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espiral
                                            boletim da associação                 FRATERNITAS MOVIMENTO
                                                           Nº 11 - Abril / Junho de 2003




 HOJE E AMANHÃ
O         X Encontro Nacional da Associação Fraterni-
         tas Movimento foi mais um passo importante
         na nossa caminhada como Associação. Sobre o
tema “Nova Evangelização, Novos Caminhos da
Igreja” ouvimos o Senhor D. Albino Cleto, Bispo de
Coimbra, e Frei Bento Domingues, OP.
    Faz sempre bem ouvir o que têm para nos dizer os
especialistas que reflectem sobre estes temas. Disseram
que tudo no mundo evolui, até mesmo a estrutura ecle-
siástica. Só que, nesta, a tendência não é para evoluir
nem para trilhar caminhos não andados. Como se ela
estivesse sempre certa, nunca cometesse erros. Como
se as concepções do mundo e das coisas, e também das
pessoas, estivessem fixas, imutáveis. Como se a verda-            Rostos da Fraternitas: o futuro já chegou...
de toda, universal, estivesse ali clara e distinta, com-
preensível a todos, abrangendo todos os sectores da vida   pírito de acolhimento, mas também com a consciência
humana, com respostas bastantes e adequadas para to-       de que isso é o que se pode arranjar”. Há muito mais
das as interrogações, angústias, necessidades, proble-     para além disso.
mas, aspirações. Em suma, um sistema completo, per-            Uma vez institucionalizada, a Igreja organizou-se
                                                                                                   (continua na pág. 2)
feito.
    Mas foi-nos dito lá: “O mundo da Igreja tradicional
                                                                                  Sumário:
acabou. Até o mundo da nossa infância já não existe”.
Então a primeira coisa que há a fazer agora é escutar a
realidade social em que a gente vive. E, quando se trata
de perceber qual o sentido da caminhada a cumprir, é          Ecos de... Lisboa                                    3
preciso ter sempre presente que o Senhor Jesus é o mais
                                                              X Encontro Nacional                                4/5
novo de todos nós. Ele é a vanguarda. Importa, por isso,
procurar saber o que Jesus fez e ensinou, a maneira como      Cartas                                               7
actuou, com quem se entendia, como os discípulos fo-
ram apreendendo a sua mensagem através do que fazia           Novos Sócios da FRATERNITAS                          7
e dizia, pelo modo como abordava as pessoas e as aco-
lhia e como, após a ressurreição, essa mensagem era           Conclusões do X Encontro da FRATERNITAS              8
transmitida. “Cada coisa nova deve encarar-se com es-
2                                                                                                                 espiral
(continuação da pág. 1)                  2002, da Associação Alemã dos            vamente restrito. Mesmo os padres
em unidades pastorais chamadas           Padres católicos casados e suas Es-      no activo que transgridem a lei do
paróquias. Esta milenar organização      posas (VKPF), por onde se vê que         celibato, fazem-no de forma a evi-
da Igreja em paróquias está profun-      esta associação decidiu reforçar a       tar a luz da publicidade por medo
damente enraizada na tradição cris-      divulgação das suas actividades,         das sanções eclesiásticas. Então co-
tã. Paroquianos eram os que viviam       aumentar o serviço de consultadoria,     lhe-se a impressão de se tratar de um
numa determinada circunscrição           valorizar a cooperação com outros        problema clerical marginal, desinte-
paroquial sob a responsabilidade         grupos eclesiais de base e criar o ar-   ressante para quem está de fora. Na
dum pároco. Era na paróquia que se       quivo da VKPF.                           verdade, é muito mais gratificante
desenrolava a vida cristã das pesso-         Noutro documento o actual pre-       ter como alvo a visão duma Igreja
as desde o nascimento até à morte.       sidente, Ernst Sillmann, questiona as    renovada, do que estar sempre a es-
    A realidade moderna subverteu        vantagens de a VKPF se associar a        tigmatizar injustiças concretas que
esta organização, por duas ordens de     outros movimentos reformadores de        não atingem a grande maioria dos
razões.                                  base (p. ex., Nós Somos Igreja, Ini-     membros da Igreja. Eu não auguro
    Em primeiro lugar, porque já não     ciativa Igreja de Base, etc.) e chega    um futuro esplendoroso a uma Igre-
há padres em número suficiente para      à conclusão de que a VKPF, tendo         ja que no presente não escuta os pro-
o provimento das paróquias. Em se-       definido como meta a abolição da lei     testos contra as injustiças, ainda que
gundo lugar, porque as pessoas têm       do celibato obrigatório, corre o ris-    tais protestos não tenham perspecti-
a possibilidade de participar nas ce-    co de ficar isolada na sua reivindi-     vas de êxito”.
lebrações eucarísticas em qualquer       cação, já que, para os outros movi-
                                                                                           agora, também da Internet,
igreja ou capela, ou noutro local ou
ambiente humano onde se sintam
bem. Mercê das grandes facilidades
                                         mentos reformadores, a discussão do
                                         celibato é uma questão ultrapassa-
                                         da. Há temas muito mais importan-
                                                                                  E        uma citação da alocução de
                                                                                           despedida dum padre ame-
                                                                                  ricano, o pároco da Igreja de Todos-
de transporte, criam-se grupos de        tes que preocupam esses movimen-
                                         tos. Mas a consequência disso é que      -os-Santos, dos seus paroquianos,
vivência e celebração da fé tendo por                                             porque se ia casar. Dizia a dado pas-
base, não já o território, mas as afi-   as propostas de reforma por que se
                                         batem e a realidade eclesial se estão    so: “Esta decisão é ainda mais difí-
nidades pessoais. Hoje-em-dia já
                                         a afastar cada vez mais, resultando      cil porque no mais íntimo do meu
não temos só “paroquianos”, temos
                                         daí, por um lado, que a autoridade       coração eu sinto que tenho vocação
também “parqueanos”, ou seja,
                                         eclesiástica recusa o diálogo e, por     para o sacerdócio ordenado da Igre-
aqueles que se deslocam ao encon-
                                         outro, que os movimentos acabam          ja Católica romana. Amo o sacer-
tro dum líder e de pessoas com as
mesmas afinidades mútuas. Mas não        por se resignar.                         dócio. Amo o ministério. Amo a pas-
deixa de ser uma pena que se tenha           É neste contexto que Ernst           toral. Não amo o celibato. Porque
deixado perder uma instituição pa-       Sillmann faz realçar a força e a fra-    hoje estão ligados, não posso conti-
roquial de tão grande tradição e ta-     queza da VKPF no círculo dos ou-         nuar. Disse-me um amigo meu:
manha riqueza humana e social.           tros movimentos de reforma da Igre-      ‘Agora entendes o que significa ser
                                         ja:                                      mulher na Igreja de hoje’. Talvez
        urante a Assembleia Geral            “A nossa força está em que nós,

D       da nossa Associação surgi-
        ram várias ideias quer no
sentido de a Fraternitas entrar em
                                         por experiência própria, designamos
                                         a injustiça concreta pelo nome e
                                         apresentamos sugestões concretas
                                                                                  seja isso. É terrivelmente penoso.
