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Transplantes no Brasil importância e consequências
dos conhecimentos genéticos
DISCIPLINA DE GENÉTICA HUMANA E EVOLUÇÃO – BG023

Daleine Kossar
Juliana Perez Arthur
Larissa Sayuri Setoguchi

Profº Ives José Sbalqueiro
QUAL A RELAÇÃO ENTRE A
GENÉTICA E OS TRANSPLANTES?
O principal obstáculo para o sucesso de um
transplante é a resposta imune
receptor

monta

contra

o

que o

transplante

(rejeição) ou que o doador monta contra o

receptor

(doença

do

enxerto

vs.

o

hospedeiro). Estas respostas imunes são
geneticamente determinadas.
OBJETIVO
Abordar os conceitos imunogenéticos de
maior importância em transplantes.
INTRODUÇÃO
o

TRANSPLANTE - substituição de um órgão ou
tecido,

irremediavelmente

doente,

que

compromete a vida de um receptor por outro

sadio vindo de um doador.
o

Dentre os possíveis órgãos e tecidos a serem
transplantados, encontram-se: ossos, medula

óssea, córnea, coração, rins, fígado, pulmão,
pâncreas e pele.
(GUELBER et al., 2011)
Tipos de transplantes
1. Autotransplante: é o
transplante de tecido do
próprio indivíduo. Exemplo:
transplante de pele ou de osso
de um local do corpo para
outro. É normalmente aceito.

2. Isotransplante ou
transplante isogênico: é um
transplante entre indivíduos
geneticamente idênticos.
Exemplo: transplante entre
gêmeos monozigóticos. É
normalmente aceito.

3. Alotransplante ou
transplante alogênico: é o
transplante realizado entre
dois indivíduos da mesma
espécie, mas geneticamente
diferentes. É geralmente
rejeitado.

4. Xenotransplante: é o
transplante entre membros de
espécies diferentes. Exemplo:
transplante do macaco para o
homem. É geralmente
rejeitado.

(BORGES-OSÓRIO; ROBINSON, 2002)
Transplantes no Brasil
o

No Brasil, os transplantes de órgãos iniciaram-se na década de 60.
Durante quase 30 anos a atividade de transplante era pouco
regulamentada e desenvolvida com bastante informalidade no que
diz respeito à inscrição de receptores, ordem de transplante,
retirada de órgãos e nos critérios de distribuição dos órgãos
captados.

o

Em 1997, os transplantes foram regulamentados em todo o
território nacional. Em 2001, foi introduzido o Registro Nacional de
Doadores, estabelecendo a prioridade dos doadores na realização
de necropsia em casos de morte violenta. Adicionalmente foi
regulamentada a lei que criou o Sistema Nacional de Transplantes,
responsável pela infraestrutura da notificação de casos de morte
encefálica (ME), captação e distribuição de órgãos e tecidos, que é
denominada de fila-única.
(KNOBEL, 2006)
Transplantes no Brasil
o

O Brasil é o segundo país do mundo em número de transplantes e possui
um programa de transplantes bem consolidado. A regulamentação do

programa é justa, mas depende da atuação de vários profissionais em
sequência, desde a identificação dos potenciais doadores até a efetivação
dos transplantes e seu acompanhamento ambulatorial.

(REGISTRO BRASILEIRO DE TRANSPLANTES, 2012)
Transplantes no Brasil
Número absoluto de transplantes no Brasil por ano:
2010

2011

2012

Córnea

12.778

14.696

15.281

Rim

4.655

4.975

5.385

Fígado

1.414

1.494

1.595

Pâncreas

133

181

150

Coração

166

160

227

Pulmão

61

49

69

Fonte: Registo Brasileiro de Transplantes, 2012.
Complexo de Histocompatibilidade
Principal (MHC)
O complexo de histocompatibilidade principal (CHP ou MHC – do inglês

major

histocompatibility

complex)

