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Jacques Le Goff
Sobre o Autor
Jacques Le Goff

• Nasceu em 1 de Janeiro de 1924 na
  cidade de Toulon – Sul da França;
• Iniciou seus estudos na École Normale
  Superiéure de Paris, o principal centro
  de formação dos quadros do magistério
  Francês;
• Em 1944 ingressou no Liceu Louis-le
  Grand.
• Entre os Anos de 1947/48, estudou na
  Universidade Charle de Prague.
• Em 1950, já como professor de História, torna-se membro da École Française de
  Rome.
• Em 1954, foi nomeado Assistente da Faculté de Lille, ocupando o cargo até 1959.
• Em 1960 foi nomeado pesquisador do CNRS (Centro Nacional de Pesquisa
  Científica).
• Em 1962 Assume o cargo de Mestre-Assistente VI seção da École Pratique des Hautes
  Études
Bibliografia do Autor

  •   Os Mercadores o os Banqueiros na Idade Média (1956)
  •   Os Intelectuais na Idade Média (1957)
  •   A Civilização do Ocidente Medieval (1964)
  •   Para Um Novo conceito da Idade Média (1977)
  •   O Apogeu da Cidade Medieval (1980)
  •   O Nascimento do Purgatório (1981)
  •   O Imaginário Medieval (1985)
  •   História e Memória (1988)
  •   O Homem medieval (1994)
  •   A Europa contada aos Jovens (1996)
  •   Por Amos das Cidades (1999)
  •   Dicionário Temático do Ocidente Medieval (2001)
  •   O Deus da Idade Média (2003)
  •   Em busca da Idade Média (2003)
 Le Goff se opõe a ideia da história utilizada para justificar fins políticos, e passa a
  atuar em prol de uma renovação pedagógica no ensino de tal disciplina.

 Dirigiu os estudos relacionados à “Nova História”, corrente historiográfica
  correspondente a terceira geração da École dos Annales.
Exemplos de retratações históricas com finalidades políticas no Brasil




                           Pedro Américo retrata Tiradentes com e
                           como Jesus Cristo. Também idealiza O Grito
                           da Independência, com Dom Pedro II belo e
                           formoso sobre seu corcel.
“A fobia da história política já não é
 um artigo de fé, porque a noção de
política evoluiu e a problemática do
 poder impôs-se à Nova História.”
•   “Revolução urbana do século XII” Sidney R. Packard;
•   Crescimento quantitativo espetacular, sobretudo entre 1150 e 1300
•   Indicadores desse crescimento: aumento do perímetro das
    muralhas, novos burgos e subúrbios, multiplicação das
    paróquias, conventos e casas


    •   Habitantes das novas cidades não pensavam em criar uma
        cidade, pensavam em formar uma comunidade capaz de fazer frente aos
        senhores
    •   Consciência a princípio física, separando-se quase sempre por muralhas
        do exterior não-urbano
    •   Estrutura interna com pontos de referência emblemáticos
    •   Conventos das ordens medicantes, nascidos nas cidades e para as
        cidades, exprimirá essa primeira tomada de consciência urbana
Haguenau – Terceira muralha - 1300   Haguenau - As três muralhas
 A urbanização é dirigida. “Fruto da vontade de um homem e não
  mais obra coletiva de gerações sucessivas… Desta vez a
  urbanização precede o povoamento em vez de ser a sua
  consequência… Em Reims, os urbanistas dos anos 1180-1210
  fixaram definitivamente a configuração de sua cidade por vários
  séculos.” (P. Desportes)
 O arcebispo Guillaume de Champagne realizou, a partir de 1183,
  o loteamento da totalidade do seu domínio em torno de uma
  artéria central
 “teve-se uma visão ampla e ambiciosa: nem todo o espaço
  oferecido foi ocupado; mas a superfície construída quase
  duplicou”
 Cidades fortificadas;
 Charles Higounet pensa que se trata sobretudo de uma Organização da
  ocupação do solo e de um agrupamento da população;
 Permanecem muito inseridas no tecido campesino, constituindo antes
  burgos rurais do que cidades propriamente ditas;




