_ii
Guia sit parte_ii
 
Guia sit anexos
Guia sit anexosGuia sit anexos
Guia sit anexos
 
Guia sig para_su_administracion_ecuador
Guia sig para_su_administracion_ecuadorGuia sig para_su_administracion_ecuador
Guia sig para_su_administracion_ecuador
 
Guia sit parte_i
Guia sit parte_iGuia sit parte_i
Guia sit parte_i
 
Casos practicos
Casos practicosCasos practicos
Casos practicos
 
Cartografia participativa
Cartografia participativaCartografia participativa
Cartografia participativa
 
Anexos informe final
Anexos informe finalAnexos informe final
Anexos informe final
 
Informe final foro virtual sistemas de información territorial
Informe final foro virtual sistemas de información territorialInforme final foro virtual sistemas de información territorial
Informe final foro virtual sistemas de información territorial
 
Seminario Sistemas de Información Territorial (SIT)
Seminario Sistemas de Información Territorial (SIT)Seminario Sistemas de Información Territorial (SIT)
Seminario Sistemas de Información Territorial (SIT)
 
Comentarios finales al primer simposio estatal de agencias de desarrollo econ...
Comentarios finales al primer simposio estatal de agencias de desarrollo econ...Comentarios finales al primer simposio estatal de agencias de desarrollo econ...
Comentarios finales al primer simposio estatal de agencias de desarrollo econ...
 
La planificación estratégica en sociedades pequeñas Trevelin, Gualjaina y Pas...
La planificación estratégica en sociedades pequeñas Trevelin, Gualjaina y Pas...La planificación estratégica en sociedades pequeñas Trevelin, Gualjaina y Pas...
La planificación estratégica en sociedades pequeñas Trevelin, Gualjaina y Pas...
 
Informe final foros virtuales programa conectadel
Informe final foros virtuales programa conectadelInforme final foros virtuales programa conectadel
Informe final foros virtuales programa conectadel
 
Algunos aprendizajes foros virtuales conecta del
Algunos aprendizajes foros virtuales conecta delAlgunos aprendizajes foros virtuales conecta del
Algunos aprendizajes foros virtuales conecta del
 
Relatos foro enfoque pedagogico
Relatos foro enfoque pedagogicoRelatos foro enfoque pedagogico
Relatos foro enfoque pedagogico
 

Dernier

Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxAntonioVieira539017
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º anoRachel Facundo
 
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretaçãoLENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretaçãoLidianePaulaValezi
 
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...Francisco Márcio Bezerra Oliveira
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfFrancisco Márcio Bezerra Oliveira
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Maria Teresa Thomaz
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTailsonSantos1
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfHELENO FAVACHO
 
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdfConflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdfjacquescardosodias
 
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...MariaCristinaSouzaLe1
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfcomercial400681
 
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...DirceuNascimento5
 
GÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptx
GÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptxGÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptx
GÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptxMARIADEFATIMASILVADE
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxFlviaGomes64
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...marcelafinkler
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAHELENO FAVACHO
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*Viviane Moreiras
 
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptxJssicaCassiano2
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdfmarlene54545
 

Dernier (20)

Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
 
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretaçãoLENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
 
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdfConflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
 
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
 
GÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptx
GÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptxGÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptx
GÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptx
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 

