O documento discute os tipos de diabetes, sintomas, diagnóstico e cuidados. A diabetes é uma doença caracterizada por altos níveis de açúcar no sangue e existe em dois principais tipos. O tipo 1 é causado por falta de insulina e requer tratamento de por vida, enquanto o tipo 2 está ligado a estilo de vida e pode ser prevenido ou controlado por dieta e exercício.
2. O que é a Diabetes? A diabetes é uma doença crónica caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar (glucose) no sangue.
3. Diabetes tipo 1 Estas pessoas com Diabetes necessitam de terapêutica com insulina para toda a vida porque o pâncreas deixa de a poder fabricar. A causa desta Diabetes do tipo 1 é, pois, a falta de insulina e não está directamente relacionada com hábitos de vida ou de alimentação errados, ao contrário do que acontece na diabetes Tipo 2. A Diabetes Tipo 1, também conhecida como Diabetes Insulino-Dependente é mais rara (a sua forma juvenil não chega a 10% do total) e atinge na maioria das vezes crianças ou jovens, podendo também aparecer em adultos e até em idosos. Na Diabetes do Tipo 1, as células ß do pâncreas deixam de produzir insulina pois existe uma destruição maciça destas células produtoras de insulina. As causas da diabetes tipo 1 não são, ainda, plenamente conhecidas. Contudo, sabe-se que é o próprio sistema de defesa do organismo (sistema imunitário) da pessoa com Diabetes, que ataca e destrói as suas células b. A diabetes que aparece na gravidez:
4. Diabetes tipo 2 A Diabetes Tipo 2 também conhecida como Diabetes Não-Insulino Dependente, ocorre em indivíduos que herdaram uma tendência para a Diabetes (têm, frequentemente, um familiar próximo com a doença: pais, tios, ou avós) e que, devido a hábitos de vida e de alimentação errados e por vezes ao “stress”, vêm a sofrer de Diabetes quando adultos. Quase sempre têm peso excessivo e em alguns casos são mesmo obesos, sobretudo “têm barriga”. Fazem pouco exercício físico e consomem calorias em doces e/ou gorduras em excesso, para aquilo que o organismo gasta na actividade física. Têm, com frequência, a tensão arterial elevada (hipertensão arterial) e por vezes “gorduras” (colesterol ou triglicéridos) a mais no sangue (hiperlipidemia). Na diabetes tipo 2 o pâncreas é capaz de produzir insulina. Contudo, a alimentação incorrecta e a vida sedentária, com pouco ou nenhum exercício físico, tornam o organismo resistente à acção da insulina (insulinorresistência), obrigando o pâncreas a trabalhar mais (e mais), até que a insulina que produz deixa de ser suficiente. Nessa altura surge a Diabetes. O excesso de peso e a obesidade estão intimamente relacionados com a diabetes. A redução do peso contribui, nestas situações, de uma forma muito sensível para o controlo da glicemia. Mesmo uma pequena diminuição do peso tem reflexos benéficos na glicemia. As pessoas com diabetes tipo 2 têm frequentemente insulinorresistência. O excesso de gordura, sobretudo abdominal, contribui para esta insulinorresistência e, consequentemente, para o aumento da glicemia.
5. Diabetes gestacional Existe, ainda, a Diabetes que ocorre durante a gravidez: a Diabetes Gestacional. Esta forma de diabetes surge em grávidas que não tinham Diabetes antes da gravidez e, habitualmente, desaparece quando esta termina. Contudo, quase metade destas grávidas com Diabetes virão a ser, mais tarde, pessoas com Diabetes do tipo 2 se não forem tomadas medidas de prevenção. A Diabetes Gestacional ocorre em cerca de 1 em cada 20 grávidas e, se não for detectada através de análises e a hiperglicemia corrigida com dieta e, por vezes com insulina, a gravidez pode complicar-se para a mãe e para a criança. São vulgares os bebés com mais de 4 kg à nascença e a necessidade de cesariana na altura do parto. Podem, por exemplo ocorrer abortos espontâneos.
