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Professor Felipe Correa de Mello




        Metodologia da pesquisa científica



 O uso do referencial teórico nas ciências
 humanas
1.   O papel da teoria na pesquisa científica

2. Rigor científico no uso dos referenciais
teóricos: pressupostos teóricos e paradigmas

3. Rigor científico no uso dos referenciais
teóricos: alguns equívocos a serem evitados

4. Implicações dos pressupostos na redação do
texto da pesquisa
A reflexão acerca dos pressupostos teóricos e
paradigmas aqui apresentadas foram desenvolvidas
a partir do livro de Burrel & Morgan (G, BURREL.;
MORGAN, G. Paradigms and Organizational Analysis.
London: Heineman, 1979).

    As matrizes teóricas apresentadas operam como
tipos ideais e são mapas dispostos a ajudar a situar os
conjuntos de teorias e conceitos a serem usados na
pesquisa acadêmica em ciências humanas.

    Os modelos aqui propostos não pretendem
esgotar as reflexões de cunho metodológico/teórico,
mas sim estimular a reflexão sobre o rigor no uso dos
referenciais teóricos.
1. O problema: combinação de referencias teóricos incompatíveis
   em muitas pesquisas observadas;
2. Pressupostos teóricos: definição e descrição;
3. Paradigmas nas ciências sociais.




                           O papel da teoria na
                             pesquisa científica
A importância da teoria



    Como observa o sociólogo Pierre Bourdieu (O poder simbólico,
 Bertrand, 2010), o termo “teoria” vem do grego theorein que significa
 “fazer ver”;


    A teoria faz ver para além da percepção imediata (que é a do
 senso comum);


    A visão científica é mediada pela teoria e assim encontra,
 agrupamentos, problemas, relações, regularidades, significados etc.
 onde a visão do senso comum não os consegue encontrar.
A importância da teoria



    O referencial teórico é uma espécie de óculos que faz com o que
 o pesquisador contemple a realidade observada (o objeto de
 pesquisa) de determinada maneira e não de outra;


    Existem diversos referenciais teóricos (“óculos”) à disposição dos
 pesquisadores. Cada um faz ver a realidade social de determinada
 maneira.
Assim,   cada    “óculos”   irá   permitir   uma
determinada visão sobre o objeto da pesquisa:
uma determinada visão sobre como se organiza a
sociedade, como se produz os elementos da
consciência, como e porque agem os indivíduos,
como se relacionam estes indivíduos etc.
Rigor científico no uso dos
      referenciais teóricos:
   pressupostos teóricos e
               paradigmas
Rigor no uso dos referenciais teóricos



    É muito importante definir um corpo teórico consistente e em certa
 medida homogêneo;


    Isto quer dizer que em nome do rigor científico, dever ser usado
 como referencial teórico conceitos e teorias que compartilhem
 pressupostos teóricos comuns;


    Perde-se o rigor e contamina-se a objetividade da pesquisa
 quando são usados conceitos pertencentes à famílias teóricas
 divergentes, ou até mesmo incompatíveis, entre si.
Caminhos para o uso rigoroso e consistente dos referenciais teóricos


      Primeiro passo:
     Antes de tudo, é necessário uma reflexão sobre os pressupostos

 teóricos que presidem os corpos teóricos que se pretende usar na
 pesquisa.


      Segundo passo:
     A partir da definição dos pressupostos, estabelecer a matriz de
 paradigmas (família de conceitos e teorias) onde determinados
 corpos teóricos estão situados.
1. Pressupostos teóricos
pressupostos teóricos

Os pressupostos teóricos compõem um conjunto de visões sobre a natureza das
ciências sociais (A) e sobre da natureza sociedade (B) que antecedem e
presidem o aporte teórico a ser escolhido pelo pesquisador.

Podem ser definidos em torno dos seguintes debates de cunho filosófico-
sociológico:

A. Natureza das ciências sociais

   Ontológico: realidade é externa ou produto da consciência?
   Epistemológico: que tipo de conhecimento pode ser obtido: como separar
   o verdadeiro do falso?
   Natureza humana: as ações humanas são criações voluntárias ou são
   determinadas por circunstâncias externas?
   Metodológico: método ideográfico ou método nomotético?

