O documento discute as ideias pedagógicas de Anísio Teixeira e como ele foi influenciado pelos pensadores da Escola Nova como John Dewey e Maria Montessori. Apresenta a biografia de Anísio Teixeira e suas principais obras que defenderam a educação pública, laica e gratuita para todos no Brasil. Também resume o Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova de 1932 que propôs uma reconstrução do sistema educacional brasileiro.
3. QUEM INFLUENCIOU SEU PENSAMENTO PEDAGÓGICO
ESCOLA NOVA
JohnDewey(1859-1952)
filósofoepedagogonorteamericano,foiprofessordeescolaelementareposteriormentenaeducaçãosuperior.TevecontatocomopositivismodeComte,foiorientadonodoutoradotinhamformaçãohegelianaeessefatorfoidecisivonaevoluçãodoseupensamento.FundadordaEscolaNova,tambémconhecidacomo“EscolaPragmática”.
OpragmatismoéumaescolaquesurgiunofinaldoséculoXIXesefortaleceunoséculoXX. Tornou-seideologiadocapitalismoocidental,sobretudonosEstadosUnidosquetemDeweycomoumdosprincipaisrepresentantesdessepensamento.Anoçãodeutilidade,éportanto, umdospontosbásicosdopragmatismoedaEscolaNova.
OpragmatismoseespalhourapidamentepelomundocapitalistachegandoatéoBrasil, inspirandopolíticas,planoseideiaspedagógicasquecircularamdosséculosXIX,XXeaindacirculamnoséculoXXI.
4. HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS
DEWEY:
Aprender fazendo –da
educação Tradicional
à Educação Nova.
(1859-1952)
PENSAMENTO
PEDAGÓGICO DA
ESCOLA NOVA
MONTESSORI:
Métodos Ativos e
individuação do ensino.
(1870 —1952)
Discípulo: Jean Piaget
Foi inspirado por Comte e Hegel
Inspirou: Anísio Teixeira e Paulo Freire
Foi influenciada por Froebel, Pestalozzi y Rousseau
5. CLAPARÉDE:
Educação
Funcional e
Diferenciada.
(1873-1940)
PENSAMENTO
PEDAGÓGICO DA
ESCOLA NOVA
PIAGET:
Psicopedagogia e
Educação para a ação.
Jean Piaget(1896-1980)
HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS
.
Discípulo: Jean Piaget
Inspirou:
Freud(1856-1939)
Discípulo: Emília Ferreiro e Constance Kamii
Inspirou: Anísio Teixeira
6. HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS
ANÍSIO TEIXEIRA:
Uma Nova Filosofia da Educação.
PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO
1ª PARTE: PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO LIBERAL
ROQUE SPENCER
MACIEL DE BARROS:
A Reforma do Sistema.
( 1927-)
Liberal, estudou os positivistas, com destaque para Luiz Pereira Barreto (tese de doutorado), a quem considera “o primeiro positivista brasileiro ‘completo’
8. Principais Obras
Aspectos americanos de educação( 1928);
Em marcha para a democracia: à margem dos Estados Unidos[1934 ?]
Educação Pública: organização e administração(1935),
A educação e a crise brasileira( 1956)
Educação não é privilégio (1956)
Educação é um direito (1967)
Educação no Brasil(1969)
Educação e o mundo moderno(1977)
Pequena introdução à filosofia da educação (8.ed. em 1978)
9. Situando suas ideias no contexto histórico (Vídeo)
Anísio Teixeira-sua vida, sua obra...
10. Anísio Teixeira e o Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova
Capa da Revista Educação Jan/fev/mar 1932 , na qual foi publicado o Manifesto da Escola Nova
12. Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova
Odebateéalimentadoporduasvertentesdepensamentoquepolarizaramasdiferentesconcepçõessobreeducação:AprimeiraeraaIgreja,quedefendiaainiciativaprivada,elitista, doutrinareligiosanaescola,separaçãoporsexo,ensinoparticulareresponsabilidadedafamíliaquantoàeducaçãoedooutroladoosrenovadores,domovimentoEscolaNova,quedefendiamaescolapública,laica,gratuitaeobrigatóriacomumplanonacionaldeeducação.
