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Regras Básicas de Segurança Para Trabalhos
Com Corte e Solda
Muitas são as preocupações dos integrantes do SESMT. Por toda parte há riscos e
perigos e muitas vezes nos sentimos perdidos sem saber ao certo para que lado devemos
ir primeiro. Obviamente não há um receita única aplicável a todos os casos e tipos de
empresas. Vale mesmo o velho bom senso aliado ao conhecimento técnico.
No que diz respeito ao conhecimento técnico, não é de hoje que ressentimos a falta de
boas fontes de consulta; a literatura destinada a prevenção de acidentes é ainda muito
restrita e dentre as poucas existentes a grande maioria ainda peca pelo conteúdo
essencialmente teórico de difícil aplicação no dia a dia.
No tocante ao bom senso a coisa torna-se ainda mais difícil. Importante mencionar nesta
parte do texto que no nosso entendimento nos cursos de formação falta ainda algo voltado
ao aprendizado das técnicas de negociação - ou seja - preparar o profissional para saber
oferecer o produto segurança de uma maneira mais moderna e consistente. Tais
ensinamentos também seriam muito úteis em cursos oferecidos a muitos dos profissionais
já formados.
Tenho especial preocupação com os colegas que chegam agora ao mercado de trabalho.
Trazem em si muito boa vontade e uma carga imensa de conhecimentos teóricos -
lamentavelmente ministrado algumas vezes pessoas que jamais atuaram no chão de
fábrica. Encontram realidades confusas e complexas. Tem sido comum hoje em dia
encontrar nos jornais anúncios classificados pedindo técnicos recém formados e por
detrás de muitos destes anúncios há uma realidade oculta: a intenção de contratar alguém
apenas para fazer frente as necessidades burocráticas sem atentar de forma mais firme
para a grave condição de insegurança do chão de fábrica. Precisando do empregado,
muitos destes colegas são maldosamente moldados pelas empresas e logo tornam-se
auxiliares de todos os assuntos, legando a prevenção a segundo ou terceiro plano.
1
Esquecem no entanto, que a responsabilidade técnica continua sobre seus ombros e
muitas vezes apenas lembram disso quando já é tarde demais.
O QUE MATA
Tenho conversado muito com colegas recém formados; Acho de suma importância para a
prevenção de acidentes como um todo que tenhamos esta preocupação. Em comum
tenho ouvido destas pessoas uma pergunta: - Por onde começar ? A resposta tem sido
única: - Por aquilo que mata ! A resposta parece seca e obvia, mas na verdade não é..
Pode soar estranho dizer - comece pelo que mata ! Mas na prática é o caminho correto
num pais onde a prevenção de acidentes ainda é descrita em algumas empresas como
beneficio.
Neste ponto é importante lembrar algumas coisas. A primeira delas é que toda empresa
quer ter uma "imagem" de empresa segura - ate ai nada contra - desde que não fique
apenas na imagem. Com isso quero dizer, que algumas empresas tentam transformar o
profissional de segurança do trabalho num verdadeiro "Vendedor de Ilusões" . Querem
fazer crer que há segurança no local de trabalho apenas enchendo as paredes e quadros
de cartazes; realizando as tais "palestras" onde se tenta convencer o trabalhador de que
os acidentes ocorrem meramente por sua culpa quando na verdade o local de trabalho e
suas condições impróprias são as verdadeiras causas de acidentes. Logo em seguida,
impõe ao profissional técnico funções policialescas, transferindo a responsabilidade da
prevenção e os conflitos dos supervisores para os ombros do profissional de segurança.
Obviamente, o profissional de segurança que tal como todos demais, precisa do emprego,
acaba se sujeitando a tais situações - e não deve ser diferente já que se não o fizer outra
com certeza o fará. Deve no entanto, zelar para que não perca de vista os objetivos reais
de sue trabalho e saber de dentro destas adversidades ir aos poucos buscando seu
verdadeiro espaço com muita habilidade e tato. Na verdade, empresas que agem desta
forma são "doentes no tocante a prevenção" e precisam muito dos préstimos lúcidos de
profissionais prevencionistas
O que mata ? Na verdade tudo mata. Dizem os entendidos que a diferença entre o
remédio e o veneno é a dose. Pela prática aprendemos ao longo dos anos que todos os
trabalhos merecem ser checados. No entanto, corre contra nós o fator tempo. De nada
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adiantará um belo e amplo programa de análise de riscos se em meio a tudo isso tivermos
um acidente mais grave ou fatal. Com certeza raras são as empresas que teriam tal
entendimento - e diante de um fato mais grave - certamente pagaria pelo evento o próprio
profissional com seu emprego. Cabe então lançarmos mão do conhecido, ou seja pautar
nossos trabalhos iniciais pela experiência geral, pela estatística ou outras fontes que
tivermos disponíveis. Em tais fontes fica claro que o que mais mata são as quedas de
altura, os choques elétricos e as explosões e incêndios. No que diz respeito as quedas, a
própria legislação fornece dados que permitem com um pouco mais de atenção o
desenvolvimento de ações capazes de controlar o risco; Estamos diante na verdade da lei
da gravidade; No caso da eletricidade, há também boas fontes para consulta e o
atendimento a NR especifica diminui bastante a possibilidade de acidentes. Já no caso
das explosões e incêndios a questão é mais complicada visto que a possibilidade da
ocorrência abrange uma variedade imensa de atividades e ações, que vão desde a
simples limpeza de um piso com produtos inflamáveis até o processo industrial mais
complexo. Em meio a isso, estão os trabalhos de corte e solda, sem dúvida alguma
responsáveis por muitas tragédias ao longo da história, mas que infelizmente até hoje são
realizados sem cuidados de segurança.
Sobre este tipo de trabalho, estaremos falando a seguir. Na verdade não temos como
esgotar o assunto, mas com certeza estaremos fornecendo alguns caminhos para que se
faça um bom trabalho.
CHAMAS ABERTAS E FAGULHAS
O que nas indústrias químicas - por serem conhecedoras dos riscos - é uma constante
preocupação - na maioria dos locais de trabalho geralmente é tratado sem maiores
cuidados. Na história das explosões - chamas abertas e fagulhas - são uma constante.
Neste ponto a questão da ignorância assume uma importância fundamental; Ninguém
quer uma explosão, mas raramente as pessoas associam que um simples fagulha pode
ser causa de um acidente tão grave
É essencial que toda empresa tenha claramente definido e divulgado um procedimento a
ser aplicado nos serviços de solda, corte, lixamento e outros trabalhos com chamas
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abertas ou que produzam fagulhas. Engano comum ocorre em algumas empresas, onde
tais atividades não existem em seu processo produtivo, mas que ocorrem eventualmente
em trabalhos de manutenção. O mesmo engano ocorre em empresas cuja atividade não
exige a existência de uma equipe própria de manutenção, mas como em qualquer prédio
ou instalação vez por outra ocorrem reparos e reformas feitos por terceiros. Portanto, o
procedimento deve existir já que em algum momento , seja por empregado, seja por
terceiro algum trabalho desta natureza vai ser realizado.
Vale citar aqui um caso conhecido de um Banco. Durante anos os empregados da faxina -
de uma empresa terceirizada - adotaram por conta própria e para ganhar tempo na
limpeza o uso de produtos inflamáveis. Isso causava incômodos e até mesmo chegou a
gerar reclamações de alguns empregados do Banco. Certo dia uma outra empresa veio
fazer a troca das ferragens das janelas dos banheiros e durante o trabalho necessitou
fazer uso de solda. Ocorreu uma explosão. Não são tão incomuns quanto parecem casos
de acidentes em estabelecimentos comerciais e mesmo residências pelo uso destes
mesmo produtos e logo em seguida o uso de enceradeiras. Como se pode ver, por toda
parte há riscos deste tipo.
O acidente do Banco poderia ter sido evitado tanto se os empregados da limpeza tivessem
instruções adequadas quanto aos produtos - e fosse feita a supervisão dos trabalhos,
como em especial se os contratados para realizar a solda fossem habilitados para operar
este tipo de equipamento. Este deve ser o primeiro ponto de um procedimento para
trabalhos com corte, soldas e similares - HABILITAÇÃO DOS EMPREGADOS. Tanto na
realização dos trabalhos internamente, como na contratação de serviços devemos EXIGIR
que tais profissionais possuam certificado de participação em curso especifico. Além
disso, devemos ter o mesmo procedimento com relação a exigência de treinamentos para
prevenção de acidentes, primeiros socorros e Prevenção e combate a incêndios. Agindo
desta forma, com certeza estaremos minimizando muito os riscos de acidentes. Caso em
sua empresa existam muitas pessoas treinadas para este finalidade, recomenda-se a
criação de um banco de dados para controle das mesmas e até mesmo a emissão de uma
identificação especifica para tais empregados. Uma questão importante é definir um
critério de tempo para validade deste comprovantes de habilitação, já que pode ocorrer de
profissionais com treinamentos feitos há muito tempo não conhecerem tecnologias e
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processos mais modernos. Recomenda-se que a validade não seja superior a dois anos,
mesmo tempo que devemos tomar como referência para programarmos reciclagens para
os empregados da própria empresa.
Um outro ponto importante é a questão dos EPI utilizados pelos soldadores - assunto
amplamente tratado pela literatura especifica - mas que raramente mencionam que estes
devem estar isentos de óleo, graxa e líquidos inflamáveis. Por mais obvio que pareça, na
prática isso raramente é checado
SISTEMA DE CONTROLE
As OS (Ordens de Serviço) são muito comuns nas grandes empresas, onde recebem
inclusive outros nomes conforme a organização local. Através delas busca-se garantir que
todos os trabalhos que impliquem em maiores riscos sejam controlados e em alguns casos
submetidos previamente a analise do SESMT. Cabe aqui ressaltar que trata-se de uma
verdadeira faca de dois gumes, visto que o profissional deve ter convicção de que seu
conhecimento técnico irá mesmo contribuir para a realização do trabalho mais seguro,
caso contrário, passará a ser mais um documento desfavorável no caso de um acidente.