B. Natureza da sociedade

A sociedade é organizada em torno da ordem ou do conflito?
Os pressupostos teóricos antecedem
a teoria propriamente dita e definem
quais aportes teóricos serão usados.

   Por “anteceder” a teoria podemos
dizer que os pressupostos compõem um
conjunto   de    crenças    que   cada
pesquisador, por conta de sua trajetória
de vida e acadêmica, traz para seu
trabalho.
Realismo vs. Nominalismo: O debate ontológico


 A perspectiva realista assume que o realidade social possui existência “em
si”, exterior e independente da consciência e percepção dos indivíduos.

 Segundo esta perspectiva, o mundo social possuí estatuto ontológico similar
ao do mundo físico-natural.

   Pode ser chamada, também, de perspectiva objetivista ou fisicalismo social.




 A perspectiva nominalista assume que a realidade só existe “para si”, ou
seja, para a percepção e consciência dos indivíduos.

 A realidade é assim tomada como algo relativo e o mundo social é
constituído sobretudo de nomes, conceitos e rótulos criados pelos indivíduos e que
contribuem para estruturar a realidade.

   Pode ser chamada, também, de perspectiva subjetivista ou fenomenológica.

 Limite máximo desta perspectiva é considerar que a realidade é uma ficção
construída pelos indivíduos.
Devemos lembra que os debates aqui apresentados formam uma
espécie de eixo continuum.
Cada termo da dicotomia forma extremos (tipos ideais) que
balizam o eixo em que cada teoria possa estar inserida.

O propósito do eixo é heurístico: é proposto como um guia que
ajude a identificar onde se localizam as teorias dentro de questões
centrais sobre a natureza das ciências humanas e a natureza da
sociedade, contribuindo, assim, para identificar aproximações e
distâncias entre corpos teóricos.

Neste caso, quanto ao debate ontológico o estruturalismo de
Althusser e algumas correntes marxistas estariam situadas próximo
ao ponto “realista”, enquanto que a corrente construcionista se
situaria próxima ao ponto “nominalista”.

Já a sociologia de Pierre Bourdieu, estaria localizada em torno do
meio do eixo.
Anti –positivismo vs. positivismo: O debate epistemológico



   A postura positivista postula que é possível explicar e predizer o que
  ocorre no mundo social através da busca de padrões e relações entre os
  indivíduos.

     Segundo esta perspectiva é possível desenvolver hipóteses e testá-las.

   Baseia-se em procedimentos explicativos e na busca de relações de
  causa e efeito e na busca de leis gerais para as organizações sociais.




   A postura anti-positivista rejeita a busca de explicações e leis gerais
  para as organizações sociais.

   Rejeita que seja possível atingir a verdade objetiva nas ciências
  humanas.

     Baseia-se em procedimentos interpretativos.
Voluntarismo ou determinismo: O debate sobre a natureza humana


 Para a perspectiva determinista o indivíduo é determinado por estruturas
externas e não possui liberdade de ação.

 Segundo esta perspectiva o indivíduo não é sujeito de suas escolhas e
ações.

   Pode ser denominada também de perspectiva objetivista ou mecaniscista.




 Para a perspectiva voluntarista o indivíduo possui liberdade absoluta em
suas escolhas e ações, não sendo determinado por quaisquer elemento externo
à sua consciência racional (sejam eles, o ambiente natural, o ambiente social,
sua história, seus genes, seu inconsciente etc)

   Pode ser denominada também de perspectiva subjetivista ou finalista.
Ideográfico ou nomotético: O debate metodológico

  O método ideográfico busca a particularidade dos objetos sociais.
 Busca, assim, descrever e interpretar a história de vida e o contexto de cada
 indivíduo, grupo ou instituição.

  É fundada na crença de que o objeto das ciências humanas se difere do
 objeto das ciências duras em sua particularidade e irredutibilidade às regras e
 normas explicativas.

  Seus procedimentos de coleta repousam sobretudo em entrevistas
 qualitativas, pesquisa participativa, observação e coleta de diários e biografias.




  O método nomotético está mais ligado aos procedimentos das ciências
 duras e naturais fundados em hipóteses e na verificação experimental.

    Busca leis gerais e explicativas para as organizações sociais.

  Seus procedimentos metodológicos repousam sobretudo em pesquisas
 quantitativas, métodos estatísticos e pesquisas experimentais.
Estes quatro debates podem ser condensados num eixo mais geral
organizado em torno de uma dimensão denominada objetivista e
outra subjetivista.