6. Como acontece? A falta da insulina impede a glicose de entrar nas células, o que tem por efeito elevar seu nível no sangue (hiperglicemia).
10. Aumento da fome;Outros: Fraqueza, cansaço, desânimo Visão turva;Infecções freqüentes (pele, urina, genitais) Feridas de difícil cicatrização, sonolência, dormência e às vezes dor nos pés e/ou mãos, náuseas e dor abdominal e impotência sexual
11. Observação: Estes sintomas são os mais frequentes e eles não aparecem isolados. No diabetes tipo 1 eles surgem de maneira rápida e no diabetes tipo 2 eles podem estar ausentes ou aparecem de forma lenta e gradual.
12. Como se diagnosticar Através do exame de glicemia (açúcar) no sangue, avaliado nas fitas teste ou coletado com seringa para análise laboratorial. Podem ser: Glicemia casual: coletada em qualquer momento – não considera o jejum – DM 200mg/dl; Glicemia de jejum: coletada após jejum de 8 a 14 horas – DM 126mg/dl Teste de tolerância à glicose (TTG – 75g): glicemia em jejum, ingerir 75g de glicose e medir a glicemia após 2 horas – DM 200mg/dl após 2 horas de ingestão de glicose;
13. Muitas pessoas têm diabetes e não sabem porque não apresentam sintomas (doença silenciosa). Isto é bastante freqüente no tipo de diabetes que aparece no adulto (tipo 2).
14. Cuidados Básicos Mudanças de hábitos alimentares: Plano alimentar adequado - idade, sexo, atividade física, doenças, hábitos socioculturais, situação econômica e disponibilidade dos alimentos; Fracionamento das refeições - distribuição harmônica dos alimentos, evitando concentrações de carboidratos em cada refeição, reduzindo, assim, o risco de hipo e hiperglicemia; Consumo de fibras alimentares(frutas, verduras, legumes, leguminosas e cereais integrais) – tornam a absorção do açúcar mais lenta e gradual;
15. Evitar alimentos: Ricos em gordura saturada e colesterol(gorduras de origem animal, gema de ovo, carne de porco, lingüiça, enlatados em geral, frutos do mar, miúdos, vísceras, pele de frango, dobradinha, mocotó, carne vermelha com gordura aparente, leite, iogurte integral – no caso de adultos – manteiga, creme de leite, leite de côco, azeite de dendê e chocolate); Frituras em geral - com margarinas ou creme vegetal, processo que produz oxidação; Carboidratos simples(mel, açúcar, garapa, melado, rapadura, refrigerantes, compotas e doces em geral);
16. Alimentos “ligth”:isenção/redução de gordura, normalmente tendo reduzida a quantidade de calorias. Alimentos “diet”:isenção/redução de algum componente que pode ser açúcar ou outro como gordura, por exemplo. Existem alimentos/produtos específicos para a alimentação dos diabéticos. É importante ler atentamente os rótulos, se propondo uma dieta nutritiva e saudável.
28. Sinais de alerta Hipoglicemia: Ocorre pelo nível muito baixo de açúcar no sangue. Pode ser causada por insulina demais, alimentação de menos ou atrasada, exercícios, álcool, etc. Sintomas comuns: tremores, suor excessivo, palidez, palpitação, irritabilidade, dor de cabeça, tontura, cansaço, confusão e fome. Se o nível de açúcar no sangue cair a valores muito baixos, a pessoa pode perder a consciência ou sofrer um ataque.
29. Hiperglicemia: É o oposto da hipoglicemia, ocorrendo quando o corpo tem açúcar demais no sangue. Pode ser causada por insulina insuficiente, excesso de alimentação, inatividade, doença, estresse, isoladamente ou em conjunto. Sintomas comuns: cansaço, visão borrada, vômitos, vermelhidão facial, dor abdominal, pele seca, inquietude, pulso rápido, respiração profunda, podendo apresentar pressão baixa, hálito de maçã e progredir para o coma.