Prevenção de acidentes deve ser algo que contribua para o bom andamento das coisas,
jamais deve ser um empecilho burocrático. O entendimento real passa pela utilidade que
temos de garantir a continuidade do processo e atividades da empresa e não ficar
gerando proibições absurdas. Com isso quero dizer que na definição de um sistema de
OS devemos deixar claro quais as áreas estão submetidas a este processo. Obviamente
existem áreas regulares a esta finalidade, tais como cabines, bancadas ou áreas
designadas onde a presença de chamas abertas é normal, comum e segura, o mesmo
ocorrendo em locais onde a solda é o processo em si. Entende-se, que tais locais esteja
dotados de sistemas de exaustão e outros meios preventivos, como no caso das soldas a
arco elétrico - os biombos - para impedir a propagação de radiações.
For a estas situações acima mencionadas, geralmente os demais trabalhos devem ser
submetidos a autorização prévia. Atenção mais do que especial deve ser dada com
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trabalhos desta natureza forem ser realizados em espaços confinados, onde os riscos
tornam-se potencialmente muito mais graves.
O procedimento para autorização do serviços deve ser claro, escrito em linguagem
compreensível pelos executantes. No caso de locais onde os riscos sejam constantes e
significativos , o procedimento deve deixar claro logo em seu inicio que sempre que
possível outros meios são preferidos nos casos onde o emprego de aparelhos de solda e
lixamento possam ser substituídos. Importante também mencionar que sempre que
possível os materiais ou peças a serem soldados ou lixados deverão ser removidos para
locais mais apropriados.
Deve estar claro também neste procedimento, a necessidade de haver nas proximidades
equipamentos para combate a incêndio - compatíveis a classe da operação, bem como as
seguintes verificações:
a) No caso de piso de madeira deve ser providenciado o umedecimento do mesmo ou
cobertura com areia. Cuidados especiais com divisórias de madeira
b) Verificar a existência de encanamentos abertos, galerias de água e esgoto e outras
aberturas que possam conter líquidos ou vapores inflamáveis
c) Checar aberturas no piso e/ou frestas que possam possibilitar a passagem de fagulhas
para pisos inferiores.
d) Verificar a utilização/realização nas proximidades de atividades com uso de tintas ou
outros produtos inflamáveis, bem como e principalmente a existência de resíduos de
líquidos inflamáveis ou outros materiais combustíveis.
e) Checar mobiliário e instalações que possam ser atingidas pelas chamas ou calor.
f) Em todos os casos, materiais inflamáveis devem ser retirados, quando não possível
devem ser cobertos por mantas apropriadas. Como afastamento mínimo sugere-se a
distância de 12 metros.
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Nos casos mais complexos, deve se prever também a necessidade de acompanhamento,
seja por bombeiro industrial - no caso onde estes existam - ou mesmo pelo Brigadista de
Incêndio. Tal presença pode ser decisiva para a contenção do fogo na sua fase inicial
evitando um incêndio.
Devem ficar claros também que algumas situações, devido ao potencial de riscos, deverão
ser tratadas como especiais. Isso vai depender muito da natureza da atividade
desenvolvida, mas em comum: dutos de exaustão de cabines onde são utilizados
materiais inflamáveis, tanques de óleo, tambores e latões anteriormente usados com
líquidos ou gases inflamáveis. Etc.
OS EQUIPAMENTOS
Tão importante quanto aos controles realizados no homem e no método e o controle que
deve ser feito nos equipamentos. Para a obtenção de um padrão de segurança deve ficar
claro no procedimento alguns requisitos a serem exigidos. Mais importante do que o
procedimento é a realização da verificação dos mesmos. Recomenda-se que no caso da
contratação de serviços, a mesma seja realizada na chegada do equipamento e caso o
serviço dure um certo tempo, periodicamente. No caso dos equipamentos da própria
empresa deve ser criada uma sistemática de revisões, cuja freqüência não ser superior a
6 meses. Para ambos os casos, caso seja possível, facilita muito a geração de um meio
(selo ou ficha) que permita a identificação imediata de equipamentos OK.
No caso dos equipamentos para soldagem a arco elétrico, devemos garantir que todos
esteja aterrados durante todo o tempo de uso e que a fiação utilizada para conexão a rede
elétrica esteja em perfeitas condições de uso, com ênfase em especial as possíveis
emendas e seus isolamentos e que esta fiação não possam ser atingidas por veículos ou
carrinhos manuais. Já os cabos de solda devem ter o mesmo tamanho e caso exista
necessidade de emenda esta só pode ser feita por conector apropriado. Recomenda-se
ainda que os meios de fixação dos cabos de solda sejam de bronze.
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Já para as operações com oxiacetileno, devem observar pelo menos as seguintes regras:
Instalações em pontos fixos:
Nos terminais das tubulações onde são conectadas as mangueiras deve existir um registro
de fechamento rápido e estes devem estar soldados na tubulação.
Após o registro de fechamento de acetileno, na extremidade da tubulação deve existir
válvula contra retrocesso de chamas.
Após o registro de oxigênio, deve ser instalado um regulador de pressão de um estágio.
Na tubulação de acetileno, a utilização de regulador de pressão deve ser feita na central
de distribuição de gases.
No tocante as mangueiras devem ser seguidas as mesmas instruções mencionadas a
seguir para os conjuntos portáteis.
Conjuntos Portáteis
Devem preferencialmente ser montados sobre um carrinho metálico, com rodas metálicas
ou de borracha, dotado de separador entre os cilindros e suportes para fixação do
mesmos.
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Neste carrinho deve haver ainda suporte para as mangueiras e um compartimento com
orifícios de ventilação onde serão guardados os maçaricos. Recomenda-se que este
compartimento seja trancado com cadeado.
Os cilindros só podem ser manuseados ou transportados com seus capacetes de proteção
e mesmo quando vazios devem estar presos, sempre na posição vertical. Caso por algum
motivo acidental o cilindro de acetileno venha a ficar na horizontal e necessário deixa-lo
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em pé por 24 horas antes de coloca-lo em uso. Cilindros com vazamento não devem ser
utilizados, bem como deve ser proibida a transferência de gases de um cilindro para outro.
A abertura de válvulas dos cilindros devem ser feita manualmente, sendo expressamente
proibida a utilização de martelos e outras ferramentas.
Devem ser providos de reguladores de pressão, de dois estágios, sendo que a finalidade
do primeiro e reduzir a pressão de entrada e a do segundo, através do parafuso de
regulagem manual, reduzir a pressão do primeiro estágio para a pressão de trabalho
desejada. No caso do acetileno a pressão nunca deve exceder 1,05 kgf/cm2.
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O cilindro de acetileno deve sempre estar acompanhado de chave adequada que permita
o rápido fechamento da válvula.
Para acender o maçarico deve ser utilizado um equipamento próprio ou isqueiro a gás,
jamais devendo ser utilizada chama. O conjunto deve sempre ser mantido for a do alcance
das fagulhas e em hipótese alguma deve-se permitir que cilindros ou tubulações de
oxigênio fiquem em contato com óleos, graxas e fontes de calor.
Atenção especial deve ser dada a guarda dos conjuntos quando não estiverem em uso.
Tal local deve ser clara e previamente definido e sinalizado.
No que diz respeito as mangueiras, deixamos o assunto propositadamente para o final.. A
de oxigênio deve ser verde e a de acetileno vermelha, ambas com no máximo 10 metros
de comprimento, sendo que maiores do que estas apenas com a aprovação da Segurança
do Trabalho. As conexões com as válvulas e canetas devem ser feitas com braçadeiras.
Quanto as emendas - fica aqui um critério de decisão conforme a atividade da empresa -
sendo recomendáveis que não existam e caso sejam autorizadas no máximo em número
de duas e feitas com braçadeiras. Junto ao regulador de pressão do cilindro de acetileno
deve ser instalado um dispositivo de segurança contra retrocesso de chamas.
Espero que este breve artigo contribua para melhoria das condições de segurança nos
ambientes de trabalho
Cosmo Palasio de Moraes Jr.
Técnico de Segurança do Trabalho
20 de outubro de 2.000
cpalasio@uol.com.br
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Mensagem: 10
Data: Wed, 30 May 2001 08:05:48 -0300
De: "Miranda, Joel da Corte" <joel.copebras@angloamerican.com.br>
Assunto: RISCOS DOS PROCESSOS DE SOLDA
RISCOS DOS PROCESSOS DE SOLDA
Os processos de soldagem colocam os profissionais em contato com
inúmeros riscos físicos. Os processos podem ser classificados em três
grandes grupos, abrangendo cerca de 50 técnicas diferentes:
a) soldagem por fusão: as partes a serem soldadas são fundidas por meio
de energia elétrica ou química, sem aplicação de pressão;
b) soldagem por pressão: as partes a serem soldadas são fundidas e
pressionadas umas contra as outras- soldagem por ponto;
c) brasagem: as partes a serem soldadas são unidas por meio de uma liga
metálica de baixo ponto de fusão, sem que o metal a ser soldado seja
fundido.
No momento da soldagem existe uma fase em que se forma uma pequena
forja, onde estão em fusão o metal básico, o eletrodo e, conforme a técnica
utilizada, o gás protetor. Isto provoca uma corrente de ar aquecido, com
elevada concentração de substâncias. O conteúdo desta corrente de ar depende
de:
* voltagem e amperagem da corrente elétrica;
* composição de peças soldadas;
* composição de eletrodos;
* prática do soldador;
* velocidade de soldagem;
* existência de óleos protetores nas peças;
* técnicas de soldagem.