Realismo, determinismo, positivismo e nomotético: objetivista.

Nominalismo, voluntarismo, anti-positivismo e ideográfico: subjetivista.
Natureza da sociedade: O debate sobre ordem ou conflito

As organizações sociais são em sua essência organizadas em
torno do conflito ou do consenso?

O debate ordem/conflito está centrado em torno de dois campos, um
enfatizando a estabilidade, integração, ordenação funcional e
consenso, o outra enfatizando a mudança, conflito. Desintegração e
coerção.

A perspectiva sobre a ordem (teoria da regulação) enfatiza a
unidade e coesão das sociedades. A perspectiva sobre o conflito
(teoria sobre a mudança radical) enfatiza conflito estrutural,
dominação e contradição estrutural

Tradicionalmente Durkheim Weber e Pareto se preocupavam mais
com a ordem social, enquanto Marx e a tradição marxista estavam
mais preocupados com os conflitos e mudanças.
2. Paradigmas
Burrel & Morgan (1979) argumentam que é possível a partir da
identificação dos pressupostos teóricos mapear os referenciais
teóricos num plano de duas dimensões, com o debate
subjetivo/objetivo num eixo e o debate regulação/mudança
radical em outro.
Cada quadrante corresponde a um paradigma em ciências
humanas.
Regulação


   FUNCIONALISMO                 INTERPRETATIVO




Objetivismo                                           Subjetivismo




    ESTRUTURALISMO RADICAL        HUMANISMO RADICAL




                             Mudança radical
Funcionalista (objetivista-regulação)

    Usado geralmente em estudos organizacionais. Busca explicações sobre as
relações humanas. É pragmático e fundado no positivismo sociológico.
    Concebe que as relações humanas são objetivas (concretas) e que podem
ser mesuradas via procedimentos científicos.



Interpretativo (subjetivista-regulação)

    Focado na análise das “representações” e pontos de vista dos indivíduos.
    Indaga sobre as formas e possibilidades de conhecimento e representações.
    Tem sua formulação inicial na filosofia de Kant e foi desenvolvido pela
sociologia de Weber e pela fenomenologia de Husserl e Schutz.
    Pode ser encontrado nas obras interacionistas de       Berger & Luckman,
Goffman e Garfinkel.
Humanismo radical (subjetivismo-mudança radical)

     Presente nas obras de Lukác,s alguns membros da Escola de Frankfurt,
como Herbert Marcuse, e alguns membros do existencialismo francês como
Sartre.

Estruturalismo radical (objetivismo-mudança radical)

     Postula   que   as   sociedades   são   caracterizadas   por   conflitos
fundamentais que geram mudanças radicais em suas estruturas
Deve-se entender que paradigmas são
famílias de conceitos e teorias.

Um paradigma teórico é, então, definido
pela afinidade e proximidade dos conceitos
e teorias.
Rigor científico no uso dos
referenciais teóricos: alguns
 equívocos a serem evitados
Pós-modernistas vs. críticos da concepção de pós-modernistas

     Autores pertencentes à tradição marxista como Terry Eagleton são
fortes críticos da postura denominada “pós-moderna”.
     Para estes, não existe de fato uma ruptura entre um sociedade dita
“pós-moderna” e a sociedade moderna.

    A maioria dos teóricos marxistas possuem, assim, uma visão de
mundo bastante diferente dos teóricos “pós-modernos”; os problemas
científicos, as abordagens, termos e conceitos são em certa medida
antagônicos.
    Sendo assim, falta rigor a um trabalho que misture conceitos de
autores “pós-modernos” como, por exemplo, Pierre Levi, Zigmut
Baumann, Gilles Lipowetiz, François Lyotard com autores da tradição
marxista.

