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Elísio Estanque*
Jornal PÚBLICO, 18.05.2017
Juventude bloqueada? Velhas causas e novos desafios (I)
Se é verdade que “rebeldia” e “precariedade” rimam com a condição juvenil
talvez seja oportuno propor uma reflexão onde se questiona qual desses termos
se mostra, hoje em dia, mais pertinente para definir a atual juventude. Por outras
palavras, será pela irreverência e rebeldia ou antes pela capacidade adaptativa
que o chamado “precariado” pode deixar a sua marca na sociedade? É essa a
questão que procuro discutir neste e num próximo artigo.
No plano substantivo, a juventude emergiu como sujeito quando começou a
participar na definição do seu próprio futuro. Até meados do século passado,
pode dizer-se que as gerações se sucediam sob a tutela dos mais velhos e
submetidas à moral dominante, em geral sob a pressão normativa (ou repressiva)
das instituições e do Estado, como foi o caso do período salazarista. Na geração
dos meus pais – que foram adolescentes e “jovens” nos anos 1920-1930 –, os
filhos da classe trabalhadora tornavam-se trabalhadores mal saíam da escola
primária, e até antes disso. Em idade precoce assumiam as tarefas domésticas
(raparigas) ou eram mandados atrás do gado e a tratar da terra (rapazes), que
para isso não era preciso saber ler nem escrever. Só muito mais tarde a
«juventude» portuguesa ganhou expressão enquanto tal, justamente quando o
sistema de ensino começou a expandir-se e a guerra colonial surgiu como um
espectro ameaçador. Até então, pode dizer-se que não existia juventude, mas
antes adultos em estado embrionário (mesmo na infância e adolescência).
Por cá ou lá fora, a juventude nasceu, pois, em tempos convulsivos, tempos
de viragem, e só foi reconhecida como força social quando protagonizou ruturas
marcantes na história moderna. Seja como for, os jovens do século XXI merecem
a atenção das ciências sociais, tal como as gerações dos anos sessenta e setenta
do século passado inspiraram estudos incontornáveis da sociedade
contemporânea. Os jovens são o barómetro das tendências futuras. É verdade que
“juventude não é senão uma palavra” (como afirmou P. Bourdieu), mas na sua
diversidade construiu «Culturas juvenis» e tornou-se um veículo de novas
formas de assalariamento, tais como os «Ganchos, Tachos e Biscates» (títulos
conhecidos de J. Machado Pais).
Dizer que a «juventude» é uma construção social significa assumir que as
linhas-limite da condição juvenil se tornaram cada vez mais porosas e
indefinidas. Por outras palavras, o critério “idade” não é suficiente para definir a
juventude. E mesmo que o fosse, as próprias balizas etárias têm sido
progressivamente ampliadas e mostram-se hoje em dia cada vez mais instáveis.
Em geral, atribuímos ao «jovem» uma posição ambivalente, meio-dependente
meio-autónoma, um ser humano que já não é criança e que acaba de deixar para
trás a curta fase da adolescência; alguém que ainda não é independente, que está
a consolidar qualificações e em busca de uma posição no campo profissional; no
seu estatuto “transitório”, o jovem não constituiu ainda uma família nem possui
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gerir a sua relativa autonomia.
Para as estatísticas oficiais, o critério etário continua a ser o mais importante,
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obrigatória está hoje no 12º ano e que só a partir dos 15 anos de idade é permitido
ter um trabalho assalariado. Isto sem esquecer o caso dos “nem-nem” (os que não
trabalham nem estudam), que em Portugal rodam os 300 mil e cujo número se
agravou na última década. Atualmente, é-se jovem entre os 15 e os 34 anos e o
que é ainda mais preocupante é que mesmo aos 40, muitos continuam com
empregos precários (ou desempregados de longa duração) e nessa altura torna-
se demasiado tarde para conquistarem um emprego decente e iniciar uma
carreira profissional. Esse, aliás, é talvez o fator de maior angústia da atual
geração que tem sido chamada de «Millennials» ou «Geração Y».
Desde os tempos dos baby boomers, nascidos no pós-II Guerra, lado a lado
com as novas correntes culturais e estilos musicais, a estética de irreverência, o
sentido de evasão (os “Rebeldes sem causa” que James Dean representou), a
rejeição do velho modelo de família, etc., tiveram lugar múltiplas ruturas
geracionais que se acentuaram nos sixties, enfrentando velhos tabus. Com a
ostentação do corpo no espaço público, a liberdade sexual e a exibição da
sensualidade (feminina em particular), floresceram novos padrões de gosto,
expressões de “contracultura” e estilos de vida alternativos que atingiram amplos
segmentos juvenis da classe média e daí irradiaram para os setores populares. No
terreno do radicalismo político, multiplicaram-se os grupos armados e as
brigadas revolucionárias de diversos tipos, e em vários continentes, da Europa
central e do Leste à guerrilha da América Latina. Numa linha diferente, podemos
ainda exaltar a coragem dos protestos massivos contra os tanques soviéticos em
Budapeste e em Praga, as ocupações nas universidades americanas e francesas,
culminando com o Maio de 68 em Paris (sem esquecer as lutas estudantis de 62
e 69 em Portugal). Poucos anos depois, o 25 de Abril português ainda atraiu,
como sabemos, milhares de revolucionários europeus de 68. Antes e depois disso,
as lutas contra a ameaça nuclear e a corrida ao armamento das superpotências;
os movimentos pacifistas, ecologistas e feministas; a violência dos grupos
autonomistas e a guerrilha urbana do IRA e da ETA, etc. tornaram-se ícones
incontornáveis na linguagem de sucessivas gerações.