Nas operações de soldagem desprendem-se gases e vapores das
peças em fusão que, em contato com o oxigênio do ar, após resfriamento e
condensação, oxidam-se, formando os fumos, que são constituídos por
partículas de 0,005 a 2 mícrons de diâmetro.
As partículas de 1 a 5 mícrons são retidas nos pulmões e, na
soldagem, as partículas maiores de 1 mícrons não atingem 10% do total. Esta
percentagem pode aumentar com a temperatura do processo, com a umidade
relativa do ar e a velocidade de deslocamento do ar, variando também com o
procedimento de soldagem empregado. No método MAG, por exemplo, usando gás
carbônico, as partículas colidem e agrupam-se, formando partículas maiores.
Na soldagem BRANDA, que é aquela que a temperatura atinge
níveis inferiores a 425 graus centígrados, os riscos principais se
relacionam com a produção de fumos de estanho e chumbo, pela inalação dos
mesmos ou pela ingestão através das mãos contaminadas no momento de fumar ou
de alimentar-se, neste processo há desprendimento de fluoretos.
Na soldagem utilizando-se gases, a temperatura atinge 2.300
graus centígrados, existe a produção principalmente de fumos de alumínio,
silício, cobre, zinco, cobre, fósforo.
Podem ser encontrados gases nitrosos, acroleína, monóxido de
carbono, cloretos, fluoretos e metais que vaporizam em temperaturas
inferiores àquelas atingidas pelo procedimento: manganês, cádmio e chumbo.
COMPONENTES DOS FUMOS
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Cobre - é irritante para as vias aéreas superiores, pele e mucosas.
A inalação prolongada causa perfuração do septo nasal. Causa Febre dos Fumos
Metálicos.
Cromo - o Cromo hexavalente provoca lesões na pele, úlcera,
perfuração do septo nasal, mas está mais relacionado com a galvanoplastia do
que com a soldagem. Na soldagem o risco maior é o de surgimento de Câncer de
Pulmão.
Alumínio - tem sido relacionado com doença fibrosa do pulmão e
bronquite.
Ferro - è o principal componente dos fumos de soldagem. Provoca o
aparecimento de nódulos e condensações nos pulmões: não provoca fibrose.
Magnésio - existem relatos de que provoca transtornos
gastrointestinais. Provoca Febre dos Fumos metálicos.
Manganês - junto com o ferro e cobre são os componentes mais comuns
dos eletrodos. Causa pneumonite e afeta o sistema nervoso central, alterando
as funções neuro-gástricas: há surgimento de vertigem, cefaléia (dor de
cabeça), falta de apetite, cansaço, crises de excitabilidade, incoerência e
verbosidade. A voz é monótona, lenta e irregular. A face é inexpressiva. Os
gestos são lentos, incoordenados. Surgem tremores. A escrita é irregular,
geralmente ilegível. O quadro é irreversível.
Níquel - causa dermatite por sensibilização. Causa Câncer de pulmão
e das fossas nasais. A ocorrência dos fumos do níquel é maior nas soldas com
aço inoxidável e nas ligas contendo zinco.
Cádmio - provoca quadros agudos e crônicos. Na intoxicação aguda
provoca pneumonite com grave dificuldade respiratória, cianose, edema
pulmonar e morte em horas ou minutos. Na intoxicação crônica, além da
pneumonite, provoca alterações graves nos rins, perda de dentes e perda de
olfato. Favorece o aparecimento de cálculos nos rins. Altera o metabolismo
nos ossos, favorecendo o surgimento de fraturas. Causa Febre dos Fumos
Metálicos. Existe suspeita de que provoca o aumento na incidência de câncer
no aparelho respiratório e urinário (próstata).
Nióbio - é retido nos pulmões, onde provoca o espessamento de septo
inter-alveolar, através do aumento da produção de fibras no tecido
perivascular e peribronquial. Provoca descamação de eptélio brônquico.
Sílica - alguns eletrodos tem 30% de sílica, sob a forma de ferro
silicato (contem caolim, feldspato, mica, talco, etc.). os riscos são de
silicose, doença pulmonar fibrosa, irreversível.
Titânio - está relacionado com a produção de doença fibrosa do
pulmão.
Vanádio - após curta exposição a altas concentrações causa
lacrimejamento, sensação de queimadura nos olhos por ação nas conjutivas
oculares, rinite sero-sanguinolenta, tosse e bronquite. Exposições crônicas
causam Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, com efisema.
Zinco - o cloreto de Zinco é cáustico, podendo queimar olhos e mãos.
Fumos provocam Febre dos Fumos Metálicos.
Chumbo - o uso é mais freqüente na indústria eletro-eletrônica.
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Existem chapas de aço que são revestidas de chumbo. Participa de ligas como
o bronze e latão. O chumbo, após absorção, fixa-se nos glóbulos vermelhos.
Após, é fixado no sistema ósseo, provocando alterações na formação do
sangue. A absorção é maior pela via respiratória, mas também ingressa no
organismo via aparelho digestivo e pele. Provoca redução da capacidade
física, cansaço, alterações no sono, dores musculares e abdômen, perda de
peso, impotência e alterações no sistema nervoso.
Berílio - a forma metálica produz quadros crônicos com o surgimento
de processos granulomatosos nos pulmões, fígado e baço, com o surgimento de
dispnéia, cansaço e febre. É considerado cancerígeno.
Fluoretos - os procedimentos que utilizam fluxo ou sais para
encobrir o ponto de soldagem, dão origem a fumos com flúor, originados nos
eletrodos que contem fluoretos de cálcio. O flúor é depositado nos ossos e
ligamentos e pode provocar manchas nos dentes. Pela ação no pulmão o
paciente torna-se cianótico (azulado), pelo desenvolvimento de grave
insuficiência respiratória, podendo ocorrer morte em minutos ou horas por
edema pulmonar.
Asbestos - silicato mineral natural fibroso. As fibras estão no ar e
são inaladas. Tendo um diâmetro inferior a três mícrons, penetram
profundamente nos pulmões, sendo retidas. Algumas são retidas por células
brancas do sangue e, outras, permanecem nas vias respiratórias menores e nos
alvéolos pulmonares, transformando-se em corpos de amianto, dando origem a
uma fibrose pulmonar, causando insuficiência respiratória. Causa câncer de
pulmão, de pleura e gastrointestinal.
Estanho - provoca uma doença pulmonar benigna, a estanose, onde a
pleura e os gânglios linfáticos ficam negros. Não provoca sintomas. O
diagnóstico é feito por Raio X.
Mercúrio - penetra no organismo principalmente pelos pulmões. No
quadro crônico provoca efeitos no sistema nervoso: tremores nas mãos,
alterações nas sensações (paladar e olfato). Ansiedade, irritabilidade,
sonolência, demência e sintomas psicóticos. Perda de memória, gengivite com
perda de dentes e lesões nos rins. A intoxicação surge por aspiração doa
vapores de mercúrio. O mercúrio evapora na temperatura ambiental.
Molibdênio - causa irritação nos olhos, nariz e garganta. Causa
anemia com baixa hemoglobina nas células vermelhas que estão com o número
reduzido.
GASES E VAPORES
12 riscos químicos na operação
OZÔNIO
É produzido pela radiação ultravioleta que reage com o
oxigênio do ar. A produção de ozônio é menor quando usa-se o argônio como
gás protetor do que quando usa-se o hélio. Quanto ao processo de soldagem,
quanto maior a intensidade decorrente, maior a concentração de ozônio
produzido sendo a soldagem a plasma a que mais produz. O odor do ozônio é
doce irritante para os olhos e membranas mucosas. O quadro que provoca é a
falta de ar, dor torácica, dor de cabeça, tosse com expectoração
sanguinolenta e febre. Causa edema agudo de pulmão e pode ser fatal, quando
ocorre exposição a altas concentrações ambientais.
ÓXIDOS DE NITROGÊNIO
A alta temperatura temperatura existente no procedimento de
14
soldagem provoca combinação de Oxigênio e Nitrogênio, formando os óxidos
nitrosos. São irritantes para as mucosas e podem provocar a morte imediata
por espasmos brônquicos e parada respiratória. Em exposições menos intensas,
pode provocar a morte por edema pulmonar ou por brônquio-alveolite
obliterante. A reação pode surgir até 30 horas após o início da exposição.
Na solda elétrica, utilizando eletrodos recobertos de celulose, a quantide
de óxidos nitrosos produzia é maior. O uso de eletrodo de tugstênio libera
grande volume de óxidos nitrosos. O grande perigo destes gases consiste em
que sua presença passa inadvertida até que surja a intoxicação.
FOSFINA
Desprende-se durante a soldagem com material fosfatado.
Provoca náuseas, dores abdominais, convulsões e morte em exposições
intensas. É irritante das vias aéreas, olhos e pele. Provoca edema agudo de
pulmão. Tem odor de peixe podre.
MONÓXIDO DE CARBONO
Produzido por combustão incompleta (onde tem fumaça ele está
presente). Importante presença no processo MAG. Tem grande afinidade com a
hemoglobina (pigmento vermelho do sangue que carrega o oxigênio) e, por
isso, desloca o oxigênio, formando carboxihemoglobina que, por não
transportar o 02 , provoca a asfixia, principalmente no Sistema Nervoso
Central e no músculo miocárdio (coração).
DIÓXIDO DE CARBONO
É formado pela decomposição do revestimento ou da alma dos
eletrodos. Como gás, é usado no processo MAG. Trata-se de um asfixiante
simples, ou seja: quando aumenta a sua concentração no ambiente, cai a
concentração do oxigênio, causando asfixia (dependendo da concentração). Uma
concentração de dióxido de carbono no ambiente superior a 3% causa dispnéia
(falta de ar) e uma concentração de 10 % causa a morte.