                                                                                  Por isso me preocupa o futuro da
                                                                                  Igreja. As nossas comunidades pa-
                                                                                  roquiais estão colocadas em situa-
contacto com organizações congé-         para remediar essa injustiça.            ções delicadas. Continuamos a pôr
neres doutros países, trocando ex-           Enquanto a Igreja persistir em       o celibato acima das ordens sacras,
periências, quer para se escrever a      manter a actual lei do celibato, ha-
                                                                                  a abstinência sexual acima da parti-
história da nossa Associação, de         verá sempre gente — homens, mu-
                                                                                  cipação eucarística. Subvertemos as
como surgiu e cresceu.                   lheres e crianças — que sofre por
                                                                                  nossas prioridades.”               !
   Já depois da nossa Assembleia         causa dela e não se resignará.
Geral vim a descobrir na Internet as         Ao contrário, a fraqueza da
conclusões duma reunião homóloga,        VKPF está no facto de o círculo das                      Aveiro, 2003-05-24
realizada na data de 18-20 Outubro       vítimas directas dessa lei ser relati-                         João Simão
espiral                                                                                                               2


     e c o s                                                     d e                            . . .
                                                                                  teólogos e cristãos...”, enquanto o
... Lisboa                                                                        Professor Carlos Azevedo, Vice-Rei-
                                                                                  tor da Universidade Católica do Por-
    Realizou-se na Casa de Retiros da        Falou, em seguida, da finalidade     to, afirmara: “Não há dúvida que o
Buraca, em Benfica, o IV Encontro        dos Encontros Regionais, que é pro-      Concílio provocou uma mudança fun-
Regional de Lisboa da Fraternitas,       curar dar a conhecer os verdadeiros      damental na Igreja. Mas, após uma
presidido pelo Senhor Cardeal Patri-     objectivos e actividades da Fraterni-    fase de exaltação, veio um momento
arca, em que estiveram presentes 32      tas, esclarecer dúvidas e corrigir er-   de decepção, ao descobrir o peso da
participantes, 4 dos quais pela pri-     ros ou falsas notícias...” E apontou     inércia da Instituição, com resistên-
meira vez.                               casos concretos de falsidades e men-     cia à mudança...”
    Confirma-se, assim, a ideia de       tiras, como o artigo inserido no jor-        Ao terminar a saudação ao Se-
quanto os Encontros Regionais são        nal diocesano, Badaladas, da paró-       nhor Patriarca, o Carlos Leonel afir-
úteis para tornar mais conhecido o       quia de Torres Vedras.                   mou: “Senhor Patriarca, alguns de
Movimento e afastar de algumas               Não é possível ignorar a incon-      nós atravessaram vales tenebrosos,
“mentes” a ideia de que a Fraternitas    gruência teológica da ligação do ce-     caminhos de humilhação, de vergo-
é uma Associação de “saudosistas”.       libato ao Sacramento da Ordem...”        nha, de abandono, de esquecimento...
Aqueles que têm coragem para ven-            Sobre a nossa disponibilidade,       Alguns vacilaram! Vacilaram na Fé,
cer estas ideias preconcebidas — e       disse que “não somos obrigados a ser     uns, e outros vacilaram na confiança
falsíssimas, como, depois, confir-       funcionários do sagrado, mas esco-       na Igreja.
mam, “com saber de experiência fei-      lhemos alguns caminhos para servir           Mas nós estamos aqui! Estamos
to”, como diria o nosso Épico — vêm,     a Igreja...”                             aqui para dizer que estamos vivos,
sentem-se bem e felizes no meio de           Quanto à nossa imagem de padres      que somos felizes ao lado das nossas
irmãos e amigos, unidos pelo mes-        casados, lembrou que “o sacerdote ca-    esposas, dos nossos filhos e alguns já
mo Ideal.                                sado não é uma nódoa na Igreja, mas      junto dos netos.
    Vale a pena o esforço dispendido     alguém que tomou uma decisão e               Estamos aqui para dar testemu-
pelos grupos de cada Região para que     uma posição por coerência e hones-       nho da nossa vida familiar, da paz
os Encontros Regionais se intensifi-     tidade...”                               interior que sentimos, do esforço que
quem.                                        Recordou ainda que “o papel das      fazemos para sermos fiéis à Mensa-
    Mas, feito este pequeno exórdio,     nossas esposas é fundamental na nos-     gem do Evangelho...”
vamos à crónica do Encontro.             sa aprendizagem de homens casados            Terminadas que foram as palavras
    Todos aguardámos, no átrio, a        e a sua posição de mulheres casadas      do Carlos Leonel, iniciaram-se os tes-
chegada do Senhor Patriarca que, de      com um padre nem sempre é fácil...”      temunhos dos participantes, come-
cara sorridente, a todos cumprimen-      E mais adiante, afirmou: “Na nossa       çando o Pacheco de Andrade por nos
tou, infundindo-nos a convicção que      reflexão, temos verificado que a His-    confessar quanto tinha gostado do
tínhamos no meio de nós Alguém que       tória é um processo de mudança e nós     último Curso Bíblico orientado pelo
nos conhecia bem como bem conhe-         somos também actores da mudança          Artur Oliveira, sobre os “Evange-
cia o nosso Movimento.                   e fazemos parte da geração que abre      lhos da Infância”. “Foi com certa des-
    Dirigimo-nos para a sala onde ia     as portas do futuro.                     confiança, disse, que aceitei o convi-
decorrer o Encontro, tendo o Carlos          A Igreja precisa de repensar a mo-   te para participar nesse Curso, pois
Leonel aberto a sessão com palavras      tivação religiosa e evangélica do ce-    pensei que ia encontrar um grupo de
de saudação ao Senhor Patriarca e,       libato...”                               colegas cheios de frustrações e, com
começando por lhe agradecer a sua            E depois de recordar que no dia      grande surpresa minha, encontrei um
presença neste Encontro, sublinhou       11 p.p. se celebrara o quadragésimo      ambiente normalíssimo, alegre, sin-
este gesto, “não isolado na sua acti-    aniversário da abertura do Concílio      cero e pleno de altruísmo, com gran-
vidade pastoral, mas antes ligado à      Vaticano II, lembrou as palavras de      de maturidade e frescura.”
