O documento discute os impactos da pandemia de COVID-19 em Portugal, incluindo as restrições impostas, o papel fundamental do Serviço Nacional de Saúde, e os efeitos na economia e nos trabalhadores. Também reflete sobre como a sociedade pode mudar após a pandemia.
1. O AlterenseCDU Alter do Chão | Abril a Junho de 2020 | Junho de 2020 | N.º 27 | Ano VII
CDU
O estado de emergência e de calamidade duraram algum tempo e
obrigaram a uma alteração significativa na vida dos portugueses. Tam-
bém por todo o mundo houve grandes restrições e alterações na vida
dos cidadãos.
A origem deste Corona vírus continua envolta em discussão assim
como o seu tratamento, apesar da muita investigação que se faz em
vários laboratórios espalhados por todo o mundo e das propostas de
inúmeros charlatães que também vão aparecendo um pouco por todo
o lado.
Dificilmente Portugal, à semelhança de muitos outros países, estaria
preparado para fazer face a um ataque tão rápido de um vírus que, não
sendo muito mortal, é de propagação e contágio muito rápido. A res-
posta dos portugueses, às medidas de saúde propostas, nomeadamente
a contenção e o isolamento social, foi de grande importância para
evitar males maiores, ainda que alguns, como também é habitual, as
tenham violado.
Há que louvar os profissionais de saúde
(auxiliares, técnicos, farmacêuticos, enfermeiros
e médicos) que estiveram, e estão, sempre na
linha da frente neste combate desigual e todos
aqueles trabalhadores (bombeiros, agricultores,
camionistas, autoridades, trabalhadores autár-
quicos e muitos outros trabalhadores públicos
ou privados) que com o seu trabalho e nos seus
locais de trabalho foram assegurando um míni-
mo de “normalidade” no funcionamento do
país.
Afinal, o Serviço Nacional de Saúde revelou-se
fundamental, de grande utilidade e importância
na resposta ao Covid-19, mesmo para aqueles que o quiseram e que-
rem destruir e passam o tempo a denegri-lo. Sem ele, onde estaria a
população portuguesa? É por isso crucial o seu apoio contínuo e um
maior investimento, para que possa melhorar a resposta às necessida-
des da população portuguesa.
Como habitualmente os primeiros a sofrer os efeitos desta crise e os
primeiros a ser chamados a responder e a dizer presente foram os
trabalhadores, efetivos ou precários. Foram eles, com os ordenados
mínimos, que foram para lay off, que foram despedidos e, também,
foram chamados para continuar a trabalhar para que o país não paras-
se. A crise não pode ser razão para que os direitos e deveres dos traba-
lhadores sejam continuamente desrespeitados. E quer se queira quer
não, se há medidas de ajuda também há medidas tomadas que criaram
austeridade.
O desconfinamento e o regresso ao trabalho têm vindo a acontecer de
modo gradual, em Portugal e em vários outros países. O retorno ao
trabalho, à escola e à creche se, por um lado, tem ajudado a uma me-
lhoria da saúde mental da população, por outro continua sem resolver
inúmeros problemas criados por esta pandemia.
É verdade que em Portugal, as pequenas e micro-empresas são a es-
magadora maioria do tecido empresarial português, em muitas delas, o
sócio gerente é igualmente trabalhador. É igualmente verdade que
muitas empresas ao não trabalharem não geram receitas para enfrentar
as despesas e o estado de emergência ao obrigá-las a fechar, por razões
sanitárias, criou-lhes dificuldades económicas acrescidas. Mas também
é verdade que muitos destes pequenos negócios/empresas são susten-
Ainda sobre o COVID-19
tados, durante algum tempo, pelas poupanças dos seus proprietários.
Logo no início assistiu-se ao recurso ao lay off e a despedimentos por
parte de inúmeros empresários (ou patrões?) com o argumento de não
terem dinheiro para pagar ordenados. Então os lucros anteriores não
teriam sido suficientes para honrar os seus compromissos?