FOSGÊNIO
Nos procedimentos de soldagem ele surge de hidrocarbonetos
clorados, como o tricloroetileno e tricloroetano que são usados como
desengraxantes das peças a serem soldadas. Resíduos destes solventes
permanecem nas peças e, sob a ação das radiações ultravioletas ou do calor,
são decompostos, surgindo o fosgênio (COC12). Este produto foi usado na 1ª
Guerra Mundial como asfixiante. Não sendo muito solúvel, não possui ação
irritante nas vias aéreas superiores, agindo sobre o próprio tecido
pulmonar. Provoca tosse, opressão toráxica e dispnéia (falta de ar). Em
exposição prolongadas, um ou dois dias após o surgimento dos sintomas
iniciais, há o aparecimento de edema agudo do pulmão e insuficiência
respiratória, podendo ocorrer coma e morte.
GASES INERTES
O Hélio e Argônio causam narcose (efeito anestésico).
Existem relatos de afixia no uso dos mesmos em ambientes confinados.
ACROLEÍNA
Ao proceder-se a soldagem de metais recobertos com resinas
acrílicas ou com epóxi, há o desprendimento de acroleína que, em altas
temperaturas, é um gás extremamente irritante para os olhos, pele e aparelho
respiratório, onde destrói a mucosa respiratória, sendo o dano permanente.
FORMALDEÍDO
Efeitos similares aos da Acroleína.
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ISOCIANETOS
Surgem quando existem peças com poliuretano nos processos de
soldagem. São sensibilizantes do organismo e provocam o surgimento de asma
brônquica. Podem causar dermatites e rinite. Provoca o surgimento de
alveolite alérgica extrínseca (ação pulmonar: dificuldades respiratórias).
AMINO ETIL ETANOL AMINA
É empregada na soldagem do alumínio. Pode causar asma
brônquica e dermatite nas extremidades dos dedos com atrofia das unhas.
ACETILENO
Usado em procedimento de solda com gás, pode escapar para o
ambiente de trabalho, sem queimar, tendo efeito semelhante ao dióxido de
carbono. Tem como impurezas: Fosfina, Arsina, Bisulfeto de Carbono e Sulfeto
de Hidrogênio, que são tóxicos.
FEBRE DOS FUMOS
Trata-se de uma reação do organismo diante da exposição a
certos fumos metálicos, principalmente zinco, magnésio, níquel, cádmio e
cobre. O quadro constitui-se de febre que começa de quatro a doze horas após
a exposição e se acompanha de gosto metálico, ou alterações do sabor de
gostos familiares, como, por exemplo, fumaça de cigarro. Após a ocorrência
de secura e irritação na garganta, tosse e falta de ar, acompanhados de
fadiga e dores musculares. A temperatura pode atingir 40 graus centígrados.
O quadro dura algumas horas e surgem nos trabalhadores que não tiveram
contato prévio com os fumos metálicos, ou quando retornam a exposição, após
alguns dias de afastamento ou de férias. Esta patologia seria causada pelo
contato com partículas pequenas dos metais (em torno de 1,0 mícron) com os
glóbulos brancos do sangue, liberando substâncias responsáveis pela elevação
da temperatura. Os quadros são geralmente confundidos com quadros gripais.
PARTÍCULAS
Causam doença pulmonar:
* Sílica
* Cobre
* Alumínio
* Ferro
* Asbesto*
* Berílio*
* Estanho
* Nióbio
* potencialmente cancerígenos
Irritantes pulmonares e tóxicos ao organismo:
* Cádmio
* Zinco
* Cromo *
* Fluoretos
* Chumbo
* Magnésio
* Mercúrio
* Molibdênio
* Níquel*
16
* potencialmente cancerígenos
GASES
Irritantes:
* Ozônio
* Óxido de Nitrogênio
* Fosgênio
* Fosfina
* Acroleína
* Isocianetos
* Amido Etil Etanol Amina
Asfixiantes:
* Monóxido de Carbono
* Dióxido de Carbono
* Gases Inertes
* Acetileno
RISCOS FÍSICOS
ELETRICIDADE
Na soldagens por arco elétrico, um gerador é conectado a dois eletrodos. Um
é ligado à peça a ser soldada e o outro é seguro pelo soldador, que provoca
um curto circuito. A eletricidade causa a intoxicação do ar (partículas
adquirem cargas elétricas), produzindo o arco voltaico que uma vez formado,
permite ao trabalhador recuar o eletrodo em alguns centímetros. Há riscos de
choques e queimaduras.
CALOR
A temperatura ambiental, mais a temperatura do procedimento de soldagem,
adicionada à temperatura dos equipamentos de proteção individual devem ser
consideradas. A temperatura pode provocar problemas dermatológicos como
urticária e pruridos, que são favorecidos pelo suor profuso. Pode provocar
cãibras, fadiga e desidratação.
RUÍDO
O Ruído provocado pelos procedimentos de soldagem em geral e no método de
plasma, em particular, levam à hipoacusia (surdez) neurosensorial,
inicialmente para sons de alta freqüência ( em torno de 4.000 hertz) e,
posteriormente, para sons de freqüências vizinhas. O ruído pode causar
hipertensão arterial sistêmica (pressão alta), insônia, alteração do ritmo
cardíaco, aumento da secreção ácida do estômago, aumento do surgimento de
úlceras.
RADIAÇÕES INFRA-VERMELHAS
São radiações com comprimento de onda situados entre 700 e 1.400 nm. Causam
cataratas, queimaduras na retina (olhos) e pele.
RADIAÇÕES ULTRAVIOLETAS
São radiações com comprimento de onda situados entre 400 e 100 nm. São
agentes que originam ozônio, óxidos nitrosos e fosgênio nos procedimentos de
17
soldagem. Provocam queimaduras na pele, conjuntivite, cefaléia e tumores na
pele que podem se tornar malignos.
RECOMENDAÇÕES IMPORTANTES
1) - Realização periódica de avaliação ambiental de todos os agentes que
possam estar presentes no processo. Avaliar periodicamente a concentração de
oxigênio, quando houver a presença de asfixiante simples.
2) - Substituir os procedimentos agressivos à saúde dos trabalhadores por
outros. Especial atenção deve ser dada aos agentes cancerígenos.
3) - Colocação de anteparos (biombos) para evitar que as radiações, fumos
e partículas atinjam outros trabalhadores.
4) - Rigorosa higiene nos locais de trabalho, evitando o acúmulo de
material de fácil combustão ou explosivos.
5) - Treinar os trabalhadores no combate ao fogo.
6) - Verificação periódica dos cabos utilizados nos procedimentos de
soldagem. Os de borracha sofrem a ação do ozônio e os de plásticos não.
7) - Redução do ruído na fonte ou na transmissão. Na transmissão podem
ser usados anteparos e materiais absorventes. Os trabalhadores devem ser
submetidos a audiometrias periódicas, quando estão expostos a ruído superior
a 85 dB em jornada de trabalho de oito horas diárias. Em níveis de ruídos
superiores, a necessidade de realização deste exame é estabelecida em
jornadas de trabalho menores.
8) - As máquinas devem possuir aterramento elétrico.
9) - Equipamento de Proteção Individual indicado:
* sapato com biqueira de aço;
* perneira, avental, mangas e luvas de raspa de couro;
* óculos com filtros mais escuro que o necessário, obriga o soldador a
aproximar-se dos pontos de soldagem, aumentando a exposição do mesmo a
gases, fumos a agentes físicos;
* elmos, capacetes, cinto de segurança, protetores auriculares,
máscara com filtros contra gases e poeiras em alguns procedimentos;
* respiração autônoma para soldagem em locais restritos.
10) - Os trabalhadores devem ser informados sobre os riscos existentes nos
procedimentos a serem executados.
11) - Exames médicos de ingresso com a realização de exames de sangue e/ou
urina quando expostos às seguintes substâncias: arsênico, chumbo, cromo,
fluoretos, mercúrio, monóxido de carbono, níquel, zinco, tricloroetileno,
tetracloroetileno, di e tricloroetileno. Raio X dos pulmões na possibilidade
de existência de danos pulmonares.
12) - Revisão dos aspectos ergonômicos das operações de soldagem:
* peso dos equipamentos;
* posição de soldagem - sempre que possível trabalhar sentado;
* pausa no trabalho;
* peso das peças a serem soldadas;
13) - No uso de gases:
* Nunca liberar acetileno no local de trabalho. Sendo necessário
(purgar a mangueira por exemplo) descarregar ao ar livre;
* nunca permitir que a temperatura dos cilindros ultrapasse os 50
graus centígrados. O aumento da temperatura aumenta a pressão interna
rapidamente;
* os cilindros de acetileno só podem ser transportados, estocados ou
manuseados na posição vertical;
* usar sempre a chave adequada para abertura ou fechamento da válvula
do cilindro de acetileno. Abrir somente uma meia volta e conservar a chave
na posição de uso imediato;
* armazenar cilindros em local coberto e ventilado;
* não retirar acetileno de um cilindro sem usar regulador de pressão;
18
14) - Ventilação
Em todos os procedimentos de soldagem deve existir métodos de ventilação. O
sistema mais correto é o de captação de gases, vapores e partículas no ponto
de geração dos mesmos. Quando existem muitos pontos de soldagem, ou quando
os procedimentos de soldagem são realizados em toda jornada de trabalho,
pode ser utilizada a ventilação geral diluidora, para evitar o acúmulo de
poluentes.
A ventilação pode ser feita:
* Cabine de soldagem;
* Mesa de soldagem (aspiração superior ou pela base)
* aspiração localizada;
* ventilação geral diluidora;
* equipamento autônomo (para soldagem em locais restritos, como
tanques);
Para as três primeiras alternativas deve ser prevista uma velocidade de
captura de poluente capaz de arrastar todas as partículas.