coragem que teve de possuir para re-     Maria de Lurdes Pintasilgo à T.S.F.          Seguiu-se a Maria Cristina Fer-
solver a situação injusta do Pe. Feli-   e do Doutor Carlos Azevedo na Uni-       reira da Silva para nos tornar cientes
cidade bem assim como o caso do          versidade Católica. A primeira afir-     de quanto se sentia feliz por Deus lhe
nosso associado Abílio Tavares Car-      mara que “o Concílio não nasceu do       ter dado a graça de a unir a um ho-
doso e... outros...”                     zero. Nasceu da reflexão de muitos                   (continua nas págs. 6 e 7)
4                                                                                                                espiral




X ENCONTRO NACION
    Na Casa de Nossa Senhora das         viverem os irmão em harmonia!” —         abriu por mão de D. Albino Cleto,
Dores, em Fátima, realizou-se de 24      Sl. 132,1). E assim é. O que a           bispo de Coimbra, que conduzindo-
a 27 de Abril, o X Encontro              FRATERNITAS pretende com                 -nos com segurança através das di-
Nacional da Associação Fraternitas/      quanto programa e realiza é a vida       versas formas por que se fez evan-
Movimento. O X Encontro Nacional         em harmonia. E porque em harmo-          gelização no decurso destes dois
em apenas 7 anos, além de 17             nia, já não surpreende a alegria ex-     milénios de Cristianismo, nos levou
Encontros Regionais em diversos          plosiva de voltarmos a ter connosco      a concluir não podermos continuar
pontos do país e 5 Cursos Bíblicos.      o Domingos Moreira e a sua Maria         anunciando um Deus–bombeiro, um
Quem diria?!                             Celeste, nem a mais suave de go-         Deus que é remédio para tudo. E já
    Não há duvida nenhuma de que         zarmos com ver, a par dos frescos        que uma das maiores carências do
hoje a FRATERNITAS é, além de            85 anos do Manuel Ferreira da Silva,     Mundo de hoje é a da relação, a de
sólida associação, um autêntico          o rebentar da vida naquela mão           termos com quem nos relacionar, nos
movimento. Mas, movimento em             cheia de crianças e até de bebés. É      abrir, com quem partilhar, há que fa-
que sentido? Apenas num só sentido       verdade: a família da FRATER-            zer da relação um núcleo central da
— o vertical; no sentido de ser mais     NITAS contou desta vez — e que           Nova Evangelização. Daí a neces-
e serem melhores. Ser mais, como         bom que isso foi! — com a presença       sidade de um culto diferente de
                                                                                                                        Participantes no
associação, na fidelidade à Fé Cristã.   da Ana Helena que já disse “Pala-        Deus, de nova linguagem, de outras
Serem melhores os seus membros,          vra do Senhor” a uma leitura da Eu-      experiências de Igreja. Quiçá, de
no conhecimento, na vivência, no         caristia, como com a do Filipe que       inventarmos uma outra liturgia
testemunho e no serviço quotidiano       se faz a isso, da já habitual (e diria   europeia.
e circunstancial dessa mesma Fé,         mesmo: indispensável?) Joana, da do          A tarde do primeiro dia do En-
não fossem eles sacerdotes dispen-       David que ainda não sabe bem que         contro foi preenchida pela realização
sados do ministério, casados ou não.     está no Mundo, o que sucede igual-       estatutária da Assembleia Geral da
E temo-lo visto: na vida e na morte;     mente ao Samuel, e das do Daniel e       FRATERNITAS. Apreciados o
na saúde e na doença; na alegria e       do Guilherme. Enfim, é mesmo a           Relatório de Actividades de 2002-
na tristeza; no prazer e na dor; na      Vida, o mistério da Vida, aquela que     2003 e as Contas da Gerência de
companhia e na solidão; no trabalho      mais facilmente nos leva ao Mistério     2002, foram os mesmos aprovados
e na aposentação. Sempre. E nas          de Deus.                                 como não podia deixar de ser, já que,
mais diversas circunstâncias. Na             Sob o signo de “Nova Evan-           entre nós, “não é o homem que foi
verdade, algo de novo se passa en-       gelização. Novos Caminhos da             feito para o sábado, mas o sábado
tre nós.                                 Igreja”, o X Encontro Nacional           para o homem” (Mc. 2,27). Quer
    Com efeito, de cada vez que nos
juntamos para um Encontro, um
Retiro, um Curso ou apenas uma
estatutária e supostamente anódina
Assembleia Geral, mais se repercute
no ambiente e na circunstância a voz
quente e exultante do salmista: Ecce
quam bonum et quam iucundum
habitare fratres in unum! (Para os
que continuam aborrecendo o latim
jeronimiano da Vulgata, aqui vai o
português da Liturgia das Horas:
“Oh! Como é bom e agradável              Frei Bento Domingues, orientando uma das reflexões.
espiral                                                                                                              4
                                                                                                                                       5



N A L D A F R AT E R N I TA S
                                                          um consigo mesmo. À luz do Evan-           que é de todos e para todos os seres
                                                          gelho, naturalmente.”                      humanos. Será isso que a Igreja e
                                                              Por fim, foi rejeitada uma             os cristãos de hoje anunciam? Ou,
                                                          proposta de alteração aos Estatutos,       pelo contrário, a nossa maior
                                                          a qual previa que o presidente da          preocupação (e ocupação) como
                                                          direcção não podia ser reeleito para       cristãos é colocar Deus ao nosso
                                                          o mesmo cargo por mais de dois             serviço, é captar Deus para o nosso
                                                          mandatos sucessivos.                       lado?
                                                              Esta parte do X Encontro Na-                Claro que uma Nova Evan-
                                                          cional terminou com uma agradável          gelização deverá, em primeiro lugar,
                                                          notícia: a Antónia Sampaio Ferreira,       deixar Deus à vontade; como que
                                                          Secretária da Direcção, anunciou           libertá-l’O — Spiritus ubi vult
                                                          que, a partir daquela data, existia na     spirat (Jo. 3,8). Depois, perguntar:
                                                          Web uma página da FRATERNITAS,             De que é que o Mundo e a Huma-
                                                          lá passando a vir tudo. Abram-na e         nidade de hoje mais precisam? (A
                                                          leiam-na. Mais, dêem-na a ler. O           tal necessidade e até dever de escu-
X Encontro Nacional (na foto não couberam todos!...).
                                                          endereço electrónico é:                    ta). Em seguida: Que é que Deus tem
                  dizer: cumpre-se a letra dos            www.geocities.com/fraternitasmovimento.    de novo que deva ser anun-ciado? E
                  Estatutos como quem serve porque            No sábado 26 tivemos o                 anunciá-lo. Possivelmente, usando
                  ama, e não como quem serve, ou se       dominicano frei Bento Domingues            uma nova linguagem que se traduza
                  serve, por outra qualquer razão.        que, repegando o tema de “Nova             tanto em palavras como em obras.
                  Acima da lei, a pessoa do outro!        Evangelização, Novos Caminhos              E nunca esquecendo: Ninguém deita
                                                          da Igreja”, andou connosco todo o          vinho novo em odres velhos; se o
                      Também foi apreciado e votado
                                                                                                     fizer, o vinho romperá os odres e
                  favoravelmente o Plano de Ac-           dia à procura do que possa, hoje em
                                                                                                     perde-se o vinho, tal como os odres.
                  tividades para 2003-2004, o qual        dia, ser novo na Evangelização. Isto
                                                                                                     Mas, vinho novo em odres novos
                  contempla, já para 28 de Novembro/      porque, se a evangelização de Jesus
                                                                                                     (Mc. 2,22).
