SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  3
Télécharger pour lire hors ligne
Resumo do Tesouro

    1. Introduction
    É um dado adquirido que o uso da internet permitiu aos professores levar o ensino a um
nível mais alto. No entanto, também levou a um aumento exponencial de plágio académico.
Após um estudo, McCabe conclui que 41% dos estudantes já utilizaram este recurso em uma
ou mais circunstâncias.

    Os autores realizaram este estudo para perceberem o porquê da utilização do plágio por
parte dos estudantes, baseando-se na sua teoria ética. Deste estudo tiraram-se algumas
conclusões, tais como: não existem ferramentas necessárias para os professores detectarem
textos plagiados; estudantes anti-éticos levam a profissionais anti-éticos; existe uma
necessidade de financiamento à criação de programas de incentivo à originalidade. Grande
parte da pesquisa serviu para perceber se existem factores que condicionam a prática de
plágio (sexo, idade, personalidade, etc).

    2. Background
Perspectiva Histórica
    Em escolas tradicionais ocidentais, o plágio sempre foi visto como acto desprezível.
Inclusive existem diversas definições e formas de tentar evitar este problema, definições essas
que abundam na internet. Existem vários autores que abordam este tema com pontos de vista
diferentes, sendo que uns vêm o plágio como um acto revolucionário, enquanto que outros o
vêm com um puro roubo literário.

    Por outro lado, do ponto de vista aristotélico, o plágio/imitação é instintivo do ser humano
e é visto como uma qualidade positiva natural essencial para a sua aprendizagem. Numa
tentativa de proteger os direitos de autor, foi lançada em 1662 a lei do licenciamento.
Voltando ao meio académico, McCabe detectou também que os professores mesmo sabendo
que existia plágio nas suas aulas nada fizeram para o combater. O objectivo dos autores neste
ponto era mostrar que existiu uma mudança contínua de atitudes em relação ao fenómeno.

Plágio – Uma nova epidemia
    Infelizmente as estatísticas disponíveis são realmente perturbadoras. Na universidade
Berkeley, os casos de desonestidade académica duplicaram entre 1995-1999. Mesmo com
estes dados estatísticos é impossível estimar a verdadeira dimensão do plágio cyber-nautico.

Especulação sobre motivos de plágio
     Algumas fontes afirmam que o plágio era mais difícil de fazer por parte dos alunos pois
requeria uma técnica mais elevada, sendo que os professores apanhavam com relativa
facilidade. Hoje em dia os alunos são mais tecnológicos que alguns professores, fazendo com
que os alunos não tenham receio de plagiar.
Raciocínio e fraude
     Realizaram-se alguns estudos numa tentativa de perceber o que leva efectivamente uma
pessoa a plagiar e conclui-se que o comportamento de um delinquente é baseado em
justificações que apenas são válidas para o próprio.

Filosofias éticas e plágio
        O autor decidiu incluir seis teorias éticas sobre o que leva um aluno a plagiar,
baseando-se em revistas, artigos e livros.

        A primeira teoria é a Deontologia, onde se pode constatar que o plágio é um acto
moralmente errado onde os alunos aproveitam as ideias alheias para as apresentar como suas.
McCabe concluiu que os alunos não consideram o acto de plagiar como um acto grave e
também que os professores não oferecem orientações claras de modo a que os alunos usem a
internet da forma mais honesta.

         A segunda teoria é o Utilitarismo, que diz que o indivíduo deve pesar os custos e os
benefícios da sua acção e agir no sentido de proporcionar uma maior felicidade para uma
maior número de pessoas, ou seja, a decisão moralmente correcta é aquela que cria mais
utilidade. A única forma de alguém com esta filosofia ser plagiador seria se se disse-se “ o
plagio leva a uma maior aprendizagem onde ninguém sairá prejudicado”.

        A terceira teoria é Auto-interesse racional ou teoria do contrato social. Nesta teoria o
indivíduo age em seu próprio benefício mas sem que haja qualquer sacrifício envolvido, o ideal
seria que as pessoas se relacionassem somente sobe uma base de negociação, ou seja,
trocando valor por valor. O acto de plagiar só se justificava se os plagiadores sentissem que
estavam envolvidos numa troca justa: “ eu não estou a plagiar mas sim a divulgar o trabalho
do autor”.