As cabines de soldagem não são convenientes para grandes peças ou em postos
móveis de trabalho, além de serem de difícil acesso através de pontes
rolantes. Entretanto, não necessita de intervenção e a ventilação é eficaz e
bem orientada. as mesas de soldagem são limitadas aos postos fixos de
trabalho e a aspiração nas mesmas contraria ao fluxo natural da propagação
dos fumos. É usada para peças de pequenas dimensões. Entretanto possibilitam
um bom posicionamento do soldador. Os sistemas de aspiração localizada são
os mais eficientes, captando os poluentes na sua origem. Pode ser aplicada
aos postos móveis de trabalho e são de fácil instalação. Entretanto
necessitam a participação do trabalhador para que a abertura de aspiração
não seja obstruída. As partes flexíveis podem romper-se facilmente. O débito
de ar necessário pode variar em função da posição das partes móveis.
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  • 1. Regras Básicas de Segurança Para Trabalhos Com Corte e Solda Muitas são as preocupações dos integrantes do SESMT. Por toda parte há riscos e perigos e muitas vezes nos sentimos perdidos sem saber ao certo para que lado devemos ir primeiro. Obviamente não há um receita única aplicável a todos os casos e tipos de empresas. Vale mesmo o velho bom senso aliado ao conhecimento técnico. No que diz respeito ao conhecimento técnico, não é de hoje que ressentimos a falta de boas fontes de consulta; a literatura destinada a prevenção de acidentes é ainda muito restrita e dentre as poucas existentes a grande maioria ainda peca pelo conteúdo essencialmente teórico de difícil aplicação no dia a dia. No tocante ao bom senso a coisa torna-se ainda mais difícil. Importante mencionar nesta parte do texto que no nosso entendimento nos cursos de formação falta ainda algo voltado ao aprendizado das técnicas de negociação - ou seja - preparar o profissional para saber oferecer o produto segurança de uma maneira mais moderna e consistente. Tais ensinamentos também seriam muito úteis em cursos oferecidos a muitos dos profissionais já formados. Tenho especial preocupação com os colegas que chegam agora ao mercado de trabalho. Trazem em si muito boa vontade e uma carga imensa de conhecimentos teóricos - lamentavelmente ministrado algumas vezes pessoas que jamais atuaram no chão de fábrica. Encontram realidades confusas e complexas. Tem sido comum hoje em dia encontrar nos jornais anúncios classificados pedindo técnicos recém formados e por detrás de muitos destes anúncios há uma realidade oculta: a intenção de contratar alguém apenas para fazer frente as necessidades burocráticas sem atentar de forma mais firme para a grave condição de insegurança do chão de fábrica. Precisando do empregado, muitos destes colegas são maldosamente moldados pelas empresas e logo tornam-se auxiliares de todos os assuntos, legando a prevenção a segundo ou terceiro plano. 1
  • 2. Esquecem no entanto, que a responsabilidade técnica continua sobre seus ombros e muitas vezes apenas lembram disso quando já é tarde demais. O QUE MATA Tenho conversado muito com colegas recém formados; Acho de suma importância para a prevenção de acidentes como um todo que tenhamos esta preocupação. Em comum tenho ouvido destas pessoas uma pergunta: - Por onde começar ? A resposta tem sido única: - Por aquilo que mata ! A resposta parece seca e obvia, mas na verdade não é.. Pode soar estranho dizer - comece pelo que mata ! Mas na prática é o caminho correto num pais onde a prevenção de acidentes ainda é descrita em algumas empresas como beneficio. Neste ponto é importante lembrar algumas coisas. A primeira delas é que toda empresa quer ter uma "imagem" de empresa segura - ate ai nada contra - desde que não fique apenas na imagem. Com isso quero dizer, que algumas empresas tentam transformar o profissional de segurança do trabalho num verdadeiro "Vendedor de Ilusões" . Querem fazer crer que há segurança no local de trabalho apenas enchendo as paredes e quadros de cartazes; realizando as tais "palestras" onde se tenta convencer o trabalhador de que os acidentes ocorrem meramente por sua culpa quando na verdade o local de trabalho e suas condições impróprias são as verdadeiras causas de acidentes. Logo em seguida, impõe ao profissional técnico funções policialescas, transferindo a responsabilidade da prevenção e os conflitos dos supervisores para os ombros do profissional de segurança. Obviamente, o profissional de segurança que tal como todos demais, precisa do emprego, acaba se sujeitando a tais situações - e não deve ser diferente já que se não o fizer outra com certeza o fará. Deve no entanto, zelar para que não perca de vista os objetivos reais de sue trabalho e saber de dentro destas adversidades ir aos poucos buscando seu verdadeiro espaço com muita habilidade e tato. Na verdade, empresas que agem desta forma são "doentes no tocante a prevenção" e precisam muito dos préstimos lúcidos de profissionais prevencionistas O que mata ? Na verdade tudo mata. Dizem os entendidos que a diferença entre o remédio e o veneno é a dose. Pela prática aprendemos ao longo dos anos que todos os trabalhos merecem ser checados. No entanto, corre contra nós o fator tempo. De nada 2
  • 3. adiantará um belo e amplo programa de análise de riscos se em meio a tudo isso tivermos um acidente mais grave ou fatal. Com certeza raras são as empresas que teriam tal entendimento - e diante de um fato mais grave - certamente pagaria pelo evento o próprio profissional com seu emprego. Cabe então lançarmos mão do conhecido, ou seja pautar nossos trabalhos iniciais pela experiência geral, pela estatística ou outras fontes que tivermos disponíveis. Em tais fontes fica claro que o que mais mata são as quedas de altura, os choques elétricos e as explosões e incêndios. No que diz respeito as quedas, a própria legislação fornece dados que permitem com um pouco mais de atenção o desenvolvimento de ações capazes de controlar o risco; Estamos diante na verdade da lei da gravidade; No caso da eletricidade, há também boas fontes para consulta e o atendimento a NR especifica diminui bastante a possibilidade de acidentes. Já no caso das explosões e incêndios a questão é mais complicada visto que a possibilidade da ocorrência abrange uma variedade imensa de atividades e ações, que vão desde a simples limpeza de um piso com produtos inflamáveis até o processo industrial mais complexo. Em meio a isso, estão os trabalhos de corte e solda, sem dúvida alguma responsáveis por muitas tragédias ao longo da história, mas que infelizmente até hoje são realizados sem cuidados de segurança. Sobre este tipo de trabalho, estaremos falando a seguir. Na verdade não temos como esgotar o assunto, mas com certeza estaremos fornecendo alguns caminhos para que se faça um bom trabalho. CHAMAS ABERTAS E FAGULHAS O que nas indústrias químicas - por serem conhecedoras dos riscos - é uma constante preocupação - na maioria dos locais de trabalho geralmente é tratado sem maiores cuidados. Na história das explosões - chamas abertas e fagulhas - são uma constante. Neste ponto a questão da ignorância assume uma importância fundamental; Ninguém quer uma explosão, mas raramente as pessoas associam que um simples fagulha pode ser causa de um acidente tão grave É essencial que toda empresa tenha claramente definido e divulgado um procedimento a ser aplicado nos serviços de solda, corte, lixamento e outros trabalhos com chamas 3
  • 4. abertas ou que produzam fagulhas. Engano comum ocorre em algumas empresas, onde tais atividades não existem em seu processo produtivo, mas que ocorrem eventualmente em trabalhos de manutenção. O mesmo engano ocorre em empresas cuja atividade não exige a existência de uma equipe própria de manutenção, mas como em qualquer prédio ou instalação vez por outra ocorrem reparos e reformas feitos por terceiros. Portanto, o procedimento deve existir já que em algum momento , seja por empregado, seja por terceiro algum trabalho desta natureza vai ser realizado. Vale citar aqui um caso conhecido de um Banco. Durante anos os empregados da faxina - de uma empresa terceirizada - adotaram por conta própria e para ganhar tempo na limpeza o uso de produtos inflamáveis. Isso causava incômodos e até mesmo chegou a gerar reclamações de alguns empregados do Banco. Certo dia uma outra empresa veio fazer a troca das ferragens das janelas dos banheiros e durante o trabalho necessitou fazer uso de solda. Ocorreu uma explosão. Não são tão incomuns quanto parecem casos de acidentes em estabelecimentos comerciais e mesmo residências pelo uso destes mesmo produtos e logo em seguida o uso de enceradeiras. Como se pode ver, por toda parte há riscos deste tipo. O acidente do Banco poderia ter sido evitado tanto se os empregados da limpeza tivessem instruções adequadas quanto aos produtos - e fosse feita a supervisão dos trabalhos, como em especial se os contratados para realizar a solda fossem habilitados para operar este tipo de equipamento. Este deve ser o primeiro ponto de um procedimento para trabalhos com corte, soldas e similares - HABILITAÇÃO DOS EMPREGADOS. Tanto na realização dos trabalhos internamente, como na contratação de serviços devemos EXIGIR que tais profissionais possuam certificado de participação em curso especifico. Além disso, devemos ter o mesmo procedimento com relação a exigência de treinamentos para prevenção de acidentes, primeiros socorros e Prevenção e combate a incêndios. Agindo desta forma, com certeza estaremos minimizando muito os riscos de acidentes. Caso em sua empresa existam muitas pessoas treinadas para este finalidade, recomenda-se a criação de um banco de dados para controle das mesmas e até mesmo a emissão de uma identificação especifica para tais empregados. Uma questão importante é definir um critério de tempo para validade deste comprovantes de habilitação, já que pode ocorrer de profissionais com treinamentos feitos há muito tempo não conhecerem tecnologias e 4