é

uma

grande

região

genética

(segmento do braço curto do cromossomo 6), que contém uma série de
genes intimamente ligados, os quais codificam as moléculas que apresentam
antígenos aos linfócitos T. Os genes desse complexo e as moléculas por ele
codificadas podem ser divididos em três classes:

Fonte: PARHAM, 2000.
(BORGES-OSÓRIO, ROBINSON, 2002)
Complexo de Histocompatibilidade
Principal (MHC)

MHC I – são
produzidas por
todas as células
nucleadas do
organismo e sua
função é apresentar
os antígenos de
origem intracelular
aos linfócitos TCD8.

MHC II – são
produzidas apenas
pelos linfócitos B,
pelas células
apresentadoras de
antígenos e por
outras células em
estágios específicos
de ativação; sua
função é apresentar
antígenos de origem
extracelular aos
linfócitos TCD4.

MHC III – não se
envolvem
diretamente com a
resposta imune,
estando
relacionadas com o
fator de necrose
tumoral, proteínas
de choque térmico e
outros componentes
do sistema
complemento.

(BORGES-OSÓRIO, ROBINSON, 2002)
HLA

O MHC humano
Como são os genes HLA?
Diversidade responsável pelos
problemas de rejeição de enxertos e
doença enxerto-hospedeiro
encontrados nos transplantes de
órgãos.



Polialélicos



Polimórficos



Segregam em blocos (haplótipos)



Expressão co-dominante
HLA

O MHC humano
Herança de genes HLA

Fonte: PLAYFAIR, LYDYARD, 1999.
Sistema ABO
o

A compatibilidade do sistema ABO é um dos critérios para a seleção do
doador.

o

Esse sistema foi descoberto por Landsteiner (1900) onde ele observou
que os humanos poderiam ser divididos em quatro grupos, de acordo com
a presença ou ausência dos antígenos A e B nas hemácias e dos
anticorpos naturais anti-A e anti-B no soro.

o

Os quatro fenótipos determinados pelo sistema ABO são: A, B, O e AB e
os antígenos responsáveis pela determinação deste sistema estão
localizados em um lócus do cromossomo 9 e possuem três alelos: A, B e
O. Os genes A e B são codominantes e o gene O é recessivo.

(BORGES-OSÓRIO, ROBINSON, 2002; TOMPSON, MCINNES, WILLARD, 1993)
Seleção do Doador
o

O sucesso do transplante depende da identidade dos alelos do MHC entre o
doador e o receptor. Portando, para a seleção do doador busca-se a maior

semelhança

possível

quanto

ao

MHC

e

para

se

definir

isso

testa-se,

rotineiramente, os antígenos HLA-A, HLA-B, HLA-C de classe I, HLA-DR, de classe
II bem como os sistemas sanguíneos ABO e Rh, com o objetivo de minimizar a
necessidade de supressão da resposta imune do receptor.
o

Quando o doador possui algum antígeno que o receptor não tem caracteriza-se a
incompatibilidade antigênica. O doador ideal seria então, teoricamente,
aquele geneticamente idêntico ao receptor, como nos casos de gêmeos
monozigótico. Na impossibilidade deste, o doador mais adequado seria um irmão

do receptor, visto que a probabilidade de compatibilidade do sistema HLA, neste
caso, é de 25% seguido por um dos pais, vez que a semelhança genética é de
50%.
(BORGES-OSÓRIO, ROBINSON, 2002).
Seleção do Doador
Prova

cruzada

laboratorial
anticorpos

que

(crossmatch)
determina

(aloanticorpos)

a

-

exame

presença

de

pré-formados

no

sangue do receptor contra as células do possível
doador, determinando a incompatibilidade, ou
não, dos sistemas HLA doador-receptor.
A

prova

possível

cruzada

positiva

contraindicação

representa

à

realização

uma

do

transplante, pois indica que o receptor tem
condições para atacar as células do doador e o
órgão ou tecido a ser transplantado.