        A quarta teoria tem o nome de Maquiavelismo e é uma teoria egoísta na medida em
que defende que os indivíduos devem atingir o fim sem olhar a meios. Segundo esta teoria os
alunos sentem-se realizados se plagiarem e não forem apanhados: “ vejam o quão inteligente
eu sou”. Porém se o contrário se verificar afirmam que a culpa é dos outros: “ a culpa é do
meu colega que me incentivou”.

        A quinta teoria é o relativismo cultural. Como se sabe existem inúmeras culturas a
nível mundial, cada uma delas com as suas especificidades. Dizer isto significa que certos actos
podem ser éticos num local e anti-éticos noutro, desta forma, alguns estudantes poderão
tentar justificar que na sua cultura é permitido plagiar.

        A sexta e última teoria é a ética contingente ou situacional. Esta teoria afirma que os
acontecimentos podem influenciar a resposta de uma pessoa num dilema ético. Segundo esta
teoria os alunos podem justificar o seu acto com um determinado acontecimento: “o meu pai
estava no hospital”.

       Podemos ainda constatar que nas teorias de deontologia e de relativismo os
plagiadores não agem de má fé, visto que não se apercebem que estão a fazer algo de errado
enquanto que noutras éticas eles sabem que estão a errar e mesmo assim o continuam a fazer.
3. Results
        Das seis teorias éticas evocadas acima, aquela que foi mais apoiada pelos alunos foi a
Deontológica, com 41,8% das respostas. Nesta teoria apesar de conhecerem o conceito de
plágio os alunos nunca o associaram aos seus actos, tendo como justificação típica: “ eu não
sabia que estava a plagiar”. A ética situacional e a maquiavélica obtiveram percentagens muito
semelhantes que rondam os 20%, sendo que esta ultima acontece quando os alunos após
prova dos professores continuam sem admitir. A ética que aparece em quarto lugar é a ética
do relativismo cultural e foi usada por 8,5% para justificar o seu comportamento plagiador
com a sua cultura. Relativamente as outras duas teorias (utilitarismo e auto-interesse racional)
estas apresentaram percentagens iguais de apoiantes representando 5,7% do total. Numa
tentativa de perceber que condicionantes alteram a teoria apoiada pelos inquiridos, os autores
realizaram vários quadros com diferentes variáveis. Relativamente as categorias sexo, etnia,
escolaridade, classe social, entre outras, concluíram que em nada têm a ver com a escolha da
ética.

        Outra conclusão que estes autores chegaram foi a de que os plagiadores que utilizam a
internet estão mais propensos a apoiar éticas utilitárias ou situacionais e por outro lado menos
propensos a recorrer as éticas maquiavélicas e culturais.




                                                                       Trabalho realizado por:
                                                                       Diogo Magalhães
                                                                       351207012

Contenu connexe

En vedette

2024 State of Marketing Report – by Hubspot
2024 State of Marketing Report – by Hubspot2024 State of Marketing Report – by Hubspot
2024 State of Marketing Report – by HubspotMarius Sescu
 
Everything You Need To Know About ChatGPT
Everything You Need To Know About ChatGPTEverything You Need To Know About ChatGPT
Everything You Need To Know About ChatGPTExpeed Software
 
Product Design Trends in 2024 | Teenage Engineerings
Product Design Trends in 2024 | Teenage EngineeringsProduct Design Trends in 2024 | Teenage Engineerings
Product Design Trends in 2024 | Teenage EngineeringsPixeldarts
 
How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental Health
How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental HealthHow Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental Health
How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental HealthThinkNow
 
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdf
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdfAI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdf
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdfmarketingartwork
 
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024Neil Kimberley
 
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)contently
 
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024How to Prepare For a Successful Job Search for 2024
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024Albert Qian
 
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie Insights
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie InsightsSocial Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie Insights
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie InsightsKurio // The Social Media Age(ncy)
 
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024Search Engine Journal
 
5 Public speaking tips from TED - Visualized summary
5 Public speaking tips from TED - Visualized summary5 Public speaking tips from TED - Visualized summary
5 Public speaking tips from TED - Visualized summarySpeakerHub
 
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd Clark Boyd
 
Getting into the tech field. what next
Getting into the tech field. what next Getting into the tech field. what next
Getting into the tech field. what next Tessa Mero
 
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search Intent
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search IntentGoogle's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search Intent
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search IntentLily Ray
 
Time Management & Productivity - Best Practices
Time Management & Productivity -  Best PracticesTime Management & Productivity -  Best Practices
Time Management & Productivity - Best PracticesVit Horky
 