 Século XIII, início do recenseamento
 A distância entre o lugar de origem e a cidade depende evidentemente
  da importância dessa cidade, de seu poder de atração
 Origem sobretudo rural, camponeses recém-urbanizados
 A França urbana medieval é em grande parte uma França rural da
  cidade
 tabela
 tipos de cidades
 ilustração genérica
Muralhas
• Construída para fins militares e de
  defesa
• Elemento físico e simbólico mais
  significativo das cidades medievais
• Elemento essencial para a tomada
  da consciência urbana
• Elemento que estabelece a dialética
  entre interior e exterior




•
Muralhas
• Construídas em pedra, constituíam-se de muros, torres e portas
• A responsabilidade pela guarda e manutenção se dividia, entre seus
  habitantes, por vezes aos citadinos, outras, aos senhores e ao rei
• A destruição da muralha simbolizava a derrota da cidade
Portas
• Portas como instrumento da dialética do exterior e o
  interior.
• Mercados, albergues, e conventos de ordens
  mendicantes se instalavam próximas às portas
• A defesa das portas era ponto chave para proteção da
  cité e do burgo




                                            Porta Aude, Carcassonne
   Porta Narbonne, Carcassonne
Estradas e Pontes
• Estradas eram elementos de conexão entre
  cidades e elementos da cité
• Estradas compunham elemento chave para
  determinar a relação entre campo e cidade
• Pontes eram elementos de transposição de
  rios, articulavam estradas.




                                              Ponte Velha, Carcassonne
Ponte Valentre, Cahors




                         Ponte Nova, Cahors
Forma da Cidade Medieval


  Muralha: elemento não determinante;
  Sítio Geográfico: fator plenamente determinande
   Cidades planas ou de planícies eram minoria. Enquanto, as cidades nos
   morros, terraços ou colinas eram maioria.

   Motivos que influenciavam a escolha do sítio geográfico:
  Proteção contra inundações;
  Defesa contra invasões;
  Referência a temas imaginários, muitos deles baseados em citações
   bíblicas.
Centro da Cidade Medieval

 Tortuoso;
 Dédalo de ruelas, ou seja, um lugar onde os caminhos estão dispostos
   de maneira confusa a ponto de confundir os passantes;
    Motivos:
    Essas características são consequências das marcas feudais, como, por
exemplo, dos limite dos feudos, das censíves - local sobre o qual é cobrado
o censo.
Estruturas da Cidade Medieval

 Três estruturas da cidade medieval:
1. Cidades oriundas da cité romana:
    - Centro: corresponde à cidade do Baixo Imperio com muralhas;
   - Característica marcante: par de eixos perpendiculares que se cruzam;
   - Cités não se encontram isoladas, e sim, engastadas na cidade medieval;
   - Pequena superfície (5 a 30 habitantes)




                                                  A cité e as paróquias urbanas
                                                  de     Bordeaux,     segunda
                                                  metade         do      século
                                                  XII, conforme Ch.
Toulouse




Metz
2. Cidades de Adesão, segundo Pierre Lavedan, correspondem às cidades
oriundas de núcleos pré-urbanos.
Origem: a partir de castelos e mosteiros




             Castelo Charlieu              Charlieu, dessin de Gaston Jourda
                                           de Vaux
Desenvolveram-se de três maneiras distintas:

a) Cidades com um único centro, onde se localiza o castelo e o mosteiro




 Brive, onde sete ruas irradiantes convergem para a igreja de Saint-Martin — "uma teia de aranha"
b) Cidades policêntrica
 Casos em que se divide em várias núcleos urbanos;
 Pode ser ou não circundada por uma muralha.
  Em Reims, por exemplo, há dois nucleos primitivos, a cité encerrada na muralha galo-
romana de forma oval e o burgo desenvolvido ao redor da Abadia de Saint-Remi.




 Abadia de Saint-Remi
c) Casos em que se divide em cidade alta e cidade baixa
   As cidades altas posicionavam-se no centro em relação à cidade baixa que o
circunda. Tal configuração possuía um centro, formado pela atração gerada por um
mosteiro ou castelo.




                                 Cidade
                                 Loches




                                  Château de
                                  loches,
                                  França
3. Cidades Novas ou Bastides
   Algumas foram pré-concebidas, e, portanto, possuíam planta
geométrica e praça central com entorno regular; enquanto, outras eram
“espaços inorgânicos de aldeias de formação espontânea”
Elementos das Bastides:
- Muralhas
- Praças
  Centro de atração;
  Havia preocupação com o planejamento
urbano deste local;
   Cercada pelos cobertos, mercados de
madeira com passagens subterrâneas para
abastecimento.
- Igrejas


Muitas bastides foram bem sucedidas;
enquanto outras não passavam de aldeias.