(BORGES-OSÓRIO, ROBINSON, 2002; TORRES et al., 2010)
Rejeição do Transplante
Destruição da célula ou tecido transplantado pelo sistema imune do
receptor, dirigindo contra antígenos do tecido transplantado que são

diferentes dos do receptor (BORGES-OSÓRIO; ROBINSON, 2002).

A necessidade de um receptor de célula T para uma combinação definida
de um peptídeo e um alótipo MHC específicos é denominada restrição de
MHC, pois a resposta de células T específica ao antígeno é restrita pelo
tipo de MHC (PARHAM, 2000).
Rejeição do Transplante
A maneira como o organismo do receptor reage ao tecido ou órgão de
um doador geneticamente incompatível (reação ao alotransplante) é
chamada de resposta primária e ocorre quando o transplante parece

ter sido aceito, mas dentro de alguns dias o tecido transplantado morre
e se desprende. E se houver um segundo transplante do mesmo doador,
a reação de rejeição do receptor (resposta secundária) será mais
rápida e mais intensa.

(BORGES-OSÓRIO, ROBINSON, 2002)
Rejeição do Transplante
Mecanismo de rejeição de transplante

Fonte: PLAYFAIR, LYDYARD, 1999.
Doença enxerto vs. hospedeiro
Quando o transplante contém
linfócitos

T

HLA-incompatíveis

(como por exemplo o transplante
de medula óssea), estes podem
atacar
levando

tecidos
à

do

hospedeiro,

doença

enxerto-

versus-hospedeiro,
potencialmente letal.

(PLAYFAIR, LYDYARD, 1999)
Transplante de Células-tronco
Hematopoiéticas (TCTH)


Utilizado no tratamento de pacientes com doenças hematológicas e
algumas alterações genéticas.



A medula óssea do paciente é substituída por células progenitoras
hematopoéticas de um doador, ou por células do próprio receptor, que
passam por tratamento adequado.



Para que haja sucesso no transplante, é necessário, entre outros fatores,
que exista a compatibilidade das moléculas codificadas pelos genes HLA

(MEINERZ, et. al., 2008)
Transplante de Células-tronco
Hematopoiéticas (TCTH)
Modalidades do TCTH:

Autólogo ou autogênico:
ocorre quando as célulastronco vêm do próprio
paciente. Nesta modalidade
retira-se a medula óssea ou
celulas tronco periféricas do
paciente que são tratadas e
reinfundidas.

Singênico: ocorre quando o
paciente recebe as células
progenitoras proveniente de
um irmão gêmeo
monozigótico, onde o sistema
HLA é idêntico.

(MEINERZ, et. al., 2008)
Transplante de Células-tronco
Hematopoiéticas (TCTH)
Modalidades do TCTH:
Doador Haploidêntico
Alogênicos: as células progenitoras
provêm de um doador que possui
compatibilidade com o sistema HLA do
receptor. Este doador pode ser um
parente ou doadores provenientes de
bancos de registro de doadores de
medula óssea. A chance de haver um
doador compatível na família é de
aproximadamente 30%, já a chance
entre não aparentados pode chegar a
um em um milhão.

(MEINERZ, et. al., 2008)
Transplante de Células-tronco
Hematopoiéticas (TCTH)
Doador Haploidêntico
O doador apresenta 50% de compatibilidade com o doador.