Estudio de caso sobre la mandiocultura, Brasil

  • 1. 2006 2006 Histórias de Sucesso Agronegócios • Mandiocultura e Fruticultura Agronegócios • Mandiocultura e Fruticultura Histórias de Sucesso
  • 2. COPYRIGHT © 2006, SEBRAE – SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – É permitida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio, desde que divulgadas as fontes. Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Armando de Queiroz Monteiro Neto Diretor-Presidente: Paulo Tarciso Okamotto Diretor-Técnico: Luiz Carlos Barboza Diretor de Administração e Finanças: César Acosta Rech Gerente da Unidade de Gestão Estratégica: Gustavo Henrique de Faria Morelli Gerente da Unidade de Atendimento Coletivo – Agronegócios e Territórios Específicos: Juarez Ferreira de Paula Filho Coordenadora Nacional do Projeto Casos de Sucesso: Renata Barbosa de Araújo Duarte Comitê Gestor do Projeto Casos de Sucesso: Eligeneth Resplande Pimentel – Sebrae/TO, Fabrícia Carneiro Fernandes – Sebrae/AL, Renata Mauricio Macedo Cabral – Sebrae/RJ, Rosana Carla de Figueiredo Lima – Sebrae Nacional, Tânia Aparecida Silva – Sebrae/GO Colaboradores: Beatriz Bello Rossetto, Edson Fermann, Emanuel Malta Falcão Caloête, Francisco José da Nóbrega Cesarino, Lucy Vaz da Silva, Mário Lúcio de Ávila, Murilo de Aquino Terra, Sávio Alves Borges Júnior, Thais Luz Pereira Tutoria Nacional: Daniela Abrantes Serpa – M.Sc., Sandra Regina H. Mariano – D.Sc., Verônica Feder Mayer – D.Sc. Diagramação: Adesign Produção Editorial: Buscato Informação Corporativa D812hm Histórias de sucesso: agronegócios : mandiocultura e fruticultura / Organizado por Renata Barbosa de Araújo Duarte. – Brasília: SEBRAE, 2006. 92 p. : il. Estudo de caso. 2. Empreendedorismo. 3. Agronegócio. 4. Mandiocultura. 5. Fruticultura. I. SEBRAE. II. Duarte, Renata Barbosa de Araújo. CDU 37.013:37.046.14 BRASÍLIA SEPN – Quadra 515, Bloco C, Loja 32 – Asa Norte 70.770-900 – Brasília Tel.: (61) 3348-7100 – Fax: (61) 3347-4120 www.sebrae.com.br
  • 3. AGRONEGÓCIOS — MANDIOCULTURA E FRUTICULTURA PROJETO CASOS DE SUCESSO OBJETIVO O Projeto Casos de Sucesso foi concebido em 2002 a partir das prioridades estratégicas do Sistema Sebrae com a finalidade de disseminar na própria organização, nas instituições de ensi- no e na sociedade as melhores práticas empreendedoras, individuais e coletivas, observadas no âmbito de atuação do Sebrae e de seus parceiros, estimulando a sua multiplicação, contribuindo para a obtenção de resultados e fortalecendo a gestão do conhecimento do Sebrae. METODOLOGIA DESENVOLVENDO CASOS DE SUCESSO A metodologia adotada pelo projeto é uma adaptação do consagrado método de estudos de caso aplicado em Babson College e Harvard Business School. Foi criada com o objetivo de garantir a qualidade do conteúdo e nivelar a formação didática dos escritores e de seus orientadores acadêmicos. Ela se baseia na história real de um protagonista que, em um dado contexto, encontra-se diante de um problema ou de um dilema que precisa ser solucionado. O método estimula o empreen- dedor ou aluno a vivenciar uma situação real, convidando-o a assumir a perspectiva do protagonista na tomada de decisão. O LIVRO HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006 Este trabalho é o resultado de uma das ações do Projeto Casos de Sucesso, construído por colaboradores do Sistema Sebrae, parceiros, consultores e professores de instituições de ensino superior parceiras. Esta coletânea é composta por oito volumes, que descrevem 42 estudos de ações empreendedoras, divididos por área temática: • Agronegócios: Ovinocaprinocultura, Leite e Derivados • Agronegócios: Apicultura • Agronegócios: Mandiocultura e Fruticultura HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
  • 4. AGRONEGÓCIOS — MANDIOCULTURA E FRUTICULTURA • Comércio e Serviços: Comércio Varejista • Comércio e Serviços: Artesanato • Comércio e Serviços: Turismo • Indústria: Têxtil e Confecções, Madeira e Móveis • Indústria: Petróleo e Gás Natural DISSEMINAÇÃO DOS CASOS DE SUCESSO DO SEBRAE Internet: O site Casos de Sucesso do Sebrae (www.casosdesucesso. sebrae.com.br) visa divulgar o conhecimento gerado nas diver- sas situações apresentadas nos casos, ampliando o acesso aos estudos para todos os interessados. Além dos casos da coletânea 2006, o site apresenta estudos das edições 2003, 2004 e 2005, organizados por área de conhe- cimento, região, município e palavra-chave. Há ainda vídeos, fotos e artigos de jornal que ajudam a compreender o cenário em que os casos se passam. O site disponibiliza também um manual de orientações para instrutores, professores e alunos so- bre como utilizar um estudo de caso para fins didáticos. As experiências relatadas apresentam iniciativas criativas e empreendedoras para o enfrentamento de problemas tipica- mente brasileiros, podendo inspirar a disseminação e aplicação dessas soluções em contextos similares. Esses estudos estão em sintonia com a crescente importância que os pequenos negócios vêm adquirindo como promotores do desenvolvimento e da geração de emprego e renda no Brasil. Boa leitura e aprendizado! Gustavo Morelli Gerente da Unidade de Gestão Estratégica Renata Barbosa de Araújo Duarte Coordenadora Nacional do Projeto Casos de Sucesso HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
  • 5. MANDIOCULTURA: GOVERNANÇA LOCAL NO AGRESTE DE ALAGOAS ALAGOAS MUNICÍPIO: ARAPIRACA A cidade de Arapiraca, situada no semi-árido alagoano era, em 2005, o centro de uma região que congregava 14 mu- nicípios com Índice de Desenvolvimento Humano1 (IDH) que variava de 0,535 a 0,666. Dadas as características do clima e do solo, os habitantes locais cultivavam a mandioca como ativida- de produtiva desde o período colonial. Tanto o plantio quan- to a transformação da mandioca em farinha sempre se deu em bases artesanais, com uso de tecnologia rudimentar desprovi- da de qualquer técnica para seu melhor desempenho produti- vo e econômico. Como conseqüência, os produtores ficavam predispostos ao risco de acidentes, ocasionando perda de sub- produtos, baixa produtividade, baixos preços, contaminação ambiental e qualidade duvidosa. A reputação popular confir- mava: “a farinha não é boa”. José Renildo Moura, assim como muitos outros produto- res de farinha, trabalhava de forma isolada, com acesso res- trito a linhas de financiamento e à assistência técnica, operando na informalidade, descumprindo ocasionalmente normas e regulamentações sanitárias, trabalhistas e ambien- tais. Essa situação desfavorável era compartilhada por cerca de 450 casas de farinha que beneficiavam parte da mandioca plantada e colhida por aproximadamente 20 mil produtores. Marcos Antônio Martins Fontes, consultor do Sebrae/AL, elaborou o estudo de caso sob orientação da professora Cláudia Milito, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), integrando as atividades do Projeto Casos de Sucesso, do Sebrae. 1 Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa de pobreza, alfabetização, educação, esperança de vida, natalidade e outros fatores para os diversos países do mundo. O índice foi desenvolvido em 1990 pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq, e vem sendo usado desde 1993 pelo Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas em seu relatório anual. (Wikipédia-http://pt.wikipedia.org/wiki/IDH). HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006 1
  • 6. Edson Luiz dos Anjos DESCASCADORA DE MANDIOCA NA ESTAÇÃO DE TRABALHO Edson Luiz dos Anjos CASA DE FARINHA DO APL MADIOCA