No que se refere às empresas maiores, não é aceitável que recorram ao
lay off ou ao despedimento e distribuam, em tempos de crise, dividen-
dos pelos acionistas. Também não é aceitável que empresas portugue-
sas, cotadas na bolsa de Lisboa, tenham as suas sedes na Holanda, e
paguem lá os seus impostos e depois queiram recorrer à ajuda do esta-
do português.
O turismo, responsável por muita da receita nacional, beneficiou, e
muito, de uma outra crise, a primavera árabe, que europeus e america-
nos fomentaram e apoiaram. O turismo também teve responsabilidade
no aumento do preço na habitação, no alojamento local, nos despejos,
no custo de vida e no aumento do emprego na
hotelaria e restauração. Agora, estes agentes
económicos sofrem os efeitos de outra crise
provocada pelo Covid-19. Foram dos primeiros
a desfazer-se dos trabalhadores e vão, por isso,
contribuir para o aumento significativo do de-
semprego. Deverá a economia de uma vila, de
uma região ou de um país, como Portugal, ter no
turismo a sua fonte principal de desenvolvimen-
to económico e social?
É apoio à produção nacional o que as grandes
superfícies fazem, impondo um preço e obrigan-
do os produtores agrícolas a vender a baixo
preços, empurrando-os para um maior endivida-
mento e dificultando-lhes assim a vida?
Afinal quem paga o lay off? O capital ou trabalho? A Segurança Social
não é sustentada pelos descontos dos trabalhadores? Este dinheiro está
a ser usado para apoiar quem? Os 850 milhões entregues ao Novo Ban-
co (um buraco sem fundo) não seriam melhor utilizados numa ajuda
maior à resolução desta crise? Como de costume, vai ser o trabalho a
pagar.
E aqueles que pregam menos estado e mais privado porque vêm agora
reclamar intervenção e apoios da parte do estado?
A limitação da lei da greve, o impedimento dos sindicatos em participar
nas leis laborais e a suspensão de direitos contribuíram alguma coisa
para combater esta pandemia? Porque foram tomadas? A democracia
não ficou suspensa, mas ficou, talvez, ferida com estas medidas. Não
havia necessidade.
Como disse José Gil “…verdade é que este período de luta pela sobrevivência
física não gerou até agora nenhum sobressalto político ou espiritual, nenhuma toma-
da de consciência da necessidade de mudar de vida. Não gerou esperança no futuro.
No nosso país, a unidade nacional foi reforçada apenas no sentimento coletivo de
compaixão pelos mortos e doentes, e pela gratidão para com os médicos e enfermei-
ros”.
Aparentemente, o único e grande benefício resultante desta pandemia
provocada pelo Covid-19 foi a diminuição da poluição do planeta. Al-
guma coisa boa tinha de haver.
Será que vamos mudar o nosso comportamento individual para mudar
e melhorar o comportamento coletivo?
Caminha-se para uma “nova normalidade” que ainda não se sabe bem
2. Pá g in a 2O A lt eren se J un h o d e 2 020 | N. º 27
A Barragem do Crato/Pisão tem que ser uma realidade
O Secretariado da DORPOR do PCP regista positivamente o lançamento da candidatura,
através da CIMAA, ao PROAT – Programa Operacional de Assistência Técnica, para os
estudos necessários à viabilização da construção da barragem do Crato/PISÃO, cujo aviso
publicado prevê um montante máximo legível de um milhão e trezentos mil euros.
Tendo sido deliberado pelos municípios por unanimidade que, na ausência do financiamento por parte do Governo dos 20% da componente nacio-
nal da candidatura no
valor de 260 mil euros, estes serão suportados por todas as autarquias do distrito de Portalegre, cabendo a cada uma comparticipar com o valor de
17 333, 33€.