Talvez o sentido de aventura, a atração pelo risco e a busca de adrenalina,
ajudem a explicar a facilidade com que os comportamentos juvenis podem cair
no extremismo. Na esfera da política identitária, muitos jovens entregam-se a
militâncias radicais, de natureza diversa, movidos por ideologias, endoutrinados
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radicalizados tanto podem abraçar a extrema-esquerda como a extrema-direita.
Os Black Bloc, de um lado, e o Daesh, de outro, são exemplos desse extremar de
opções: os seus ativistas são predominantemente jovens ou “adultos-jovens” e,
apesar de serem ínfimas minorias, uns e outros já fizeram sentir a sua presença
com imenso aparato.
Já no terreno da política partidária, diga-se que a grande maioria dos jovens
se coloca de fora, seja por falta de consciência social e formação cívica, seja por
um excesso de lucidez quanto às características da atual “classe política”. Entre
os que se posicionam nesse campo, muitos iniciam-se nos núcleos estudantis,
prosseguem a carreira ao encontro de uma “Jota” e, com sorte, atingem o
Parlamento ou alguma assessoria num ministério; depois podem alcançar, ou
não, o sucesso individual. Em geral, adaptam-se ao mainstream e incorporam
plenamente a atitude seguidista que impera nos partidos políticos e nas
instituições. Quer pela formatação e adesão ao status quo, quer pela indiferença
e individualismo generalizados vive-se neste domínio um clima de pacificação. A
grande massa dos jovens portugueses evidencia uma ampla capacidade
adaptativa e isso, lado a lado com o gosto pela vida, o conhecimento técnico
avançado (sobretudo entre os mais qualificados) ou a aposta num projeto
empreendedor, leva-os a aceitar trabalhar com dedicação, mesmo em condições
de grande precariedade e de desrespeito pelos seus direitos. Mas para muitos
milhares a emigração é a alternativa. (continua…)
__
* Sociólogo, professor da Faculdade de Economia e investigador do Centro de Estudos Sociais da
Universidade de Coimbra.

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Juventude bloqueada ou precariedade: desafios da geração atual

  • 1. Elísio Estanque* Jornal PÚBLICO, 18.05.2017 Juventude bloqueada? Velhas causas e novos desafios (I) Se é verdade que “rebeldia” e “precariedade” rimam com a condição juvenil talvez seja oportuno propor uma reflexão onde se questiona qual desses termos se mostra, hoje em dia, mais pertinente para definir a atual juventude. Por outras palavras, será pela irreverência e rebeldia ou antes pela capacidade adaptativa que o chamado “precariado” pode deixar a sua marca na sociedade? É essa a questão que procuro discutir neste e num próximo artigo. No plano substantivo, a juventude emergiu como sujeito quando começou a participar na definição do seu próprio futuro. Até meados do século passado, pode dizer-se que as gerações se sucediam sob a tutela dos mais velhos e submetidas à moral dominante, em geral sob a pressão normativa (ou repressiva) das instituições e do Estado, como foi o caso do período salazarista. Na geração dos meus pais – que foram adolescentes e “jovens” nos anos 1920-1930 –, os filhos da classe trabalhadora tornavam-se trabalhadores mal saíam da escola primária, e até antes disso. Em idade precoce assumiam as tarefas domésticas (raparigas) ou eram mandados atrás do gado e a tratar da terra (rapazes), que para isso não era preciso saber ler nem escrever. Só muito mais tarde a «juventude» portuguesa ganhou expressão enquanto tal, justamente quando o sistema de ensino começou a expandir-se e a guerra colonial surgiu como um espectro ameaçador. Até então, pode dizer-se que não existia juventude, mas antes adultos em estado embrionário (mesmo na infância e adolescência). Por cá ou lá fora, a juventude nasceu, pois, em tempos convulsivos, tempos de viragem, e só foi reconhecida como força social quando protagonizou ruturas marcantes na história moderna. Seja como for, os jovens do século XXI merecem a atenção das ciências sociais, tal como as gerações dos anos sessenta e setenta do século passado inspiraram estudos incontornáveis da sociedade contemporânea. Os jovens são o barómetro das tendências futuras. É verdade que “juventude não é senão uma palavra” (como afirmou P. Bourdieu), mas na sua diversidade construiu «Culturas juvenis» e tornou-se um veículo de novas formas de assalariamento, tais como os «Ganchos, Tachos e Biscates» (títulos conhecidos de J. Machado Pais). Dizer que a «juventude» é uma construção social significa assumir que as linhas-limite da condição juvenil se tornaram cada vez mais porosas e indefinidas. Por outras palavras, o critério “idade” não é suficiente para definir a juventude. E mesmo que o fosse, as próprias balizas etárias têm sido progressivamente ampliadas e mostram-se hoje em dia cada vez mais instáveis. Em geral, atribuímos ao «jovem» uma posição ambivalente, meio-dependente meio-autónoma, um ser humano que já não é criança e que acaba de deixar para