30. Considerações Finais Hábitos de vida saudáveis(alimentação, manutenção do peso, evitar fumo e álcool, exercícios físicos regulares) são fundamentais na promoção de saúde e na prevenção de doenças. Também são muito importantes na manutenção da saúde, mesmo para quem já tem DM. Com controle adequado do DM, podem-se evitar as complicações a longo prazo(alterações vasculares na retina, cegueira, necroses (morte de tecidos), AVC, impotência sexual, infarto, amputações, etc.)
31.
32. A prevalência da diabetes verificada para a população portuguesa foi de 11,7% no conjunto das pessoas com diagnóstico prévio de diabetes e das pessoas com diabetes não diagnosticada. Tinham diagnóstico prévio de diabetes 6,6% das pessoas e 5,1 % das pessoas não sabiam que tinham diabetes. Existem diferenças significativas entre os homens - 14,2% e as mulheres - 9,5%.
33. Conclusões Prevalência da Diabetes em Portugal 2009 A prevalência da diabetes verificada para a população portuguesa foi de 11,7%. Existem diferenças significativas entre os homens, 14,2% e as mulheres, 9,5%. Tinham diagnóstico prévio 6,6% das pessoas e 5,1 % das pessoas não sabiam que tinham diabetes. Por grupos etários verificámos uma prevalência de diabetes de 2,4% entre os 20 e os 39 anos, 12,6% entre os 40 e os 59 anos e 26,3% entre os 60 e os 79 anos. Em números totais o Estudo aponta para a existência de 905.035 portugueses entre os 20 e os 79 anos com diabetes, dos quais 395.134 (43,6% do total) não sabem que são portadores desta doença crónica. Com “Pré-Diabetes” foi encontrada uma percentagem de 23,2% entre os 20 e 79 anos, o que corresponde a 1.782.663 pessoas com “Pré-Diabetes”. 34,9% da população portuguesa, entre os 20 e os 79 anos (2.687.698 portugueses), sofrem de diabetes ou de “pré-diabetes”. Os Açores aparecem com os valores regionais mais elevados do país com uma prevalência de 14,3% (9,2% com diabetes diagnosticada e 5,1% com diabetes não diagnosticada).
34. Sera que aprendi? O objectivo principal da dieta da pessoa com Diabetes é não comer açúcar? Não é verdade! A restrição de ingerir açúcar ou açucarados é apenas uma parte da chamada «dieta da pessoa com Diabetes».
35. A diabetes tipo 2 é uma doença menos grave que a diabetes tipo 1? Não é verdade! A diabetes do tipo 2, se não for tratada como deve ser, constitui uma doença tão ou mais grave que a do tipo 1. O que leva à ideia errada de que a diabetes tipo 1 é mais grave, é o facto desta atingir com frequência crianças e jovens e da sua terapêutica estar associada à administração de insulina através de injecções!
36. A Diabetes é provocada pelo açúcar que se ingere? É falso! Como se sabe, as causas da diabetes são outras, já anteriormente explicadas. No entanto, o açúcar consumido em excesso pode contribuir para uma alimentação errada e para a obesidade, que por sua vez pode levar ao aparecimento da Diabetes tipo 2.
37. Uma vez iniciada a insulina o corpo habitua-se e nunca mais se pode deixá-la? Não é verdade! O que acontece é que se associa, por vezes, erradamente o conceito de insulino-dependencia com habituação! A pessoa com Diabetes insulino-dependente é dependente da insulina porque necessita dela para sobreviver pois o seu corpo (o pâncreas) não a produz!
38. Já há insulina em comprimidos? Inflizmente Não! existem outras formas eficazes de administração de insulina sem ser através de «picadas»: seringas, dispositivos tipo canetas ou bombas de infusão contínua.