Quanto ao terreno, havia um divisão:
 - locais de construção;
- jardim;
- arpentos de terras cultiváveis ou vinhas
Cidade de Saint-Denis, França
• Localizada a aproximadamente 10 km do centro de Paris

• Abadia construída em local considerado sagrado

• Homenagem a St. Denis, 1º bispo de Paris

• Centro de atração de peregrinos
 -Policêntrica:
 No geral, possue múltiplos pontos de interesse, onde se
 reunem os habitantes para suas funções sociais.

 - Pontos de referência (Arlette higounet) ou Pontos quentes
 Estabelecidos os pontos de referência( lugares e
 monumentos) são concebidos os espaços para as casas, ruas e
 circulação.
   Juntos , dão coesão à tessitura urbana e exercem poder de
    atração e repulsão aos citadinos.
 Os pontos de referência são aceleradores da vida
  urbana e neles manifestam-se 3 funções:

 1) religiosa
 2) econômica
 3)política
 1)Função religiosa:


 A igreja ocupa lugares estratégicos na topografia.


 Pontos de atração como centros litúrgicos ou de
 devoção. Também são pontos de partida de procissões
 Exerce funções
 -econômica de arrecadação, através do dízimo, censo e
 rendas.a

 - de comando através da alta justiça. (julgamentos e
 execuções)
 2)Função econômica


 Praças
 Mercados
 Ruas de artesãos e mercadores agrupados
 Moinhos Urbanos e suburbanos
 - Função Política:
    Figura nas mãos do Senhor Local(poder local) e do rei (
  poder regional).
 Forças de REPRESSÂO
 Ameaça; Domina a cidade
    Associada à Igreja através da Alta Justiça
   Poder de prisão




                                                         Pelourinho – local onde era feita
                                                                                  justiça




                                           Patíbulo ou Cadafalso
 Base: Atlas das cidade medievais da Alsácia Livro da
  Arlette Higounet sobre Périguex

 Breves estudos de caso sobre cidades alsacianas e referência
  de Périgueux




Região da Alsácia
                                 Périgueux, situada na
                                 Aquitânia
 Castelo Senhorial                      Frequentemente associados
                                         no mesmo espaço físico
 Igrejas
 Mercado ou Mercados
 Estabelec. Especializados em
  peixes, gado, grãos, tecidos, ervas.
 Tornos
 Arcadas de diferentes ofícios
 Moinhos
 Balanças públicas
   Pesos, medidas, moedas



  Mercados especializados em
   trigos, tecidos, açougues,
   açougues matadouros
 Equipamentos hídricos de usos comunitários


 Poços, Fontes e Banhos


 Em 1350 Estrasburgo contava com 11 banhos públicos.
 Tribunais


 Prisões ( bastilhas) localizadas no interior do castelo


 Pelourinho


 Patíbulo : extra muros
 Bordeis
 Cemitérios intraurbanos – locais de reunião e cultos
  religiosos.
 Paços Municipais
 Casa de senhores importantes , chamadas SALAS
 Cruzamentos
 Praças _ geralmente associadas ao mercado e outros
 equipamentos, tal como o Chafariz ( caso de Périgueux)

Igrejas
Casas de notáveis ( geralmente em pedra)
Fornos
Lagares
Açougues
 A importância dos rios aumenta com o
 desenvolvimento do artesanato e tecelagem.

 “As cidades medievais foram outras tantas Venezas”
 Produzem trigo, tecidos, tinturas, no fim da Id
 Média, até mesmo Papel;

 Extra muros
 Às margens dos rios que circundam a cidade
 No fosso ( como em Cernay, Alsácia,1268)
 Alguns moinhos são fortificados
 Podem estar associados à pontes ( moinhos-barcos)
• Fundada no séc. VII por Dagoberto I, rei dos
  Francos

• Inicialmente um mosteiro beneditino que guardava
  os restos mortais de St. Denis (padroeiro da França)

• No século VIII, o abade Fulrad consegue
  enriquecer consideravelmente as posses da
  igreja

• Recebia grandes caravanas de comerciantes para
  suas férias

• Sua influência cresce e passa a receber
  privilégios da corte

• Propõe a construção de uma nova igreja, planta
  próxima da configuração atual
• Em 869 é invadida e saqueada por
  normandos

• Começam as obras de muramento

• Em 877 é considerada tão bem
  fortificada que recebe parte da
  coleção de manuscritos do Rei,
  configurando a biblioteca de St.
  Denis, uma das mais ricas até o fim
  da Alta Idade Média
Planta de Suger (séc XII)   Desenho de reconstrução da   Planta atual
                                   torre norte.