  • 5. processos mais modernos. Recomenda-se que a validade não seja superior a dois anos, mesmo tempo que devemos tomar como referência para programarmos reciclagens para os empregados da própria empresa. Um outro ponto importante é a questão dos EPI utilizados pelos soldadores - assunto amplamente tratado pela literatura especifica - mas que raramente mencionam que estes devem estar isentos de óleo, graxa e líquidos inflamáveis. Por mais obvio que pareça, na prática isso raramente é checado SISTEMA DE CONTROLE As OS (Ordens de Serviço) são muito comuns nas grandes empresas, onde recebem inclusive outros nomes conforme a organização local. Através delas busca-se garantir que todos os trabalhos que impliquem em maiores riscos sejam controlados e em alguns casos submetidos previamente a analise do SESMT. Cabe aqui ressaltar que trata-se de uma verdadeira faca de dois gumes, visto que o profissional deve ter convicção de que seu conhecimento técnico irá mesmo contribuir para a realização do trabalho mais seguro, caso contrário, passará a ser mais um documento desfavorável no caso de um acidente. Prevenção de acidentes deve ser algo que contribua para o bom andamento das coisas, jamais deve ser um empecilho burocrático. O entendimento real passa pela utilidade que temos de garantir a continuidade do processo e atividades da empresa e não ficar gerando proibições absurdas. Com isso quero dizer que na definição de um sistema de OS devemos deixar claro quais as áreas estão submetidas a este processo. Obviamente existem áreas regulares a esta finalidade, tais como cabines, bancadas ou áreas designadas onde a presença de chamas abertas é normal, comum e segura, o mesmo ocorrendo em locais onde a solda é o processo em si. Entende-se, que tais locais esteja dotados de sistemas de exaustão e outros meios preventivos, como no caso das soldas a arco elétrico - os biombos - para impedir a propagação de radiações. For a estas situações acima mencionadas, geralmente os demais trabalhos devem ser submetidos a autorização prévia. Atenção mais do que especial deve ser dada com 5
  • 6. trabalhos desta natureza forem ser realizados em espaços confinados, onde os riscos tornam-se potencialmente muito mais graves. O procedimento para autorização do serviços deve ser claro, escrito em linguagem compreensível pelos executantes. No caso de locais onde os riscos sejam constantes e significativos , o procedimento deve deixar claro logo em seu inicio que sempre que possível outros meios são preferidos nos casos onde o emprego de aparelhos de solda e lixamento possam ser substituídos. Importante também mencionar que sempre que possível os materiais ou peças a serem soldados ou lixados deverão ser removidos para locais mais apropriados. Deve estar claro também neste procedimento, a necessidade de haver nas proximidades equipamentos para combate a incêndio - compatíveis a classe da operação, bem como as seguintes verificações: a) No caso de piso de madeira deve ser providenciado o umedecimento do mesmo ou cobertura com areia. Cuidados especiais com divisórias de madeira b) Verificar a existência de encanamentos abertos, galerias de água e esgoto e outras aberturas que possam conter líquidos ou vapores inflamáveis c) Checar aberturas no piso e/ou frestas que possam possibilitar a passagem de fagulhas para pisos inferiores. d) Verificar a utilização/realização nas proximidades de atividades com uso de tintas ou outros produtos inflamáveis, bem como e principalmente a existência de resíduos de líquidos inflamáveis ou outros materiais combustíveis. e) Checar mobiliário e instalações que possam ser atingidas pelas chamas ou calor. f) Em todos os casos, materiais inflamáveis devem ser retirados, quando não possível devem ser cobertos por mantas apropriadas. Como afastamento mínimo sugere-se a distância de 12 metros. 6
  • 7. Nos casos mais complexos, deve se prever também a necessidade de acompanhamento, seja por bombeiro industrial - no caso onde estes existam - ou mesmo pelo Brigadista de Incêndio. Tal presença pode ser decisiva para a contenção do fogo na sua fase inicial evitando um incêndio. Devem ficar claros também que algumas situações, devido ao potencial de riscos, deverão ser tratadas como especiais. Isso vai depender muito da natureza da atividade desenvolvida, mas em comum: dutos de exaustão de cabines onde são utilizados materiais inflamáveis, tanques de óleo, tambores e latões anteriormente usados com líquidos ou gases inflamáveis. Etc. OS EQUIPAMENTOS Tão importante quanto aos controles realizados no homem e no método e o controle que deve ser feito nos equipamentos. Para a obtenção de um padrão de segurança deve ficar claro no procedimento alguns requisitos a serem exigidos. Mais importante do que o procedimento é a realização da verificação dos mesmos. Recomenda-se que no caso da contratação de serviços, a mesma seja realizada na chegada do equipamento e caso o serviço dure um certo tempo, periodicamente. No caso dos equipamentos da própria empresa deve ser criada uma sistemática de revisões, cuja freqüência não ser superior a 6 meses. Para ambos os casos, caso seja possível, facilita muito a geração de um meio (selo ou ficha) que permita a identificação imediata de equipamentos OK. No caso dos equipamentos para soldagem a arco elétrico, devemos garantir que todos esteja aterrados durante todo o tempo de uso e que a fiação utilizada para conexão a rede elétrica esteja em perfeitas condições de uso, com ênfase em especial as possíveis emendas e seus isolamentos e que esta fiação não possam ser atingidas por veículos ou carrinhos manuais. Já os cabos de solda devem ter o mesmo tamanho e caso exista necessidade de emenda esta só pode ser feita por conector apropriado. Recomenda-se ainda que os meios de fixação dos cabos de solda sejam de bronze. 7
  • 8. Já para as operações com oxiacetileno, devem observar pelo menos as seguintes regras: Instalações em pontos fixos: Nos terminais das tubulações onde são conectadas as mangueiras deve existir um registro de fechamento rápido e estes devem estar soldados na tubulação. Após o registro de fechamento de acetileno, na extremidade da tubulação deve existir válvula contra retrocesso de chamas. Após o registro de oxigênio, deve ser instalado um regulador de pressão de um estágio. Na tubulação de acetileno, a utilização de regulador de pressão deve ser feita na central de distribuição de gases. No tocante as mangueiras devem ser seguidas as mesmas instruções mencionadas a seguir para os conjuntos portáteis. Conjuntos Portáteis Devem preferencialmente ser montados sobre um carrinho metálico, com rodas metálicas ou de borracha, dotado de separador entre os cilindros e suportes para fixação do mesmos. 8
  • 9. Neste carrinho deve haver ainda suporte para as mangueiras e um compartimento com orifícios de ventilação onde serão guardados os maçaricos. Recomenda-se que este compartimento seja trancado com cadeado. Os cilindros só podem ser manuseados ou transportados com seus capacetes de proteção e mesmo quando vazios devem estar presos, sempre na posição vertical. Caso por algum motivo acidental o cilindro de acetileno venha a ficar na horizontal e necessário deixa-lo 9
  • 10. em pé por 24 horas antes de coloca-lo em uso. Cilindros com vazamento não devem ser utilizados, bem como deve ser proibida a transferência de gases de um cilindro para outro. A abertura de válvulas dos cilindros devem ser feita manualmente, sendo expressamente proibida a utilização de martelos e outras ferramentas. Devem ser providos de reguladores de pressão, de dois estágios, sendo que a finalidade do primeiro e reduzir a pressão de entrada e a do segundo, através do parafuso de regulagem manual, reduzir a pressão do primeiro estágio para a pressão de trabalho desejada. No caso do acetileno a pressão nunca deve exceder 1,05 kgf/cm2. 10
  • 11. O cilindro de acetileno deve sempre estar acompanhado de chave adequada que permita o rápido fechamento da válvula. Para acender o maçarico deve ser utilizado um equipamento próprio ou isqueiro a gás, jamais devendo ser utilizada chama. O conjunto deve sempre ser mantido for a do alcance das fagulhas e em hipótese alguma deve-se permitir que cilindros ou tubulações de oxigênio fiquem em contato com óleos, graxas e fontes de calor. Atenção especial deve ser dada a guarda dos conjuntos quando não estiverem em uso. Tal local deve ser clara e previamente definido e sinalizado. No que diz respeito as mangueiras, deixamos o assunto propositadamente para o final.. A de oxigênio deve ser verde e a de acetileno vermelha, ambas com no máximo 10 metros de comprimento, sendo que maiores do que estas apenas com a aprovação da Segurança do Trabalho. As conexões com as válvulas e canetas devem ser feitas com braçadeiras. Quanto as emendas - fica aqui um critério de decisão conforme a atividade da empresa - sendo recomendáveis que não existam e caso sejam autorizadas no máximo em número de duas e feitas com braçadeiras. Junto ao regulador de pressão do cilindro de acetileno deve ser instalado um dispositivo de segurança contra retrocesso de chamas. Espero que este breve artigo contribua para melhoria das condições de segurança nos ambientes de trabalho Cosmo Palasio de Moraes Jr. Técnico de Segurança do Trabalho 20 de outubro de 2.000 cpalasio@uol.com.br 11