    Neste sentido também é recomendável evitar misturar conceitos
de Jurgen Habermas e Pierre Bourdieu que são críticos dos autores „pós-
modernos”, com a obra de autores defensores da existência de uma
pós-modernidade.
Deve-se estar atento também para o uso concomitante de conceitos
divergentes, por     exemplo:
Não usar autores que possuem conceituações divergentes acerca do termo “ideologia”,
como Terry Eagleton e Richard Rorty;

No campo das reflexões sobre dominação, evitar usar a obra de Foucault junto a autores
da tradição marxista;

Evitar em estudos sobre psicologia e educação misturar os conceitos de Vigotski com
conceitos da psicologia comportamental;

 Evitar no campo da praxeologia misturar o conceito de habitus de Pierre Bourdieu com
conceitos vindos da Rational Action Theory;

Num estudo sobre linguagem e comunicação usar ao mesmo tempo o estruturalismo de
Saussure e as noções de dialogismo de Mikhail Bakhtin; bem como misturar a hermenêutica
de Gadamer /Paul Ricouer com as teorias de Habermas e/ou Bourdieu.
Implicações dos pressupostos
      na redação do texto de
                   pesquisa.
I. Uso de diferentes termos segundo o referencial teórico


  É evidente a influência que cada conjunto de conceitos e teorias exercem na
  formulação dos problemas de pesquisa e da construção dos objetos de
  pesquisa.

  Cada paradigma, cada conjunto de pressupostos, implicam uma maneira
  diferente de indagar a realidade social.

  Por outro lado, deve-se também estar atento para a influência dos
  pressupostos no léxico usado na pesquisa.

  Assim, um estudo próximo do eixo objetivista usa tendencialmente termos
  como desvelar, revelar, demonstrar, explicar, fatos, hipóteses, verificação;
  bem como servir-se de lógicas de causa e efeito.

  Já um estudo mais próximo do eixo subjetivista usa termos como indicar,
  interpretar, compreender, indícios.
II. Relação entre pressupostos teóricos e estilo discursivo.


 É comum também determinada visão acerca da ciência influenciar
 a abordagem do discurso científico:

 Por exemplo:

  Se o pesquisador possui uma visão mais objetivista/positivista é
 comum escrever o texto em terceira pessoa e/ou na voz passiva,
 indicando assim o distanciamento do autor em relação à realidade
 objetivada na pesquisa.

  Já se o pesquisador          postula que a ciência é um
 empreendimento coletivo de construção de objetos e de
 proposições científicas, é comum o uso do discurso na segunda
 pessoa do plural.
III. Ciências sociais e praxeologia

  É preciso observar também o adequado uso do termo para designar os objetos de
  pesquisa das ciências humanas conforme o referencial teórico.

  A título de exemplo:

       Segundo a teoria da representação desenvolvida por E. Goffman, o
  interacionismo simbólico e de muitos estudos do campo da comunicação, o termo
  usado é ator social.

      Já Bourdieu, crítico (em certa medida) de Goffman e do interacionismo
  simbólico* usa o termo agente social.

     Neste caminho, Bourdieu também evita usar o termo                                   sujeito,       vinculado
  segundo sua perspectiva à filosofia da consciência.

      Já o termo sujeito, por sua vez, é consonante com aportes teóricos como o da
  psicologia, fenomenologia e psicanálise , entre outros.

     Por outro lado, o termo indivíduo, significa “o que não é dividido” e em certa
  medida é incompatível à teoria psicanalítica freudiana (que postula que o ser
  humano é por essência contraditório, i.e. consciência/inconsciência).

        * ver LOPES, Felipe. “Bourdieu e Goffman: Um ensaio sobre os pontos comuns e as fissuras que unem e separam
        ambos os autores a partir da perspectiva do primeiro” in Estudos e pesquisas em psicologia, UERJ, RJ, ano 9, n.2, p.
        389-407, segundo semestre de 2009.
Considerações finais
     Conforme observado anteriormente, não se pretende esgotar aqui a
discussão epistemológica na área de ciências humanas, tampouco
“aprisionar” em padrões rígidos o uso de referenciais teóricos.

     Uma parte fundamental da prática científica é a criatividade, e como
observa J.B Thompson (2007) a combinação de ferramentas,
procedimentos e aportes teórico-metodológicos é condição importante
para compreender e entender a complexidade dos objetos das ciências
humanas

     Para encorpar a discussão aqui apresentada consultar:

      BOURDIEU, P.; WACQUANT. Réponses: Pour une anthropologie
réflexive. Seuil, Paris: 1988.
      THOMPSON, J.B. “A metodologia da interpretação” in Ideologia e
cultura moderna. Vozes, Petrópolis: 2007.