                  1 de Dezembro, um Curso de              de Nazaré trouxe ao Mundo de então
                                                          algo de novo (para ter sido “evan-              O X Encontro Nacional fechou
                  Actualização Teológica sobre “Os
                                                          gelização” deve ter trazido uma            com chave de ouro. Na manhã de
                  Novíssimos”. O XI Encontro Na-
                                                          nova boa), do mesmo passo a nossa          Domingo 27, precedendo a Missa de
                  cional está marcado para de 23 a 25
                                                                                                     Encerramento (uma autêntica Eu-
                  de Abril de 2004, e intensificar-se-    só será evangelização se trouxer al-
                                                                                                     -Caris-tia), o Pacheco de Andrade
                  -á a realização de Encontros            go de novo ao Mundo de hoje. Para
                                                                                                     traçou-nos — e ninguém melhor do
                  Regionais, inclusive nos Açores. O      tanto, há que indagar, em primeiro
                                                                                                     que ele para no-lo fazer — um
                  Plano de Actividades deposita igual-    lugar, se a Igreja atrai os jovens, pois
                                                                                                     retrato da personalidade, do
                  mente as maiores esperanças no bo-      trata-se de rejuvenescê-la. Em
                                                                                                     pensamento e da obra do que foi
                  letim Espiral, que “pode ser um         segundo lugar, é preciso fazer dela
                                                                                                     bispo do Porto, D. António Ferreira
                  instrumento importante, não só para     (Igreja) uma instância de escuta ao
                                                                                                     Gomes, um verdadeiro Sacerdote e
                  dar a conhecer a FRATERNITAS,           Mundo, de atenção à realidade, a fim
                                                                                                     Profeta. Só não foi rei porque, para
                  como também para nos ajudar a           de lhes poder levar depois algo de
                                                                                                     tanto, teria de violar a própria
                  reflectir sobre a problemática que      novo, no sentido de Boa-Nova.
                                                                                                     consciência, violentando-se, o que
                  envolve a situação eclesial dos seus        Na verdade, o que Jesus de Na-         D. António jamais faria. Uma
                  membros, clarificando as razões da      zaré trouxe de novo ao Mundo foi a         perpétua e permanente lição para
                  alteração de trajectória profissional   revelação de um Deus voltado para          todos nós!                         !
                  e procurando a reconciliação de cada    o ser humano (relação), de um Deus                                  A. & A.
6                                                                                                                    espiral


(continuação da pág. 3)                    Alguém que tinha dentro de si um          aqui. Nunca vos transformeis em gru-
                                           vulcão em ebulição e que ainda não        po de pressão.”
mem que vive tão intensamente o            entrara em actividade, pois era a pri-                 A Eucaristia
amor de Deus e o amor aos homens,          meira vez que contactava com gente            Terminados os trabalhos da ma-
seus irmãos, com especial relevo,          da Fraternitas, lança, em lavas           nhã, dirigimo-nos à Capela para vi-
como não podia deixar de ser, aque-        incandescentes, o que lhe ia na alma.     vermos a Eucaristia sob a presidên-
les que são mais irmãos, ela e os três     Estava ainda muito magoado, o nos-        cia do Senhor Patriarca. Embora o
filhos que, por graça de Deus, procu-      so Poço!... Esperamos em Deus que         tempo não fosse muito para a prepa-
ram ser apóstolos no meio em que           já se encontre melhor, neste momen-       ração dos cânticos, a Celebração foi
vivem. Assim, em vez de um, são cin-       to.                                       viva e participada, tornando-se assim
co a fazer apostolado e a viverem em           Porque se aproximava a hora da        o centro do Encontro. E, alimenta-
Igreja.                                    Eucaristia e uma vez que o Senhor         dos com o Pão do Espírito, fomos ali-
     O Abílio Cardoso tomou a pala-        Patriarca, que presidia à mesma, não      mentar-nos com o outro pão.
vra para nos dizer que “embora per-        dispunha de mais tempo, foram in-             Após o almoço, frugal, mas ale-
tença à Fraternitas, a sua assiduida-      terrompidas as intervenções que con-      gre e comunicativo, e depois de uns
de às actividades tem sido pouca, pois     tinuariam de tarde, após o almoço,        momentos de convívio fraterno, vol-
pensava que os objectivos desta se re-     tendo o Senhor Cardeal Patriarca en-      támos à sala para continuarmos a
duzissem a fazer renascer a nostal-        cerrado a sessão da manhã com pa-         vivência dos testemunhos.
gia e o regresso ao passado... Feliz-      lavras repassadas de amizade frater-          Estes foram iniciados por um ca-
mente que já pude sentir que é preci-      nalmente sacerdotal.                      sal novo, novo em idade e novo nos
samente o contrário e que, como pa-            Depois de saudar todos os presen-     Encontros, pois era a primeira vez
dres casados, temos um papel impor-        tes, uma vez mais, falou-nos da ale-      que tomava contacto connosco: o
tante a desempenhar na Igreja...”          gria que sentia por se encontrar no       Vicente e a Cidália, acompanhados
     A sua mulher, a Maria da Luz,         meio de nós, elementos da Fraterni-       do seu lindo pimpolho, o Samuel. A
“pegou” na palavra do Abílio e, com        tas, da aceitação que esta sempre ti-     Cidália começou por nos falar das
um misto de graça e de verdade, deu-       vera entre os elementos da Conferên-      dificuldades de vária ordem por que
nos conhecimento de que conhecera          cia Episcopal, afirmando que “Os          têm passado, a começar pela língua,
o Abílio não como padre, e muito           Bispos achavam que a Fraternitas          dado que o Vicente não é português.
menos como ex-Reitor do Seminário          poderia preencher uma lacuna exis-        Terminou o seu depoimento afirman-
dos Olivais, mas num convívio de           tente no seio da Igreja... Esta situa-    do que se sentiam felizes por terem
colegas da escola onde ambos eram          ção de padres casados é nova, na Igre-    participado neste Encontro.
professores. Foi nesse convívio que        ja, e devemos pensar que ela não es-          Depois foi a vez do nosso Presi-
a chefe da secretaria lhe falou das        tava preparada para a enfrentar. Te-      dente tomar a palavra para recordar
muitas qualidades do professor Abí-        mos de ser compreesivos para certa        a todos os presentes que um dos prin-
lio, pessoa muito inteligente e sem-       demora de abertura da legislação da       cipais objectivos da Fraternitas é en-
pre disponível para aceitar todos os       Igreja a este e outros problemas... Não   contrar um Ponto onde todos aqueles
trabalhos que mais ninguém queria.         há dúvida que o contributo da Fra-        que iniciaram uma caminhada e de-
O único problema foi quando, já ena-       ternitas tem que ser assinalado no        pois mudaram de direcção se possam
morada do professor, confessou o seu       processo histórico da Igreja em Por-      encontrar e sentir que todos fomos
tic...tac... de coração à mãe e esta lhe   tugal... Estamos num período de           chamados por Deus à felicidade e que
diz que o eleito do seu coração era        mudança... Estamos num período de         podemos chegar a Ele por caminhos
padre e que fora ele quem presidira        antítese e não sabemos bem quando         vários. “A Fraternitas apoia a mudan-
às suas Bodas de Prata!...                 chegaremos à síntese... A Igreja tem      ça assim como apoia o casamento.