The six step guide to practical project management
The six step guide to practical project managementThe six step guide to practical project management
The six step guide to practical project managementMindGenius
 
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...RachelPearson36
 

En vedette (20)

2024 State of Marketing Report – by Hubspot
2024 State of Marketing Report – by Hubspot2024 State of Marketing Report – by Hubspot
2024 State of Marketing Report – by Hubspot
 
Everything You Need To Know About ChatGPT
Everything You Need To Know About ChatGPTEverything You Need To Know About ChatGPT
Everything You Need To Know About ChatGPT
 
Product Design Trends in 2024 | Teenage Engineerings
Product Design Trends in 2024 | Teenage EngineeringsProduct Design Trends in 2024 | Teenage Engineerings
Product Design Trends in 2024 | Teenage Engineerings
 
How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental Health
How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental HealthHow Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental Health
How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental Health
 
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdf
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdfAI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdf
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdf
 
Skeleton Culture Code
Skeleton Culture CodeSkeleton Culture Code
Skeleton Culture Code
 
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024
 
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)
 
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024How to Prepare For a Successful Job Search for 2024
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024
 
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie Insights
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie InsightsSocial Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie Insights
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie Insights
 
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024
 
5 Public speaking tips from TED - Visualized summary
5 Public speaking tips from TED - Visualized summary5 Public speaking tips from TED - Visualized summary
5 Public speaking tips from TED - Visualized summary
 
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd
 
Getting into the tech field. what next
Getting into the tech field. what next Getting into the tech field. what next
Getting into the tech field. what next
 
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search Intent
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search IntentGoogle's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search Intent
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search Intent
 
How to have difficult conversations
How to have difficult conversations How to have difficult conversations
How to have difficult conversations
 
Introduction to Data Science
Introduction to Data ScienceIntroduction to Data Science
Introduction to Data Science
 
Time Management & Productivity - Best Practices
Time Management & Productivity -  Best PracticesTime Management & Productivity -  Best Practices
Time Management & Productivity - Best Practices
 
The six step guide to practical project management
The six step guide to practical project managementThe six step guide to practical project management
The six step guide to practical project management
 
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...
 