AsegundavertenteeradosRenovadores,queapresentaramumPlanodeReconstruçãoNacional–ManifestodosPioneirosdaEducaçãoNova,frutodemovimentoporreformaseducacionaistendoàfrenteFernandoAzevedo,AfrânioPeixoto,AnísioTeixeira,JúliodemesquitaFilho,CecíliaMeireleseoutroseducadores,inspiradosideiaspedagógicasdosEstadosUnidosdaAméricaeEuropa,paraadequaçãodoensinoaodesenvolvimentocapitalistaindustrial,novosmétodoseducacionaissecontestandoàescolatradicional.
13. Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova
Osprojetoseducacionaisdaépoca,apesardedesencontrosnosobjetivos, promoveramdiretrizesnacionaisparaaescolarizaçãodapopulaçãoapesardapersistênciadomodelodualistadoensino:umparaopovooutroparaaelite, condicionantesdosistemasocialprodutivoeorganizaçãosocialpresentesnoidealdeeducaçãopreconizadoenaslimitaçõesdoprojetoeducativo.
OobjetivodoManifestoeratraçardiretrizesdeumanovapolíticanacionaldeeducaçãoeensinoemtodososníveis,aspectosemodalidades.
OManifestorepresentaumasínteseeumatentativadeavançosobrepropostasnovasdeeducação.
14. Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova
NoplanodereconstituiçãoeducacionalnoBrasilpropunhaosnovosideaisparaaeducação: transferirdoplanoadministrativoparaopolíticosocial,asoluçãodosproblemasescolares;aEducaçãoserealizapela“açãoextensaeintensivadaescolasobreoindivíduoedestesobresimesmo”,produzindo-seporumaevoluçãocontínua,favorecidaeestimuladaportodasasforçasorganizadasdeculturaedeeducação.
Destacaafunçãosocialeeminentementepúblicadaeducação,acentuandoopapeldoEstadonoapoioaeducaçãodadapelafamília.AssimoEstadodeveassentarotrabalhodaeducaçãonoapoioqueafamília,dáàescolaenacolaboraçãoefetivaentrepaiseprofessores,estabelecendorelaçõesentreessasduasforçassociais–afamíliaeaescola.Outroaspectoabordadoéaquestãodaescolaúnica,quecontemplaaeducaçãointegralatravésdeumplanogeraldeeducaçãoquetorneaescolaacessívelatodos.
Escolaigualparatodoséoprincípiocomumeúnicoondeasreformaspedagógicasestãointimamenteligadascomareconstruçãofundamentaldasrelaçõessociais.Outropontorelevanteéalaicidade,acimadecrençasedisputasreligiosas,alheiaatodoodogmatismocorreligionário; agratuidade,acessívelatodososcidadãos;aobrigatoriedade,poisnãodáparaserobrigatóriosemquesejagratuito.Deveseestenderatéos18anos;eacoeducação,aescolatinhaquesercomumparahomensemulheres.
15. Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova
Aescoladeveofereceraosujeitoummeiovivoenatural(contextualização),favorávelaointercâmbiodereaçõeseexperiências,emqueela,vivendoasuaprópriavida,generosaebeladecriança,sejalevada“aotrabalhoeàaçãopormeiosnaturaisqueavidasuscitaquandootrabalhoeaaçãoconvêmaosseusinteresseseàssuasnecessidades”.EssaconcepçãotambémeradefendidaporDewey,queinspirouoseducadoresetevesuasobrastraduzidasnoBrasilporAnísioTeixeiraquetevegrandeinfluênciapolíticaeeducacionalnoBrasil.
16. Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova
AslinhasgeraisdoPlanodeReconstruçãoEducacionaleram:radicaltransformaçãodaeducaçãopúblicaatravésdaunidadedofimgeraldaeducação,princípiosemétodoscomunsatodososgrauseinstituiçõeseducativas,reforçandoparatodososmeiosaintençãoeovalorsocialdaescola,semnegaraarte,aliteraturaeosvaloresculturais.Opontonevrálgicodaquestãoeraaestruturadoplanoeducacional(Escolainfantil/pré- primário–primário–secundário–superior/universitário)respeitandoos4períodosdodesenvolvimentonaturaldoserhumano,desenvolvendoaatividadecriadoradoalunodesdeapré-escolaatéosuperior.Respeitoapersonalidadeintegraldoaluno,atravésdodesenvolvimentodesuafaculdadeprodutoraedeseupodercriador,numacontinuidadeininterruptadosestudos.
