O documento descreve a apendicite aguda, incluindo sua definição, epidemiologia, sinais e sintomas, meios de diagnóstico e tratamento. A apendicite aguda é a inflamação do apêndice vermiforme e é a causa mais comum de abdômen agudo cirúrgico, acometendo principalmente jovens. O diagnóstico é clínico, podendo utilizar exames complementares como ultrassom e tomografia computadorizada.
2. Definição
Apendicite aguda é a inflamação
aguda
do apêndice vermiforme, uma
estrutura que se assemelha a um
dedo de luva e se encontra na parte
inicial do intestino grosso (ceco).
3. Epidemiologia
É a causa mais comum de abdômen agudo cirúrgico.
Acomete cerca de 7-10% da população.
Mais freqüente em jovens, pico na segunda década da
vida.
Mortalidade – 1% (5% nos extremos de
idade, imunodeprimidos, perforadas).
4. Generalidades
Em 1711 foi relatado o primeiro caso de apendicite (Lorenz
Heister).
Em 1735 a primeira apendicectomia foi realizada e descrita por
Claudius Amyand (Hérnia de Amyand).
Em 1889 Reginald Fitz cunhou definitivamente o termo
Apendicite, mas somente 1 ano após Kronlein publicou um caso de
apendicite aguda, diagnostica e tratada com exerese do apendice.
5. Generalidades ainda...
Em 1889, Charles McBurney, em uma série de publicações,
descreveu o ponto de maior sensibilidade e a incisão que
até hoje em dia é práticada.
Rei Eduardo VII, 1901
Em 1982, Kurt Semm, em Kiel, Alemanha, realizou a
primeira apendicectomia por via laparoscópica.
21. Meios de Diagnóstico
USG
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Operador dependente
Espessamento do apêndice > 6mm
Imagem em “Alvo”
Distensão (pouco compressível)
Aumento da ecogenicidade da parede
Fecalito ou Apendicolito ou Coprolito
Liquido pericecal
Espessura da parede > 2mm
Ausência de peristaltismo
28. Meios de Diagnóstico
Escore de Alvarado
• Uma pontuação de 5 ou 6 é compatível com o diagnóstico de apendicite aguda.
• Uma pontuação de 7 ou 8 indica um provável apendicite,
• Uma pontuação de 9 ou 10 indica uma apendicite aguda muito provável.
29. Diagnóstico diferencial
Ø Linfadenite mesentérica aguda: criança com IVAS; pode promover uma linfonodomegalia quase que
generalizada; o aumento dos linfonodos abdominais/mesentéricos pode promover dor e mimetizar dor
de apendicite.
Ø Rotura do folículo de Graaf (dor de Mittelschmerz; dor do meio do ciclo): quando a mulher ovula, ela
pode sentir dor.
Ø Diverticulite de Meckel: o divertículo de Meckel é um divertículo congênito localizado no
íleo, próximo ao apêndice... ele pode conter mucosa gástrica no seu interior e pode produzir ácido que
causa hemorragia digestiva em pacientes mais jovens (há ulceração do íleo e sangramento)
Ø Ileíte: pensar na ileíte por Crohn.
33. Laparoscopia
Consequências do pneumoperitônio
• Ø Retorno venoso: diminuído... o gás comprime tudo que existe dentro do abdome do
paciente (inclusive veias com a VCI).
• Ø RVP: aumentada ... as artérias intra-abdominais vão estar comprimidas.
• Ø Diurese: reduzida... inclusive a artéria renal é comprimida.
• Ø Pressão em via aérea: aumentada... o doente está entubado... muito ar dentro do
abdome empurra o diafragma mais para cima que comprime mais o tórax do paciente.
• Ø Distúrbio ácido básico: acidose respiratória por dois motivos - o gás utilizado é o gás
carbônico e ele vai ser absorvido durante a absorção/resolução do pneumoperitônio;
além disso, o diafragma comprime o tórax e promove diminuição da ventilação, com
maior retenção de CO2.
• Ø Fluxo cerebral: aumenta e com tendência a aumento da PIC... (na abordagem de
hipertensão intracraniana uma das medidas é hiperventilar o paciente à redução do
CO2 sanguíneo à fluxo cerebral reduz-se à redução da PIC; na cirurgia por vídeo
acontece o oposto desta abordagem).
34. Antibióticos
Cobertura para infecção por germes Gram negativos e
anaeróbios.
• Ciprofloxacino (contra gram-negativos) + metronizadol (contra
anaeróbios).
Não complicada (edematosa ou flegmonosa)
• Profilático, pode ser mantido por 24h
Complicada (gangrenosa ou perforativa)
• Até 48h após último episódio de febre e por no mínimo 5 dias.
35. Complicações
Infecção da incisão cirúrgica (+ freq.)
Abcessos pélvicos e subfrênicos
Deiscência do coto apendicular (pouco
comum)