Resumo do tesouro

  • 1. Resumo do Tesouro 1. Introduction É um dado adquirido que o uso da internet permitiu aos professores levar o ensino a um nível mais alto. No entanto, também levou a um aumento exponencial de plágio académico. Após um estudo, McCabe conclui que 41% dos estudantes já utilizaram este recurso em uma ou mais circunstâncias. Os autores realizaram este estudo para perceberem o porquê da utilização do plágio por parte dos estudantes, baseando-se na sua teoria ética. Deste estudo tiraram-se algumas conclusões, tais como: não existem ferramentas necessárias para os professores detectarem textos plagiados; estudantes anti-éticos levam a profissionais anti-éticos; existe uma necessidade de financiamento à criação de programas de incentivo à originalidade. Grande parte da pesquisa serviu para perceber se existem factores que condicionam a prática de plágio (sexo, idade, personalidade, etc). 2. Background Perspectiva Histórica Em escolas tradicionais ocidentais, o plágio sempre foi visto como acto desprezível. Inclusive existem diversas definições e formas de tentar evitar este problema, definições essas que abundam na internet. Existem vários autores que abordam este tema com pontos de vista diferentes, sendo que uns vêm o plágio como um acto revolucionário, enquanto que outros o vêm com um puro roubo literário. Por outro lado, do ponto de vista aristotélico, o plágio/imitação é instintivo do ser humano e é visto como uma qualidade positiva natural essencial para a sua aprendizagem. Numa tentativa de proteger os direitos de autor, foi lançada em 1662 a lei do licenciamento. Voltando ao meio académico, McCabe detectou também que os professores mesmo sabendo que existia plágio nas suas aulas nada fizeram para o combater. O objectivo dos autores neste ponto era mostrar que existiu uma mudança contínua de atitudes em relação ao fenómeno. Plágio – Uma nova epidemia Infelizmente as estatísticas disponíveis são realmente perturbadoras. Na universidade Berkeley, os casos de desonestidade académica duplicaram entre 1995-1999. Mesmo com estes dados estatísticos é impossível estimar a verdadeira dimensão do plágio cyber-nautico. Especulação sobre motivos de plágio Algumas fontes afirmam que o plágio era mais difícil de fazer por parte dos alunos pois requeria uma técnica mais elevada, sendo que os professores apanhavam com relativa facilidade. Hoje em dia os alunos são mais tecnológicos que alguns professores, fazendo com que os alunos não tenham receio de plagiar.
  • 2. Raciocínio e fraude Realizaram-se alguns estudos numa tentativa de perceber o que leva efectivamente uma pessoa a plagiar e conclui-se que o comportamento de um delinquente é baseado em justificações que apenas são válidas para o próprio. Filosofias éticas e plágio O autor decidiu incluir seis teorias éticas sobre o que leva um aluno a plagiar, baseando-se em revistas, artigos e livros. A primeira teoria é a Deontologia, onde se pode constatar que o plágio é um acto moralmente errado onde os alunos aproveitam as ideias alheias para as apresentar como suas. McCabe concluiu que os alunos não consideram o acto de plagiar como um acto grave e também que os professores não oferecem orientações claras de modo a que os alunos usem a internet da forma mais honesta. A segunda teoria é o Utilitarismo, que diz que o indivíduo deve pesar os custos e os benefícios da sua acção e agir no sentido de proporcionar uma maior felicidade para uma maior número de pessoas, ou seja, a decisão moralmente correcta é aquela que cria mais utilidade. A única forma de alguém com esta filosofia ser plagiador seria se se disse-se “ o plagio leva a uma maior aprendizagem onde ninguém sairá prejudicado”. A terceira teoria é Auto-interesse racional ou teoria do contrato social. Nesta teoria o indivíduo age em seu próprio benefício mas sem que haja qualquer sacrifício envolvido, o ideal seria que as pessoas se relacionassem somente sobe uma base de negociação, ou seja, trocando valor por valor. O acto de plagiar só se justificava se os plagiadores sentissem que estavam envolvidos numa troca justa: “ eu não estou a plagiar mas sim a divulgar o trabalho do autor”. A quarta teoria tem o nome de Maquiavelismo e é uma teoria egoísta na medida em que defende que os indivíduos devem atingir o fim sem olhar a meios. Segundo esta teoria os alunos sentem-se realizados se plagiarem e não forem apanhados: “ vejam o quão inteligente eu sou”. Porém se o contrário se verificar afirmam que a culpa é dos outros: “ a culpa é do meu colega que me incentivou”. A quinta teoria é o relativismo cultural. Como se sabe existem inúmeras culturas a nível mundial, cada uma delas com as suas especificidades. Dizer isto significa que certos actos podem ser éticos num local e anti-éticos noutro, desta forma, alguns estudantes poderão tentar justificar que na sua cultura é permitido plagiar. A sexta e última teoria é a ética contingente ou situacional. Esta teoria afirma que os acontecimentos podem influenciar a resposta de uma pessoa num dilema ético. Segundo esta teoria os alunos podem justificar o seu acto com um determinado acontecimento: “o meu pai estava no hospital”. Podemos ainda constatar que nas teorias de deontologia e de relativismo os plagiadores não agem de má fé, visto que não se apercebem que estão a fazer algo de errado enquanto que noutras éticas eles sabem que estão a errar e mesmo assim o continuam a fazer.
  • 3. 3. Results Das seis teorias éticas evocadas acima, aquela que foi mais apoiada pelos alunos foi a Deontológica, com 41,8% das respostas. Nesta teoria apesar de conhecerem o conceito de plágio os alunos nunca o associaram aos seus actos, tendo como justificação típica: “ eu não sabia que estava a plagiar”. A ética situacional e a maquiavélica obtiveram percentagens muito semelhantes que rondam os 20%, sendo que esta ultima acontece quando os alunos após prova dos professores continuam sem admitir. A ética que aparece em quarto lugar é a ética do relativismo cultural e foi usada por 8,5% para justificar o seu comportamento plagiador com a sua cultura. Relativamente as outras duas teorias (utilitarismo e auto-interesse racional) estas apresentaram percentagens iguais de apoiantes representando 5,7% do total. Numa tentativa de perceber que condicionantes alteram a teoria apoiada pelos inquiridos, os autores realizaram vários quadros com diferentes variáveis. Relativamente as categorias sexo, etnia, escolaridade, classe social, entre outras, concluíram que em nada têm a ver com a escolha da ética. Outra conclusão que estes autores chegaram foi a de que os plagiadores que utilizam a internet estão mais propensos a apoiar éticas utilitárias ou situacionais e por outro lado menos propensos a recorrer as éticas maquiavélicas e culturais. Trabalho realizado por: Diogo Magalhães 351207012