     Vem a seguir o Jana, no uso da        de ter a capacidade para aceitar a        Este é uma opção válida e todos nós
palavra, para nos relatar o seu per-       pluralidade no seio da verdade e da       temos de sentir que não estamos er-
curso até ingressar na Fraternitas e o     sinceridade, como é o vosso caso...       rados. Tudo acontece por bem e para
que esta representa para ele: “[...] Um    Como Movimento de Igreja, nunca           nosso bem...”
Polo que nos tem ajudado a actuali-        deveis desistir, mas antes procurar           O Francisco Silva testemunhou,
zar a nossa formação e onde se vive        possuir a virtude da Esperança...”        depois, a alegria que sente à sua vol-
um ambiente mais fraterno, de pro-             E terminou as suas palavras de        ta quando vai de visita à Paróquia
funda amizade...”                          Pastor com um apelo: “Peço-vos que        onde exercera o sacerdócio.
     Depois... depois... foi a onda!...    procedais como o tendes feito até
espiral                                                                                                                6



                                                                     ✑         Cartas...
Estimados Consócios da Fraternitas

    Recebi o vosso postal — fruto da reunião de                    Sempre defendi e defendo que o sofrimento é
25 de Abril. Obrigado!                                           um valor. E precioso. A todos — obrigado!
    Com o auxílio duma lupa consegui ler todos                                A todos — Paz em Cristo.
os nomes: de A (Abílio) a Z (Zélia).                                                        Casal Nabais
    Nessa tarefa, a memória segredou-me o                                               Sesimbra, Maio de 2003
aforismo “se amas alguém, não lhe ouças apenas
os sons, escuta-lhes os silêncios também”. Escu-
tei.                                                               MANUEL NABAIS
    Deus brindou-nos com muitas alegrias e rosas                   Lg. D. Nuno Álvares Pereira, 17 - 1º Esqº
(dois filhos, dois netos e três netas). Hoje prova-                2970-662 SESIMBRA
                                                                   Telf.: 212 233 537
nos com os espinhos.



                                            muito bem e se comprometeu a tra-       a Igreja e os irmãos e não apenas
    Seguiu-se o testemunho do Fer-          tar da sua dispensa do exercício das    um...”
reira da Silva que nos afirmou ter-se       Ordens para que a Igreja não perdes-        A hora ia adiantada, havia alguns
recusado a responder aos inquéritos         se um filho que tanto lhe tinha dado.   participantes de longe e tínhamos de
da Santa Sé por achar que eles feri-        “Hoje, sinto-me felicíssimo no seio     encerrar o Encontro com as palavras
am a sua dignidade de homem e de            da minha família e, com a minha         do nosso Presidente, João Simão, que
padre. Valeu-lhe o Bispo D. Júlio           mulher e meus três filhos, como ela     acrescentou ao que já havia dito: “A
Tavares Rebimbas, que o conhecia            há pouco disse, somos cinco a servir    Fraternitas estabelece uma empatia
                                                                                    entre todos, cada um com seu feitio,
                Novos Sócios da FATERNITAS                                          a sua maneira de ser e de pensar, mas
                                                                                    uma coisa temos em comum, e isso
 Admitidos na Reunião de Direcção de 17 de Maio de 2003
                                                                                    nos une: o sacerdócio e a necessida-
 Nº 95 - MANUEL FERREIRA DA SILVA e MARIA CRISTINA GONÇALVES VIEIRA
                                                                                    de de nos encontrarmos para desaba-
         DE CASTRO
                                                                                    far e pôr em comum aquilo por que
         Rua Prof. Mira Fernandes, Lote 17 - 3º Dtº                                 passámos. É urgente que o caminho
         1900-380 LISBOA                                                            aberto aos nossos irmãos leigos pos-
                                                                                    sa ser o princípio de mudança na
 Nº 96 - BRÁULIO VEIGA MARTINS          e    MARIA JOSÉ    DE   ALMEIDA SANTOS
         MARTINS
                                                                                    Igreja para que esta aproveite os pa-
         Tv. 1º de Maio, 80                                                         dres casados e que renasça uma nova
         5425-052 VIDAGO                                                            Igreja de Cristo...”
                                                                                        Muitos abraços de despedida e ou-
 Nº 97 - VINCENT NORBERT DE SOUZA e CIDÁLIA JOSÉ DE MATOS COSTA
                                                                                    tro dos vossos,                     !
         Via Rara
         2695-396 SANTA IRIA DE AZÓIA                                                                Maria Antónia
 Nº 98 - DAVID MARQUES DA SILVA e PAULA DE JESUS CASTANHEIRA LOPES
                                                                                                     e Zé Sampaio
         DA SILVA
         Rua Padre Mário Martins, Lote 15 - 2º Esqº
                                                                                    Secretariado:
         2350-526 TORRES NOVAS                                                      e-mail: fraternitas@iol.pt
CONCLUSÕES
                                      DO
           X ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO FRATERNITAS MOVIMENTO
A Associação Fraternitas Movimen-                 manhã do dia 25, o Senhor D. Albino        2. É que a Igreja, para evangelizar, não
to realizou em Fátima, nos dias 24 a              Cleto, Bispo de Coimbra. Após uma             pode cair nas tentações em que Je-
27 de Abril de 2003, o seu X Encon-               elucidativa panorâmica do que foi a           sus de Nazaré não caiu, isto é, nas
tro Nacional que constou de duas par-             Evangelização na Europa durante os            tentações do poder, do domínio;
tes: uma, de reflexão sobre o tema                dois primeiros milénios de Cristianis-     3. Sendo a evangelização, de sua natu-
“Nova Evangelização. Novos Cami-                  mo, a reflexão em conjunto levou às           reza, uma “novidade”, a primeira
nhos da Igreja”, e a sessão anual ordi-           seguintes conclusões:                         coisa a fazer é descobrir o que a
nária da Assembleia Geral.                        1. Não podemos continuar com o anún-          evangelização de Jesus Cristo trou-
                     I                               cio de um Deus-bombeiro, como se           xe de novo. Essa novidade foi a re-
Sobre esta última, e depois de longa e               n’Ele e na pessoa de Jesus Cristo re-      velação de um Deus voltado para as
muito participada discussão e aprecia-               sidisse o único remédio para todos         pessoas, um Deus que é de todos sem
ção dos vários pontos da Ordem de Tra-               os males de que sofre o nosso mun-         excepção, e não um Deus apropria-
balhos por parte dos setenta sócios pre-             do;                                        do, isto é, posto ao serviço de ape-
sentes, a Assembleia Geral:                       2. Uma vez que uma das maiores ne-            nas alguns;
• Aprovou o Relatório de Actividades                 cessidades do mundo actual é a re-      4. Daí a necessidade primordial e ine-
   e as Contas da Gerência, referentes               lação inter-pessoal, a Nova Evangeli-      lutável de a Igreja estar sempre atenta
   a 2002;                                           zação terá de fazer-se também, se-         à realidade, de escutar continuamen-
• Aprovou igualmente o Plano de Ac-                  não mesmo sobretudo, pela prática          te a Humanidade e cada ser humano
   tividades para 2003 e a Previsão                  de novas formas de relação inter-pes-      nas suas aspirações, de modo a aper-
   Orçamental para o mesmo período;                  soal;                                      ceber-se do “sentido novo” que a
• Recomendou à Direcção uma pos-                  3. Nesse sentido, há que fazer apelo à        Evangelização lhes pode trazer.