  • 7. MANDIOCULTURA: GOVERNANÇA LOCAL NO AGRESTE DE ALAGOAS – AL A fama de “a farinha não é boa” e as irregularidades da pro- dução dificultavam o crescimento do negócio em toda a re- gião do agreste alagoano. Renildo, como era conhecido na região, sofreu na pele as conseqüências do descumprimento da legislação trabalhista. No ano de 2000, ele e vários outros produtores foram autua- dos pelo Ministério do Trabalho com pesadas multas, após a constatação de irregularidades na contratação da mão-de-obra temporária. Mais tarde, em 2002, Renildo e os demais fari- nheiros perceberam que a contratação de mão-de-obra em conformidade com a legislação trabalhista era apenas um dos inúmeros problemas que compartilhavam. Além disso, para sair daquela difícil situação, precisariam se unir e contar com o apoio de diversas instituições, pois a sustentabilidade da ativi- dade dependia de grandes investimentos. Renildo e os demais farinheiros não tinham acesso a recursos para tal. Encontrar uma forma para contratar mão-de-obra de forma legal e que viabilizasse o negócio; investir nas instalações, equipamentos e treinamento da mão-de-obra para melhorar a qualidade do produto final; melhorar a imagem do produto lo- cal; encontrar alternativas para produzir sem agredir o meio ambiente. Esses eram os grandes desafios que precisavam ser enfrentados naquele momento. MANDIOCA: UMA TRADIÇÃO, UMA REALIDADE A mandioca sempre foi um produto de consumo secular na mesa do nordestino, principalmente em Alagoas. Para o povo do agreste alagoano, ela representava muito mais que uma importante fonte de alimento e de renda, sobretudo após o declínio da produção de fumo na região. A população tinha forte apego ao plantio de mandioca, à fabricação de farinha e ao local em que vivem. HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006 3
  • 8. AGRONEGÓCIOS — MANDIOCULTURA E FRUTICULTURA Aliás, motivo para isso era o que não faltava. A mandioca, presente quase que exclusivamente na pequena propriedade, era uma das poucas culturas capazes de se desenvolver no clima adverso do agreste alagoano e com o pouco trato dado pelos produtores, em sua maioria de baixa renda. A grande área plantada com mandioca propiciou, ao longo dos anos, a construção de casas de farinha, caracterizando um impor- tante segmento produtivo na região. Durante a década de 1990, pela primeira vez o setor obte- ve apoio governamental para o fortalecimento da atividade em Alagoas. Foram reformadas ou construídas aproximadamente 450 casas de farinha em 14 municípios do entorno de Arapi- raca. A idéia era de que haveria o aquecimento dos negócios na região a partir dessa iniciativa. Renildo começou a trabalhar como corretor de farinha aos 14 anos. Aos 17, montou a sua primeira casa de farinha em Girau do Ponciano, no povoado Caldeirões, na região agreste de Alagoas. Com a unidade instalada com dois fornos, passou a processar a mandioca de diversos produtores para obter a farinha a ser vendida no mercado. A realidade dos produtores de mandioca não era fácil. A renda per capita média nos municípios da região de Arapiraca variava entre R$ 47,94 e R$ 129,21. Certamente, o baixo nível de renda refletia o baixo nível de escolaridade e de outras condicionantes, como comprova o IDH da região que, em 2000, variava de 0,535 a 0,666, com vários municípios apre- sentando índices inferiores ao do Estado de Alagoas (0,649), 27ª posição no ranking nacional. O apoio governamental feito na década de 1990 se restrin- giu à construção civil e aquisição de equipamentos. Nada foi feito em termos de organização setorial, acesso a financia- mento para capital de giro das empresas, capacitação geren- cial, etc. Em decorrência disso, muitas das casas de farinha fecharam por falta de competitividade. 4 HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
  • 9. MANDIOCULTURA: GOVERNANÇA LOCAL NO AGRESTE DE ALAGOAS – AL Para agravar ainda mais a situação, o investimento caiu por completo no esquecimento do governo. Mas o mesmo não ocorreu com cerca de 20 mil produtores da região. Para eles, além de outras culturas como milho, feijão, tubérculos, horta- liças e o fumo, a mandioca sempre teve espaço garantido nas pequenas unidades familiares, que raramente ultrapassam dez hectares. Com a decadência da cultura do fumo, a mais importante do passado na região, a mandioca foi ocupando espaços cada vez mais importantes, assim como também a produção de farinha. Nesse cenário, Renildo desenvolvia a sua atividade, cuja produção alternava períodos de preços atrativos com períodos de preços que mal cobriam os custos. Proprietário de uma das maiores casas de farinha da região, comprava raízes de vários produtores e contratava temporariamente numerosos contingentes de mão-de-obra para descascar, manualmente, toneladas de mandioca, etapa fundamental na produção de fa- rinha. Essa mão-de-obra utilizada nas casas de farinha sempre foi constituída de mulheres, comumente acompanhadas de seus filhos pequenos, uma vez que não tinham com quem deixá-los enquanto trabalhavam para o sustento da família. Assim, Renildo e vários outros empresários de farinha e produtores de mandioca realizavam suas atividades de forma artesanal, pouco competitiva em relação aos estados vizinhos, mas sem maiores problemas aparentes. Entretanto, em 2000, o Ministério do Trabalho iniciou um processo de fiscalização das casas de farinha na região agreste de Alagoas. O empreendi- mento de Renildo foi um dos visitados pelo ministério, que lá identificou irregularidades. As mulheres, descascadoras de mandioca, como desenvol- viam uma atividade temporária, não tinham carteira assinada, o que não era viável para as casas de farinha, pois trabalha- vam com um produto de baixo valor agregado. Como eram remuneradas por produtividade, era comum trabalharem HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006 5
  • 10. AGRONEGÓCIOS — MANDIOCULTURA E FRUTICULTURA mais de oito horas por dia. Além disso, muitas mães tinham ao seu lado crianças ainda pequenas, que, embora não esti- vessem necessariamente trabalhando, estavam no ambiente de trabalho, inadequado para crianças daquela idade. O resultado da visita dos fiscais do ministério para Renildo e vários outros empresários que compartilhavam da mesma realidade foi autuação e um prazo para regularizar a situação trabalhista. No entanto, contratar todas as descascadoras de mandioca com carteira de trabalho e atender aos requisitos da legislação trabalhista era algo totalmente inviável. Isso seria decretar o fim da atividade na região agreste e o sustento de inúmeras famílias. As fiscalizações continuaram e pesadas mul- tas foram inevitáveis. O agravamento da situação fez com que um grupo de empresários da farinha se reunisse para discutir o grave dile- ma: como contratar as descascadoras de mandioca de forma legal e manter a produção de farinha economicamente viável? Desse encontro surgiu a Associação dos Beneficiadores de Mandioca de Alagoas (Abeman), cujo propósito era defender os interesses dos produtores e beneficiadores de mandioca. Renildo foi eleito o presidente. A solução para o problema não era simples e, em 2001, a Abeman conseguiu o apoio das Secretarias Municipais de Agricultura dos municípios de Girau do Ponciano e Arapiraca e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Ala- goas (Sebrae/AL) para realizar um seminário com a finalidade de discutir as questões trabalhistas nas casas de farinha. Foi a primeira ação realizada de uma forma mais organizada pelos beneficiadores de mandioca do agreste alagoano. Uma vez mais organizados, os encontros entre produtores de farinha para discutir questões relacionadas ao seu negócio tornaram-se mais freqüentes. Outros problemas da Cadeia Produtiva da Mandioca, até então latentes, foram percebidos pelos membros da Abeman. Entre os problemas, Renildo e 6 HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
