2. Contrapõe às ideias dos epicureus, platônicos
e hereges
Contra os epicureus: se tudo foi resultado de
geração espontânea e fora da atuação da
providência, forçosamente os seres todos
seriam por inteiro semelhantes, sem
diferença alguma. Como os homens possuem
membros diferentes, bem como existem
astros diferentes, há uma impossibilidade da
geração espontânea
3. Contra os platônicos: se é Deus precisa da
matéria preexistente para fazer o mundo,
então ele é fraco.
Contra os hereges: João 1:3
Deus cria do nada todas as coisas por meio do
Verbo
Criou o homem à sua imagem e semelhança
4. Ciente de que o livre arbítrio do homem pode ir
para os dois lados, deu a lei no paraíso para que
obedecessem.
Com o cair do homem e sendo incompatível com
a bondade de Deus que seres criados por Ele
fossem destruídos pelo diabo, faz-se necessária
a vinda do Verbo, uma vez que a corrupção
atingiu ao ser do homem o tornando corruptível.
Era necessário providenciar acesso a
incorruptibilidade
5. O verbo não quis somente aparecer, mesmo
que pudesse se quisesse
Apropriou-se do corpo para nele se dar a
conhecer e habitar.
Como nele todos morrem, a sentença contra
os homens é paga após consumação no corpo
6. Ao Verbo era impossível morrer, pois era
imortal, porém sabia que a corrupção do
homem só podia ser destruída pela morte
Por esse motivo, “assume corpo mortal, a fim
de que este, partícipe do Verbo, superior a
tudo, seja capaz de morrer por todos, e
graças ao Verbo que nele habita, permaneça
incorruptível e doravante faça cessar em
todos a corrupção pela graça da ressurreição”
(p.135)
7. Como a imagem do Rei que não abandona
sua cidade quando é tomada por inimigos
devido à negligência de seus habitantes
8. Quando Deus, por meio do Verbo cria o
gênero humano, considera a “fraqueza de sua
natureza, incapaz de conhecer por si mesma
o Criador, e até ter de Deus o mínimo
conceito” (p. 139).
Deus cria o homem para dar-se a conhecer
Os homens porém trocaram a verdade por
ídolos que fabricaram. Deus porém, se deu a
conhecer de diversas formas, através dos
profetas, da própria criação.
9. “Que proveito aufere Deus Criador e que glória
recebe, se os homens por ele criados não o
adoram, mas pensam ter sido criados por outros
deuses? Verificaria então Deus que era para
outros e não para si mesmo que os criara”
(p.142)
Assim era necessário que Deus renovasse o que
era segundo a imagem de Deus. Por isso o Verbo
de Deus veio, “a fim de que, sendo a Imagem do
Pai possa re-criar o homem segundo a imagem”
(p.143)
10. “Se uma figura traçada em madeira apagar-se
devido a manchas provenientes de fora, a
fim de renovar a imagem sobre o mesmo
material, precisa-se da presença daqueles
cujos traços foram figurados. Por causa da
figura não se joga fora omaterial sobre o qual
fora traçada, mas restaura-se nele a imagem”
(p.143)
11. Através das obras do verbo encarnado os
homens percebiamque ali estava o salvador.
De duas maneiras, o Verbo na encarnação
demonstrou sua filantropia: de uma, fazia
desaparecer a morte e nos renovava, e de
outra, absolutamente invisível como é,
manifestava-se pelas obras e dava-se a
conhecer como o Verbo do Pai, chefe e rei do
universo”. (p.147)
12. “O Verbo não estava circunscrito ao corpo;
estava no corpo, sem deixar de estar
simultaneamente em outras partes” (p.148).
“Enquanto verbo dava vida a todos os seres e
enquanto Filho estava junto do Pai. Assim,
quando a virgem o gerou, nada sofreu,nem a
presença num corpo o manchou; ao
contrário, também santificou o corpo”
(p.149).