  • 2. trás a curta fase da adolescência; alguém que ainda não é independente, que está a consolidar qualificações e em busca de uma posição no campo profissional; no seu estatuto “transitório”, o jovem não constituiu ainda uma família nem possui uma independência financeira, mas apesar disso pode usufruir de meios para gerir a sua relativa autonomia. Para as estatísticas oficiais, o critério etário continua a ser o mais importante, mas isso só tem sentido se atendermos a que o nível mínimo de escolaridade obrigatória está hoje no 12º ano e que só a partir dos 15 anos de idade é permitido ter um trabalho assalariado. Isto sem esquecer o caso dos “nem-nem” (os que não trabalham nem estudam), que em Portugal rodam os 300 mil e cujo número se agravou na última década. Atualmente, é-se jovem entre os 15 e os 34 anos e o que é ainda mais preocupante é que mesmo aos 40, muitos continuam com empregos precários (ou desempregados de longa duração) e nessa altura torna- se demasiado tarde para conquistarem um emprego decente e iniciar uma carreira profissional. Esse, aliás, é talvez o fator de maior angústia da atual geração que tem sido chamada de «Millennials» ou «Geração Y». Desde os tempos dos baby boomers, nascidos no pós-II Guerra, lado a lado com as novas correntes culturais e estilos musicais, a estética de irreverência, o sentido de evasão (os “Rebeldes sem causa” que James Dean representou), a rejeição do velho modelo de família, etc., tiveram lugar múltiplas ruturas geracionais que se acentuaram nos sixties, enfrentando velhos tabus. Com a ostentação do corpo no espaço público, a liberdade sexual e a exibição da sensualidade (feminina em particular), floresceram novos padrões de gosto, expressões de “contracultura” e estilos de vida alternativos que atingiram amplos segmentos juvenis da classe média e daí irradiaram para os setores populares. No terreno do radicalismo político, multiplicaram-se os grupos armados e as brigadas revolucionárias de diversos tipos, e em vários continentes, da Europa central e do Leste à guerrilha da América Latina. Numa linha diferente, podemos ainda exaltar a coragem dos protestos massivos contra os tanques soviéticos em Budapeste e em Praga, as ocupações nas universidades americanas e francesas, culminando com o Maio de 68 em Paris (sem esquecer as lutas estudantis de 62 e 69 em Portugal). Poucos anos depois, o 25 de Abril português ainda atraiu, como sabemos, milhares de revolucionários europeus de 68. Antes e depois disso, as lutas contra a ameaça nuclear e a corrida ao armamento das superpotências; os movimentos pacifistas, ecologistas e feministas; a violência dos grupos autonomistas e a guerrilha urbana do IRA e da ETA, etc. tornaram-se ícones incontornáveis na linguagem de sucessivas gerações. Talvez o sentido de aventura, a atração pelo risco e a busca de adrenalina, ajudem a explicar a facilidade com que os comportamentos juvenis podem cair no extremismo. Na esfera da política identitária, muitos jovens entregam-se a militâncias radicais, de natureza diversa, movidos por ideologias, endoutrinados por líderes fanáticos ou atraídos por rituais poderosos e ideias esotéricas. Os mais radicalizados tanto podem abraçar a extrema-esquerda como a extrema-direita. Os Black Bloc, de um lado, e o Daesh, de outro, são exemplos desse extremar de opções: os seus ativistas são predominantemente jovens ou “adultos-jovens” e, apesar de serem ínfimas minorias, uns e outros já fizeram sentir a sua presença com imenso aparato. Já no terreno da política partidária, diga-se que a grande maioria dos jovens se coloca de fora, seja por falta de consciência social e formação cívica, seja por um excesso de lucidez quanto às características da atual “classe política”. Entre os que se posicionam nesse campo, muitos iniciam-se nos núcleos estudantis,
  • 3. prosseguem a carreira ao encontro de uma “Jota” e, com sorte, atingem o Parlamento ou alguma assessoria num ministério; depois podem alcançar, ou não, o sucesso individual. Em geral, adaptam-se ao mainstream e incorporam plenamente a atitude seguidista que impera nos partidos políticos e nas instituições. Quer pela formatação e adesão ao status quo, quer pela indiferença e individualismo generalizados vive-se neste domínio um clima de pacificação. A grande massa dos jovens portugueses evidencia uma ampla capacidade adaptativa e isso, lado a lado com o gosto pela vida, o conhecimento técnico avançado (sobretudo entre os mais qualificados) ou a aposta num projeto empreendedor, leva-os a aceitar trabalhar com dedicação, mesmo em condições de grande precariedade e de desrespeito pelos seus direitos. Mas para muitos milhares a emigração é a alternativa. (continua…) __ * Sociólogo, professor da Faculdade de Economia e investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.