  • 11. MANDIOCULTURA: GOVERNANÇA LOCAL NO AGRESTE DE ALAGOAS – AL seus colegas identificaram que a sustentabilidade da ativida- de de produção de farinha precisava de algo maior que nem eles mesmos sabiam exatamente o que era. Faltava capaci- tação, infra-estrutura, investimentos para o setor? Por onde começar? O que queriam? Do que necessitavam? A única certeza que tinham naquele momento era de que precisavam contar com o apoio de diversas instituições, pois certamente a sustentabilidade da atividade dependeria de uma redefinição total do sistema produtivo, o que demandaria necessariamente pesados investimentos. A Abeman não os possuía e nem po- deria obtê-los atuando de forma isolada. MANDIOCULTURA: DILEMAS E POTENCIALIDADES E m meio a tantas dúvidas e uma única certeza, a de que pre- cisaria de ajuda, a Abeman buscou o apoio do Sebrae/AL, em julho de 2002. A associação necessitava compreender melhor os problemas e encontrar uma saída não só para con- tratar as descascadoras de mandioca de forma legal, mas principalmente para encontrar caminhos para tornar a produção de farinha uma atividade economicamente viável. Naquela época, o Sebrae/AL, assim como as demais insti- tuições de fomento e governamentais, não possuía nenhum projeto voltado para o apoio à mandiocultura em Alagoas. O plantio de mandioca e a produção de farinha não eram atividades prioritárias e nem constavam das diretrizes estraté- gicas de desenvolvimento do Estado. Isto significa dizer que os técnicos do Sebrae/AL também não tinham respostas para as inúmeras perguntas dos empre- sários da farinha. Assim, naquele momento, a primeira ação foi a realização de uma oficina de trabalho com produtores de mandioca, de farinha, técnicos dos serviços de assistência téc- nica e pesquisadores para, em conjunto, dimensionarem o pro- HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006 7
  • 12. AGRONEGÓCIOS — MANDIOCULTURA E FRUTICULTURA blema. A finalidade da oficina foi analisar a situação daquele momento, definir objetivos e estabelecer um plano de ação. Os trabalhos foram divididos em duas fases: a análise da situação e a elaboração de uma matriz de planejamento. Na primeira, duas perguntas orientaram os participantes: Quais os problemas que afetavam a Cadeia Produtiva da Mandioca? Quais as suas potencialidades? Nos debates que se seguiram, foram identificados problemas relacionados à comercialização, assistência técnica, organização dos produtores, diversificação da produção, entre outros. No campo das potencialidades da mandiocultura na região agreste, muitas possibilidades foram levantadas. Entre elas, a di- versidade de usos da mandioca e de seus inúmeros derivados, a escala de produção, o grande número de ocupações geradas e as possibilidades de ampliação da renda e de novas ocupa- ções, a adaptação à região, e o grande mercado existente. Atestando a potencialidade da cultura e o apego à atividade que desenvolviam, alguns argumentos daquele grupo, extraídos do relatório da oficina, são dignos de se relembrar: “Com man- dioca é garantia de produção em qualquer condição climática. Todo mundo produz. É um meio de vida para os produtores. A produção de fécula é uma possibilidade. É importante para alimentação humana e animal. Dá meios de sobrevivência. É fácil de produzir no sistema de plantio regional”. A segunda fase foi caracterizada pelo planejamento da ati- vidade. Os objetivos eram bastante claros. Usando as palavras daquele grupo determinado e cheio de esperança, o desejo maior era “trabalho e renda ampliados na região”. Para isso se tornar uma realidade seria necessário ter um projeto cujo resul- tado desejado poderia ser alcançado: a cadeia produtiva da mandioca operando em condições de sustentabilidade. Orientadas por essas duas diretrizes, várias ações foram lista- das e classificadas em quatro grupos, de acordo com a priorida- de e os resultados almejados: assistência técnica capacitada e em 8 HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
  • 13. MANDIOCULTURA: GOVERNANÇA LOCAL NO AGRESTE DE ALAGOAS – AL contato permanente com o produtor; diversificação de varieda- des agrícolas e produtos processados; formas associativas de or- ganização de produtores implementadas na região; atividade de comercialização adequada às necessidades do mercado. Àquela altura, realizar a oficina de planejamento, compreen- der os problemas e ter um plano de ação para implementar já era uma grande conquista para produtores de mandioca e de fa- rinha. Já sabiam do que precisavam. Haviam conseguido, de for- ma organizada, chamar a atenção das instituições de fomento que, até então, sequer se preocupavam com aquela atividade. Embora importante, essa vitória inicial não era o suficiente. A Abeman continuou a sua luta em defesa dos interesses dos produtores e beneficiadores de mandioca no agreste alagoano. Assim, ainda em 2002, a Abeman conseguiu junto ao Minis- tério do Trabalho que a produção de farinha fosse reconhe- cida como atividade de produtor rural e não como atividade industrial. Essa nova conquista significaria menores encargos trabalhistas para a produção de farinha. NOVOS HORIZONTES O ano de 2002 marcou definitivamente o início de uma nova era da mandiocultura no agreste alagoano. A atividade co- meçava a chamar a atenção das instituições e a obter algumas conquistas, embora ainda pequenas, bastante significativas. O reconhecimento da produção de farinha como atividade rural, a elaboração de um plano de ação para o seu desenvol- vimento e a garantia de recursos do Sebrae/AL num projeto específico para a cadeia produtiva da mandioca, no valor de R$ 60.000,00, para execução em 2003, indicavam o início dos novos tempos para a mandiocultura. Em 2003, a Abeman continuou a sua luta. A primeira con- quista do ano foi obtida junto ao governo do Estado por meio HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006 9
  • 14. AGRONEGÓCIOS — MANDIOCULTURA E FRUTICULTURA da Secretaria da Fazenda, que na época tinha como secretário Sérgio Roberto Uchoa Dória e como subsecretário, Evandro Lobo. A alíquota de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que era de 17%, passou para 0% para co- mercialização no Estado de Alagoas e para 2,5% com crédito presumido no caso do comércio interestadual. Produtores e beneficiadores de mandioca estavam fazendo a sua parte. Naquele ano, pela primeira vez na história, a Abe- man conseguiu exportar farinha de mandioca para o Rio de Ja- neiro, Amazonas e até para o Pará, principal produtor de farinha do País. Neste período, o Sebrae/AL colocava em ação o Projeto Cadeia Produtiva Tubérculos e Raízes. Pela primeira vez, a instituição estava apoiando a Cadeia Produtiva da Mandioca. Aumentar a eficiência do setor produtivo da matéria prima, caracterizar e identificar as demandas tecnológicas, identificar cultivares de mandioca com aptidão industrial e de mesa adaptados às principais regiões produtoras do Estado, capacitar produtores e empresários, qualificar mão-de-obra, realizar um diagnóstico da eficiência econômica da cadeia produtiva constituíam os objetivos do projeto. De fato eram objetivos ousados para os R$ 60.000,00 do orçamento. Mas foi o possível. O projeto original estava orça- do em R$ 200 mil. O corte comprovava que a mandiocultura ainda não era uma atividade prioritária para o Sebrae/AL. Com recursos escassos para enormes desafios e público, pouco se podia fazer. A estratégia utilizada no projeto foi integrar os esforços ao Projeto Vida Rural Sustentável2, que trabalhava com o mesmo público-alvo, os agricultores fami- liares de Arapiraca, no agreste; de Santana do Mundaú, na Zona da Mata; e de Maragogi, no litoral norte de Alagoas. 2 Projeto Vida Rural Sustentável, implantado em 2002, visa estimular o desenvolvimento local sustentável por meio da agricultura familiar e da agroecologia. 10 HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