Essa

técnica

agiliza

a

realização

do

transplante,

uma

vez

que

a

probabilidade de se encontrar um doador 50% compatível na família é
bastante alta, porém, esse tipo de transplante possui chances elevadas de
complicações, quando comparado ao transplante alogênico convencional, e
ainda está em fase de testes, sendo indicado apenas para pacientes que
não possuem doadores na família e em bancos de doadores de medula e
que não haja tempo hábil para aguardar a busca por esse doador

(VOLTARELLI; STRACIER, 2000)
Conclusão
O número de transplantes realizados no Brasil,
bem como o conhecimento dos fatores que envolvem a
compatibilidade entre os doadores crescem a cada dia.
Considerando que o profissional de enfermagem
está inserido em todas as etapas da realização de um
transplante, torna-se importante o entendimento sobre a
genética envolvida nesse procedimento, a fim de embasar
a atuação destes profissionais e, dessa forma, prestar um
cuidado ainda mais direcionado e efetivo ao paciente,
intervindo com segurança nos períodos pré, intra e pósoperatório das cirurgias de transplantes.
Referências


BORGES-OSÓRIO, M. R.; ROBINSON, W. M. Genética humana. 2ªed. Artmed: Porto Alegre, 2002.



GUELBER, F.A.C. P. et al. Cuidando da pessoa com morte encefálica – experiência da equipe de
Enfermagem. Jornal Brasileiro de Transplantes, v.14, n.2, 2011.



KNOBEL, E. Condutas no paciente grave. São Paulo: Atheneu, 2006.



PARHAM, P. O Sistema Imune. 1ªed. Artmed: Porto Alegre, 2000.



PLAYFAIR, J. H. L.; LYDYARD, P. M. Imunologia Médica. 1ªed. Revinter: Rio de Janeiro, 1999.



REGISTO BRASILEIRO DE TRANSPLANTES. Ano XVIII Num. 4. Dimensionamento dos Transplantes no
Brasil. São Paulo, 2012. Disponível em: <http://www.abto.org.br/abtov03/Upload/file/RBT/2012/RBTdimensionamento2012.pdf> Acesso em: 12/07/2013.



TOMPSON, M. W.; MCINNES, R. R.; WILLARD, H. F. Tompson & Tompson- Genética Médica. 5ª ed.
Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 1993.



TORRES, M. et al. Seleção de doador não aparentado. Rev Bras Hematol Hemoter, v.32, n.1, p.6-7, 2010.



VOLTARELLI, J. C.; STRACIER, A. B. P. L. Aspectos imunológicos dos Transplantes de Células TroncoHematopoéticas. In. TRANSPLANTE DE MEDULA OSSEA. Simpósio, out./dez. 2000.
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Apresentação seminário transplantes