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Jacques Le Goff, historiador francês da Idade Média

  • 2. Sobre o Autor Jacques Le Goff • Nasceu em 1 de Janeiro de 1924 na cidade de Toulon – Sul da França; • Iniciou seus estudos na École Normale Superiéure de Paris, o principal centro de formação dos quadros do magistério Francês; • Em 1944 ingressou no Liceu Louis-le Grand. • Entre os Anos de 1947/48, estudou na Universidade Charle de Prague. • Em 1950, já como professor de História, torna-se membro da École Française de Rome. • Em 1954, foi nomeado Assistente da Faculté de Lille, ocupando o cargo até 1959. • Em 1960 foi nomeado pesquisador do CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Científica). • Em 1962 Assume o cargo de Mestre-Assistente VI seção da École Pratique des Hautes Études
  • 3. Bibliografia do Autor • Os Mercadores o os Banqueiros na Idade Média (1956) • Os Intelectuais na Idade Média (1957) • A Civilização do Ocidente Medieval (1964) • Para Um Novo conceito da Idade Média (1977) • O Apogeu da Cidade Medieval (1980) • O Nascimento do Purgatório (1981) • O Imaginário Medieval (1985) • História e Memória (1988) • O Homem medieval (1994) • A Europa contada aos Jovens (1996) • Por Amos das Cidades (1999) • Dicionário Temático do Ocidente Medieval (2001) • O Deus da Idade Média (2003) • Em busca da Idade Média (2003)  Le Goff se opõe a ideia da história utilizada para justificar fins políticos, e passa a atuar em prol de uma renovação pedagógica no ensino de tal disciplina.  Dirigiu os estudos relacionados à “Nova História”, corrente historiográfica correspondente a terceira geração da École dos Annales.
  • 4. Exemplos de retratações históricas com finalidades políticas no Brasil Pedro Américo retrata Tiradentes com e como Jesus Cristo. Também idealiza O Grito da Independência, com Dom Pedro II belo e formoso sobre seu corcel.
  • 5. “A fobia da história política já não é um artigo de fé, porque a noção de política evoluiu e a problemática do poder impôs-se à Nova História.”
  • 6. “Revolução urbana do século XII” Sidney R. Packard; • Crescimento quantitativo espetacular, sobretudo entre 1150 e 1300 • Indicadores desse crescimento: aumento do perímetro das muralhas, novos burgos e subúrbios, multiplicação das paróquias, conventos e casas • Habitantes das novas cidades não pensavam em criar uma cidade, pensavam em formar uma comunidade capaz de fazer frente aos senhores • Consciência a princípio física, separando-se quase sempre por muralhas do exterior não-urbano • Estrutura interna com pontos de referência emblemáticos • Conventos das ordens medicantes, nascidos nas cidades e para as cidades, exprimirá essa primeira tomada de consciência urbana
  • 7.
  • 8.
  • 9. Haguenau – Terceira muralha - 1300 Haguenau - As três muralhas
  • 10.  A urbanização é dirigida. “Fruto da vontade de um homem e não mais obra coletiva de gerações sucessivas… Desta vez a urbanização precede o povoamento em vez de ser a sua consequência… Em Reims, os urbanistas dos anos 1180-1210 fixaram definitivamente a configuração de sua cidade por vários séculos.” (P. Desportes)  O arcebispo Guillaume de Champagne realizou, a partir de 1183, o loteamento da totalidade do seu domínio em torno de uma artéria central  “teve-se uma visão ampla e ambiciosa: nem todo o espaço oferecido foi ocupado; mas a superfície construída quase duplicou”
  • 11.
  • 12.  Cidades fortificadas;  Charles Higounet pensa que se trata sobretudo de uma Organização da ocupação do solo e de um agrupamento da população;  Permanecem muito inseridas no tecido campesino, constituindo antes burgos rurais do que cidades propriamente ditas;  Século XIII, início do recenseamento  A distância entre o lugar de origem e a cidade depende evidentemente da importância dessa cidade, de seu poder de atração  Origem sobretudo rural, camponeses recém-urbanizados  A França urbana medieval é em grande parte uma França rural da cidade