  • 15. MANDIOCULTURA: GOVERNANÇA LOCAL NO AGRESTE DE ALAGOAS – AL Assim, o Projeto Cadeia Produtiva Tubérculos e Raízes prio- rizou a realização do diagnóstico da eficiência econômica da cadeia produtiva da mandioca, a capacitação de produtores em diversificação das formas de utilização da mandioca e o seu uso na alimentação humana e animal. As ações estavam acontecendo. O povo do agreste começa- va a ver o plano de ação sair do papel e participar sempre de forma entusiástica e compromissada das ações do projeto. A mandiocultura do agreste estava ganhando importância e pas- sando a ser percebida como importante atividade produtiva e econômica para o agreste de Alagoas. Neste cenário, nove municípios da região adotaram como es- tratégia de desenvolvimento regional e fortalecimento da agricul- tura familiar constituir um Consórcio Intermunicipal de Produção, Industrialização e Comercialização dos Produtos da Agricultura Familiar da Região Agreste de Alagoas (Consiagri). Por meio do consórcio, a captação de recursos para o desenvolvimento de projetos de desenvolvimento seria facilitada. Foi principalmente esse fato que motivou Arapiraca, Campo Grande, Coité do Nóia, Craíbas, Girau do Ponciano, Lagoa da Canoa, Limoeiro de Ana- dia, São Sebastião e Taquarana a se organizarem na forma de um consórcio. Outros quatro municípios poderiam integrar-se ao consórcio, somando uma população rural de 207,6 mil habi- tantes e total de 423,9 mil habitantes3. A idéia inicial era, por intermédio do Consiagri, implantar uma rede de negócios, composta de unidades municipais que seriam responsáveis pelo planejamento, assistência técnica, seleção, be- neficiamento, industrialização e comercialização dos principais produtos da agricultura familiar da região. Isso seria viabilizado com o apoio dos recursos do Programa Nacional de Fortaleci- mento da Agricultura Familiar (Pronaf Infra-estrutura), uma linha de apoio financeiro do governo federal, com recursos não reem- 3 Censo IBGE 2000. HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006 11
  • 16. AGRONEGÓCIOS — MANDIOCULTURA E FRUTICULTURA bolsáveis, que atua em parceria com os governos municipais, nas áreas de infra-estrutura pública e serviços de apoio ao desenvol- vimento da agricultura familiar. Em Alagoas, o programa contava também com o apoio da Secretaria Estadual de Agricultura. Ainda em 2003, uma decisão foi tomada. O consórcio prio- rizou as ações voltadas para a cultura da mandioca, como a estratégia adotada pelos agricultores para substituir a cultura do fumo, que entrava em decadência na região. Nessa ocasião, a área cultivada já somava 30,6 mil hectares, sendo 11,5 mil hec- tares de mandioca solteira e 19,1 mil hectares de consorciada com outras culturas, como o milho, o feijão e o algodão. A CONSOLIDAÇÃO DA AÇÃO COLETIVA A idéia inicial evoluiu e a intenção de implantar uma rede de negócios cedeu lugar para o projeto de implantação de uma fecularia de mandioca no município de Arapiraca, com o argumento que essa iniciativa beneficiaria maior número de agricultores. Situada no centro geográfico do Estado de Ala- goas e da região agreste, além de ter localização estratégica, Arapiraca era o município de maior dinamismo econômico e político na região e o único capaz de arcar com a contrapar- tida de 20% para implantação do projeto da fecularia, cujo valor aproximado era de R$ 1,3 milhão. Em outubro de 2003, o governo do Estado de Alagoas, por meio da Secretaria de Planejamento (Seplan), e o Sebrae/AL aproveitando a experiência acumulada de uma atuação con- junta no Projeto Desenvolvimento Local Integrado e Sustentá- vel (DLIS)4, iniciaram um trabalho de identificação e seleção 4 É um novo modo de promover o desenvolvimento que possibilita o surgimento de comunidades mais sustentáveis, capazes de suprir suas necessidades imediatas, de descobrir ou despertar suas vocações locais, de desenvolver suas potencialidades específicas e de fomentar o intercâmbio externo, aproveitando-se de suas vantagens comparativas locais. 12 HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
  • 17. MANDIOCULTURA: GOVERNANÇA LOCAL NO AGRESTE DE ALAGOAS – AL de territórios que apresentavam alguma especialização pro- dutiva. Esses territórios serviriam de base para um programa prioritário do governo estadual: Programa de Mobilização para o Desenvolvimento dos Arranjos e Territórios Produti- vos Locais do Estado de Alagoas (PAPL). Segundo o governador do Estado de Alagoas, Ronaldo Lessa, “a economia de Alagoas é basicamente uma economia de micro e pequenas empresas. Quando as alavancamos nas diversas áreas urbanas e rurais do Estado, é a própria economia de Alagoas que estará progredindo. Para não pulverizar os ins- trumentos e mecanismos de desenvolvimento, que controlamos ou que sabemos como acessar por negociação, vamos atuar nas concentrações, espaciais, especializadas, de micro e pequenos empreendedores de Alagoas”. Assim, o PAPL definia a estratégia de atuação do governo de Alagoas em conjunto com o Sebrae/AL e parceiros, para a geração de ocupação e renda, tendo como base a atuação prioritária em ações coletivas e integradoras direcionadas ao desenvolvimento dos pequenos negócios. O Sebrae/AL encerrou o ano de 2003 aplicando os R$ 60.000,00 previstos no projeto daquele ano e decidiu que continuaria a apoiar a mandiocultura no ano seguinte. Apro- vou, então, o Projeto Cadeia Produtiva Tubérculos e Raízes II, no valor de R$ 200 mil, para execução em 2004. Em março de 2004, de 27 territórios produtivos identifi- cados em Alagoas pela Seplan e pelo Sebrae/AL, dez foram selecionados para constituir o PAPL. Um conjunto de 13 municípios na porção agreste de Alagoas havia sido selecio- nado como um dos territórios para integrar o PAPL. O terri- tório tinha uma área de 3,1 mil km2, 11% da área do Estado; reunia uma população de 423,9 mil habitantes representan- do 15% da população estadual; apresentava taxa de alfabe- tização de 53%; PIB de R$ 720 milhões; reunia 20 mil produtores agricultores familiares que se dedicavam ao cul- HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006 13
  • 18. AGRONEGÓCIOS — MANDIOCULTURA E FRUTICULTURA tivo de fumo, feijão milho, algodão e produziram em 2003, 132,4 mil toneladas de mandioca, sendo uma parte proces- sada em 450 casas de farinha. A especialização produtiva do território era o plantio e o beneficiamento da mandioca e foi denominada pelo PAPL como Arranjo Produtivo Local da Mandioca no Agreste, mais conhecido, em Alagoas, como APL Mandioca. Foi uma grande conquista. A mandiocultura naquele mo- mento tornara-se uma prioridade para o governo estadual, para o Sebrae/AL e para a rede de parceiros que começava a se for- mar e estreitar as relações de parceria. Renildo entendeu ser esse o momento de avançar em seu negócio e adquiriu sua se- gunda casa de farinha, no município de Lagoa da Canoa, num povoado chamado Mata Limpa, o mesmo nome de uma das marcas da farinha comercializadas por ele. A Abeman continuava firme na defesa dos interesses do setor e conseguiu junto à Companhia Energética de Alagoas (CEAL) que a taxa de energia elétrica utilizada nas casas de farinha fosse calculada com base na tarifa rural e não mais baseada na tarifa industrial. A redução dos gastos com energia elétrica nas casas de farinha foi de 50%. Ainda em 2004, finalmente foi encontrada uma saída legal para a contratação de mão-de-obra temporária. A Abeman, orientada pelo Ministério do Trabalho, fundou o primeiro con- domínio de empregadores rurais, o que possibilitava a contrata- ção das descascadoras de mandioca, de forma legal e sem elevar os custos desta atividade a ponto de inviabilizar a atividade de produção de farinha. O Sebrae/AL implementava o Projeto Cadeia Produtiva Tubérculos e Raízes II, que, assim como o projeto anterior, visava sanar alguns dos entraves ao desenvolvimento da mandiocultura apontados nos diagnósticos realizados. Embora o projeto tivesse como objetivo fortalecer os prin- cipais elos da Cadeia Produtiva da Mandioca em Alagoas, 14 HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
