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A estória que vamos contar bem demonstra a invigilância que nos abate nas
obras do mundo, que nos compete desenvolver, fazendo com que pequemos
pelo exagero e busca do supérfluo, em detrimento daquilo que é essencial. A
estória chama-se “O Lar das crianças”, contida no livro, “A Vida escreve”,
do Espírito Hilário Silva.
Amigos espirituais diversos, estávamos a postos. E os companheiros
encarnados iam chegando. Seriam discutidos os estatutos para a fundação do
lar de crianças, junto a grande organização espírita.
Mesa redonda. Cada qual poderia expender francamente seus pontos de vista.
Desabafo, franqueza. Antes, porém, o cafezinho. E, ao cafezinho, Augusto
Franco, conselheiro da casa e dos mais experientes, argumentava:
Se Deus não se compadece da Humanidade, estaremos perdidos. O campo
social é manicômio sem portas. Todos brincam de viver. Há por toda parte
soberano desprezo ao trabalho, e o vício e a criminalidade vão crescendo. (...)
E, em consequência, temos a granel quadrilhas juvenis, tragédias passionais,
crianças delinquentes e vagabundos inveterados. E alongou-se a crônica
verbal. O ponderado orientador da casa, tantas vezes esteio firme na
instituição, registrou com acerto todos os desacertos do mundo. (...) Foram
iniciados os estudos para o lançamento da obra, e, porque todos os amigos
gaguejassem, como se estivessem receosos de expor o pensamento, Cunha foi
claro. Augusto, falou, corajoso, creio que todos nós, sem prévia combinação,
preferiríamos o entendimento para outra hora, a fim de não contrariarmos a
você mesmo. (...)
Você é o autor da maior parte de nossos planos. Veja bem. Você quer uma
casa complexa. Esperamo-la simples. Você quer um monumento. Aspiramos
um lar. (...) Sonhamos com uma casa confortável, sem ser suntuosa, simples
sem ser miserável, onde as crianças não sejam bibelôs para os nossos
caprichos e, sim, nossos próprios filhos libertos dos prejuízos morais que
vergastam a Terra, admitimos seja nosso dever não enganar a nós próprios,
abraçando a realidade sem os perigos da fantasia, porque realmente, meu caro,
o futuro vem aí.
REFLEXÃO:
Existe um ditado popular que diz que a simplicidade observa a Natureza sem
usar óculos.
De fato. A Natureza à nossa volta é sempre um exemplo de simplicidade e, ao
mesmo tempo, de adequação e utilidade. Nada foi criado sem uma razão que a
justifique. Tudo tem um objetivo na criação de Deus. Mas, apesar de assim
ser, o homem busca sofisticar as coisas de sua vida, sem perceber que o
supérfluo não só não trás utilidade para quem o detém, como serve de
instrumento de desvio, de desequilíbrio e de aquisição de falsas necessidades
e anseios que iludem o homem. É natural que o homem busque viver com
conforto. Mas não é natural que peque pelo excesso ou pelo exagero. O
progresso da tecnologia humana leva as criaturas, muitas vezes, a verem
necessidades onde elas realmente não existem. A buscarem mais o lazer do
que o trabalho; mais o luxo do que a adequação das coisas;
Mais a posse do que a real utilidade. No entanto, Jesus nos aponta o caminho
da simplicidade e da justiça, quando nos ensina que não devemos nos afadigar
pela posse do ouro ou pela posse de bens materiais. Antes, devemos procurar
haurir os valores que nos servirão como esteio e sustentação na vida futura, na
espiritualidade. De que adiantam posses, prazeres e luxo, conforto exagerado,
se nada acrescentam na evolução espiritual. Ao abrir os olhos fora da matéria,
o homem irá se deparar com a única bagagem que realmente lhe conta e lhe é
útil naquelas paragens. A bagagem das obras realizadas e dos valores
espirituais adquiridos no trabalho produtivo e profícuo, para a evolução da
Humanidade e para auxílio dos irmãos do caminho. São estes os verdadeiros
valores, a capacidade de sermos úteis à obra de Deus.
Assim, a simplicidade é um requisito essencial na vida do homem.. Deveria
ser pensada todo dia, observada a cada instante. Qual o valor agregado das
coisas? Deveríamos avaliar constantemente, para que fossemos capazes de
viver com qualidade, viver com equilíbrio, viver com crescimento contínuo,
viver com progresso espiritual.
Mesmo diante da obra da caridade, os homens são levados eventualmente a
pensar de forma supérflua. Quando visitamos igrejas ou templos de algumas
seitas ou crenças, mesmo aquelas que se dizem cristãs, podemos observar a
existência do luxo exagerado, do supérfluo, usados para darem a impressão de
prosperidade e de progresso, para os desavisados do caminho. Ouro,
mármore, granito, arquiteturas suntuosas nos ditos templos de Deus.