O PCP chama a atenção para o facto de que, nesta candidatura, o Governo em nada comparticipa, pois 80% é assegurado por fundos comunitários
e os restantes 20%, que supostamente deveriam de ser assegurados pela administração central, isto é, pelo Governo, estão a ser suportados pelos
municípios do distrito.
Onde estão afinal as medidas concretas de descriminação positiva com o contributo do esforço nacional para o investimento no interior, por forma
a corrigir as assimetrias existentes e concretizar a realização dos projetos há muito identificados fundamentais ao desenvolvimento do nosso distrito?
O Secretariado da DORPOR do PCP exige mais do que anúncios, mas a concretização dos investimentos da responsabilidade da administração
central no distrito.
Portalegre, 21 de Abril de 2020
O Secretariado da DORPOR do PCP
Retalhos de uma vida
Por vezes vemos caras e olhares de medo, expressões assustadas, uma aterrorizada exterior insegurança a necessitar de urgente auxílio sem o pedir.
Numa criança estas situações são ainda mais dolorosas quando se debatem, interiormente, com um pânico difícil de tranquilizar.
Na Escola a Professora também muito assustada e preocupada diz aos alunos para irem rapidamente para casa, e, que não havia aulas porque em
Lisboa havia uma Revolução. Andavam muitos carros de combate nas ruas e aviões, etc.
Em aflitiva correria, os meus filhos a chorarem de pânico, seguem os conselhos da Professora, tocam à campainha de casa e dizem o que ouviram
da sua Professora.
Era o 25 de Abril de 1974.
As comunicações da Rádio e TV estavam incontactáveis. A 50 metros de minha casa passava a linha da CP para a Póvoa de Varzim, hoje utilizada
pelo Metro do Porto. Não circulavam comboios. O Chefe da Estação era um amigo e desloquei-me até lá para falarmos, o que fazia com frequên-
cia, agora sobre o motivo da supressão dos comboios. As informações que ele disponha era que não havia contactos com outras Estações. Outros
transportes públicos e estabelecimentos estavam na mesma situação. Só passado umas horas começam a ser difundidos comunicados do Movimen-
to das Forças Armadas, o MFA.
Em boa hora a Revolução triunfou. Por mais que não fosse acabou com 3 guerras: Guiné, Angola e Moçambique. Guerras sem nexo, destruidoras
de milhares de vidas de jovens e não só, milhares de mutilados e de famílias destruídas. Acabaria, também, com a mordaça imposta, cruelmente, aos
portugueses por uma censura feroz. Acabaria com a prisão de políticos, que só por terem outra ideologia e outro pensamento e opinião diferente da
do dono da opinião única, eram torturados e mortos. Só por isto já valeria recordar nos Retalhos o 25 de Abril e festejá-lo.
Abril viria a abrir as portas de uma esperança que se encontrava sem vida. Abril abriu as portas a um Portugal novo.
Logo compreendi que as lágrimas e o pânico dos meus filhos foram aquelas que não me traziam intranquilidade. Eles e todas as crianças passavam a
ter e a viver num Portugal diferente, para melhor, do que o Portugal dos seus pais quando tinham as suas idades.
Que nos olhos dos meus filhos e dos filhos dos meus filhos, meus netos, e, de todos os filhos de Portugal nunca caiam lágrimas que durante 48
anos foram de sofrimento, atraso, analfabetismo e mordaça.
VIVA O 25 DE ABRIL! SEMPRE!
José Afonso Serrão Henriques/Matosinhos
3. Pá g in a 3O A lt eren se J un h o d e 2 020 | N. º 27
Os números não enganam e aí estão com toda a crueza. Relativamente ao concelho de Alter do Chão, os números do recenseamento eleitoral
referidos a 31 de Dezembro de 2019 (fonte: SGA1-AE/BDRE 2019-12-31) revelam o decréscimo contínuo do número de eleitores, não só no
concelho como também no distrito de Portalegre.