  • 19. MANDIOCULTURA: GOVERNANÇA LOCAL NO AGRESTE DE ALAGOAS – AL adotara como estratégia em 2004, concentrar os esforços na região agreste, principal região produtora de mandioca do Estado, mais especificamente nos municípios de Arapiraca, Girau do Ponciano, Lagoa da Canoa, São Sebastião, Limoeiro de Anadia, Taquarana e Coité do Nóia. As principais ações desse projeto foram: a editoração do Diagnóstico da Cadeia Produtiva da Mandioca, realizado em 2003; a elaboração de um plano estadual para a cadeia pro- dutiva; a implantação de três unidades demonstrativas da cultura da mandioca – conservação do solo, produção sus- tentável e uso da mandioca na alimentação animal; a avalia- ção de cultivares de mandioca para indústria e para mesa; capacitações em classificação e qualidade da farinha, técni- cas de fabricação de polvilho, boas práticas de fabricação em unidades de produção de farinha; programa de qualida- de total rural; oficina de design e palestras gerenciais. No mesmo ano, foram iniciadas as obras da fecularia de man- dioca, as quais se estenderiam até 2005. Uma vez selecionados os territórios de atuação, o PAPL entrava numa nova fase. Entre janeiro e abril de 2004, deu- se a formação da rede e parceiros do programa. Entre abril e setembro foi elaborado o plano de ação do APL Mandio- ca, no Agreste. Sua elaboração iniciou com um diagnóstico que contou com a participação de agricultores, produtores de farinha, técnicos da região, parceiros de diversas institui- ções e um consultor especialista em agronegócios que con- solidou as informações geradas. Essa ação caracterizou o início da integração dos projetos relacionados à mandiocul- tura que estavam em andamento. Assim, esse diagnóstico participativo substituiu a elaboração do plano estadual para a Cadeia Produtiva da Mandioca, previsto no projeto Cadeia Produtiva Tubérculos e raízes gerido pelo Sebrae/AL. Isso definitivamente integrou os esforços desse projeto com o plano de ação do APL Mandioca. HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006 15
  • 20. AGRONEGÓCIOS — MANDIOCULTURA E FRUTICULTURA Após setembro de 2004, o plano elaborado pelo consultor foi apreciado e aprovado pelo mesmo público presente à oficina de planejamento. O resultado final foi um projeto co- letivo que definia claramente o público-alvo, os resultados esperados e integrava as novas ações com todas as iniciativas que estavam sendo desenvolvidas no setor da mandioca naquela época. O objetivo era implantar o principal pólo nor- destino de industrialização da mandioca, visando promover o desenvolvimento local, por meio do fortalecimento da organi- zação, da melhoria do nível de conhecimento tecnológico, do beneficiamento e diversificação da produção, gerando ocupa- ção, renda e crescimento econômico com sustentabilidade. De posse de um projeto consistente com metas, resultados, ações e seus respectivos custos claramente definidos, o PAPL estava apto a iniciar a fase de negociação das ações com os par- ceiros. Essa fase foi marcada com uma rodada de negociações ocorrida em outubro de 2004 na qual o projeto foi apresentado à rede de parceiros, que foram assumindo voluntariamente as ações de maior afinidade com suas missões. Embora a rodada tenha sido um fato marcante, as negociações demonstraram ser atividades permanentes num projeto de APL. ADENSAMENTO DE AÇÕES NA MANDIOCULTURA O ano de 2004 encerrou-se com investimentos no valor de R$ 1,3 milhão e ações negociadas para realização em 2005 no valor de R$ 3,1 milhões. O novo ano começou com uma ce- rimônia no palácio do governo estadual em que a rede de par- ceiros assinou um documento no qual se comprometia com os recursos financeiros e execução das ações assumidas na roda- da de negociações ocorrida em outubro de 2004. No decorrer de 2005, o plano de ação do APL Mandioca, no agreste, desenvolveu-se de forma bastante efetiva. As 16 HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
  • 21. MANDIOCULTURA: GOVERNANÇA LOCAL NO AGRESTE DE ALAGOAS – AL principais ações realizadas foram capacitação dos Agentes de Desenvolvimento Rural (ADR); treinamento em processos de gestão pela qualidade; treinamento em utilização da ma- nipueira para diversas finalidades; treinamento em formas de utilização da mandioca; capacitação em organização pro- dutiva (para produtores e técnicos em produção de mandio- ca e farinha, com objetivo de planejar e gerenciar empresas comunitárias com base em parâmetros de eficiência, susten- tabilidade e rentabilidade); capacitação de produtores rurais em manejo do solo e da cultura da mandioca; capacitação em controle oficial da produção e da qualidade da farinha; missão técnica a Paranavaí (PR); missão ao Congresso Bra- sileiro de Mandioca – Campo Grande (MS); elaboração de um plano de negócios para a fecularia; a atualização dos custos de produção da mandioca e da farinha; elaboração de um projeto-referência de engenharia e arquitetura para casas de farinha e desenvolvimento de uma estação de tra- balho para descascadoras de mandioca. A rede de parceiros estabelecida, o montante de recursos investidos na mandiocultura e a natureza das ações que es- tavam se desenvolvendo indicavam que Renildo, seus cole- gas da Abeman e demais produtores estavam certos. Conforme eles já imaginavam no começo, sozinhos eles não teriam conseguido. As transformações iniciadas no agreste alagoano foram resultado do esforço de muitas pessoas e de pesados investimentos. O gráfico a seguir mostra a evolução de investimentos dos parceiros aplicados entre 2002 e 2005, e os investimentos previstos para 2006 na mandiocultura. HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006 17
  • 22. AGRONEGÓCIOS — MANDIOCULTURA E FRUTICULTURA EVOLUÇÃO DOS INVESTIMENTOS PÚBLICOS EM MANDIOCULTURA NO AGRESTE ALAGOANO ENTRE 2002 E 2006 (R$) 10.000.000 9.162.146 8.000.000 6.000.000 5.048.191 4.000.000 2.716.215 2.000.000 1.337.240 500 60.000 0 2002 2003 2004 2005 2006 Total Fonte: 2002 a 2003 Sebrae/AL; 2004 a 2006 PAPL (http://www.sigeor.sebrae.com.br/). Em 2006, os municípios envolvidos no projeto eram: Ara- piraca, Campo Grande, Coité do Nóia, Craíbas, Feira Grande, Girau do Ponciano, Igaci, Junqueiro, Lagoa da Canoa, Limoeiro de Anadia, Olho D’Água Grande, São Sebastião, Taquarana, Palmeira dos Índios. AS CONQUISTAS E ntre 2000 e 2005, muita coisa aconteceu no agreste alagoa- no. Buscando atender ao pleito de produtores e beneficia- dores de mandioca, organizados pela primeira vez naquela oficina de planejamento em 2002, muitas conquistas foram al- cançadas. Nesse período, Renildo e a Abeman experimentaram um significativo crescimento da atividade no Estado, como mostram os indicadores de produção relacionados a seguir: 18 HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