  • 13.
  • 14.
  • 16.  tipos de cidades
  • 18. Muralhas • Construída para fins militares e de defesa • Elemento físico e simbólico mais significativo das cidades medievais • Elemento essencial para a tomada da consciência urbana • Elemento que estabelece a dialética entre interior e exterior •
  • 19. Muralhas • Construídas em pedra, constituíam-se de muros, torres e portas • A responsabilidade pela guarda e manutenção se dividia, entre seus habitantes, por vezes aos citadinos, outras, aos senhores e ao rei • A destruição da muralha simbolizava a derrota da cidade
  • 20. Portas • Portas como instrumento da dialética do exterior e o interior. • Mercados, albergues, e conventos de ordens mendicantes se instalavam próximas às portas • A defesa das portas era ponto chave para proteção da cité e do burgo Porta Aude, Carcassonne Porta Narbonne, Carcassonne
  • 21. Estradas e Pontes • Estradas eram elementos de conexão entre cidades e elementos da cité • Estradas compunham elemento chave para determinar a relação entre campo e cidade • Pontes eram elementos de transposição de rios, articulavam estradas. Ponte Velha, Carcassonne
  • 22. Ponte Valentre, Cahors Ponte Nova, Cahors
  • 23. Forma da Cidade Medieval  Muralha: elemento não determinante;  Sítio Geográfico: fator plenamente determinande Cidades planas ou de planícies eram minoria. Enquanto, as cidades nos morros, terraços ou colinas eram maioria. Motivos que influenciavam a escolha do sítio geográfico:  Proteção contra inundações;  Defesa contra invasões;  Referência a temas imaginários, muitos deles baseados em citações bíblicas.
  • 24. Centro da Cidade Medieval  Tortuoso;  Dédalo de ruelas, ou seja, um lugar onde os caminhos estão dispostos de maneira confusa a ponto de confundir os passantes; Motivos: Essas características são consequências das marcas feudais, como, por exemplo, dos limite dos feudos, das censíves - local sobre o qual é cobrado o censo.
  • 25. Estruturas da Cidade Medieval Três estruturas da cidade medieval: 1. Cidades oriundas da cité romana: - Centro: corresponde à cidade do Baixo Imperio com muralhas; - Característica marcante: par de eixos perpendiculares que se cruzam; - Cités não se encontram isoladas, e sim, engastadas na cidade medieval; - Pequena superfície (5 a 30 habitantes) A cité e as paróquias urbanas de Bordeaux, segunda metade do século XII, conforme Ch.
  • 27. 2. Cidades de Adesão, segundo Pierre Lavedan, correspondem às cidades oriundas de núcleos pré-urbanos. Origem: a partir de castelos e mosteiros Castelo Charlieu Charlieu, dessin de Gaston Jourda de Vaux
  • 28. Desenvolveram-se de três maneiras distintas: a) Cidades com um único centro, onde se localiza o castelo e o mosteiro Brive, onde sete ruas irradiantes convergem para a igreja de Saint-Martin — "uma teia de aranha"
  • 29. b) Cidades policêntrica Casos em que se divide em várias núcleos urbanos; Pode ser ou não circundada por uma muralha. Em Reims, por exemplo, há dois nucleos primitivos, a cité encerrada na muralha galo- romana de forma oval e o burgo desenvolvido ao redor da Abadia de Saint-Remi. Abadia de Saint-Remi
  • 30. c) Casos em que se divide em cidade alta e cidade baixa As cidades altas posicionavam-se no centro em relação à cidade baixa que o circunda. Tal configuração possuía um centro, formado pela atração gerada por um mosteiro ou castelo. Cidade Loches Château de loches, França
  • 31. 3. Cidades Novas ou Bastides Algumas foram pré-concebidas, e, portanto, possuíam planta geométrica e praça central com entorno regular; enquanto, outras eram “espaços inorgânicos de aldeias de formação espontânea”
  • 32. Elementos das Bastides: - Muralhas - Praças Centro de atração; Havia preocupação com o planejamento urbano deste local; Cercada pelos cobertos, mercados de madeira com passagens subterrâneas para abastecimento. - Igrejas Muitas bastides foram bem sucedidas; enquanto outras não passavam de aldeias. Quanto ao terreno, havia um divisão: - locais de construção; - jardim; - arpentos de terras cultiváveis ou vinhas