   sível intensificação dos Encontros                criatividade, porventura a uma             Como consequência, o vinho novo
   Regionais e a sua eventual extensão               reinvenção da liturgia europeia, à         da evangelização só pode ser trans-
   às dioceses insulares, nomeadamen-                transformação do actual serviço so-        portado e conservado em odres no-
   te à Diocese de Angra;                            cial da Igreja em serviço de amor,         vos (Lc 2,22). A Igreja deve, por isso,
• Recomendou do mesmo passo à Di-                    em serviços que “incomodem”, e,            ser e aparecer a todo o ser humano
   recção que estude e envide esforços               sem prejuízo do sagrado, a uma re-         como instituição que escuta e serve,
   no sentido de uma prudente abertu-                modelação da linguagem cristã.             mais atenta aos de fora, nomeada-
   ra ao exterior, com o objectivo de es-                            III                        mente aos excluídos e marginaliza-
   tabelecer parcerias com outras orga-           Orientador da reflexão sobre o tema do        dos, dando-lhes voz e vez;
   nizações e movimentos laicais da               Encontro, durante o dia 26, foi o do-      5. Assim, poder-se-á encarar a nova
   Igreja, e de fraternas relações com            minicano Frei Bento Domingues que,            evangelização como instrumento
   associações e movimentos congé-                no seu estilo muito próprio e revelando       para o rejuvenescimento da Igreja.
   neres do estrangeiro;                          uma exemplar familiaridade com a              Mas aqui há, em primeiro lugar, que
• Rejeitou uma proposta de alteração              Mensagem Evangélica, nos proporcio-           perguntar: Porque é que a Igreja não
   do Artigo 9º dos Estatutos, a qual             nou chegarmos às seguintes conclusões:        atrai os jovens? Em segundo, e ten-
   previa que o Presidente da Direcção            1. A Nova Evangelização e os Novos            do em conta que, no início da Igreja,
   não podia ser eleito para o mesmo                 Caminhos da Igreja, como quer que          foram diferentes as testemunhas so-
   cargo por mais de dois mandatos su-               os entendamos, pertencem à ordem           bre o Ressuscitado, porque é que
   cessivos.                                         dos meios e não à dos fins. Por con-       hoje não há-de haver, como meio de
                                                     seguinte, devem ser sempre encara-         evangelização, a pluralidade na uni-
                     II
                                                     dos como instrumentos e nunca              dade?
No que concerne à reflexão sobre o
tema: “Nova Evangelização. Novos                     como definições de que “agora o ca-                         IV
Caminhos da Igreja”, foi orientador, na              minho é por aqui”;                      Na parte da manhã do dia 27 foi evocada
                                                                                             a grande figura da Igreja portuguesa
                                                                                             que foi D. António Ferreira Gomes,
                                                 boletim da
         espiral                                 associação fraternitas movimento
                                                                                             pelo nosso colega Caetano António
                                                                                             Pacheco de Andrade.
Rua Lourinha, 429 - Hab 2 = 4435-310 RIO TINTO
                                                 Responsável: Alberto Osório de Castro
                                                                                                                       Abril de 2003
    e-mail: a-osorio-c@clix.pt
                                                     Nº 11 - Abril/Junho de 2003
                                                                                                                    A DIRECÇÃO

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  • 1. espiral boletim da associação FRATERNITAS MOVIMENTO Nº 11 - Abril / Junho de 2003 HOJE E AMANHÃ O X Encontro Nacional da Associação Fraterni- tas Movimento foi mais um passo importante na nossa caminhada como Associação. Sobre o tema “Nova Evangelização, Novos Caminhos da Igreja” ouvimos o Senhor D. Albino Cleto, Bispo de Coimbra, e Frei Bento Domingues, OP. Faz sempre bem ouvir o que têm para nos dizer os especialistas que reflectem sobre estes temas. Disseram que tudo no mundo evolui, até mesmo a estrutura ecle- siástica. Só que, nesta, a tendência não é para evoluir nem para trilhar caminhos não andados. Como se ela estivesse sempre certa, nunca cometesse erros. Como se as concepções do mundo e das coisas, e também das pessoas, estivessem fixas, imutáveis. Como se a verda- Rostos da Fraternitas: o futuro já chegou... de toda, universal, estivesse ali clara e distinta, com- preensível a todos, abrangendo todos os sectores da vida pírito de acolhimento, mas também com a consciência humana, com respostas bastantes e adequadas para to- de que isso é o que se pode arranjar”. Há muito mais das as interrogações, angústias, necessidades, proble- para além disso. mas, aspirações. Em suma, um sistema completo, per- Uma vez institucionalizada, a Igreja organizou-se (continua na pág. 2) feito. Mas foi-nos dito lá: “O mundo da Igreja tradicional Sumário: acabou. Até o mundo da nossa infância já não existe”. Então a primeira coisa que há a fazer agora é escutar a realidade social em que a gente vive. E, quando se trata de perceber qual o sentido da caminhada a cumprir, é Ecos de... Lisboa 3 preciso ter sempre presente que o Senhor Jesus é o mais X Encontro Nacional 4/5 novo de todos nós. Ele é a vanguarda. Importa, por isso, procurar saber o que Jesus fez e ensinou, a maneira como Cartas 7 actuou, com quem se entendia, como os discípulos fo- ram apreendendo a sua mensagem através do que fazia Novos Sócios da FRATERNITAS 7 e dizia, pelo modo como abordava as pessoas e as aco- lhia e como, após a ressurreição, essa mensagem era Conclusões do X Encontro da FRATERNITAS 8 transmitida. “Cada coisa nova deve encarar-se com es-