  • 23. MANDIOCULTURA: GOVERNANÇA LOCAL NO AGRESTE DE ALAGOAS – AL QUADRO1: INDICADORES DE PRODUÇÃO Indicadores de Renildo Abeman produção da atividade 2000 2005 2005/2000 2000 2005 Nº de unidades produtivas (casas de farinha) 1 2 200% – 15 Toneladas de mandioca processadas manualmente 600 1.500 250% – 13.500 Produção anual de farinha em toneladas 120 300 250% – 2.700 Faturamento anual com o bene- ficiamento da mandioca em R$ 30.000 150.000 500% – 1.350.000 Nº de empregos gerados com o beneficiamento da mandioca* 34 42 124% – 454 Nº de associados da Abeman em 1º de janeiro de cada ano – – – – 17 Fonte: Pesquisa direta. Informações sobre o beneficiamento de mandioca no período de 2000 a 2005 para Renildo e Abeman. * Empregos formais e informais incluindo mão-de-obra familiar. No período 2000 a 2006, outros importantes resultados e conquistas foram alcançados para a mandiocultura, entre as quais se destacaram: • Mobilização de parcerias. A metodologia do PAPL facilitou a integração dos esforços entre institucionais e proporcionou a obtenção de resultados melhores e mais rápidos. • Organização do setor produtivo. Os empresários passaram a dispor de fóruns para debates e reivindicações relativas à mandiocultura. Associações de produtores foram formadas, fortalecidas ou ampliaram o escopo de atuação, como nos ca- sos da constituição da Abeman e da atuação da Cooperativa de Pequenos Agricultores Familiares (Cooperal), na produção de fécula de mandioca. • Construção da primeira fecularia de mandioca do Nordeste, inaugurada em 28 de outubro de 2005. Isso representou maior agregação de valor à produção local. • Em 2006, designação de 14 Agentes de Desenvolvimento Rural (ADR), técnicos agrícolas treinados para trabalhar com a HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006 19
  • 24. AGRONEGÓCIOS — MANDIOCULTURA E FRUTICULTURA cultura da mandioca. Esses técnicos atuaram por 12 meses prestando assistência técnica aos municípios do APL. Cada ADR assistia a um grupo de 70 produtores. • Desenvolvimento de um projeto de referência para constru- ção e modernização de casas de farinha. Esse projeto contem- plou todas as normas que regulamentam a produção de farinha e de alimentos adequadas a um modelo de produção artesanal, com objetivo de permitir melhoria na qualidade dos produtos e acesso a novos mercados. • Aquisição de equipamentos para modernização de 23 casas de farinha com recursos não reembolsáveis por meio do Pronaf. • Desenvolvimento de uma estação de trabalho para as descascadoras de mandioca, que considerou princípios de saúde e segurança no trabalho, com o propósito de possi- bilitar maior conforto e higiene para a atividade e princi- palmente evitar problemas de saúde relacionados à postura inadequada. • Realização de pesquisas para avaliação e seleção de culti- vares de mandioca mais produtivos, mais adaptados à região e ao processamento mecanizado, além da definição das me- lhores épocas de plantio e colheita. • Construção de dois sistemas de produção de mandioca para a região. Um considerou conceitos agroecológicos e o outro, conceitos da agricultura convencional. Ambos tiveram por objetivo contribuir para ganhos de produtividade na cultura da mandioca. • Disseminação de novas formas de utilização de mandioca. Agricultores passaram a utilizar a parte aérea da mandioca na alimentação animal, seja na forma de feno ou de silagem, além de novas receitas com as raízes. • Implantação de um condomínio para contratação de mão- de-obra temporária. Isso permitiu a contratação de mão-de- obra temporária, atendendo à legislação trabalhista e viabilizando a produção de farinha. 20 HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
  • 25. MANDIOCULTURA: GOVERNANÇA LOCAL NO AGRESTE DE ALAGOAS – AL • Difusão de algumas formas de utilização da manipueira. Embora esta ainda não tenha sido a solução definitiva para o problema, agricultores passaram a utilizar o subproduto como fertilizante, inseticida, fungicida, entre outros usos. Isto já contribuiu, ainda que em escala reduzida, para a redução do impacto ambiental e significou o aprendizado de práticas agronômicas de menor custo para o cultivo da mandioca e outras culturas. • Atualização das planilhas para financiamentos bancários às lavouras de mandioca. Essa medida aumentou os valores finan- ciados e por conseqüência permitiu maiores investimentos em tecnologia na cultura, proporcionando ganhos de produtividade. • Estabelecimento de uma rede de parceiros em torno da mandiocultura, o que proporcionou maiores investimentos e desenvolvimento de tecnologias apropriadas à região. • Estruturação de um projeto para construção do centro técnico da mandioca com a finalidade de elaborar e divulgar informa- ções, prestar assistência técnica, capacitar e desenvolver mode- los técnicos e econômicos da cadeia regional da mandioca. • Realização de estudos acadêmicos como, por exemplo, uma tese de mestrado desenvolvida em São Paulo, cujo tema envolve ergonomia e saúde ocupacional das descascadoras de mandioca. LIÇÕES APRENDIDAS P or ser presidente da Abeman, Renildo se considerava suspei- to para falar, mas os fatos dos últimos anos o credenciavam a dizer: “A criação dessa associação foi muito boa para o setor mandioqueiro em Alagoas. A Abeman nasceu da necessidade de um grupo que se encontrava em grandes dificuldades, mas hoje, não só eu, não só os associados da Abeman, mas todos os produtores de mandioca e de farinha de Alagoas se benefi- ciam de tudo o que temos conquistado”. HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006 21
  • 26. AGRONEGÓCIOS — MANDIOCULTURA E FRUTICULTURA De fato, as lutas da Abeman acarretavam benefícios que extrapolavam até mesmo os limites do APL Mandioca, no agreste, como, por exemplo, a redução das tarifas de energia elétrica. Um de seus associados passou a representar a asso- ciação e o Estado de Alagoas na Câmara Setorial da Mandio- ca, um fórum de discussão nacional que congregava as mais importantes instituições com interesse na mandiocultura, como a Empresa brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Sebrae Nacional, entre outras. Em 2006, a Abeman negociava com a empresa Gás de Alagoas S.A. (Algas) para que o fornecimento de gás chegas- se até a região produtora de farinha. Segundo Renildo, os investimentos para isso não seriam elevados e os produto- res poderiam substituir a lenha pelo gás como alternativa para o suprimento de energia dos fornos. Com isso, o meio ambiente não seria degradado para abastecer os fornos com lenha e ganhariam os produtores de farinha com redução dos custos de produção. Para os novos entrantes na atividade uma coisa era certa, afirmava Renildo: “Em qualquer setor é necessário estudar, pesquisar e analisar o que é melhor para a região. Não adianta copiar as coisas de outras regiões. É preciso adap- tar a tecnologia disponível à nossa realidade. Fazendo isto, tudo dá certo”. Renildo tinha convicção de que, se cometera algum erro, um deles fora não ter investido em informação e tecnologia há mais tempo. Na tentativa de solucionar os problemas com a mão-de-obra e outros de natureza técnica, ele investiu em equipamentos, sendo que alguns não se adequaram à região, outros tiveram que ser adaptados. 22 HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