E o nome e a imagem de Jesus adornando todo luxo descabido, quando ao
contrário, o Mestre nazareno foi o exemplo de simplicidade, de humildade e
da firmeza de propósitos. Acontece que, nós mesmos, de forma
desapercebida, criticamos intimamente, quando comparecemos a uma casa
espírita muito simples, sem ornamentos, com apenas os utensílios necessários
à obra da caridade. Aí, pensamos: poderíamos melhorar isso aqui; comprar
novos móveis. Às vezes, essas considerações são justas e até refletem
necessidades básicas, para que a obra da caridade seja feita. Mas às vezes não
agregam valor para o fim que nos propomos trabalhar.
Nesta pequena estória, Hilário Silva faz um apanhado dos desacertos
humanos e aponta como causa básica a busca pelo homem (...)
(...) de coisas desnecessárias para a sua vida. A falta de percepção da
simplicidade, que a Natureza, obra de Deus, nos aponta é a causa desse desvio
de conduta, dessa supervalorização do supérfluo, do luxo, da posse, do
preenchimento das horas vazias com ações vazias. Ao mesmo tempo, usa
algumas comparações bastante fortes: ao invés de complexidade, a
simplicidade; ao invés de monumentos, lares; ao invés do exagero, o
adequado; conforto sem suntuosidade; simplicidade sem miserabilidade;
realidade sem fantasia ou ilusão. Quantos de nós podemos afirmar que
vivemos na simplicidade voluntária? Que nada guardamos que não seja útil?
Que nada retemos que não seja necessário? Simplicidade não significa
pobreza, nem pobreza é prova de simplicidade.
Simplicidade é adequação de postura; é adequação de comportamento no uso
das coisas que Deus nos concedeu por empréstimo, para desenvolvermos a
capacidade de servir. Simplicidade é a busca da justiça na relação com o
mundo, fazendo-se o bom uso dos recursos que nos foram destinados pelo
Criador. Meditemos sobre isso!
Muita Paz!
Jesus, Mestre e amigo, rogamos a luz e o amparo que precisamos, todos nós
que aqui estamos, ligados ao pesado fardo da matéria. Refrigera-nos o
espírito, amenizando as dores e os sofrimentos de todos nós, doentes do corpo
ou doentes da alma. Que possa haver mais esperança em nossos corações; que
possa haver mais fé em nossos espíritos;
Que possa haver mais entendimento e caridade em nossas ações, tudo
conforme a vontade de Deus, nosso Pai. E, que, na semana que hoje se inicia,
possamos vivificar a aprender, levando a todos com quem vamos nos
encontrar, a mensagem do trabalho contínuo, da melhoria, da paz, do amor e
da caridade.
Que assim seja!
Graças a Deus!
Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br

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A invigilância

  • 1.
  • 2. A estória que vamos contar bem demonstra a invigilância que nos abate nas obras do mundo, que nos compete desenvolver, fazendo com que pequemos pelo exagero e busca do supérfluo, em detrimento daquilo que é essencial. A estória chama-se “O Lar das crianças”, contida no livro, “A Vida escreve”, do Espírito Hilário Silva. Amigos espirituais diversos, estávamos a postos. E os companheiros encarnados iam chegando. Seriam discutidos os estatutos para a fundação do lar de crianças, junto a grande organização espírita. Mesa redonda. Cada qual poderia expender francamente seus pontos de vista. Desabafo, franqueza. Antes, porém, o cafezinho. E, ao cafezinho, Augusto Franco, conselheiro da casa e dos mais experientes, argumentava:
  • 3. Se Deus não se compadece da Humanidade, estaremos perdidos. O campo social é manicômio sem portas. Todos brincam de viver. Há por toda parte soberano desprezo ao trabalho, e o vício e a criminalidade vão crescendo. (...) E, em consequência, temos a granel quadrilhas juvenis, tragédias passionais, crianças delinquentes e vagabundos inveterados. E alongou-se a crônica verbal. O ponderado orientador da casa, tantas vezes esteio firme na instituição, registrou com acerto todos os desacertos do mundo. (...) Foram iniciados os estudos para o lançamento da obra, e, porque todos os amigos gaguejassem, como se estivessem receosos de expor o pensamento, Cunha foi claro. Augusto, falou, corajoso, creio que todos nós, sem prévia combinação, preferiríamos o entendimento para outra hora, a fim de não contrariarmos a você mesmo. (...)
  • 4. Você é o autor da maior parte de nossos planos. Veja bem. Você quer uma casa complexa. Esperamo-la simples. Você quer um monumento. Aspiramos um lar. (...) Sonhamos com uma casa confortável, sem ser suntuosa, simples sem ser miserável, onde as crianças não sejam bibelôs para os nossos caprichos e, sim, nossos próprios filhos libertos dos prejuízos morais que vergastam a Terra, admitimos seja nosso dever não enganar a nós próprios, abraçando a realidade sem os perigos da fantasia, porque realmente, meu caro, o futuro vem aí. REFLEXÃO: Existe um ditado popular que diz que a simplicidade observa a Natureza sem usar óculos.
