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MONITORAMENTO BIOCLIMÁTICO
  PARA SIGATOKA AMARELA




Ernane Nogueira Nunes
Tecnólogo em Alimentos
Especialista em Fruticultura Irrigada
INTRODUÇÃO
          O     sistema     consiste    na
avaliação semanal de dez plantas, em
quantos pontos forem necessários                      FOLHA VELA
para a cobertura da área.
          Anotando-se a intensidade e o           FOLHA 2
estádio mais avançado da lesão nas
folhas 2, 3 e 4 da planta, como
também        o     estádio    da    folha
vela,     jogando      em    gráficos    e
comparando com dados de umidade              FOLHA 3               FOLHA 4
relativa, temperatura e pluviosidade.
          A          anotação           do
desenvolvimento da Sigatoka-amarela
é feita com base na identificação do
estádio mais evoluído da lesão e na
sua        intensidade       sobre       a
folha, tomando-se como referência o
número de 50 lesões no estádio
identificado.       Quando      a    folha
avaliada apresentar mais de cinqüenta
lesões         no       estádio       mais
evoluído, assinala-se com (+) e
quando          for       menos         de
cinqüenta, assinala-se com (-).
Para estabelecer a taxa de emissão foliar anota-se o estádio de desenvolvimento da
vela, de acordo com uma escala de notas que varia de 0 a 8. É importante conhecer a taxa
de emissão foliar, para monitorar os aspectos ligados ao crescimento da planta além do
que o item permite trabalhar com a correção do crescimento do hospedeiro na obtenção do
dado de estado de evolução.




      Os dados coletados conforme descrito poderão ser repassados para uma planilha
eletrônica, para geração dos valores de soma bruta e estádio de evolução. Em caso de
utilizar se apenas o valor de soma bruta, os cálculos são facilmente realizados utilizando-se
as informações de pesos estabelecidos para cada nota atribuída.
De posse de um desses dados, constrói-se a curva de progresso da doença. A soma bruta
e/ou estado de evolução obtido e a análise da curva de progresso da Sigatoka são as ferramentas
para a tomada de decisão em relação ao momento de se fazer o controle químico.
NÚMERO DE MÓDULOS
    O número de módulos de observação a serem
implantados para o sistema de monitoramento será
definido em função da variação ambiental observada na
propriedade.
    Assim,        em      ambientes       climaticamente
homogêneos, pode-se trabalhar com a relação de um
módulo para cada 100 ha.
    Em condições de topografia variável, onde
claramente      se   observam    variações     climáticas
significativas, esta relação deve reduzir de modo a
atender, da melhor forma possível, a realidade local.
TOMADA DE DECISÃO
     A recomendação do controle químico é feita com
 base nos valores de soma bruta e/ou no estádio de
 evolução, mas é importante que o técnico responsável
 pela tomada de decisão não fique preso unicamente ao
 número que for definido para disparar o alarme de
 controle.
     É importante estar atento ao progresso da
 doença, que será medido semanalmente. Os números
 que são gerados a partir das leituras são indicadores de
 severidade, portanto, quanto maior o valor, maior a
 severidade.
     Dessa forma, é preciso estar atento aos acréscimos
 semanais que, a depender da seqüência de saltos
 observados, pode não ser recomendável aguardar a
 aproximação do número utilizado.
FICHA DE MONITORAMENTO BIOCLIMÁTICO DA SIGATOKA AMARELA - FRUTACOR

CIDADE:
PROPRIEDADE
LOTE:                                DATA:

            Emissão    Emissão                    Folha Mais
 Plantas                                                     Estádio da    Pontos de
             Foliar     Foliar   Grau da Doença     Jovem
Avaliadas                                                      Lesão      Lesão/Folha
            Anterior    Atual                     Necrosada
                                 2     3     4                            2     3     4
1                                                                    -1    60    40    20
2                                                                     1    80    60    40
3                                                                    -2   100    80    60
4                                                                     2   120   100    80
5                                                                    -3   140   120   100
6                                                                     3   160   140   120
7                                                                    -4   180   160   140
8                                                                     4   200   180   160
9                                                                    -5   220   200   180
10                                                                    5   240   220   200
        SOMA BRUTA