De acordo com a mesma fonte, Alter do Chão ocupa, em termos do número de eleitores, o 12º lugar entre os 15 concelhos do distrito, o que é uma
posição nada desejável. Não basta a diminuição da população como também o seu envelhecimento e as perspetivas de melhoria não são nada
animadoras.
Não chega falar da necessidade de apoiar e valorizar do interior, de promover
estudos e mais estudos sobre o interior e de fazer grandes e solenes declarações de
intenção.
É preciso obra.
Só com mais e melhores serviços de saúde; só com a construção da Barragem do
Pisão; só com a conclusão do IC13; só com a eletrificação da Linha do Leste; só
com mais investimentos agrícola/industrial, públicos e/ou privados, mas urgentes,
que criem postos de trabalho e ajudem a fixar pessoas; só assim, o concelho de
Alter do Chão e o distrito de Portalegre conseguirão inverter a angustiante situação
em que se encontram.
É preciso fazer acontecer.
João Martins/Alter do Chão
Para onde caminhamos…
31Dez13 31Dez14 31Dez16 31Dez17 31Dez18 31Dez19
Alter do Chão 3045 2975 2830 2788 2751 2717
Alter do Chão 1977 1937 1870 1849 1828 1809
Chancelaria 431 417 386 377 377 364
Seda 325 312 294 290 284 279
Cunheira 312 309 280 272 162 265
Distrito de
Portalegre
103 321 101947 99353 98332 97164 96064
4. Pá g in a 4O A lt eren se J un h o d e 2 020 | N. º 27
No primeiro trimestre de 2020 o número de homens desempregados em Alter do Chão, manteve-se estável, mas em Abril verificou-
se um aumento significativo, talvez(?) devido á pandemia. No que se refere às mulheres, verificou-se que o número de
desempregadas diminuiu, estabilizando nos dois últimos meses.
No distrito de Portalegre, a totalidade de desempregados foi oscilando nestes quatro meses.
H M Total
Jan 77 93 170
Fev 76 88 164
Mar 77 82 159
Abr 89 82 171
Desemprego em Alter do Chão
Concursos Públicos
Eis alguns dos últimos concursos públicos efetuados pelo Município de Alter do Chão e que estão disponíveis em Base: concursos públi-
cos on-line. É bom que se saiba como é, bem ou mal, gasto dinheiro público. Estão lá todos os contratos.
Objeto do contrato
Preço contratual Prazo de exe-
Adjudicatário
Prestação de serviços de coorde-
nação logística, promoção e divul-
gação do evento “Alter Horse
Summit”
74 500 182 dias
Production Prokers
Lda
Construção de áreas pedonais na
entrada poente de Alter do Chão
112 825 120 dias SENPAPOR
Reconversão de edifício para cen-
tro interpretativo do Chafariz Re-
nascentista e do Centro Histórico
da Vila
174373,77 240 dias
Construções Correia
Rodrigues,Lda
Requalificação do Pavilhão Gimno-
desportivo de Alter do Chão
304523, 52 150 dias IMOSATI
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Há 46 anos o MFA desencadeou o movimento que devolveu a liberdade aos portugueses e anunciou o fim da guerra colonial.
A participação do povo no 25 de Abril levou ao fim ao regime opressor e fascista que durante 48 anos governou Portugal.
Foi com a Revolução dos Cravos que a população portuguesa recuperou a dignidade e encetou o caminho da democracia.
Das conquistas de Abril merecem hoje especial destaque, entre outras, o Poder Local Democrático e o Serviço Nacional de Saú-
de, que têm sido tão mal tratados.
Nos tempos que correm, com a ameaça permanente do Covid-19, não são possíveis as comemorações populares do 25 de Abril.
A CDU de Alter do Chão, ciente das dificuldades e das restrições existentes, saúda e exorta toda a população do concelho a come-
morar o 25 de Abril, tendo sempre presente os condicionalismos que as medidas de contenção atuais impõem.