OutropontoeraoconceitomodernodaUniversidadeeoproblemauniversitárionoBrasil, aeducaçãosuperiordevetenderàformaçãoprofissionaletécnica,assimcomoàformaçãodepesquisadoresemtodososramosdeconhecimentohumano.Devecontribuirparaoaperfeiçoamentoconstantedosaberhumano.AUniversidadedevetertríplicefunção: elaboradoraoucriadoradaciência(investigação);docenteoutransmissoradeconhecimento(ciênciafeita);vulgarizadoraoupopularizadoradasciênciasedasartes.
17. Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova
Outropontoconsideradopolêmicoeraoproblemadosmelhores.ParaosRenovadoresauniversidadeseencontranoápicedetodasasinstituiçõeseducativas,formaçãodaselitesdepensadores,sábios,cientistas,técnicoseeducadores;elevandoaomáximoodesenvolvimentodosindivíduosdentrodesuasaptidõesnaturaiseselecionandoosmaiscapazes,lhesdandobastanteforçaparaexercerinfluênciaefetivanasociedadeeafetaraconsciênciasocial.
DessaelitedevefazerpartetodoprofessoradodoBrasil.Apreparaçãodosprofessoresédescuidadacomoseparatal,nãofosseprecisopreparaçãoprofissional.Todososprofessores,detodososgraus,deverãoterapreparaçãoemescolassecundáriaseformarseuespíritopedagógico,conjuntamenteemcursosuniversitários.
Aformaçãouniversitáriaéoúnicomeiodeelevaroprofessoremverticalidadeecultura.
18. Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova
Quantoademocraciaeratidacomoumprogramadelongosdeveres“novapolíticaeducacional,comsentidounitárioedebasecientíficas” exigelongotempoparaquesemodifiquempontosdevistaeasatitudesemfaceaosproblemaseducacionais.ParaosPioneirosdaeducaçãoasúnicasrevoluçõesfecundassãoasquesefazemouseconsolidampelaeducação.
Nocampodapolíticatrêsdessespioneiros,FernandoAzevedo,AfrânioPeixoto,AnísioTeixeiracomandamasreformasdaeducaçãonoBrasil. Sendoesteúltimoindicadoparaosemináriodessaaula.
19. Manifesto dos Educadores (1959)
Omanifestodoseducadores"Maisumavezconvocados",reafirmaçãodo"ManifestodosPioneirosdaEducaçãoNova",de1932,veioàluzem1dejulhode1959. RedigidonovamenteporFernandodeAzevedo,contoucom189assinaturas,entreasquaisasdeAnísioTeixeira,FlorestanFernandes,CaioPradoJúnior,SérgioBuarquedeHolanda,FernandoHenriqueCardoso,DarciRibeiro,ÁlvaroVieiraPinto.
Resgatandooideárioliberaldefinidono"ManifestodosPioneiros",o"Maisumavezconvocados"seposicionavacontraodiscursodaIgrejaCatólicasobrea"liberdadedeensino",discursoessequesetransformouemplataformapolíticadodeputadoCarlosLacerda,paradefenderaatuaçãodaredeprivadadeensinonaofertadaeducaçãobásica.OmanifestoprosseguereafirmandoaeducaçãocomobempúblicoedeverdoEstado.
Nelereapareceapropostadospioneirosdaeducaçãonova,deumaescolapública, laica,obrigatóriaegratuita
21. Educação não é privilégio -(1956)
EducaçãoNãoéPrivilégio
1ªedição(1957)-Educaçãonãoéprivilégioreuniaduasconferências:aprimeira,sobomesmotítulo,proferidanaEscolaBrasileiradeAdministraçãoPública(EBAP),daFundaçãoGetúlioVargas(FGV),noRiodeJaneiro,em1953.
22. Resumo da Obra
Nestelivrooautorfazumaexposiçãocríticadedeficiências,distorçõesedesacertosdenossasideiaspedagógicasepráticaseducacionaisedefendeaeducaçãocomodireitodetodos,“éaoutrafacedaeducaçãonãoéprivilégio”.
NesselivroestãoreunidasasideiasdeAnísioTeixeira,educadorbrasileiroquedeixouumlegadodelutaemdefesadaescolapública,laicaeobrigatória.
23. Educação não é privilégio
Nolivrooautoranalisaasituaçãoeducacionalbrasileira,identificandoaexistênciadedoistiposparalelosdeensinodestinadosaclassessociaisdistintas.ApontaparaaimperativodeumanovapolíticaeducacionalnoPaís, apropriadaparapromoveracaracterizaçãointegraldaeducaçãocomumdestinadaàformaçãodocidadãodademocracia.Recomendaprocedimentosadministrativoscapazesdegarantirtantoasproficuidadesdadescentralizaçãoeautonomiadosserviçosdeeducação,comoaintegraçãoeunidadedostrêspoderes.