     Felipe Correa de Mello. Espaço social e espaço simbólico em
Bourdieu. www.slideshare.net/FelipeMello1 /epao-social-e-espao-simbilico-
em-bourdieu
     Felipe Correa de Mello. Introdução ao estudo dos sistemas simbólicos.
www.slideshare.net/FelipeMello1/Introduo-ao-estudo-dos-sistemas-simblicos

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Metodologia

  • 1. Professor Felipe Correa de Mello Metodologia da pesquisa científica O uso do referencial teórico nas ciências humanas
  • 2. 1. O papel da teoria na pesquisa científica 2. Rigor científico no uso dos referenciais teóricos: pressupostos teóricos e paradigmas 3. Rigor científico no uso dos referenciais teóricos: alguns equívocos a serem evitados 4. Implicações dos pressupostos na redação do texto da pesquisa
  • 3. A reflexão acerca dos pressupostos teóricos e paradigmas aqui apresentadas foram desenvolvidas a partir do livro de Burrel & Morgan (G, BURREL.; MORGAN, G. Paradigms and Organizational Analysis. London: Heineman, 1979). As matrizes teóricas apresentadas operam como tipos ideais e são mapas dispostos a ajudar a situar os conjuntos de teorias e conceitos a serem usados na pesquisa acadêmica em ciências humanas. Os modelos aqui propostos não pretendem esgotar as reflexões de cunho metodológico/teórico, mas sim estimular a reflexão sobre o rigor no uso dos referenciais teóricos.
  • 4. 1. O problema: combinação de referencias teóricos incompatíveis em muitas pesquisas observadas; 2. Pressupostos teóricos: definição e descrição; 3. Paradigmas nas ciências sociais. O papel da teoria na pesquisa científica
  • 5. A importância da teoria  Como observa o sociólogo Pierre Bourdieu (O poder simbólico, Bertrand, 2010), o termo “teoria” vem do grego theorein que significa “fazer ver”;  A teoria faz ver para além da percepção imediata (que é a do senso comum);  A visão científica é mediada pela teoria e assim encontra, agrupamentos, problemas, relações, regularidades, significados etc. onde a visão do senso comum não os consegue encontrar.
  • 6. A importância da teoria  O referencial teórico é uma espécie de óculos que faz com o que o pesquisador contemple a realidade observada (o objeto de pesquisa) de determinada maneira e não de outra;  Existem diversos referenciais teóricos (“óculos”) à disposição dos pesquisadores. Cada um faz ver a realidade social de determinada maneira.
  • 7. Assim, cada “óculos” irá permitir uma determinada visão sobre o objeto da pesquisa: uma determinada visão sobre como se organiza a sociedade, como se produz os elementos da consciência, como e porque agem os indivíduos, como se relacionam estes indivíduos etc.
  • 8. Rigor científico no uso dos referenciais teóricos: pressupostos teóricos e paradigmas
  • 9. Rigor no uso dos referenciais teóricos  É muito importante definir um corpo teórico consistente e em certa medida homogêneo;  Isto quer dizer que em nome do rigor científico, dever ser usado como referencial teórico conceitos e teorias que compartilhem pressupostos teóricos comuns;  Perde-se o rigor e contamina-se a objetividade da pesquisa quando são usados conceitos pertencentes à famílias teóricas divergentes, ou até mesmo incompatíveis, entre si.
  • 10. Caminhos para o uso rigoroso e consistente dos referenciais teóricos Primeiro passo:  Antes de tudo, é necessário uma reflexão sobre os pressupostos teóricos que presidem os corpos teóricos que se pretende usar na pesquisa. Segundo passo:  A partir da definição dos pressupostos, estabelecer a matriz de paradigmas (família de conceitos e teorias) onde determinados corpos teóricos estão situados.
  • 12. pressupostos teóricos Os pressupostos teóricos compõem um conjunto de visões sobre a natureza das ciências sociais (A) e sobre da natureza sociedade (B) que antecedem e presidem o aporte teórico a ser escolhido pelo pesquisador. Podem ser definidos em torno dos seguintes debates de cunho filosófico- sociológico: A. Natureza das ciências sociais Ontológico: realidade é externa ou produto da consciência? Epistemológico: que tipo de conhecimento pode ser obtido: como separar o verdadeiro do falso? Natureza humana: as ações humanas são criações voluntárias ou são determinadas por circunstâncias externas? Metodológico: método ideográfico ou método nomotético? B. Natureza da sociedade A sociedade é organizada em torno da ordem ou do conflito?