  • 1. Transplantes no Brasil importância e consequências dos conhecimentos genéticos DISCIPLINA DE GENÉTICA HUMANA E EVOLUÇÃO – BG023 Daleine Kossar Juliana Perez Arthur Larissa Sayuri Setoguchi Profº Ives José Sbalqueiro
  • 2. QUAL A RELAÇÃO ENTRE A GENÉTICA E OS TRANSPLANTES? O principal obstáculo para o sucesso de um transplante é a resposta imune receptor monta contra o que o transplante (rejeição) ou que o doador monta contra o receptor (doença do enxerto vs. o hospedeiro). Estas respostas imunes são geneticamente determinadas.
  • 3. OBJETIVO Abordar os conceitos imunogenéticos de maior importância em transplantes.
  • 4. INTRODUÇÃO o TRANSPLANTE - substituição de um órgão ou tecido, irremediavelmente doente, que compromete a vida de um receptor por outro sadio vindo de um doador. o Dentre os possíveis órgãos e tecidos a serem transplantados, encontram-se: ossos, medula óssea, córnea, coração, rins, fígado, pulmão, pâncreas e pele. (GUELBER et al., 2011)
  • 5. Tipos de transplantes 1. Autotransplante: é o transplante de tecido do próprio indivíduo. Exemplo: transplante de pele ou de osso de um local do corpo para outro. É normalmente aceito. 2. Isotransplante ou transplante isogênico: é um transplante entre indivíduos geneticamente idênticos. Exemplo: transplante entre gêmeos monozigóticos. É normalmente aceito. 3. Alotransplante ou transplante alogênico: é o transplante realizado entre dois indivíduos da mesma espécie, mas geneticamente diferentes. É geralmente rejeitado. 4. Xenotransplante: é o transplante entre membros de espécies diferentes. Exemplo: transplante do macaco para o homem. É geralmente rejeitado. (BORGES-OSÓRIO; ROBINSON, 2002)
  • 6. Transplantes no Brasil o No Brasil, os transplantes de órgãos iniciaram-se na década de 60. Durante quase 30 anos a atividade de transplante era pouco regulamentada e desenvolvida com bastante informalidade no que diz respeito à inscrição de receptores, ordem de transplante, retirada de órgãos e nos critérios de distribuição dos órgãos captados. o Em 1997, os transplantes foram regulamentados em todo o território nacional. Em 2001, foi introduzido o Registro Nacional de Doadores, estabelecendo a prioridade dos doadores na realização de necropsia em casos de morte violenta. Adicionalmente foi regulamentada a lei que criou o Sistema Nacional de Transplantes, responsável pela infraestrutura da notificação de casos de morte encefálica (ME), captação e distribuição de órgãos e tecidos, que é denominada de fila-única. (KNOBEL, 2006)
  • 7. Transplantes no Brasil o O Brasil é o segundo país do mundo em número de transplantes e possui um programa de transplantes bem consolidado. A regulamentação do programa é justa, mas depende da atuação de vários profissionais em sequência, desde a identificação dos potenciais doadores até a efetivação dos transplantes e seu acompanhamento ambulatorial. (REGISTRO BRASILEIRO DE TRANSPLANTES, 2012)
  • 8. Transplantes no Brasil Número absoluto de transplantes no Brasil por ano: 2010 2011 2012 Córnea 12.778 14.696 15.281 Rim 4.655 4.975 5.385 Fígado 1.414 1.494 1.595 Pâncreas 133 181 150 Coração 166 160 227 Pulmão 61 49 69 Fonte: Registo Brasileiro de Transplantes, 2012.
  • 9. Complexo de Histocompatibilidade Principal (MHC) O complexo de histocompatibilidade principal (CHP ou MHC – do inglês major histocompatibility complex) é uma grande região genética (segmento do braço curto do cromossomo 6), que contém uma série de genes intimamente ligados, os quais codificam as moléculas que apresentam antígenos aos linfócitos T. Os genes desse complexo e as moléculas por ele codificadas podem ser divididos em três classes: Fonte: PARHAM, 2000. (BORGES-OSÓRIO, ROBINSON, 2002)