24. Educação não é privilégio (1953)
São apresentados reflexões sobre os seguintes temas:
1-Educação para a formação “comum” do homem
2-Resistência do conceito de “educação-seleção” ou “especialização”
3-A nova escola “pública” ou a “escola comum”
4-O “arcadismo” da escola brasileira
5-A escola e a formação do “privilegiado”
6-Transigência ou compromisso do “dualismo” escolar;
7-O dualismo escolar entra em crise
8-Necessidade de uma política educacional
9-Aspectos administrativos dessa nova política
10-Sumário ( Síntese)
25. Depois:
Criação da escola nova comum para todos( independente da classe)
Antes:
•Aescolaconsistianaespecializaçãodealguémquearigorerafeitapelasociedadeemrigorpelasclassesaqualelapertencia, nasartesescolares
•Asescolasformavamnasmatrizesdeclassesoucastas;
•Instituiçõesenvolviafamíliaeareligiãocomoforçasmodeladoraseadaptativas;
•Formandohomenseaprendizagensespecíficas, relacionadasaotrabalhoeaparticipaçãodiretanavidacomum(escolaseUniversidades);
•Aescolaeasuniversidadeseram,apenas,aspectosmaisamplosdessaespecializaçãodoartesanatocommestresealunosvivendoemcomum, nascorporaçõesuniv.em
regimedeaprendizagemassociadasdaspequenasegrandesartesintelectuais.(p. 12)
A escola comum daria a todos a oportunidade de desenvolver suas aptidões e ocupar um lugar na sociedade
A escola formava a inteligência e não o intelectual (p.12)
O intelectual seria especialidade da ed. Posterior –não objeto da esc. de formação comum
A escola para todos tinha que se transformar para atender as demandas nascentes da sociedade liberal e progressista
Convenção Revolucionária Francesa-aspirações modernas de escola universal para todos
1-Educação para a formação “comum”
do homem
26. Escola moderna-´práticae eficiente, com programas de atividades e não de “matérias”, iniciadora nas artes do trabalho e do pensamento reflexivo
A escola comum se emancipou dos modelos intelectuais para dar lugar a escola moderna.
Fugir dos métodos tradicionais da escola antiga (oficina que preparava os escolásticos-eruditos, cultos, inteligentes, críticos...)
Superar os objetivos, métodos e processos (muito especializados) alheio a vida cotidiana e as necessidades do homem comum;
Superar o dualismo grego entre conhecimento empírico ou prático e o racional. (p.14).
Aproximar escola (of. Conh. Racional) da oficina (esc. Do conh.prático)
Ciência experimental-a união do intelecto com a oficina para elaborar “saber” para produzir outros conhecimentos
Conhecimento ligando a realidade concreta com o mundo da existência.
Racional(comprovação da experiência) e o empírico( conhecimento da realidade) A diferenças entre o experimental é o empírico é o uso do método (observação e controle na verificação do objeto ou da natureza) (p 14 )
Ensinar o aluno a viver inteligentemente e a participar responsavelmente da sua sociedade
A escola tinha que preparar trabalhadores para as três fases do saber: pesquisa, o ensino e a tecnologia
A escola deve se constituir em agência de educação do novo homem comum
Conhecimento científico moderno surge do encontro entre o intelecto e a oficinaSéc. XIX foi marcado por uma luta por técnicas e processos novos que permitissem a realização dos ideais escolares da democracia
2-Resistência do conceito de “educação-seleção” ou “especialização
27. Todas as escolas( nível primário a univ) passam a ser dominadamenteescola de ciências ( todos os saber são ligados a campo de aplicação das ciências (agrícola fábril, tec)
A escola deixou de ser a atividade de alguns para se tornar-se em suas aplicações necessidades de todos.
A escola não é mais dos escolásticos, mas deveria se transformar na agência de educação dos trabalhadores comuns,
dos
trabalhadores qualificados, especializados em técnicas de toda ordem e dos trabalhadores da ciência nos seus aspectos de pesquisa, teoria e tecnologia
Os velhos métodos da escola medieval de exposição e de pura memorização, já não seriam inadequados até para formar sucessores dos escolásticos ou homens de cultura intelectual e estética, capaz de discretear sobre qualquer assunto e nada saber fazer. Ainda pois que a escola conservasse seus velhos objetivos, ainda assim, ela teria de fazer-se ativa, prática, de experiência e de trabalhadores
As escolas devem ensinar as suas aplicações e generalizações, já as suas teorias e técnicas especializadas
Deve ensinar o próprio trabalho de pesquisa, seja no campo teórico, seja no campo de aplicação
Tudo isto se teria de dar em face das experiências vividas e real.