  • 13. Os pressupostos teóricos antecedem a teoria propriamente dita e definem quais aportes teóricos serão usados. Por “anteceder” a teoria podemos dizer que os pressupostos compõem um conjunto de crenças que cada pesquisador, por conta de sua trajetória de vida e acadêmica, traz para seu trabalho.
  • 14. Realismo vs. Nominalismo: O debate ontológico  A perspectiva realista assume que o realidade social possui existência “em si”, exterior e independente da consciência e percepção dos indivíduos.  Segundo esta perspectiva, o mundo social possuí estatuto ontológico similar ao do mundo físico-natural.  Pode ser chamada, também, de perspectiva objetivista ou fisicalismo social.  A perspectiva nominalista assume que a realidade só existe “para si”, ou seja, para a percepção e consciência dos indivíduos.  A realidade é assim tomada como algo relativo e o mundo social é constituído sobretudo de nomes, conceitos e rótulos criados pelos indivíduos e que contribuem para estruturar a realidade.  Pode ser chamada, também, de perspectiva subjetivista ou fenomenológica.  Limite máximo desta perspectiva é considerar que a realidade é uma ficção construída pelos indivíduos.
  • 15. Devemos lembra que os debates aqui apresentados formam uma espécie de eixo continuum. Cada termo da dicotomia forma extremos (tipos ideais) que balizam o eixo em que cada teoria possa estar inserida. O propósito do eixo é heurístico: é proposto como um guia que ajude a identificar onde se localizam as teorias dentro de questões centrais sobre a natureza das ciências humanas e a natureza da sociedade, contribuindo, assim, para identificar aproximações e distâncias entre corpos teóricos. Neste caso, quanto ao debate ontológico o estruturalismo de Althusser e algumas correntes marxistas estariam situadas próximo ao ponto “realista”, enquanto que a corrente construcionista se situaria próxima ao ponto “nominalista”. Já a sociologia de Pierre Bourdieu, estaria localizada em torno do meio do eixo.
  • 16. Anti –positivismo vs. positivismo: O debate epistemológico  A postura positivista postula que é possível explicar e predizer o que ocorre no mundo social através da busca de padrões e relações entre os indivíduos.  Segundo esta perspectiva é possível desenvolver hipóteses e testá-las.  Baseia-se em procedimentos explicativos e na busca de relações de causa e efeito e na busca de leis gerais para as organizações sociais.  A postura anti-positivista rejeita a busca de explicações e leis gerais para as organizações sociais.  Rejeita que seja possível atingir a verdade objetiva nas ciências humanas.  Baseia-se em procedimentos interpretativos.
  • 17. Voluntarismo ou determinismo: O debate sobre a natureza humana  Para a perspectiva determinista o indivíduo é determinado por estruturas externas e não possui liberdade de ação.  Segundo esta perspectiva o indivíduo não é sujeito de suas escolhas e ações.  Pode ser denominada também de perspectiva objetivista ou mecaniscista.  Para a perspectiva voluntarista o indivíduo possui liberdade absoluta em suas escolhas e ações, não sendo determinado por quaisquer elemento externo à sua consciência racional (sejam eles, o ambiente natural, o ambiente social, sua história, seus genes, seu inconsciente etc)  Pode ser denominada também de perspectiva subjetivista ou finalista.
  • 18. Ideográfico ou nomotético: O debate metodológico  O método ideográfico busca a particularidade dos objetos sociais. Busca, assim, descrever e interpretar a história de vida e o contexto de cada indivíduo, grupo ou instituição.  É fundada na crença de que o objeto das ciências humanas se difere do objeto das ciências duras em sua particularidade e irredutibilidade às regras e normas explicativas.  Seus procedimentos de coleta repousam sobretudo em entrevistas qualitativas, pesquisa participativa, observação e coleta de diários e biografias.  O método nomotético está mais ligado aos procedimentos das ciências duras e naturais fundados em hipóteses e na verificação experimental.  Busca leis gerais e explicativas para as organizações sociais.  Seus procedimentos metodológicos repousam sobretudo em pesquisas quantitativas, métodos estatísticos e pesquisas experimentais.