Num tempo em que milhares de trabalhadores são despedidos, enviados para lay off ou vêm os seus direitos laborais ameaçados, o
Covid-19 condiciona a celebração popular do 1º de Maio.
A CDU de Alter do Chão saúda, em primeiro lugar, todos os trabalhadores do Serviço Nacional de Saúde e todos aqueles que têm
estado na linha da frente no combate a esta terrível pandemia.
Saúda igualmente todos os outros trabalhadores que, com o seu esforço, sacrifício e dedicação, têm assegurado o funcionamento do
país, dentro da “normalidade” possível.
A CDU de Alter do Chão, consciente das restrições existentes, saúda e exorta toda a população trabalhadora do concelho a come-
morar o 1º de Maio, tendo em consideração o que a atual contenção nos impõe a todos.
Saudação - 1º de Maio
Saudação - 25 de Abril
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Ficha Técnica
Edição e Propriedade: CDU - Alter do Chão
ISSN: 2183-4415
Periodicidade: Trimestral
Tiragem: 250 exemplares
Distribuição: Impressa e online (gratuitas)
Director: João Martins
Morada: Rua Senhor Jesus do Outeiro, n.º 17
7440 - 078 Alter do Chão
Telefone: 927 220 200
Email: cdualter2013@gmail.com
Facebook: www.facebook.com/cdu.alter
Coisas . . .
Que se passa com o Jardim do Álamo? Continua em obras? Quando terminam?
Já apareceu algum candidato à exploração da Escola de Alter Pedroso?
A rede de distribuição de água continua a ser uma dor de cabeça. Está velha e precisa de renovação
O que diz o comércio local sobre a eventual instalação de uma grande superfície em Alter do Chão?
A empresa de transportes já fechou portas? Ou nunca as abriu?
Porque continuam trabalhadores a sair da Câmara?
Festejar Abril
Não sei se é da minha vista
ou se lhes causaram danos,
pois os cravos não floriram
como é hábito noutros anos
Deve ser da situação
ou devo estar enganado
Cravo que nasce em Abril
É sempre, sempre encarnado
Vermelho da Revolução
Um dia p’lo povo erguido
É símbolo da liberdade
Não pode ficar esquecido
Fez quarenta e seis anos
Foi sempre festa na rua
Este ano ficámos em casa
Mas luta continua
Mesmo que a gente festeje
De maneira bem diferente
Mas gritaremos bem alto
Vinte e cinco de Abril sempre
Fabião Heitor Coutinho/Seda
Poesia popular
Diz a mulher ao marido
Não sei o que hei-de fazer
Tu fartas-te de trabalhar
E não ganhas para comer.
Anda ver estas crianças
Que as mandei deitar sem
ceia
Às escuras sem candeia
Como se fosse por vingança
No almoço não há esperan-
ça
Onde elas têm o sentido
O meu corpo está esvaído
Quase não posso andar
Lastimando-se quase a cho-
rar
Diz a mulher ao marido.
Levantam-se a gritar
Que até corta o coração
Coitadas querem pão
E eu não tenho para lho dar
Não tenho almoço nem
jantar
Não tenho nada de comer
Só Deus me pode valer
E deito-me apoquentada
Não tenho azeite não tenho
nada
Não sei o que hei-de fazer
Para que matas o teu corpo
Para que vives sem alegria
Trabalhas de noite e dia
E daqui amanhã estás morto
O teu patrão arranja outro
Para ir para o teu lugar
Cá estou eu para me ralar
Sem ter a que deitar mão
Fico sem linhas e sem sabão
E tu fartas-te de trabalhar.
Não temos tição nem brasa
Aqui morremos ao frio
Aí vem o senhorio
Pedir a renda da casa
Ralhando porque se atrasa
Eu disso não quero saber
Venho para receber
Quer vocês o tenham ou
não
Vai e diz ao teu patrão
Que não ganhas para comer.
(autor desconhecido)