A proposta apresenta um Modelo de Cores para interfaces digitais voltado a usuários com Baixa Visão. O documento discute boas práticas de acessibilidade como fonte maior, alto contraste e organização da informação. Ele também fornece combinações de cores testadas que permitem uma melhor experiência de navegação para usuários com Baixa Visão.
As interfaces tecnologicas com design acessivel para a baixa visao
Guia para Desenvolver Interfaces Digitais Acessíveis
1.
2. A proposta de um Modelo de Cores surgiu a partir da
minha pesquisa de mestrado, com o objetivo principal
de identificar composições de cores para interfaces
digitais que permitam ao usuário com Baixa Visão ter
uma experiência positiva de navegação pela web, no
que diz respeito ao usoe acesso.
3. Além do Modelo de Cores, durante os testes da pesquisa, foram
observadas algumas práticas que contribuem para melhorar
essa experiência. Porém, cabe salientar, que estas
recomendações sozinhas não garantem uma melhor experiência
e nem são arbitrariamente necessárias na construção do layout
de uma interface. Sendo assim, elas são apenas recomendações
que contemplam o usuário com Baixa Visão.
BOAS PRÁTICAS PARA A BAIXA VISÃO
4. Página Inicial com o mínimo de informações
Incluir muitas informações em uma mesma interface
acarreta na demora pela busca, além de insegurança
para este usuário. Evite apresentar todo oconteúdo na
página inicial, para que o usuário tenha agilidade nas
suas buscas e não se sinta confuso.
5. Conteúdo em coluna organizada e bem definida
Evitar a apresentação do conteúdo de forma “solta” na
página, auxiliando na memorização das informações. O
usuário com Baixa Visão normalmente busca de forma
automática o menu principal na coluna da esquerda da
interface, demonstrando a importância de um padrão
de localização das informaçõesprincipais.
8. Menu principal à esquerda da página
Auxiliar na busca mais rápida pela disposição dos
tópicos. O usuário com Baixa Visão normalmente inicia
a busca pelos tópicos no canto esquerdo da página.
9. Prever a ampliação oferecendo adequação daimagem.
Evite a barra horizontal para a leitura dos textos
ampliados. A ampliação da interface é uma prática
comum aos usuários com Baixa Visão.
Ampliação da tela sem a diminuição daqualidade
10. Ausência de imagens emmovimento
Evitar a utilização de imagens em movimento, para não
prejudicar a navegação deste usuário, uma vez que
interrompe e dificulta a leitura, levando ao cansaço visual.
11. Maior espaço nas“entre-letras”
Prever a ampliação dos textos aumentando o
espaçamento entre-letras automaticamente,
garantindo assim, que as letras de uma palavra não
se transformem em um bloco compacto,
impossibilitando a visualização.
12. Mudança de cor de fundo sempre que
o cursor passar por um link
Esta opção mostra-se bastante eficiente sempre que
há alto contraste entre o fundo e as letras ou não há
outra forma de evidenciar umlink.
13. Fonte sem serifa
As fontes sem serifa auxiliam na identificação das
informações. Enquanto as fontes com serifa
interferem na leitura do texto, pois este usuário tem a
sensação de que as letras “grudam” umas às outras
se a ampliação não for total.
14. Fonte em negrito
Manter em negrito principalmente os textos com fontes
em menor tamanho. Por exemplo: legendas das imagens.
Do contrário, o usuário com Baixa Visão não percebe que
há um texto localizado abaixo daimagem.
“Utilizar fontes em negrito, com alto contraste de cores e
em tamanho maior, asseguram a leitura, memorização,
velocidade de navegação e segurança nas escolhas
destes usuários.”
15. Fonte em tamanhomaior
O tamanho maior da fonte aumenta as possibilidades
de ampliações a serem feitas. O usuário com Baixa
Visão utiliza, muitas vezes, toda aampliação oferecida
pelo dispositivo, e mesmo assim, não é a ideal.
16. Alto contraste entre o fundo e o texto
Item indispensável para alcançar uma melhor
usabilidade da interface e garantir o acesso do usuário
com Baixa Visão.
17. Poucas cores em uma mesma página
Utilizar muitas cores em uma mesma interface
resulta na dificuldade de percepção do todo como
modelo mental para este usuário. Além disso, torna
lenta a sua adaptação visual à mudança de uma cor
para outra, diminuindo o interesse em explorá-la e
gerando sentimentos de frustração.
18. MODELO DE CORES PARA A BAIXA VISÃO
O objetivo destas combinações é possibilitar que o
usuário com Baixa Visão navegue pelo ambiente virtual
utilizando sua visão funcional de forma confortável e
satisfatória, sem o auxílio de tecnologiasassistivas.
19. Todas as combinações de cores que são apresentadas a
seguir foram testadas por usuários com Baixa Visão de
diferentes patologias. Ao lado de cada contraste de cores
é feito um breve comentário das experiências destes
usuários, além de sugerir em que situação utilizá-las.
20. As combinações são separadas pelos seguintes
elementos: menu principal, sub-menu, cabeçalho,
corpo de texto e rodapé.
A cor padrão de cada grupo é determinada pela cor de
fundo e a variação de cores se dá nas fontes que fazem
composição com o fundo, oferecendo mais alternativas.
21. Cabe destacar, que o contraste que proporciona uma melhor
experiência na navegação é o fundo azul escuro com fonte
branca. Este fato foi observado durante os testes da pesquisa.
Sempre que este contraste era aplicado na interface, os usuários
com Baixa Visão assumiam uma postura mais relaxada, mais
distante da tela e permaneciam mais tempo lendo. Ao contrário
do que afirma grande parte da literatura, onde o contraste fundo
preto com fonte amarela luminosa é o mais eficiente.
29. Contrastes que facilitam
a leitura de textos
longos com fontes de
letras pequenas.
Proporcionam
segurança, mas
dificultam a leiturado
usuário com
sensibilidade à luz.
30. Esta proposta de um modelo de cores para o
desenvolvimento de interfaces digitais voltadas aos
usuários com baixa visão, não despreza a importância
dos outros elementos dainterface.
Cinthia kulpa
cinthia.kulpa@gmail.com