13. Como o sol que, ao girar no céu não é
maculado pelos seres e a escuridão que toca,
antes traz a luz por onde passa
O corpo de Cristo era da mesma substância
de todos os homens e era mortal. O Verbo, na
impossibilidade de morrer, assume um corpo
capaz de morrer a fim de reduzir a nada o
dominador da morte. A sentença
condenatória foi abolida.
14. O corpo humano foi assumido com a
finalidade de morrer
A morte de Cristo não poderia ser por um
abandono do corpo, ou por enfermidade ou
qualquer coisa parecida
Se tivesse morrido sozinho ou em um canto e
aparecido subitamente dizendo resuscitado,
se passaria por fábula
15. Falar de ressurreição sem presenciar a morte
também seria ridículo.
Se não fosse a morte na cruz levantaria a
suspeita de que não era poderoso contra
qualquer tipo de morte, mas somente àquela
que escolhera. Assim, morreu a morte
proposta pelos inimigos para vencê-la
“Somente na cruz se morre com as mãos
estendidas” (p.159)
16. Decidiu não resuscitar imediatamente, pois
poderiam falar que não morrera. Não demorou
mais que 3 dias, pois poderia cair no
esquecimento.
Uma prova da ressurreição é que todos os
discípulos de Cristo marcham contra a morte e
dela não tem mais medo. Outra é a mudança
que o abraçar da fé gera naquele que a abraça. O
corpo de Cristo era impossível permancer na
morte, visto que se tornara o templo da Vida.
17. Mostra através de passagens da escritura que
Cristo é naquele em que elas se cumprem
se os gentios adorassem outro deus, seria até
compreensível pensar que o verbo não havia
vindo. Mas se os gentios adoram ao mesmo
deus do judeus, por que continuar a negar?
“Do que competia o Cristo fazer que não o
fez?” (p.179)
18. Para Atanásio o mundo é um grande corpo
“Se, portanto, o Verbo de Deus acha-se no
mundo material, e veio a todas e a cada uma
de suas partes, porque seria espantoso e
estranho afirmar que veio também a um ser
humano?” (p.182)
19. Assim como o homem está e age no corpo
inteiro, bem como em suas partes, assim o
Verbo de Deus, presente no mundo inteiro,
ilumina e move um corpo humano. Os gregos
pensam que o homem é parte do universo, se
o Verbo se acha presente em todo universo,
também pode assumir um corpo.
20. Quanto a questão de Deus salvar do nada o
homem, igual como o criou, rebate dizendo que
uma vez que o homem existia, era necessário
que se tornassem semelhantes a eles para curá-los.
Faz mister que a corrupção estava dentro do
corpo, não somente fora, por esse motivo, o
corpo precisava ser assumido. “Como, pois, teria
o Senhor demonstrado ser a Vida, senão
vivificando o que é mortal?” (p.186).
Assim como a palha, revestida de amianto não
teme o fogo, assim o corpo revestido pelo Verbo
não teme a morte.
21. Os ídolos e as adivinhações cessaram depois da
vinda do Verbo de Deus.Quando a sabedoria dos
gregos foi enlouquecendo a não ser quando
apareceu a sabedoria de Deus?
Cristo consegue persuadir os povos das
vizinhanças, coisas que os ídolos não
conseguem.
A simplicidade do discurso de Cristo produziu
mais seguidores que toda a letrados filósofos.
Mostra a mudança de vida que a palavra de
Cristo faz naqueles que a aderem
22. “Ele se fez homem para que fôssemos
deificados”; tornou-se corporalmente visível,
a fim de adquirirmos uma noção do Pai
invisível. Suportou ultrajes da parte dos
homes, para que participemos da
imortalidade. Com isso, nenhum dano
suportou, sendo impassível e incorruptível, o
próprioVerbo de Deus.” (p.198)
Termina falando da glória vindoura dos filhos
de Deus.