  • 2. 2 espiral (continuação da pág. 1) 2002, da Associação Alemã dos vamente restrito. Mesmo os padres em unidades pastorais chamadas Padres católicos casados e suas Es- no activo que transgridem a lei do paróquias. Esta milenar organização posas (VKPF), por onde se vê que celibato, fazem-no de forma a evi- da Igreja em paróquias está profun- esta associação decidiu reforçar a tar a luz da publicidade por medo damente enraizada na tradição cris- divulgação das suas actividades, das sanções eclesiásticas. Então co- tã. Paroquianos eram os que viviam aumentar o serviço de consultadoria, lhe-se a impressão de se tratar de um numa determinada circunscrição valorizar a cooperação com outros problema clerical marginal, desinte- paroquial sob a responsabilidade grupos eclesiais de base e criar o ar- ressante para quem está de fora. Na dum pároco. Era na paróquia que se quivo da VKPF. verdade, é muito mais gratificante desenrolava a vida cristã das pesso- Noutro documento o actual pre- ter como alvo a visão duma Igreja as desde o nascimento até à morte. sidente, Ernst Sillmann, questiona as renovada, do que estar sempre a es- A realidade moderna subverteu vantagens de a VKPF se associar a tigmatizar injustiças concretas que esta organização, por duas ordens de outros movimentos reformadores de não atingem a grande maioria dos razões. base (p. ex., Nós Somos Igreja, Ini- membros da Igreja. Eu não auguro Em primeiro lugar, porque já não ciativa Igreja de Base, etc.) e chega um futuro esplendoroso a uma Igre- há padres em número suficiente para à conclusão de que a VKPF, tendo ja que no presente não escuta os pro- o provimento das paróquias. Em se- definido como meta a abolição da lei testos contra as injustiças, ainda que gundo lugar, porque as pessoas têm do celibato obrigatório, corre o ris- tais protestos não tenham perspecti- a possibilidade de participar nas ce- co de ficar isolada na sua reivindi- vas de êxito”. lebrações eucarísticas em qualquer cação, já que, para os outros movi- agora, também da Internet, igreja ou capela, ou noutro local ou ambiente humano onde se sintam bem. Mercê das grandes facilidades mentos reformadores, a discussão do celibato é uma questão ultrapassa- da. Há temas muito mais importan- E uma citação da alocução de despedida dum padre ame- ricano, o pároco da Igreja de Todos- de transporte, criam-se grupos de tes que preocupam esses movimen- tos. Mas a consequência disso é que -os-Santos, dos seus paroquianos, vivência e celebração da fé tendo por porque se ia casar. Dizia a dado pas- base, não já o território, mas as afi- as propostas de reforma por que se batem e a realidade eclesial se estão so: “Esta decisão é ainda mais difí- nidades pessoais. Hoje-em-dia já a afastar cada vez mais, resultando cil porque no mais íntimo do meu não temos só “paroquianos”, temos daí, por um lado, que a autoridade coração eu sinto que tenho vocação também “parqueanos”, ou seja, eclesiástica recusa o diálogo e, por para o sacerdócio ordenado da Igre- aqueles que se deslocam ao encon- outro, que os movimentos acabam ja Católica romana. Amo o sacer- tro dum líder e de pessoas com as mesmas afinidades mútuas. Mas não por se resignar. dócio. Amo o ministério. Amo a pas- deixa de ser uma pena que se tenha É neste contexto que Ernst toral. Não amo o celibato. Porque deixado perder uma instituição pa- Sillmann faz realçar a força e a fra- hoje estão ligados, não posso conti- roquial de tão grande tradição e ta- queza da VKPF no círculo dos ou- nuar. Disse-me um amigo meu: manha riqueza humana e social. tros movimentos de reforma da Igre- ‘Agora entendes o que significa ser ja: mulher na Igreja de hoje’. Talvez urante a Assembleia Geral “A nossa força está em que nós, D da nossa Associação surgi- ram várias ideias quer no sentido de a Fraternitas entrar em por experiência própria, designamos a injustiça concreta pelo nome e apresentamos sugestões concretas seja isso. É terrivelmente penoso. Por isso me preocupa o futuro da Igreja. As nossas comunidades pa- roquiais estão colocadas em situa- contacto com organizações congé- para remediar essa injustiça. ções delicadas. Continuamos a pôr neres doutros países, trocando ex- Enquanto a Igreja persistir em o celibato acima das ordens sacras, periências, quer para se escrever a manter a actual lei do celibato, ha- a abstinência sexual acima da parti- história da nossa Associação, de verá sempre gente — homens, mu- cipação eucarística. Subvertemos as como surgiu e cresceu. lheres e crianças — que sofre por nossas prioridades.” ! Já depois da nossa Assembleia causa dela e não se resignará. Geral vim a descobrir na Internet as Ao contrário, a fraqueza da conclusões duma reunião homóloga, VKPF está no facto de o círculo das Aveiro, 2003-05-24 realizada na data de 18-20 Outubro vítimas directas dessa lei ser relati- João Simão
  • 3. espiral 2 e c o s d e . . . teólogos e cristãos...”, enquanto o ... Lisboa Professor Carlos Azevedo, Vice-Rei- tor da Universidade Católica do Por- Realizou-se na Casa de Retiros da Falou, em seguida, da finalidade to, afirmara: “Não há dúvida que o Buraca, em Benfica, o IV Encontro dos Encontros Regionais, que é pro- Concílio provocou uma mudança fun- Regional de Lisboa da Fraternitas, curar dar a conhecer os verdadeiros damental na Igreja. Mas, após uma presidido pelo Senhor Cardeal Patri- objectivos e actividades da Fraterni- fase de exaltação, veio um momento arca, em que estiveram presentes 32 tas, esclarecer dúvidas e corrigir er- de decepção, ao descobrir o peso da participantes, 4 dos quais pela pri- ros ou falsas notícias...” E apontou inércia da Instituição, com resistên- meira vez. casos concretos de falsidades e men- cia à mudança...” Confirma-se, assim, a ideia de tiras, como o artigo inserido no jor- Ao terminar a saudação ao Se- quanto os Encontros Regionais são nal diocesano, Badaladas, da paró- nhor Patriarca, o Carlos Leonel afir- úteis para tornar mais conhecido o quia de Torres Vedras. mou: “Senhor Patriarca, alguns de Movimento e afastar de algumas Não é possível ignorar a incon- nós atravessaram vales tenebrosos, “mentes” a ideia de que a Fraternitas gruência teológica da ligação do ce- caminhos de humilhação, de vergo- é uma Associação de “saudosistas”. libato ao Sacramento da Ordem...” nha, de abandono, de esquecimento... Aqueles que têm coragem para ven- Sobre a nossa disponibilidade, Alguns vacilaram! Vacilaram na Fé, cer estas ideias preconcebidas — e disse que “não somos obrigados a ser uns, e outros vacilaram na confiança falsíssimas, como, depois, confir- funcionários do sagrado, mas esco- na Igreja. mam, “com saber de experiência fei- lhemos alguns caminhos para servir Mas nós estamos aqui! Estamos to”, como diria o nosso Épico — vêm, a Igreja...” aqui para dizer que estamos vivos, sentem-se bem e felizes no meio de Quanto à nossa imagem de padres que somos felizes ao lado das nossas irmãos e amigos, unidos pelo mes- casados, lembrou que “o sacerdote ca- esposas, dos nossos filhos e alguns já mo Ideal. sado não é uma nódoa na Igreja, mas junto dos netos. Vale a pena o