  • 33. Cidade de Saint-Denis, França • Localizada a aproximadamente 10 km do centro de Paris • Abadia construída em local considerado sagrado • Homenagem a St. Denis, 1º bispo de Paris • Centro de atração de peregrinos
  • 34.  -Policêntrica:  No geral, possue múltiplos pontos de interesse, onde se reunem os habitantes para suas funções sociais.  - Pontos de referência (Arlette higounet) ou Pontos quentes  Estabelecidos os pontos de referência( lugares e monumentos) são concebidos os espaços para as casas, ruas e circulação.  Juntos , dão coesão à tessitura urbana e exercem poder de atração e repulsão aos citadinos.
  • 35.  Os pontos de referência são aceleradores da vida urbana e neles manifestam-se 3 funções:  1) religiosa  2) econômica  3)política
  • 36.  1)Função religiosa:  A igreja ocupa lugares estratégicos na topografia.  Pontos de atração como centros litúrgicos ou de devoção. Também são pontos de partida de procissões
  • 37.  Exerce funções  -econômica de arrecadação, através do dízimo, censo e rendas.a  - de comando através da alta justiça. (julgamentos e execuções)
  • 38.  2)Função econômica  Praças  Mercados  Ruas de artesãos e mercadores agrupados  Moinhos Urbanos e suburbanos
  • 39.  - Função Política:  Figura nas mãos do Senhor Local(poder local) e do rei ( poder regional).  Forças de REPRESSÂO  Ameaça; Domina a cidade  Associada à Igreja através da Alta Justiça  Poder de prisão Pelourinho – local onde era feita justiça Patíbulo ou Cadafalso
  • 40.  Base: Atlas das cidade medievais da Alsácia Livro da Arlette Higounet sobre Périguex  Breves estudos de caso sobre cidades alsacianas e referência de Périgueux Região da Alsácia Périgueux, situada na Aquitânia
  • 41.  Castelo Senhorial Frequentemente associados no mesmo espaço físico  Igrejas  Mercado ou Mercados  Estabelec. Especializados em peixes, gado, grãos, tecidos, ervas.  Tornos  Arcadas de diferentes ofícios  Moinhos
  • 42.  Balanças públicas  Pesos, medidas, moedas Mercados especializados em trigos, tecidos, açougues, açougues matadouros
  • 43.  Equipamentos hídricos de usos comunitários  Poços, Fontes e Banhos  Em 1350 Estrasburgo contava com 11 banhos públicos.
  • 44.  Tribunais  Prisões ( bastilhas) localizadas no interior do castelo  Pelourinho  Patíbulo : extra muros
  • 45.  Bordeis  Cemitérios intraurbanos – locais de reunião e cultos religiosos.  Paços Municipais  Casa de senhores importantes , chamadas SALAS
  • 46.  Cruzamentos  Praças _ geralmente associadas ao mercado e outros equipamentos, tal como o Chafariz ( caso de Périgueux) Igrejas Casas de notáveis ( geralmente em pedra) Fornos Lagares Açougues
  • 47.  A importância dos rios aumenta com o desenvolvimento do artesanato e tecelagem.  “As cidades medievais foram outras tantas Venezas”
  • 48.  Produzem trigo, tecidos, tinturas, no fim da Id Média, até mesmo Papel;  Extra muros  Às margens dos rios que circundam a cidade  No fosso ( como em Cernay, Alsácia,1268)  Alguns moinhos são fortificados  Podem estar associados à pontes ( moinhos-barcos)
  • 49.
  • 50. • Fundada no séc. VII por Dagoberto I, rei dos Francos • Inicialmente um mosteiro beneditino que guardava os restos mortais de St. Denis (padroeiro da França) • No século VIII, o abade Fulrad consegue enriquecer consideravelmente as posses da igreja • Recebia grandes caravanas de comerciantes para suas férias • Sua influência cresce e passa a receber privilégios da corte • Propõe a construção de uma nova igreja, planta próxima da configuração atual
  • 51. • Em 869 é invadida e saqueada por normandos • Começam as obras de muramento • Em 877 é considerada tão bem fortificada que recebe parte da coleção de manuscritos do Rei, configurando a biblioteca de St. Denis, uma das mais ricas até o fim da Alta Idade Média
  • 52. Planta de Suger (séc XII) Desenho de reconstrução da Planta atual torre norte.