  • 5. De fato. A Natureza à nossa volta é sempre um exemplo de simplicidade e, ao mesmo tempo, de adequação e utilidade. Nada foi criado sem uma razão que a justifique. Tudo tem um objetivo na criação de Deus. Mas, apesar de assim ser, o homem busca sofisticar as coisas de sua vida, sem perceber que o supérfluo não só não trás utilidade para quem o detém, como serve de instrumento de desvio, de desequilíbrio e de aquisição de falsas necessidades e anseios que iludem o homem. É natural que o homem busque viver com conforto. Mas não é natural que peque pelo excesso ou pelo exagero. O progresso da tecnologia humana leva as criaturas, muitas vezes, a verem necessidades onde elas realmente não existem. A buscarem mais o lazer do que o trabalho; mais o luxo do que a adequação das coisas;
  • 6. Mais a posse do que a real utilidade. No entanto, Jesus nos aponta o caminho da simplicidade e da justiça, quando nos ensina que não devemos nos afadigar pela posse do ouro ou pela posse de bens materiais. Antes, devemos procurar haurir os valores que nos servirão como esteio e sustentação na vida futura, na espiritualidade. De que adiantam posses, prazeres e luxo, conforto exagerado, se nada acrescentam na evolução espiritual. Ao abrir os olhos fora da matéria, o homem irá se deparar com a única bagagem que realmente lhe conta e lhe é útil naquelas paragens. A bagagem das obras realizadas e dos valores espirituais adquiridos no trabalho produtivo e profícuo, para a evolução da Humanidade e para auxílio dos irmãos do caminho. São estes os verdadeiros valores, a capacidade de sermos úteis à obra de Deus.
  • 7. Assim, a simplicidade é um requisito essencial na vida do homem.. Deveria ser pensada todo dia, observada a cada instante. Qual o valor agregado das coisas? Deveríamos avaliar constantemente, para que fossemos capazes de viver com qualidade, viver com equilíbrio, viver com crescimento contínuo, viver com progresso espiritual. Mesmo diante da obra da caridade, os homens são levados eventualmente a pensar de forma supérflua. Quando visitamos igrejas ou templos de algumas seitas ou crenças, mesmo aquelas que se dizem cristãs, podemos observar a existência do luxo exagerado, do supérfluo, usados para darem a impressão de prosperidade e de progresso, para os desavisados do caminho. Ouro, mármore, granito, arquiteturas suntuosas nos ditos templos de Deus.
  • 8. E o nome e a imagem de Jesus adornando todo luxo descabido, quando ao contrário, o Mestre nazareno foi o exemplo de simplicidade, de humildade e da firmeza de propósitos. Acontece que, nós mesmos, de forma desapercebida, criticamos intimamente, quando comparecemos a uma casa espírita muito simples, sem ornamentos, com apenas os utensílios necessários à obra da caridade. Aí, pensamos: poderíamos melhorar isso aqui; comprar novos móveis. Às vezes, essas considerações são justas e até refletem necessidades básicas, para que a obra da caridade seja feita. Mas às vezes não agregam valor para o fim que nos propomos trabalhar. Nesta pequena estória, Hilário Silva faz um apanhado dos desacertos humanos e aponta como causa básica a busca pelo homem (...)
  • 9. (...) de coisas desnecessárias para a sua vida. A falta de percepção da simplicidade, que a Natureza, obra de Deus, nos aponta é a causa desse desvio de conduta, dessa supervalorização do supérfluo, do luxo, da posse, do preenchimento das horas vazias com ações vazias. Ao mesmo tempo, usa algumas comparações bastante fortes: ao invés de complexidade, a simplicidade; ao invés de monumentos, lares; ao invés do exagero, o adequado; conforto sem suntuosidade; simplicidade sem miserabilidade; realidade sem fantasia ou ilusão. Quantos de nós podemos afirmar que vivemos na simplicidade voluntária? Que nada guardamos que não seja útil? Que nada retemos que não seja necessário? Simplicidade não significa pobreza, nem pobreza é prova de simplicidade.
  • 10. Simplicidade é adequação de postura; é adequação de comportamento no uso das coisas que Deus nos concedeu por empréstimo, para desenvolvermos a capacidade de servir. Simplicidade é a busca da justiça na relação com o mundo, fazendo-se o bom uso dos recursos que nos foram destinados pelo Criador. Meditemos sobre isso! Muita Paz! Jesus, Mestre e amigo, rogamos a luz e o amparo que precisamos, todos nós que aqui estamos, ligados ao pesado fardo da matéria. Refrigera-nos o espírito, amenizando as dores e os sofrimentos de todos nós, doentes do corpo ou doentes da alma. Que possa haver mais esperança em nossos corações; que possa haver mais fé em nossos espíritos;
  • 11. Que possa haver mais entendimento e caridade em nossas ações, tudo conforme a vontade de Deus, nosso Pai. E, que, na semana que hoje se inicia, possamos vivificar a aprender, levando a todos com quem vamos nos encontrar, a mensagem do trabalho contínuo, da melhoria, da paz, do amor e da caridade. Que assim seja! Graças a Deus! Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br