Este documento discute o projeto de extensão "PRORROGAÇÃO" que oferece formação continuada para professores da rede municipal de educação de Goiânia nas modalidades de basquete e atletismo. O projeto busca articular conhecimentos acadêmicos com experiências pedagógicas. Uma avaliação com professores cursistas indicou que o projeto atendeu suas expectativas, fornecendo novos conhecimentos teóricos e práticos que contribuíram para superar dificuldades e planejar melhor as a
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
As contribui+º+áes do prorroga+ç+âo na forma+º+úo continuada dos professores da rede municipal de educa+º+úo de goi+ónia.
1. As contribuições do PRORROGAÇÃO na formação continuada dos
professores da Rede Municipal de Educação de Goiânia.
FURBINO, Ana Paula Amaral1; ARRUDA, Gyzely Santana de2; AIRES, Vinicius3;
COSTA, Jonatas Maia da4; FAGANELLO GEMENTE, Flórence Rosana5.
Palavras-chave: Educação Física; esporte; formação continuada de professores e
escola.
JUSTIFICATIVA
Este trabalho trata de uma avaliação do projeto de extensão da Faculdade de
Educação Física da UFG: “PRORROGAÇÃO” - Formação continuada de
professores no campo do esporte. Esse projeto foi cadastrado na PROEC, teve
inicialmente como coordenador o Profº Ms. Jonatas Maia da Costa e posteriormente
a Profª Ms. Florence Rosana Faganello Gemente.
O projeto possui uma proposta de formação continuada de professores no
campo do esporte e, busca articular os conhecimentos produzidos na universidade,
aos conhecimentos didático-metodológicos direcionados à prática pedagógica dos
professores da rede municipal de Goiânia. Visa a aproximação dos acadêmicos do
curso de Educação Física às experiências docentes no espaço público e
possibilidades metodológicas atreladas ao ensino das modalidades de atletismo e
basquetebol nas aulas de Educação Física. Tenciona elaborar uma proposta de
construção coletiva de formação continuada em torno do conhecimento no
basquetebol e atletismo, de forma a propiciar uma nova concepção de esporte às
crianças e jovens.
Observando especificamente o trabalho do professor de Educação Física no
contexto da escola, a falta de preparo na formação inicial, pode conduzi-los às
diversas dificuldades com relação à tematização dos conteúdos da cultura corporal.
A sensação de incapacidade ou a falta de afinidade da parte dos professores podem
Resumo revisado pela coordenadora da ação de extensão: PRORROGAÇÃO: Formação continuada de
professores no campo do esporte - FEF-123. Profª Ms. Flórence Rosana Faganello Gemente
1
FEF/UFG - e-mail: anapaulafurbino@gmail.com
2
FEF/UFG - e-mail: gyza_gyzely@hotmail.com
3
FEF/UFG - e-mail: viniciusred@hotmail.com
4
FEF/UNB - e-mail: jonatascosta01@gmail.com
5
FEF/UFG - e-mail: florencefaganello@yahoo.com.br
2. tornar o ensino da Educação Física maçante, tornando essa disciplina monótona e
previsível.
Na esteira dessas preocupações segue uma demanda apontada pela
Secretaria Municipal de Educação de Goiânia (SME). A instituição realiza
anualmente os Jogos Educacionais da SME. As últimas edições deste evento têm
tentando superar a lógica excludente do esporte escolar historicamente construído
no Brasil. Percebe-se um esforço de intensificar ações que possibilitem a
participação de estudantes nos Jogos e que este tenha de fato, um caráter
educativo/formativo. Nesse sentido, percebeu-se que houve interesse da parte da
SME em criar um espaço formativo que vise qualificar os professores com vistas ao
aperfeiçoamento de sua prática pedagógica bem como o fomento à participação nos
Jogos Educacionais.