  • 10. Complexo de Histocompatibilidade Principal (MHC) MHC I – são produzidas por todas as células nucleadas do organismo e sua função é apresentar os antígenos de origem intracelular aos linfócitos TCD8. MHC II – são produzidas apenas pelos linfócitos B, pelas células apresentadoras de antígenos e por outras células em estágios específicos de ativação; sua função é apresentar antígenos de origem extracelular aos linfócitos TCD4. MHC III – não se envolvem diretamente com a resposta imune, estando relacionadas com o fator de necrose tumoral, proteínas de choque térmico e outros componentes do sistema complemento. (BORGES-OSÓRIO, ROBINSON, 2002)
  • 11. HLA O MHC humano Como são os genes HLA? Diversidade responsável pelos problemas de rejeição de enxertos e doença enxerto-hospedeiro encontrados nos transplantes de órgãos.  Polialélicos  Polimórficos  Segregam em blocos (haplótipos)  Expressão co-dominante
  • 12. HLA O MHC humano Herança de genes HLA Fonte: PLAYFAIR, LYDYARD, 1999.
  • 13. Sistema ABO o A compatibilidade do sistema ABO é um dos critérios para a seleção do doador. o Esse sistema foi descoberto por Landsteiner (1900) onde ele observou que os humanos poderiam ser divididos em quatro grupos, de acordo com a presença ou ausência dos antígenos A e B nas hemácias e dos anticorpos naturais anti-A e anti-B no soro. o Os quatro fenótipos determinados pelo sistema ABO são: A, B, O e AB e os antígenos responsáveis pela determinação deste sistema estão localizados em um lócus do cromossomo 9 e possuem três alelos: A, B e O. Os genes A e B são codominantes e o gene O é recessivo. (BORGES-OSÓRIO, ROBINSON, 2002; TOMPSON, MCINNES, WILLARD, 1993)
  • 14.
  • 15. Seleção do Doador o O sucesso do transplante depende da identidade dos alelos do MHC entre o doador e o receptor. Portando, para a seleção do doador busca-se a maior semelhança possível quanto ao MHC e para se definir isso testa-se, rotineiramente, os antígenos HLA-A, HLA-B, HLA-C de classe I, HLA-DR, de classe II bem como os sistemas sanguíneos ABO e Rh, com o objetivo de minimizar a necessidade de supressão da resposta imune do receptor. o Quando o doador possui algum antígeno que o receptor não tem caracteriza-se a incompatibilidade antigênica. O doador ideal seria então, teoricamente, aquele geneticamente idêntico ao receptor, como nos casos de gêmeos monozigótico. Na impossibilidade deste, o doador mais adequado seria um irmão do receptor, visto que a probabilidade de compatibilidade do sistema HLA, neste caso, é de 25% seguido por um dos pais, vez que a semelhança genética é de 50%. (BORGES-OSÓRIO, ROBINSON, 2002).
  • 16. Seleção do Doador Prova cruzada laboratorial anticorpos que (crossmatch) determina (aloanticorpos) a - exame presença de pré-formados no sangue do receptor contra as células do possível doador, determinando a incompatibilidade, ou não, dos sistemas HLA doador-receptor. A prova possível cruzada positiva contraindicação representa à realização uma do transplante, pois indica que o receptor tem condições para atacar as células do doador e o órgão ou tecido a ser transplantado. (BORGES-OSÓRIO, ROBINSON, 2002; TORRES et al., 2010)
  • 17. Rejeição do Transplante Destruição da célula ou tecido transplantado pelo sistema imune do receptor, dirigindo contra antígenos do tecido transplantado que são diferentes dos do receptor (BORGES-OSÓRIO; ROBINSON, 2002). A necessidade de um receptor de célula T para uma combinação definida de um peptídeo e um alótipo MHC específicos é denominada restrição de MHC, pois a resposta de células T específica ao antígeno é restrita pelo tipo de MHC (PARHAM, 2000).
  • 18. Rejeição do Transplante A maneira como o organismo do receptor reage ao tecido ou órgão de um doador geneticamente incompatível (reação ao alotransplante) é chamada de resposta primária e ocorre quando o transplante parece ter sido aceito, mas dentro de alguns dias o tecido transplantado morre e se desprende. E se houver um segundo transplante do mesmo doador, a reação de rejeição do receptor (resposta secundária) será mais rápida e mais intensa. (BORGES-OSÓRIO, ROBINSON, 2002)
  • 19. Rejeição do Transplante Mecanismo de rejeição de transplante Fonte: PLAYFAIR, LYDYARD, 1999.
