Duas crônicas para refletir e reviver a alegria de tempos passados onde o amor pairava no ar. Você pode encontrar estas crônicas e outros textos no blog ATIVIDADES PARA EDUCADORES (https://atividadesparaeducadores.blogspot.com.br/).
O jacarezinho egoísta, de Chlóris Arruda de Araújo
Amor e Prosa
1. Crônica
AMOR E PROSA
Sempre me achei muito romântica... até um pouquinho em excesso. Sempre amei ver filmes românticos ou ler
histórias com final feliz e tudo certinho, cada coisa, no seu devido lugar.
E este, é um dos motivos porque reconheci esta história, tão bonita, vivida por um casal de adolescentes.
Ela, menina moça, algumas vezes com ares de mulher, no entanto, na maioria delas, mais menina que moça.
Ele, não sei muita coisa não. O que eu poderia dizer, está relacionado apenas ao que posso ver, nada relativo a
sua essência.
Eu sempre observara esta menina desde tenra idade. Ela sempre se mostrou diferente, uma mistura alegre de
bons sentimentos que se renovavam...
Ele, conheci um desses dias atrás...
Mas o que importa mesmo é o que eu pude testemunhar, em relação a esta história, tão romântica, que se
despertou nos dois corações – ela e ele – sentimentos puros que, observados por mim, fizeram-me repensar meu jeito
de viver, minha relação com o outro, a maneira pela qual estou sempre fazendo minhas coisas e, nos teimosos
julgamentos, que ainda teimo em fazer, até mesmo falando sobre o que eu não compreendo.
Amor tão puro, sagrado... poderia ser eterno..., mas eterno para sempre...
Neste mundo tão cruel, cheio de sentimentos, palavras e gestos tristes, que destroem a vida de muitas
pessoas... deparei-me com este amor.
Sombra fresca numa tarde muito ensolarada.
Um oásis em meio a um deserto.
Esperança de quem não tem mais nada.
Amor, verdadeiro amor... Não sei... Só o tempo poderá dizer...
Só sei que, é bom saber que nem tudo está perdido... que ainda podemos acreditar que este mundo tem jeito...
que as pessoas ainda desejam o que muitos dizem que não tem mais importância.
Quanto a eles, sempre que estou passeando os vejo... meu coração se enche de alegria... Amor tão puro,
inocente...
Queria que eles o soubessem o quanto eu os admiro...
Que bom, ainda há esperança...
Qualquer dia desses, nossa praça vai se encher de namorados que se amam e buscam no âmago de sua existência,
um relacionamento bonito, onde amar seja realmente amar, onde desejar seja importante para que o outro saiba o quão
precioso ele ou ela é, onde a caridade esteja presente nos gestos diários, onde fazer o outro feliz seja mais
importante que se encher de felicidade.
Sim, eu acredito no amor... e assim, será para sempre...
Elisângela Terra
2. Crônica
AMANHÃ...
Já era tardezinha. O crepúsculo anunciava uma noite fria.
Como sempre, naquele mesmo horário, passava eu na rua que
estava próxima à praça.
Ali estava ela, sentada no seu banco de madeira que ficava
no alpendre de sua casa. Contemplava os que passavam. Como eu
queria saber o que poderia estar se passando nos seus
pensamentos... Será que apenas olhava, será mesmo que os via?
A noite já se fazia alta em sua vida...
Os olhos mostravam uma vida bem vivida. A alegria que
trazia em seu ser, era sinal que fizera uma boa escolha...
Queria parar, conversar, conhecer um pouco dela. Aprender
com ela coisas que só o tempo nos dá capacidade de saber... a
sabedoria.
Mas já se fazia tarde. E o sinal já tocará anunciando que era
hora...
Ao voltar da aula, aquele mesmo trajeto fazia. Olhava para o
alpendre. Ali, só via o banco de madeira. Sentia um leve
desconforto. Uma vontade de vê-la. Saber se estava bem.
Mas já era tarde. Precisava descansar, precisava no amanhã
recomeçar. E quem sabe, neste novo dia, haveria um momento
para que eu pudesse esquecer-me de mim, para adentrar neste
mundo vivido, percorrido por ela.
Era tudo que eu mais queria.
Amanhã... amanhã será um novo dia, pensava eu. Sim,
amanhã... um novo dia...
Elisângela Terra