Para além dessas questões pontuais sobre a ausência do trabalho qualificado
do esporte nas escolas, o projeto tenciona problematizar a importância da formação
continuada junto aos acadêmicos do curso de Educação Física. Desta forma,
justifica-se a necessidade que, desde a graduação, é preciso levantar questões
sobre os desafios da formação docente, numa perspectiva de demonstrar que a
continuidade da formação se dá numa espécie de “tensão permanente” entre as
demandas dos professores e as oportunidades que o Estado oferece aos
trabalhadores da educação.
A formação continuada para os professores da rede é importante pelo fato
dela poder contribuir para a superação da ideia de uma formação que somente
atenda às exigências do mercado, atrelada à lógica da nossa sociedade neoliberal.
Segundo Patriarca, Silva e Mascarenhas (2008, p.1):
As políticas de formação devem apontar para um novo perfil de professor,
dotado de habilidades e competências para melhorar a qualidade de sua
intervenção educativa e do ensino escolar, buscando com isso condições
necessárias para que possa alterar o quadro de ineficiência e ineficácia por
que passa a educação. Diante das demandas do mercado, aos professores
são necessárias a atualização, a renovação, a ampliação e a continuidade
de sua formação para melhor se enquadrar nesta nova perspectiva.
Segundo Loureiro e Caparróz, 2010, o distanciamento entre o âmbito
acadêmico-universitário e o âmbito escolar é também um fator preponderante no
que tange a formação continuada. Os professores que atuam na escola percebem
que a produção teórica não condiz e não considera a complexidade da realidade
escolar. Portanto, não deve-se priorizar na formação continuada somente
3. estratégias didáticas inovadoras, mas sim priorizar um processo permanente de
reflexão a respeito do trabalho na escola.
Outro fator importante da formação continuada é trabalhar com os
professores a importância e função do planejamento de ensino no contexto da
pedagogia crítica. Essa importância deriva da necessidade dialética de concretizar o
trabalho
pedagógico
por
meio
de
uma
atividade
mediadora
entre
os
indivíduos/alunos e a cultura social historicamente acumulada, cuja função é facilitar,
por meio de “complexos temáticos” de conteúdos, os conceitos, as atividades, os
métodos e as estratégias de ensino, a socialização do conhecimento associado à
luta pela democratização da escola e da sociedade. (PALAFOX, 2004, p.4)
Partindo dessas necessidades, o objetivo geral desse trabalho foi avaliar se
as expectativas dos professores, referente ao curso de formação continuada
“PRORROGAÇÃO”, foram alcançadas. Para se tornar possível essa avaliação, os
objetivos específicos foram: verificar se os professores consideraram relevantes os
conhecimentos teóricos e práticos das modalidades basquete e atletismo; e
identificar se o curso possibilitou aos professores mais segurança em desenvolver
os conteúdos de atletismo e basquete nas suas aulas de Educação Física escolar.
METODOLOGIA
Para que o projeto pudesse atender as necessidades dos professores, foi
aplicado, antes do início do curso, um “questionário misto”, Gil (2002). Esse
questionário viabilizou a verificação das expectativas dos professores referentes ao
“PRORROGAÇÃO”. As expectativas almejadas por eles foram: adquirir mais
conhecimento teórico sobre as modalidades (basquete e atletismo); que o curso
proporcionasse dinâmicas e vivencias sobre o ensino das modalidades; que fossem
trabalhados os aspectos técnicos e táticos das modalidades e que o curso
contemplasse reflexões e discussões sobre o contexto das aulas de EF e o ensino
do esporte.
As aulas do curso “PRORROGAÇÃO” aconteciam quinzenalmente. Sendo
estes encontros realizados no período vespertino, na faculdade de Educação Física
da UFG. No primeiro momento era ofertado o conteúdo basquetebol e em um
segundo momento o conteúdo atletismo. As aulas aconteciam frequentemente em
seus respectivos locais (quadra de basquete e pista de atletismo), sendo também
utilizadas as salas de aula da faculdade de educação física.