  • 12. Mensagem: 10 Data: Wed, 30 May 2001 08:05:48 -0300 De: "Miranda, Joel da Corte" <joel.copebras@angloamerican.com.br> Assunto: RISCOS DOS PROCESSOS DE SOLDA RISCOS DOS PROCESSOS DE SOLDA Os processos de soldagem colocam os profissionais em contato com inúmeros riscos físicos. Os processos podem ser classificados em três grandes grupos, abrangendo cerca de 50 técnicas diferentes: a) soldagem por fusão: as partes a serem soldadas são fundidas por meio de energia elétrica ou química, sem aplicação de pressão; b) soldagem por pressão: as partes a serem soldadas são fundidas e pressionadas umas contra as outras- soldagem por ponto; c) brasagem: as partes a serem soldadas são unidas por meio de uma liga metálica de baixo ponto de fusão, sem que o metal a ser soldado seja fundido. No momento da soldagem existe uma fase em que se forma uma pequena forja, onde estão em fusão o metal básico, o eletrodo e, conforme a técnica utilizada, o gás protetor. Isto provoca uma corrente de ar aquecido, com elevada concentração de substâncias. O conteúdo desta corrente de ar depende de: * voltagem e amperagem da corrente elétrica; * composição de peças soldadas; * composição de eletrodos; * prática do soldador; * velocidade de soldagem; * existência de óleos protetores nas peças; * técnicas de soldagem. Nas operações de soldagem desprendem-se gases e vapores das peças em fusão que, em contato com o oxigênio do ar, após resfriamento e condensação, oxidam-se, formando os fumos, que são constituídos por partículas de 0,005 a 2 mícrons de diâmetro. As partículas de 1 a 5 mícrons são retidas nos pulmões e, na soldagem, as partículas maiores de 1 mícrons não atingem 10% do total. Esta percentagem pode aumentar com a temperatura do processo, com a umidade relativa do ar e a velocidade de deslocamento do ar, variando também com o procedimento de soldagem empregado. No método MAG, por exemplo, usando gás carbônico, as partículas colidem e agrupam-se, formando partículas maiores. Na soldagem BRANDA, que é aquela que a temperatura atinge níveis inferiores a 425 graus centígrados, os riscos principais se relacionam com a produção de fumos de estanho e chumbo, pela inalação dos mesmos ou pela ingestão através das mãos contaminadas no momento de fumar ou de alimentar-se, neste processo há desprendimento de fluoretos. Na soldagem utilizando-se gases, a temperatura atinge 2.300 graus centígrados, existe a produção principalmente de fumos de alumínio, silício, cobre, zinco, cobre, fósforo. Podem ser encontrados gases nitrosos, acroleína, monóxido de carbono, cloretos, fluoretos e metais que vaporizam em temperaturas inferiores àquelas atingidas pelo procedimento: manganês, cádmio e chumbo. COMPONENTES DOS FUMOS 12
  • 13. Cobre - é irritante para as vias aéreas superiores, pele e mucosas. A inalação prolongada causa perfuração do septo nasal. Causa Febre dos Fumos Metálicos. Cromo - o Cromo hexavalente provoca lesões na pele, úlcera, perfuração do septo nasal, mas está mais relacionado com a galvanoplastia do que com a soldagem. Na soldagem o risco maior é o de surgimento de Câncer de Pulmão. Alumínio - tem sido relacionado com doença fibrosa do pulmão e bronquite. Ferro - è o principal componente dos fumos de soldagem. Provoca o aparecimento de nódulos e condensações nos pulmões: não provoca fibrose. Magnésio - existem relatos de que provoca transtornos gastrointestinais. Provoca Febre dos Fumos metálicos. Manganês - junto com o ferro e cobre são os componentes mais comuns dos eletrodos. Causa pneumonite e afeta o sistema nervoso central, alterando as funções neuro-gástricas: há surgimento de vertigem, cefaléia (dor de cabeça), falta de apetite, cansaço, crises de excitabilidade, incoerência e verbosidade. A voz é monótona, lenta e irregular. A face é inexpressiva. Os gestos são lentos, incoordenados. Surgem tremores. A escrita é irregular, geralmente ilegível. O quadro é irreversível. Níquel - causa dermatite por sensibilização. Causa Câncer de pulmão e das fossas nasais. A ocorrência dos fumos do níquel é maior nas soldas com aço inoxidável e nas ligas contendo zinco. Cádmio - provoca quadros agudos e crônicos. Na intoxicação aguda provoca pneumonite com grave dificuldade respiratória, cianose, edema pulmonar e morte em horas ou minutos. Na intoxicação crônica, além da pneumonite, provoca alterações graves nos rins, perda de dentes e perda de olfato. Favorece o aparecimento de cálculos nos rins. Altera o metabolismo nos ossos, favorecendo o surgimento de fraturas. Causa Febre dos Fumos Metálicos. Existe suspeita de que provoca o aumento na incidência de câncer no aparelho respiratório e urinário (próstata). Nióbio - é retido nos pulmões, onde provoca o espessamento de septo inter-alveolar, através do aumento da produção de fibras no tecido perivascular e peribronquial. Provoca descamação de eptélio brônquico. Sílica - alguns eletrodos tem 30% de sílica, sob a forma de ferro silicato (contem caolim, feldspato, mica, talco, etc.). os riscos são de silicose, doença pulmonar fibrosa, irreversível. Titânio - está relacionado com a produção de doença fibrosa do pulmão. Vanádio - após curta exposição a altas concentrações causa lacrimejamento, sensação de queimadura nos olhos por ação nas conjutivas oculares, rinite sero-sanguinolenta, tosse e bronquite. Exposições crônicas causam Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, com efisema. Zinco - o cloreto de Zinco é cáustico, podendo queimar olhos e mãos. Fumos provocam Febre dos Fumos Metálicos. Chumbo - o uso é mais freqüente na indústria eletro-eletrônica. 13
  • 14. Existem chapas de aço que são revestidas de chumbo. Participa de ligas como o bronze e latão. O chumbo, após absorção, fixa-se nos glóbulos vermelhos. Após, é fixado no sistema ósseo, provocando alterações na formação do sangue. A absorção é maior pela via respiratória, mas também ingressa no organismo via aparelho digestivo e pele. Provoca redução da capacidade física, cansaço, alterações no sono, dores musculares e abdômen, perda de peso, impotência e alterações no sistema nervoso. Berílio - a forma metálica produz quadros crônicos com o surgimento de processos granulomatosos nos pulmões, fígado e baço, com o surgimento de dispnéia, cansaço e febre. É considerado cancerígeno. Fluoretos - os procedimentos que utilizam fluxo ou sais para encobrir o ponto de soldagem, dão origem a fumos com flúor, originados nos eletrodos que contem fluoretos de cálcio. O flúor é depositado nos ossos e ligamentos e pode provocar manchas nos dentes. Pela ação no pulmão o paciente torna-se cianótico (azulado), pelo desenvolvimento de grave insuficiência respiratória, podendo ocorrer morte em minutos ou horas por edema pulmonar. Asbestos - silicato mineral natural fibroso. As fibras estão no ar e são inaladas. Tendo um diâmetro inferior a três mícrons, penetram profundamente nos pulmões, sendo retidas. Algumas são retidas por células brancas do sangue e, outras, permanecem nas vias respiratórias menores e nos alvéolos pulmonares, transformando-se em corpos de amianto, dando origem a uma fibrose pulmonar, causando insuficiência respiratória. Causa câncer de pulmão, de pleura e gastrointestinal. Estanho - provoca uma doença pulmonar benigna, a estanose, onde a pleura e os gânglios linfáticos ficam negros. Não provoca sintomas. O diagnóstico é feito por Raio X. Mercúrio - penetra no organismo principalmente pelos pulmões. No quadro crônico provoca efeitos no sistema nervoso: tremores nas mãos, alterações nas sensações (paladar e olfato). Ansiedade, irritabilidade, sonolência, demência e sintomas psicóticos. Perda de memória, gengivite com perda de dentes e lesões nos rins. A intoxicação surge por aspiração doa vapores de mercúrio. O mercúrio evapora na temperatura ambiental. Molibdênio - causa irritação nos olhos, nariz e garganta. Causa anemia com baixa hemoglobina nas células vermelhas que estão com o número reduzido. GASES E VAPORES 12 riscos químicos na operação OZÔNIO É produzido pela radiação ultravioleta que reage com o oxigênio do ar. A produção de ozônio é menor quando usa-se o argônio como gás protetor do que quando usa-se o hélio. Quanto ao processo de soldagem, quanto maior a intensidade decorrente, maior a concentração de ozônio produzido sendo a soldagem a plasma a que mais produz. O odor do ozônio é doce irritante para os olhos e membranas mucosas. O quadro que provoca é a falta de ar, dor torácica, dor de cabeça, tosse com expectoração sanguinolenta e febre. Causa edema agudo de pulmão e pode ser fatal, quando ocorre exposição a altas concentrações ambientais. ÓXIDOS DE NITROGÊNIO A alta temperatura temperatura existente no procedimento de 14
  • 15. soldagem provoca combinação de Oxigênio e Nitrogênio, formando os óxidos nitrosos. São irritantes para as mucosas e podem provocar a morte imediata por espasmos brônquicos e parada respiratória. Em exposições menos intensas, pode provocar a morte por edema pulmonar ou por brônquio-alveolite obliterante. A reação pode surgir até 30 horas após o início da exposição. Na solda elétrica, utilizando eletrodos recobertos de celulose, a quantide de óxidos nitrosos produzia é maior. O uso de eletrodo de tugstênio libera grande volume de óxidos nitrosos. O grande perigo destes gases consiste em que sua presença passa inadvertida até que surja a intoxicação. FOSFINA Desprende-se durante a soldagem com material fosfatado. Provoca náuseas, dores abdominais, convulsões e morte em exposições intensas. É irritante das vias aéreas, olhos e pele. Provoca edema agudo de pulmão. Tem odor de peixe podre. MONÓXIDO DE CARBONO Produzido por combustão incompleta (onde tem fumaça ele está presente). Importante presença no processo MAG. Tem grande afinidade com a hemoglobina (pigmento vermelho do sangue que carrega o oxigênio) e, por isso, desloca o oxigênio, formando carboxihemoglobina que, por não transportar o 02 , provoca a asfixia, principalmente no Sistema Nervoso Central e no músculo miocárdio (coração). DIÓXIDO DE CARBONO É formado pela decomposição do revestimento ou da alma dos eletrodos. Como gás, é usado no processo MAG. Trata-se de um asfixiante simples, ou seja: quando aumenta a sua concentração no ambiente, cai a concentração do oxigênio, causando asfixia (dependendo da concentração). Uma concentração de dióxido de carbono no ambiente superior a 3% causa dispnéia (falta de ar) e uma concentração de 10 % causa a morte. FOSGÊNIO Nos procedimentos de soldagem ele surge de hidrocarbonetos clorados, como o tricloroetileno e tricloroetano que são usados como desengraxantes das peças a serem soldadas. Resíduos destes solventes permanecem nas peças e, sob a ação das radiações ultravioletas ou do calor, são decompostos, surgindo o fosgênio (COC12). Este produto foi usado na 1ª Guerra Mundial como asfixiante. Não sendo muito solúvel, não possui ação irritante nas vias aéreas superiores, agindo sobre o próprio tecido pulmonar. Provoca tosse, opressão toráxica e dispnéia (falta de ar). Em exposição prolongadas, um ou dois dias após o surgimento dos sintomas iniciais, há o aparecimento de edema agudo do pulmão e insuficiência respiratória, podendo ocorrer coma e morte. GASES INERTES O Hélio e Argônio causam narcose (efeito anestésico). Existem relatos de afixia no uso dos mesmos em ambientes confinados. ACROLEÍNA Ao proceder-se a soldagem de metais recobertos com resinas acrílicas ou com epóxi, há o desprendimento de acroleína que, em altas temperaturas, é um gás extremamente irritante para os olhos, pele e aparelho respiratório, onde destrói a mucosa respiratória, sendo o dano permanente. FORMALDEÍDO Efeitos similares aos da Acroleína. 15