Desse modo a mente aprende e absorve o conhecimento e o integra em novas formas de comportamentos
O ensino tem que fazer trabalho e pela ação, e não somente pela palavra ou pelo exposição como outrora, quando o conhecimento era de natureza especulativa e destinada a pura contemplação do mundoEducação para todos- exigiu profundas alterações da natureza do conhecimento e do saber
3-A nova escola “pública” ou a “escola comum”
,
28. Exposição oral e reprodução verbal de conceitos e nomenclaturas, mais ou menos digeridos pela simples compreensão
Escolas que usavam outros métodos: “ mais ativos”
Instituto de Tecnologia da Aeronáutica, em São José dos Campos. Os institutos, onde se faz, verdadeiramente a pesquisa científica adotam métodos diferentes. São assim os cursos do SENAI (p. 18)
Esse tipo de método é adotado em grande parte das escolas primárias, e esmagadoramente adotado na escola média,, sobretudo a secundária e a maior parte das escolas superiores
As atividades escolas consistem em aulas que os alunos ouvem, algumas vezes tomando notas, e exames em que se verifica o que sabem, por meio de provas escritas e orais.
Marcam trabalhos para casa, supondo que o aluno estudo, o que corresponde a memorização do que foi oralmente ensinado na aula.
A escola nada tem de caráter prático.
Na escola arcaica tudo pode ser dispensando, menos a lista de matérias e a “ cultura geral” (p 20 e 21) Educação: Formas arcaicasdo ensino
4-O “arcadismo” da escola brasileira
29. Como essa escola não forma o “privilegiado”, aquela tendência provoca deteriorizaçãoprogressiva deste ensino
Aumento do analfabetismo no Brasil( vejamos os dados nas páginas 24, 25 e 26)
“A franca deteriorizaçãodo ensino primário, com exacerbação do caráter seletivo da educação, no seu vezo de preparar alguns privilegiados para o gozo de vantagens de classe e não o homem comum para a sua emancipação pelo trabalho produtivo” (p.26)
Essa deterioração esmagadora se deu depois que passou a contar com a esmagadora frequência popular
Do ponto de vista da educação comum a escola apresentava retrocessos, tornou-se em 1950 pior do que 1900 ( analfabetos) (p. 22)
Do ponto de vista do “ processo seletivo”, destinado a retirar das massa alguns privilegiados para uma vida melhor, que se fará possível exatamente porque muitos ficarão a serviço dos educados”
O sistema funciona para educar apenas uma parte (p. 23)
“Mesmo no ensino primário vamos encontrar a nossa tendência visceral para considerar a educação um processo de preparo de alguns indivíduos para uma vida mais fácil e em rigor privilegiada” (p.22) A educação um processo de privilegiados
5-A escola e a formação do “privilegiado”
30. A escola comum ou pública ( insp. Na Revolução Francesa e no modelo francês –destinada a oferecer a educação a todos os indivíduos sem a intenção de prepara-las para nenhuma das classe existentes
Dualismo-
A escola primária, a escola complementar, a escola normal e as escolas profissionais constituíam nosso sistema popular de educação
O Ginásio e a Academia, o nosso sistema de educação de classe ou de elite (p.28)
As escolas refletiram o dualismo social brasileiros: Favorecidos e desfavorecidos.