  • 19. Estes quatro debates podem ser condensados num eixo mais geral organizado em torno de uma dimensão denominada objetivista e outra subjetivista. Realismo, determinismo, positivismo e nomotético: objetivista. Nominalismo, voluntarismo, anti-positivismo e ideográfico: subjetivista.
  • 20. Natureza da sociedade: O debate sobre ordem ou conflito As organizações sociais são em sua essência organizadas em torno do conflito ou do consenso? O debate ordem/conflito está centrado em torno de dois campos, um enfatizando a estabilidade, integração, ordenação funcional e consenso, o outra enfatizando a mudança, conflito. Desintegração e coerção. A perspectiva sobre a ordem (teoria da regulação) enfatiza a unidade e coesão das sociedades. A perspectiva sobre o conflito (teoria sobre a mudança radical) enfatiza conflito estrutural, dominação e contradição estrutural Tradicionalmente Durkheim Weber e Pareto se preocupavam mais com a ordem social, enquanto Marx e a tradição marxista estavam mais preocupados com os conflitos e mudanças.
  • 22. Burrel & Morgan (1979) argumentam que é possível a partir da identificação dos pressupostos teóricos mapear os referenciais teóricos num plano de duas dimensões, com o debate subjetivo/objetivo num eixo e o debate regulação/mudança radical em outro. Cada quadrante corresponde a um paradigma em ciências humanas.
  • 23. Regulação FUNCIONALISMO INTERPRETATIVO Objetivismo Subjetivismo ESTRUTURALISMO RADICAL HUMANISMO RADICAL Mudança radical
  • 24. Funcionalista (objetivista-regulação) Usado geralmente em estudos organizacionais. Busca explicações sobre as relações humanas. É pragmático e fundado no positivismo sociológico. Concebe que as relações humanas são objetivas (concretas) e que podem ser mesuradas via procedimentos científicos. Interpretativo (subjetivista-regulação) Focado na análise das “representações” e pontos de vista dos indivíduos. Indaga sobre as formas e possibilidades de conhecimento e representações. Tem sua formulação inicial na filosofia de Kant e foi desenvolvido pela sociologia de Weber e pela fenomenologia de Husserl e Schutz. Pode ser encontrado nas obras interacionistas de Berger & Luckman, Goffman e Garfinkel.
  • 25. Humanismo radical (subjetivismo-mudança radical) Presente nas obras de Lukác,s alguns membros da Escola de Frankfurt, como Herbert Marcuse, e alguns membros do existencialismo francês como Sartre. Estruturalismo radical (objetivismo-mudança radical) Postula que as sociedades são caracterizadas por conflitos fundamentais que geram mudanças radicais em suas estruturas
  • 26. Deve-se entender que paradigmas são famílias de conceitos e teorias. Um paradigma teórico é, então, definido pela afinidade e proximidade dos conceitos e teorias.
  • 27. Rigor científico no uso dos referenciais teóricos: alguns equívocos a serem evitados
  • 28. Pós-modernistas vs. críticos da concepção de pós-modernistas Autores pertencentes à tradição marxista como Terry Eagleton são fortes críticos da postura denominada “pós-moderna”. Para estes, não existe de fato uma ruptura entre um sociedade dita “pós-moderna” e a sociedade moderna. A maioria dos teóricos marxistas possuem, assim, uma visão de mundo bastante diferente dos teóricos “pós-modernos”; os problemas científicos, as abordagens, termos e conceitos são em certa medida antagônicos. Sendo assim, falta rigor a um trabalho que misture conceitos de autores “pós-modernos” como, por exemplo, Pierre Levi, Zigmut Baumann, Gilles Lipowetiz, François Lyotard com autores da tradição marxista. Neste sentido também é recomendável evitar misturar conceitos de Jurgen Habermas e Pierre Bourdieu que são críticos dos autores „pós- modernos”, com a obra de autores defensores da existência de uma pós-modernidade.