  • 16. ISOCIANETOS Surgem quando existem peças com poliuretano nos processos de soldagem. São sensibilizantes do organismo e provocam o surgimento de asma brônquica. Podem causar dermatites e rinite. Provoca o surgimento de alveolite alérgica extrínseca (ação pulmonar: dificuldades respiratórias). AMINO ETIL ETANOL AMINA É empregada na soldagem do alumínio. Pode causar asma brônquica e dermatite nas extremidades dos dedos com atrofia das unhas. ACETILENO Usado em procedimento de solda com gás, pode escapar para o ambiente de trabalho, sem queimar, tendo efeito semelhante ao dióxido de carbono. Tem como impurezas: Fosfina, Arsina, Bisulfeto de Carbono e Sulfeto de Hidrogênio, que são tóxicos. FEBRE DOS FUMOS Trata-se de uma reação do organismo diante da exposição a certos fumos metálicos, principalmente zinco, magnésio, níquel, cádmio e cobre. O quadro constitui-se de febre que começa de quatro a doze horas após a exposição e se acompanha de gosto metálico, ou alterações do sabor de gostos familiares, como, por exemplo, fumaça de cigarro. Após a ocorrência de secura e irritação na garganta, tosse e falta de ar, acompanhados de fadiga e dores musculares. A temperatura pode atingir 40 graus centígrados. O quadro dura algumas horas e surgem nos trabalhadores que não tiveram contato prévio com os fumos metálicos, ou quando retornam a exposição, após alguns dias de afastamento ou de férias. Esta patologia seria causada pelo contato com partículas pequenas dos metais (em torno de 1,0 mícron) com os glóbulos brancos do sangue, liberando substâncias responsáveis pela elevação da temperatura. Os quadros são geralmente confundidos com quadros gripais. PARTÍCULAS Causam doença pulmonar: * Sílica * Cobre * Alumínio * Ferro * Asbesto* * Berílio* * Estanho * Nióbio * potencialmente cancerígenos Irritantes pulmonares e tóxicos ao organismo: * Cádmio * Zinco * Cromo * * Fluoretos * Chumbo * Magnésio * Mercúrio * Molibdênio * Níquel* 16
  • 17. * potencialmente cancerígenos GASES Irritantes: * Ozônio * Óxido de Nitrogênio * Fosgênio * Fosfina * Acroleína * Isocianetos * Amido Etil Etanol Amina Asfixiantes: * Monóxido de Carbono * Dióxido de Carbono * Gases Inertes * Acetileno RISCOS FÍSICOS ELETRICIDADE Na soldagens por arco elétrico, um gerador é conectado a dois eletrodos. Um é ligado à peça a ser soldada e o outro é seguro pelo soldador, que provoca um curto circuito. A eletricidade causa a intoxicação do ar (partículas adquirem cargas elétricas), produzindo o arco voltaico que uma vez formado, permite ao trabalhador recuar o eletrodo em alguns centímetros. Há riscos de choques e queimaduras. CALOR A temperatura ambiental, mais a temperatura do procedimento de soldagem, adicionada à temperatura dos equipamentos de proteção individual devem ser consideradas. A temperatura pode provocar problemas dermatológicos como urticária e pruridos, que são favorecidos pelo suor profuso. Pode provocar cãibras, fadiga e desidratação. RUÍDO O Ruído provocado pelos procedimentos de soldagem em geral e no método de plasma, em particular, levam à hipoacusia (surdez) neurosensorial, inicialmente para sons de alta freqüência ( em torno de 4.000 hertz) e, posteriormente, para sons de freqüências vizinhas. O ruído pode causar hipertensão arterial sistêmica (pressão alta), insônia, alteração do ritmo cardíaco, aumento da secreção ácida do estômago, aumento do surgimento de úlceras. RADIAÇÕES INFRA-VERMELHAS São radiações com comprimento de onda situados entre 700 e 1.400 nm. Causam cataratas, queimaduras na retina (olhos) e pele. RADIAÇÕES ULTRAVIOLETAS São radiações com comprimento de onda situados entre 400 e 100 nm. São agentes que originam ozônio, óxidos nitrosos e fosgênio nos procedimentos de 17
  • 18. soldagem. Provocam queimaduras na pele, conjuntivite, cefaléia e tumores na pele que podem se tornar malignos. RECOMENDAÇÕES IMPORTANTES 1) - Realização periódica de avaliação ambiental de todos os agentes que possam estar presentes no processo. Avaliar periodicamente a concentração de oxigênio, quando houver a presença de asfixiante simples. 2) - Substituir os procedimentos agressivos à saúde dos trabalhadores por outros. Especial atenção deve ser dada aos agentes cancerígenos. 3) - Colocação de anteparos (biombos) para evitar que as radiações, fumos e partículas atinjam outros trabalhadores. 4) - Rigorosa higiene nos locais de trabalho, evitando o acúmulo de material de fácil combustão ou explosivos. 5) - Treinar os trabalhadores no combate ao fogo. 6) - Verificação periódica dos cabos utilizados nos procedimentos de soldagem. Os de borracha sofrem a ação do ozônio e os de plásticos não. 7) - Redução do ruído na fonte ou na transmissão. Na transmissão podem ser usados anteparos e materiais absorventes. Os trabalhadores devem ser submetidos a audiometrias periódicas, quando estão expostos a ruído superior a 85 dB em jornada de trabalho de oito horas diárias. Em níveis de ruídos superiores, a necessidade de realização deste exame é estabelecida em jornadas de trabalho menores. 8) - As máquinas devem possuir aterramento elétrico. 9) - Equipamento de Proteção Individual indicado: * sapato com biqueira de aço; * perneira, avental, mangas e luvas de raspa de couro; * óculos com filtros mais escuro que o necessário, obriga o soldador a aproximar-se dos pontos de soldagem, aumentando a exposição do mesmo a gases, fumos a agentes físicos; * elmos, capacetes, cinto de segurança, protetores auriculares, máscara com filtros contra gases e poeiras em alguns procedimentos; * respiração autônoma para soldagem em locais restritos. 10) - Os trabalhadores devem ser informados sobre os riscos existentes nos procedimentos a serem executados. 11) - Exames médicos de ingresso com a realização de exames de sangue e/ou urina quando expostos às seguintes substâncias: arsênico, chumbo, cromo, fluoretos, mercúrio, monóxido de carbono, níquel, zinco, tricloroetileno, tetracloroetileno, di e tricloroetileno. Raio X dos pulmões na possibilidade de existência de danos pulmonares. 12) - Revisão dos aspectos ergonômicos das operações de soldagem: * peso dos equipamentos; * posição de soldagem - sempre que possível trabalhar sentado; * pausa no trabalho; * peso das peças a serem soldadas; 13) - No uso de gases: * Nunca liberar acetileno no local de trabalho. Sendo necessário (purgar a mangueira por exemplo) descarregar ao ar livre; * nunca permitir que a temperatura dos cilindros ultrapasse os 50 graus centígrados. O aumento da temperatura aumenta a pressão interna rapidamente; * os cilindros de acetileno só podem ser transportados, estocados ou manuseados na posição vertical; * usar sempre a chave adequada para abertura ou fechamento da válvula do cilindro de acetileno. Abrir somente uma meia volta e conservar a chave na posição de uso imediato; * armazenar cilindros em local coberto e ventilado; * não retirar acetileno de um cilindro sem usar regulador de pressão; 18
  • 19. 14) - Ventilação Em todos os procedimentos de soldagem deve existir métodos de ventilação. O sistema mais correto é o de captação de gases, vapores e partículas no ponto de geração dos mesmos. Quando existem muitos pontos de soldagem, ou quando os procedimentos de soldagem são realizados em toda jornada de trabalho, pode ser utilizada a ventilação geral diluidora, para evitar o acúmulo de poluentes. A ventilação pode ser feita: * Cabine de soldagem; * Mesa de soldagem (aspiração superior ou pela base) * aspiração localizada; * ventilação geral diluidora; * equipamento autônomo (para soldagem em locais restritos, como tanques); Para as três primeiras alternativas deve ser prevista uma velocidade de captura de poluente capaz de arrastar todas as partículas. As cabines de soldagem não são convenientes para grandes peças ou em postos móveis de trabalho, além de serem de difícil acesso através de pontes rolantes. Entretanto, não necessita de intervenção e a ventilação é eficaz e bem orientada. as mesas de soldagem são limitadas aos postos fixos de trabalho e a aspiração nas mesmas contraria ao fluxo natural da propagação dos fumos. É usada para peças de pequenas dimensões. Entretanto possibilitam um bom posicionamento do soldador. Os sistemas de aspiração localizada são os mais eficientes, captando os poluentes na sua origem. Pode ser aplicada aos postos móveis de trabalho e são de fácil instalação. Entretanto necessitam a participação do trabalhador para que a abertura de aspiração não seja obstruída. As partes flexíveis podem romper-se facilmente. O débito de ar necessário pode variar em função da posição das partes móveis. 19