Não se cogitava de dar ao pobre a educação do rico, antes dar a educação do pobre ao rico( educar para o trabalho, distribuição de cargos por mérito e não por classe( p. 29)
A classe dominante não precisava da escola pública e quando precisava a transformava em escola de elite criando ou impondo condições para afastar a classe popular( uniforme).( P29)
Isso até colaborou no recrutamento do magistério primário na classe média e as vezes na superior
Fora as” escolas profissionais”, nenhuma outra escola escapou ao espírito de educação da elite profundamente arraigado em nossa sociedade e agravado pelo preconceito contra o trabalho manual, que nos deixou a escravidão
A escola era para a chamada elite. O seu programa, o seu currículo, mesmo da escola pública, era um programa para e um currículo para “privilegiados”
Toda democracia da escola pública consistiu em permitir que o pobre uma educação pela qual pudesse ele participar da eliteAs escolas não foram criadas para renovar a sociedades para paraperpetuá-las
6-Transigência ou compromisso do “dualismo” escolar
31. O primeiro movimento do povo brasileiro esta sendo o de conquista dessa educação decorativa, antes destinada a elite
Aprodutividade individual-Na América do Norte, para um quadro de 20 milhões, há um quadro de operários de 35 milhões , o operário chegou a uma produtividade que se mede pelo salário mínimo de um dólar por hora
Entre nós, porém, com operários mais ou menos bisonhos, pois continua operário quem não consegue “educar- se”, onde iremos buscar recursos para pagar a todos que educados, apenas se poderão dedicar a serviços intermediários da civilização? (p. 32)
Na realidade, a educação, como se vem fazendo entre nós dá direitos, graças ao diploma oficial, mas não prepara para coisa alguma ( p.32)
Aumento da procura pela escola da elite. As estatísticas revelam a preferência pelo ensino verbal, decorativa, destinada a permitir a vida que não seja a do comum do brasileiro e sobretudo, que não haja esforço manual
A energia posta a serviço dessa expansão do ensino propedêutico ao superior pode ser verificada pelo crescimento improvisado do magistério ( dados na p.31)
Tal expansão do ensino secundário só é superada pela do ensino superior ( dados na p.31)
O sistema de ensino primário somente existe para abastecer esses dois sistemas seletivos, em que estamos a formar além da nossa capacidade de utilizá- los e remunerá-los ( expansão maior do que a produtividade individual, chegou a tal ponto que os quadros de serviço eram maiores do que a produção propriamente dita)
Com a formação da consciência comum de direitos em todo o povo brasileiro, cuja emancipação veio a se processar nos últimos 25 anos, deparamo-nos com um sistema escolar de todo inadequado para lidar com o verdadeiro problema da educativo de um povo já agora uno e indivisoA chamada expansão educacional brasileira nada mais é do que a generalização para todos da educação da elite
7-O dualismo escolar entra em crise
32. A escola tão difícil de criar em outras épocas chegou de improviso
Problemas de gestão:
Administração centralizada e rígida, que lhe dificulta a adaptação a condições cada vez mais difíceis de funcionamento.(p. 34)
Por outro lado os professores, integrados ao quadro único a todo o Estado desligou-se na escola pra pertencer às Secretarias da Educação, onde vive numa competição dolorosa por promoções, remoções, e comissões., que se fazem objetivos da profissão condições
A escola que deveria ser estável para contrabalancear com a instabilidade moderna, faz-se ela incerta e instável, com mudanças permanentes dos quadros e os alunos na ronda dos turnos.
Tais circunstâncias faz com que a escola primária venha perdendo a sua função de escola comum da nação, a escola de base, onde se educa a maioria e passa a ser a escola de acesso que prepara para o ginásio
Esse desvirtuamento da escola primária concorreu para exacerbar o anseio pela escola secundária de tipo acadêmico, que foi improvisada de todos os modos para continuar a educação preparatória. Os problemas de funcionamento eram os mesmos. (p. 34);
A escola prossegue o esforço, não de formação, mais de seleção e acaba com um número reduzidíssimo de alunos na última série do colégio. Sobreviventes de um sistema escolar inadequado e frusto, que sem muitas opções aspiram a escola superior, para qual o exame vestibular tem um número de candidatos ´muito superior ao número de vagas (p.35)
Luta para entrar e alto índice de evasão ( ficam em média 2 anos. Em todo pais apenas 8 de 10% chegam à 4ª série primária ( devido ao número de alunos a escola se divide em turnos e consequentemente redução do programa)
A escola primária que irá dar ao povo brasileiro esse mínimo fundamental de educação é um escola com finalidades preparatória para estudos posteriores
A finalidade da escola é éministrar uma educação de base, capaz de habilitar o homem ao trabalho nas suas formas mais comuns (p. 35)
Os turnos se multiplicaram, os prédios se congestionam, os candidatos aos concursos de admissão são muito superior ao número de vagas e as limitações de matrícula constituem graves problemas sociais, às vezes até de ordem pública (p.33) As escolas brasileiras estão sendo buscadas pelo povo com ansiedade crescente...