  • 20. Doença enxerto vs. hospedeiro Quando o transplante contém linfócitos T HLA-incompatíveis (como por exemplo o transplante de medula óssea), estes podem atacar levando tecidos à do hospedeiro, doença enxerto- versus-hospedeiro, potencialmente letal. (PLAYFAIR, LYDYARD, 1999)
  • 21. Transplante de Células-tronco Hematopoiéticas (TCTH)  Utilizado no tratamento de pacientes com doenças hematológicas e algumas alterações genéticas.  A medula óssea do paciente é substituída por células progenitoras hematopoéticas de um doador, ou por células do próprio receptor, que passam por tratamento adequado.  Para que haja sucesso no transplante, é necessário, entre outros fatores, que exista a compatibilidade das moléculas codificadas pelos genes HLA (MEINERZ, et. al., 2008)
  • 22. Transplante de Células-tronco Hematopoiéticas (TCTH) Modalidades do TCTH: Autólogo ou autogênico: ocorre quando as célulastronco vêm do próprio paciente. Nesta modalidade retira-se a medula óssea ou celulas tronco periféricas do paciente que são tratadas e reinfundidas. Singênico: ocorre quando o paciente recebe as células progenitoras proveniente de um irmão gêmeo monozigótico, onde o sistema HLA é idêntico. (MEINERZ, et. al., 2008)
  • 23. Transplante de Células-tronco Hematopoiéticas (TCTH) Modalidades do TCTH: Doador Haploidêntico Alogênicos: as células progenitoras provêm de um doador que possui compatibilidade com o sistema HLA do receptor. Este doador pode ser um parente ou doadores provenientes de bancos de registro de doadores de medula óssea. A chance de haver um doador compatível na família é de aproximadamente 30%, já a chance entre não aparentados pode chegar a um em um milhão. (MEINERZ, et. al., 2008)
  • 24. Transplante de Células-tronco Hematopoiéticas (TCTH) Doador Haploidêntico O doador apresenta 50% de compatibilidade com o doador. Essa técnica agiliza a realização do transplante, uma vez que a probabilidade de se encontrar um doador 50% compatível na família é bastante alta, porém, esse tipo de transplante possui chances elevadas de complicações, quando comparado ao transplante alogênico convencional, e ainda está em fase de testes, sendo indicado apenas para pacientes que não possuem doadores na família e em bancos de doadores de medula e que não haja tempo hábil para aguardar a busca por esse doador (VOLTARELLI; STRACIER, 2000)
  • 25. Conclusão O número de transplantes realizados no Brasil, bem como o conhecimento dos fatores que envolvem a compatibilidade entre os doadores crescem a cada dia. Considerando que o profissional de enfermagem está inserido em todas as etapas da realização de um transplante, torna-se importante o entendimento sobre a genética envolvida nesse procedimento, a fim de embasar a atuação destes profissionais e, dessa forma, prestar um cuidado ainda mais direcionado e efetivo ao paciente, intervindo com segurança nos períodos pré, intra e pósoperatório das cirurgias de transplantes.
  • 26. Referências  BORGES-OSÓRIO, M. R.; ROBINSON, W. M. Genética humana. 2ªed. Artmed: Porto Alegre, 2002.  GUELBER, F.A.C. P. et al. Cuidando da pessoa com morte encefálica – experiência da equipe de Enfermagem. Jornal Brasileiro de Transplantes, v.14, n.2, 2011.  KNOBEL, E. Condutas no paciente grave. São Paulo: Atheneu, 2006.  PARHAM, P. O Sistema Imune. 1ªed. Artmed: Porto Alegre, 2000.  PLAYFAIR, J. H. L.; LYDYARD, P. M. Imunologia Médica. 1ªed. Revinter: Rio de Janeiro, 1999.  REGISTO BRASILEIRO DE TRANSPLANTES. Ano XVIII Num. 4. Dimensionamento dos Transplantes no Brasil. São Paulo, 2012. Disponível em: <http://www.abto.org.br/abtov03/Upload/file/RBT/2012/RBTdimensionamento2012.pdf> Acesso em: 12/07/2013.  TOMPSON, M. W.; MCINNES, R. R.; WILLARD, H. F. Tompson & Tompson- Genética Médica. 5ª ed. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 1993.  TORRES, M. et al. Seleção de doador não aparentado. Rev Bras Hematol Hemoter, v.32, n.1, p.6-7, 2010.  VOLTARELLI, J. C.; STRACIER, A. B. P. L. Aspectos imunológicos dos Transplantes de Células TroncoHematopoéticas. In. TRANSPLANTE DE MEDULA OSSEA. Simpósio, out./dez. 2000.