  • 27. MANDIOCULTURA: GOVERNANÇA LOCAL NO AGRESTE DE ALAGOAS – AL SONHOS E PERSISTÊNCIA: AINDA HÁ MUITO POR FAZER A pesar das conquistas obtidas e da expressiva elevação dos investimentos no setor, os desafios permaneciam em 2006. O agreste alagoano encontrava-se apenas no início de uma longa jornada. O desafio de tornar-se o principal pólo nordestino de industrialização da mandioca ainda estava lon- ge de ser atingido. Mesmo com o grande avanço dos últimos anos, alguns pontos fracos da produção local ainda persis- tiam. Entre eles destacavam-se a baixa qualidade da farinha, a existência de muitas casas de farinha com custos operacio- nais elevados, a baixa produtividade da mandioca, o sistema de comercialização baseado em feiras livres e intermediários, além da desorganização do sistema de assistência técnica e dos problemas ambientais. Para Renildo, o modelo secular de casas de farinha não era mais adequado para o agreste alagoano. “A realidade agora é outra. Para ser competitiva, não ter problemas com a legislação trabalhista e com o meio ambiente, uma casa de farinha ou uma fecularia precisam ser modernas, com equipamentos sofisticados e produzir com qualidade. É ver- dade que dessa forma serão gerados menos empregos nas unidades de processamento, mas, em compensação, a quan- tidade de empregos gerados no campo será bem maior”. Segundo Renildo e demais sócios da Abeman, entre os princi- pais desafios futuros, destacavam-se a implantação de uma nova e moderna fecularia e farinheira com capacidade para processar 400 toneladas de mandioca por dia, ou seja, oito vezes maior do que a fecularia inaugurada em outubro de 2005 e com o padrão das melhores fecularias atualmente existentes no mundo. Uma nova fecularia se justificaria por duas razões. Em pri- meiro lugar, embora a Abeman tenha sido um importante ator nas conquistas do APL Mandioca no agreste, a fecularia recém- HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006 23
  • 28. AGRONEGÓCIOS — MANDIOCULTURA E FRUTICULTURA construída, com recursos do Pronaf Infra-estrutura, era gerida pela Cooperal, uma cooperativa da qual Renildo e demais só- cios da Abeman não eram cooperados. Em segundo lugar, a escala de produção média das fecularias no Brasil era de 250 toneladas de mandioca processadas por dia – um índice de produtividade baixo quando comparado ao das instalações existentes nos países líderes na produção de fécula, como a Tailândia, com uma produtividade média de 800 toneladas por dia. Portanto, para se inserirem numa economia de mercado de forma competitiva, os sócios da Abeman precisariam dis- por de uma unidade de processamento de mandioca à altura dos concorrentes nacionais e internacionais. Com relação à concorrência, Renildo nunca teve medo. “Eu sei que a fecularia de Arapiraca foi a primeira do Nor- deste e que hoje outras até maiores estão sendo construídas. Comparei a qualidade da fécula produzida aqui com a fécula produzida no Paraná e constatei que a de lá está melhor. Precisamos é investir em tecnologia no campo e no processa- mento. A tecnologia da fecularia que construiremos está entre as mais modernas no mundo. Temos condições de alcançar a qualidade deles em pouco tempo, temos matéria-prima em abundância e os nossos portos estão mais próximos da Europa. Poderemos exportar.” Em 2006, as palavras de ordem no mercado de farinha eram preço, qualidade e prazo de entrega. No setor de ami- dos, principalmente o modificado, um dos mais fechados do mundo, entre os fatores de sucesso estavam custos operacio- nais reduzidos, qualidade da matéria prima e estabilidade do padrão de qualidade. Investir em tecnologia parecia ser o rumo certo. A partir da metodologia utilizada pelo PAPL, produtores e processadores de mandioca, técnicos e instituições de fo- mento representando os 14 municípios do APL Mandioca continuavam se reunindo com freqüência mínima mensal, 24 HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
  • 29. MANDIOCULTURA: GOVERNANÇA LOCAL NO AGRESTE DE ALAGOAS – AL em fórum de discussão denominado Núcleo Gestor do APL Mandioca Agreste, reuniões com maciça freqüência e ativa participação dos representantes de todos os municípios e seg- mentos. O núcleo foi criado para ter como principais atri- buições acompanhar, avaliar, discutir e tomar decisões sobre o projeto de desenvolvimento do APL, bem como organizar demandas e reivindicações. A Secretaria de Planejamento do Estado de Alagoas (Seplan) e o Sebrae/AL, instituições coor- denadoras do programa de APLs, sempre estimularam e apoiaram as reuniões que se tornaram cada vez mais impor- tantes nos processos decisórios, com fundamental papel na integração de iniciativas relacionadas à mandiocultura no agreste. Manter esse núcleo vivo mesmo após o término do PAPL seria muito importante para a organização setorial na- quele território. Por fim, um grande desafio para produtores e beneficiado- res de mandioca do agreste alagoano consistia em manter os investimentos públicos na atividade. A união dos municípios em consórcio, a priorização da Cadeia Produtiva da Mandioca, e a orientação nacional de agregação de valor ao produto da agricultura familiar constituíam oportunidades para se alavan- car o desenvolvimento local, aproveitando a força conferida pela tradição regional e pela grande rede de casas de farinha e da fecularia existentes no território. No entanto, o PAPL esta- va vinculado ao programa do governo em exercício e seu pla- no de ação se estenderia até 2007. Com eleições em 2006 para os governos estaduais e federal, não havia segurança sobre a continuidade do programa. Portanto, os empresários deveriam estar atentos às mudanças políticas, preparando-se para garan- tir o fomento à mandiocultura na região para além de 2007. HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006 25
  • 30. AGRONEGÓCIOS — MANDIOCULTURA E FRUTICULTURA QUESTÕES PARA DISCUSSÃO • Como garantir que a governança do APL Mandioca no agreste e que as redes de desenvolvimento montadas conti- nuem articuladas após o término do PAPL? • Como garantir a continuidade dos investimentos públicos após o término do PAPL? • Como os empresários do APL Mandioca poderão captar recur- sos para as obras de modernização em suas unidades produtivas? • Unidades modernas de produção de farinha e fécula são bas- tante automatizadas. Como modernizar as casas de farinha existentes e gerar postos de trabalho no APL? • Que diferencial competitivo o APL Mandioca poderá ter em relação a outras regiões produtoras de farinha e de fécula do Brasil? • Como garantir mão-de-obra qualificada para atuar nos novos empreendimentos mais modernos que começam a se instalar no agreste alagoano? • Como garantir à fecularia do APL, gerida por uma coopera- tiva de agricultores familiares, uma gestão totalmente profissio- nalizada, operando com base em conceitos contemporâneos de administração? AGRADECIMENTOS Conselho Deliberativo do Sebrae/AL: Maria Fernanda Quintella Brandão Vilela e conselheiros. Diretoria Executiva do Sebrae/AL: José Roberval Cabral da Silva Gomes, Marcos Antônio da Rocha Vieira e Osvaldo Viegas. 26 HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006
  • 31. MANDIOCULTURA: GOVERNANÇA LOCAL NO AGRESTE DE ALAGOAS – AL REFERÊNCIAS SAMPAIO, Yoni e outros. Eficiência Econômica da Cadeia Pro- dutiva da Mandioca em Alagoas. Maceió: CDI Sebrae/AL, 2003. SEBRAE/AL Agronegócios. Relatório da Oficina para Levanta- mento de Problemas da CP da Mandioca. Maceió: Sebrae/AL, 2002. PACHECO, Maria Inês Nogueira. Plano de Ação Mandioca Agreste – Programa de Mobilização para o Desenvolvimento de Arranjos e Territórios Produtivos Locais do Estado de Alagoas. Maceió: PAPL – Sebrae/AL, Seplan, 2004. FONTES, Marcos Antônio Martins. Gestão de Projetos de Desen- volvimento de Arranjos Podutivos Locais. Trabalho de Conclusão de Curso. Maceió, 2005. BARROS, Geraldo Sant’Ana de Camargos (coordenador). Melhoria da Compeitividade da Cadeia Agroindustrial da Man- dioca no Estado de São Paulo. Piracicaba, SP: Esalq, Cepea, 2004. HISTÓRIAS DE SUCESSO – COLETÂNEA 2006 27