As aulas se
4. caracterizavam por expositivas dialogadas, sendo estas ministradas pelos
professores mediadores do curso: Jonatas Maia da Costa (basquetebol) e Flórence
Rosana Faganello Gemente (atletismo). Durante as aulas os professores
mediadores buscavam a participação e reflexão dos professores cursistas sobre as
temáticas abordadas e a pratica pedagógica realizada por eles na escola. Como
recurso pedagógico eram desenvolvidos jogos e brincadeiras para desenvolver os
conteúdos específicos do atletismo e basquete. Os cursistas vivenciavam as
atividades propostas e posteriormente as discutiam para apontarem as contribuições
e experiências na prática pedagógica na escola. Como também refletiram sobre
possíveis variações das atividades.
Como forma de avaliação final do curso foi realizado um “grupo focal”, Minayo
(2007), com os 12 professores que concluíram o curso até o final. Buscando
investigar a avaliação dos cursistas referente ao “PRORROGAÇÃO”; e quais
contribuições o mesmo trouxe para sua formação.
RESULTADOS E CONCLUSÕES
No que diz respeito aos objetivos dos professores cursistas, observamos por
meio do grupo focal, que os professores ficaram satisfeitos com os cursos. As
expectativas para o curso foram alcançadas. Os professores reconheceram que
essa foi uma oportunidade impar para qualificar suas formações, e para buscar
novos referenciais teóricos para ampliar seus conhecimentos. Essa satisfação pode
ser observada na fala de um dos professores cursistas:
“Essa experiência foi riquíssima para minhas aulas, eu encontrei mais
motivação para que eu pudesse estar transformando meus alunos, levando
mais conhecimento a eles, eu creio que de uma maneira geral atenderam
as expectativas.”
Para eles essa formação contribuiu para a superação de dificuldades para em
planejar e ministrar os conteúdos de basquete e atletismo. Reconheceram que
através das aulas aprenderam adaptar e confeccionar materiais, e a elaborar
atividades que viabilizam o ensino do atletismo e basquete nas aulas de Educação
Física.
A respeito das experiências e possibilidades práticas do ensino do
basquetebol e do atletismo e, sua interface com as abordagens pedagógicas críticas
da educação física. Os professores ressaltaram que a discussão e a elaboração de
planos de ensino a partir dessas abordagens, deram suporte para reflexão de
5. questões socioculturais que consideravam de difícil discussão nas aulas de
Educação Física.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir das discussões levantadas no grupo focal verificamos que os
objetivos do projeto de extensão foram atendidos, entretanto os professores
expuseram o desejo de participarem de um grupo de estudos direcionado à
pedagogia do esporte, e ansiaram a oferta de novos cursos de formação continuada.
Enfim, por meio da avaliação do curso realizada pelos professores cursistas,
verificamos que o “PRORROGAÇÃO” proporcionou uma formação continuada que
oportunizou, além de novos conhecimentos teóricos e práticos dos conteúdos
trabalhados, uma reflexão sobre sua prática pedagógica que favorece segundo
Souza, (2003) o desenvolvimento de uma proposta crítica de intervenção educativa.
REFERÊNCIAS
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ªed. São Paulo, 2002.
LOUREIRO, M. W.; CAPARRÓZ, F. E. O imaginário social de professores de
Educação Física da Rede Municipal de Vitória a respeito de sua formação
MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde.
São Paulo: Hucitec, 2007.
PALAFOX, G. H. M. Planejamento coletivo do trabalho pedagógico da Educação
Física – PCTP/EF como sistemática de formação continuada de professores: a
experiência de Uberlândia. In: Movimento, Porto Alegre, v. 10, n. 1, p. 113-131,
janeiro/abril de 2004.
PATRIARCA, A. C.; SILVA, T. O.; MASCARENHAS, F. “Especialização em
escolar”, formação continuada de professores de Educação Física na
Universidade Federal de Goiás: um estudo de caso. In: Pensar a Prática 11/3:
225-237, set./dez. 2003.
SOUZA, N. P. A Educação Física escolar no estado de Goiás e a formação
continuada de professores – realidade e perspectivas. Dissertação (mestrado) –
Faculdade de Educação Física, UNICAMP, 2003.