8-Necessidade de uma política educacional
Os turnos se multiplicaram, os prédios se congestionam, os candidatos aos concursos de admissão são muito superior ao número de vagas e as limitações de matrícula constituem graves problemas sociais, às vezes até de ordem pública (p.33)
33. Não se pode conseguir essa formação em uma escola por sessões . Precisamos restituir-lhe o dia integral, enriquecer o programa com atividades práticas, dar-lhe amplas oportunidades de formação de hábitos de vida real, organizando a escola como miniaturas da comunidade, com toda gama de suas atividades de trabalho, estudo, de recreações e artes. (Propôs a Escola Parque posteriormente)
Uma língua, uma religião (dominante ou majoritária), uma só cultura ( com diversas subculturas), e em caminho para a unificação social, classes abertas e de fácil acesso. (p.37);
A descentralização e do nosso regime federativo e democrático, é hoje uma solução racional e inteligente
Organização dos sistemas municipais de ensino (p.38);
A assistência dos centros serão realizadas pelos seus técnicos, sobretudo, pela formação de professores (P.38);
Em esfera mais ampla atuará a União, com sua rede de escolas médias, profissionais, superiores de experimentação e demonstração, todas visando mais alta qualidade;
A União prestará assistência técnica e financeira ás escolas e atribuições de regulamento ao exercício das profissões.
Ler escrever, contar e desenhar serão por certo técnicas a ser ensinadas, mas como técnicas sociais, no seu contexto real, como habilidades, sem as quais não se pode hoje viver.
O programa da escola será a própria vida da comunidade, com o seu trabalho, as suas tradições, as suas características devidamente selecionadas e harmonizadas.
A escola primária tem que ser regional, enraizada no meio local, dirigida e servida por professores da região, identificados com os seus hábitos e costumes ( a municipalização com professores formados pelo Estado) (p.36)
A escola , com horários amplos, com professores provindos das camadas populares, recebendo salários desse meio, será uma escola reconciliadora da comunidade.
Ela será escola comum dos brasileiros, regionalmente diversificada, comum não pela uniformidade, mas pela sua equivalência cultural;
Ela será ampliada gradativamente, sem perder as características de escola mais prática do que intelectualista;
Essa escola ser por excelência a escola de formação de brasileiros não pode ser uma escola imposto pelo centro, mas produto das condições locais e sob medida para a cultura da região (p. 37)
Não pode ser de tempo integral, nem escolas somente de letras, nem uma escola de iniciação científica, mas uma escola sobretudo prática, de iniciação ao trabalho, de formação de hábitos de trabalhar, hábitos de conviver e participar de em uma sociedade democrática, cujo o soberano é o próprio cidadão (p. 36) Como deve ser essa escola?
8-Necessidade de uma política educacional (CONT)
A Constituição deve prever as três ordens de atribuições municipal, estadual e Federal;
Vinculação compulsória dos mínimos de dez a vinte por cento de toda tributação para os serviços educacionais
34. Primeiro, criação de mais de 3 mil unidades administrativas escolares em todo pais, com conselhos municipais de adm, representativo da comunidade, paralelos aos conselhos municipais ou as câmara de vereadores com poderes reais de gestão autônoma do fundo escolar municipal e direção das escolas locais
Os municípios precisam de esforço e direção inteligente. O esforço deverá decorrer do interesse local e a inteligência, da direção, do espírito de estudo, que dominará a assistência técnica a ser dada ao sistema pelo Estado e pela União
O Estado é responsável pela formação do magistério- mediante bolsas oferecidas a cada município para o suprimento por elementos locais de ensino as mestras
( filhas da escola normal estadual, alma materde todo o magistério
Restituídas, assim, as condições necessárias à vitalidade da instituição escolar, teremos estabelecido as condições que faltam para o progresso educacional
Os conselhos disporão não somente de 20% dos recursos de tributos locais, mas também dos recursos estaduais e federais, que serão administrados pelo conselho em favor das crianças da comunidade (segundo a quota parte que lhe couber)
As vantagens dessa organização são, sobretudo, as de sua progressividade. Os municípios com a responsabilidade de manter a escola terá como planejar anualmente maiores recursos podendo traças plano de progresso orgânico e real
Financiamento condicionado ao limite da quota por aluno, ficando o salário do professor, as despesas de material didático e geral e do prédio, contidas dentro desse limite, em proporções fixadas como as mais razoáveis ( p. 42)
Divisão de atribuições entre os municípios, estados e UniãoPrevisão dos novos desenvolvimentos que a descentralização e a liberdade de organização que o plano aqui esboçado pode trazer para a educação.