SOMA BRUTA TOTAL:
MONITORAMENTO BIOCLIMÁTICO
  PARA SIGATOKA AMARELA


Obrigado!
Ernane Nogueira Nunes
Tecnólogo em Alimentos
Especialista em Fruticultura Irrigada
Email: ernanenn@gmail.com
Tel.: 88 92341422 ou 83 99080650

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Monitoramento Sigatoka 40

  • 1. MONITORAMENTO BIOCLIMÁTICO PARA SIGATOKA AMARELA Ernane Nogueira Nunes Tecnólogo em Alimentos Especialista em Fruticultura Irrigada
  • 2. INTRODUÇÃO O sistema consiste na avaliação semanal de dez plantas, em quantos pontos forem necessários FOLHA VELA para a cobertura da área. Anotando-se a intensidade e o FOLHA 2 estádio mais avançado da lesão nas folhas 2, 3 e 4 da planta, como também o estádio da folha vela, jogando em gráficos e comparando com dados de umidade FOLHA 3 FOLHA 4 relativa, temperatura e pluviosidade. A anotação do desenvolvimento da Sigatoka-amarela é feita com base na identificação do estádio mais evoluído da lesão e na sua intensidade sobre a folha, tomando-se como referência o número de 50 lesões no estádio identificado. Quando a folha avaliada apresentar mais de cinqüenta lesões no estádio mais evoluído, assinala-se com (+) e quando for menos de cinqüenta, assinala-se com (-).
  • 3.
  • 4. Para estabelecer a taxa de emissão foliar anota-se o estádio de desenvolvimento da vela, de acordo com uma escala de notas que varia de 0 a 8. É importante conhecer a taxa de emissão foliar, para monitorar os aspectos ligados ao crescimento da planta além do que o item permite trabalhar com a correção do crescimento do hospedeiro na obtenção do dado de estado de evolução. Os dados coletados conforme descrito poderão ser repassados para uma planilha eletrônica, para geração dos valores de soma bruta e estádio de evolução. Em caso de utilizar se apenas o valor de soma bruta, os cálculos são facilmente realizados utilizando-se as informações de pesos estabelecidos para cada nota atribuída.
  • 5. De posse de um desses dados, constrói-se a curva de progresso da doença. A soma bruta e/ou estado de evolução obtido e a análise da curva de progresso da Sigatoka são as ferramentas para a tomada de decisão em relação ao momento de se fazer o controle químico.
  • 6. NÚMERO DE MÓDULOS O número de módulos de observação a serem implantados para o sistema de monitoramento será definido em função da variação ambiental observada na propriedade. Assim, em ambientes climaticamente homogêneos, pode-se trabalhar com a relação de um módulo para cada 100 ha. Em condições de topografia variável, onde claramente se observam variações climáticas significativas, esta relação deve reduzir de modo a atender, da melhor forma possível, a realidade local.
  • 7. TOMADA DE DECISÃO A recomendação do controle químico é feita com base nos valores de soma bruta e/ou no estádio de evolução, mas é importante que o técnico responsável pela tomada de decisão não fique preso unicamente ao número que for definido para disparar o alarme de controle. É importante estar atento ao progresso da doença, que será medido semanalmente. Os números que são gerados a partir das leituras são indicadores de severidade, portanto, quanto maior o valor, maior a severidade. Dessa forma, é preciso estar atento aos acréscimos semanais que, a depender da seqüência de saltos observados, pode não ser recomendável aguardar a aproximação do número utilizado.
  • 8. FICHA DE MONITORAMENTO BIOCLIMÁTICO DA SIGATOKA AMARELA - FRUTACOR CIDADE: PROPRIEDADE LOTE: DATA: Emissão Emissão Folha Mais Plantas Estádio da Pontos de Foliar Foliar Grau da Doença Jovem Avaliadas Lesão Lesão/Folha Anterior Atual Necrosada 2 3 4 2 3 4 1 -1 60 40 20 2 1 80 60 40 3 -2 100 80 60 4 2 120 100 80 5 -3 140 120 100 6 3 160 140 120 7 -4 180 160 140 8 4 200 180 160 9 -5 220 200 180 10 5 240 220 200 SOMA BRUTA SOMA BRUTA TOTAL:
  • 9. MONITORAMENTO BIOCLIMÁTICO PARA SIGATOKA AMARELA Obrigado! Ernane Nogueira Nunes Tecnólogo em Alimentos Especialista em Fruticultura Irrigada Email: ernanenn@gmail.com Tel.: 88 92341422 ou 83 99080650