  • 29. Deve-se estar atento também para o uso concomitante de conceitos divergentes, por exemplo: Não usar autores que possuem conceituações divergentes acerca do termo “ideologia”, como Terry Eagleton e Richard Rorty; No campo das reflexões sobre dominação, evitar usar a obra de Foucault junto a autores da tradição marxista; Evitar em estudos sobre psicologia e educação misturar os conceitos de Vigotski com conceitos da psicologia comportamental;  Evitar no campo da praxeologia misturar o conceito de habitus de Pierre Bourdieu com conceitos vindos da Rational Action Theory; Num estudo sobre linguagem e comunicação usar ao mesmo tempo o estruturalismo de Saussure e as noções de dialogismo de Mikhail Bakhtin; bem como misturar a hermenêutica de Gadamer /Paul Ricouer com as teorias de Habermas e/ou Bourdieu.
  • 30. Implicações dos pressupostos na redação do texto de pesquisa.
  • 31. I. Uso de diferentes termos segundo o referencial teórico É evidente a influência que cada conjunto de conceitos e teorias exercem na formulação dos problemas de pesquisa e da construção dos objetos de pesquisa. Cada paradigma, cada conjunto de pressupostos, implicam uma maneira diferente de indagar a realidade social. Por outro lado, deve-se também estar atento para a influência dos pressupostos no léxico usado na pesquisa. Assim, um estudo próximo do eixo objetivista usa tendencialmente termos como desvelar, revelar, demonstrar, explicar, fatos, hipóteses, verificação; bem como servir-se de lógicas de causa e efeito. Já um estudo mais próximo do eixo subjetivista usa termos como indicar, interpretar, compreender, indícios.
  • 32. II. Relação entre pressupostos teóricos e estilo discursivo. É comum também determinada visão acerca da ciência influenciar a abordagem do discurso científico: Por exemplo:  Se o pesquisador possui uma visão mais objetivista/positivista é comum escrever o texto em terceira pessoa e/ou na voz passiva, indicando assim o distanciamento do autor em relação à realidade objetivada na pesquisa.  Já se o pesquisador postula que a ciência é um empreendimento coletivo de construção de objetos e de proposições científicas, é comum o uso do discurso na segunda pessoa do plural.
  • 33. III. Ciências sociais e praxeologia É preciso observar também o adequado uso do termo para designar os objetos de pesquisa das ciências humanas conforme o referencial teórico. A título de exemplo:  Segundo a teoria da representação desenvolvida por E. Goffman, o interacionismo simbólico e de muitos estudos do campo da comunicação, o termo usado é ator social.  Já Bourdieu, crítico (em certa medida) de Goffman e do interacionismo simbólico* usa o termo agente social.  Neste caminho, Bourdieu também evita usar o termo sujeito, vinculado segundo sua perspectiva à filosofia da consciência.  Já o termo sujeito, por sua vez, é consonante com aportes teóricos como o da psicologia, fenomenologia e psicanálise , entre outros.  Por outro lado, o termo indivíduo, significa “o que não é dividido” e em certa medida é incompatível à teoria psicanalítica freudiana (que postula que o ser humano é por essência contraditório, i.e. consciência/inconsciência). * ver LOPES, Felipe. “Bourdieu e Goffman: Um ensaio sobre os pontos comuns e as fissuras que unem e separam ambos os autores a partir da perspectiva do primeiro” in Estudos e pesquisas em psicologia, UERJ, RJ, ano 9, n.2, p. 389-407, segundo semestre de 2009.
  • 34. Considerações finais Conforme observado anteriormente, não se pretende esgotar aqui a discussão epistemológica na área de ciências humanas, tampouco “aprisionar” em padrões rígidos o uso de referenciais teóricos. Uma parte fundamental da prática científica é a criatividade, e como observa J.B Thompson (2007) a combinação de ferramentas, procedimentos e aportes teórico-metodológicos é condição importante para compreender e entender a complexidade dos objetos das ciências humanas Para encorpar a discussão aqui apresentada consultar: BOURDIEU, P.; WACQUANT. Réponses: Pour une anthropologie réflexive. Seuil, Paris: 1988. THOMPSON, J.B. “A metodologia da interpretação” in Ideologia e cultura moderna. Vozes, Petrópolis: 2007. Felipe Correa de Mello. Espaço social e espaço simbólico em Bourdieu. www.slideshare.net/FelipeMello1 /epao-social-e-espao-simbilico- em-bourdieu Felipe Correa de Mello. Introdução ao estudo dos sistemas simbólicos. www.slideshare.net/FelipeMello1/Introduo-ao-estudo-dos-sistemas-simblicos