9-Aspectos administrativos dessa nova política
O plano aqui esboçado pode concorrer para revitalização do movimento de expansão escolar, sem que que a revolução dos mecanismos administrativos traga outro resultado senão de promover as insuspeitas energias que a autonomia e descentralização irão por certo desencadear, para o desenvolvimento dinâmico e harmonioso da escola primária
35. A educação fundamental e comum é a base e, portanto, a mais importante que a nação irá proporcionar a seus filhos
Quando a expansão do ensino superior a legislação deverá controlar os efeitos, substituindo os processos de “classificação” das escolas, organizando um sistema paralelo de exames do Estado de nível superior para a provação nas séries finais dos seus cursos básicos e profissionais
Uma lei de regulamentação do exercício profissional, entregando talvez a licença aos sindicatos e associações de classes. (p45)
Serão montados os sistemas de escolas médias, destinadas a continuar a cultura popular da escola primária e a iniciar a especialização nos trabalhos práticos e industriais ou nos trabalhos intelectuais ou teóricos, todos eles equivalentes cultural e socialmente, pois os alunos se distribuirão, segundo os interesses e aptidões, para a constituição dos quadros de trabalho de nível médio, sejam de ocupações teórica ou prática
A validade desses resultados será apurada pelo por exames de Estado, feitos em determinados períodos do curso que se destinam a habilitarão ao concurso vestibular para as escolas superiores e universidades
As escolas médias, que serão organizadas com uma alta dose de liberdade, serão consideradas equivalentes e objeto não de “equiparação” a metodologias legais, mas de “classificação” pelos órgãos técnicos do governo, segundo o grau em que se atinjam os objetivos a que se propõe
Legislação do ensino superior teria o mesmo espírito da legislação geral da educação: fixação de objetivos e condições exteriores pela lei, determinação dos processos, currículos e condições internas do ensino, pela consciência profissional dos professores e especialistas de educaçãoPrevisão dos novos desenvolvimentos que a descentralização e a liberdade de organização que o plano aqui esboçado pode trazer para a educação.
9-Aspectos administrativos dessa nova política ( cont)
O governo manteria os serviços de classificação das escolas superiores e o levantamento de estatística em relação aos profissionais de nível superior, seu mercado de trabalho, sua distribuição pelo pais, faltas e excessos e necessidades novas criadas pelo desenvolvimento nacional
36. A educação para o desenvolvimento,, para o trabalho, para produzir substituirá a educação, para o aparelhamento e no melhor dos casos para o lazer
A reconstrução terá de fazer-se com essa liberdade e esse respeito pelas suas condições, como afirmação de confiança no Brasil
A educação ajustada as condições culturais brasileiras se fará autêntica e verdadeira, identificando-se com o pais e ajudando a melhor descobri-lo, para cooperar na grande tarefa de construção da cultura brasileira.
Com a divisão de atribuições entre as três ordens de poderes públicos teremos criado as condições por meio das quais a nação irá manter um autêntico sistema escolar nacional, geral e público, para a infância, a juventude e os adultos brasileiros, sistema que, no seu jogo de forças e controles múltiplos e indiretos, poderá definitivamente desenvolver-se, Previsão dos novos desenvolvimentos que a descentralização e a liberdade de organização que o plano aqui esboçado pode trazer para a educação.
9-Aspectos administrativos dessa nova política ( cont)
37. Mostrou que a educação comum não é só um postulado democrático, mas um postulado do novo conceito de conhecimento científico, que tornou comuns as atividades intelectuais e do trabalho ou seja de saber e de fazer- atividades do mesmo esforço inteligente e especializado ou técnico
“A expansão da educação brasileira, participa desse vício quase congênito. A nova política para o Brasil e, a fim de promove-la, bosquejamos um sistema de administração em que se casem as vantagens da descentralização e autonomia com a da integração e a unidade dos três poderes-federal, estadual e municipal-do país.
“A despeito dessa evolução do conhecimento e das sociedades, as resistências aristocráticas da nossa história não permitiram que a escola pública, de educação comum, jamais se caracterizasse integralmente. Toda nossa educação se conserva seletiva e de elite” (p.47)
A análise apresentada na obra recai sobre a situação brasileira à luz dos conceitos de “educação seletiva”, para a formação de elites, e “educação comum”, para a formação do cidadão comum da democraciaA situação educacional brasileira
10-Sumário
(Em síntese)