esforço dispendido alguém que tomou uma decisão e Estamos aqui para dar testemu- pelos grupos de cada Região para que uma posição por coerência e hones- nho da nossa vida familiar, da paz os Encontros Regionais se intensifi- tidade...” interior que sentimos, do esforço que quem. Recordou ainda que “o papel das fazemos para sermos fiéis à Mensa- Mas, feito este pequeno exórdio, nossas esposas é fundamental na nos- gem do Evangelho...” vamos à crónica do Encontro. sa aprendizagem de homens casados Terminadas que foram as palavras Todos aguardámos, no átrio, a e a sua posição de mulheres casadas do Carlos Leonel, iniciaram-se os tes- chegada do Senhor Patriarca que, de com um padre nem sempre é fácil...” temunhos dos participantes, come- cara sorridente, a todos cumprimen- E mais adiante, afirmou: “Na nossa çando o Pacheco de Andrade por nos tou, infundindo-nos a convicção que reflexão, temos verificado que a His- confessar quanto tinha gostado do tínhamos no meio de nós Alguém que tória é um processo de mudança e nós último Curso Bíblico orientado pelo nos conhecia bem como bem conhe- somos também actores da mudança Artur Oliveira, sobre os “Evange- cia o nosso Movimento. e fazemos parte da geração que abre lhos da Infância”. “Foi com certa des- Dirigimo-nos para a sala onde ia as portas do futuro. confiança, disse, que aceitei o convi- decorrer o Encontro, tendo o Carlos A Igreja precisa de repensar a mo- te para participar nesse Curso, pois Leonel aberto a sessão com palavras tivação religiosa e evangélica do ce- pensei que ia encontrar um grupo de de saudação ao Senhor Patriarca e, libato...” colegas cheios de frustrações e, com começando por lhe agradecer a sua E depois de recordar que no dia grande surpresa minha, encontrei um presença neste Encontro, sublinhou 11 p.p. se celebrara o quadragésimo ambiente normalíssimo, alegre, sin- este gesto, “não isolado na sua acti- aniversário da abertura do Concílio cero e pleno de altruísmo, com gran- vidade pastoral, mas antes ligado à Vaticano II, lembrou as palavras de de maturidade e frescura.” coragem que teve de possuir para re- Maria de Lurdes Pintasilgo à T.S.F. Seguiu-se a Maria Cristina Fer- solver a situação injusta do Pe. Feli- e do Doutor Carlos Azevedo na Uni- reira da Silva para nos tornar cientes cidade bem assim como o caso do versidade Católica. A primeira afir- de quanto se sentia feliz por Deus lhe nosso associado Abílio Tavares Car- mara que “o Concílio não nasceu do ter dado a graça de a unir a um ho- doso e... outros...” zero. Nasceu da reflexão de muitos (continua nas págs. 6 e 7)
  • 4. 4 espiral X ENCONTRO NACION Na Casa de Nossa Senhora das viverem os irmão em harmonia!” — abriu por mão de D. Albino Cleto, Dores, em Fátima, realizou-se de 24 Sl. 132,1). E assim é. O que a bispo de Coimbra, que conduzindo- a 27 de Abril, o X Encontro FRATERNITAS pretende com -nos com segurança através das di- Nacional da Associação Fraternitas/ quanto programa e realiza é a vida versas formas por que se fez evan- Movimento. O X Encontro Nacional em harmonia. E porque em harmo- gelização no decurso destes dois em apenas 7 anos, além de 17 nia, já não surpreende a alegria ex- milénios de Cristianismo, nos levou Encontros Regionais em diversos plosiva de voltarmos a ter connosco a concluir não podermos continuar pontos do país e 5 Cursos Bíblicos. o Domingos Moreira e a sua Maria anunciando um Deus–bombeiro, um Quem diria?! Celeste, nem a mais suave de go- Deus que é remédio para tudo. E já Não há duvida nenhuma de que zarmos com ver, a par dos frescos que uma das maiores carências do hoje a FRATERNITAS é, além de 85 anos do Manuel Ferreira da Silva, Mundo de hoje é a da relação, a de sólida associação, um autêntico o rebentar da vida naquela mão termos com quem nos relacionar, nos movimento. Mas, movimento em cheia de crianças e até de bebés. É abrir, com quem partilhar, há que fa- que sentido? Apenas num só sentido verdade: a família da FRATER- zer da relação um núcleo central da — o vertical; no sentido de ser mais NITAS contou desta vez — e que Nova Evangelização. Daí a neces- e serem melhores. Ser mais, como bom que isso foi! — com a presença sidade de um culto diferente de Participantes no associação, na fidelidade à Fé Cristã. da Ana Helena que já disse “Pala- Deus, de nova linguagem, de outras Serem melhores os seus membros, vra do Senhor” a uma leitura da Eu- experiências de Igreja. Quiçá, de no conhecimento, na vivência, no caristia, como com a do Filipe que inventarmos uma outra liturgia testemunho e no serviço quotidiano se faz a isso, da já habitual (e diria europeia. e circunstancial dessa mesma Fé, mesmo: indispensável?) Joana, da do A tarde do primeiro dia do En- não fossem eles sacerdotes dispen- David que ainda não sabe bem que contro foi preenchida pela realização sados do ministério, casados ou não. está no Mundo, o que sucede igual- estatutária da Assembleia Geral da E temo-lo visto: na vida e na morte; mente ao Samuel, e das do Daniel e FRATERNITAS. Apreciados o na saúde e na doença; na alegria e do Guilherme. Enfim, é mesmo a Relatório de Actividades de 2002- na tristeza; no prazer e na dor; na Vida, o mistério da Vida, aquela que 2003 e as Contas da Gerência de companhia e na solidão; no trabalho mais facilmente nos leva ao Mistério 2002, foram os mesmos aprovados e na aposentação. Sempre. E nas de Deus. como não podia deixar de ser, já que, mais diversas circunstâncias. Na Sob o signo de “Nova Evan- entre nós, “não é o homem que foi verdade, algo de novo se passa en- gelização. Novos Caminhos da feito para o sábado, mas o sábado tre nós. Igreja”, o X Encontro Nacional para o homem” (Mc. 2,27). Quer Com efeito, de cada vez que nos juntamos para um Encontro, um Retiro, um Curso ou apenas uma estatutária e supostamente anódina Assembleia Geral, mais se repercute no ambiente e na circunstância a voz quente e exultante do salmista: Ecce quam bonum et quam iucundum habitare fratres in unum! (Para os que continuam aborrecendo o latim jeronimiano da Vulgata, aqui vai o português da Liturgia das Horas: “Oh! Como é bom e agradável Frei Bento Domingues, orientando uma das reflexões.
  • 5. espiral 4 5 N A L D A F R AT E R N I TA S um consigo mesmo. À luz do Evan- que é de todos e para todos os seres gelho, naturalmente.” humanos. Será isso que a Igreja e Por fim, foi rejeitada uma os cristãos de hoje anunciam? Ou, proposta de alteração aos Estatutos, pelo contrário, a nossa maior a qual previa que o presidente da preocupação (e ocupação) como direcção não podia ser reeleito para cristãos é colocar Deus ao nosso o mesmo cargo por mais de dois serviço, é captar Deus para o nosso mandatos sucessivos. lado? Esta parte do X Encontro Na- Claro que uma Nova Evan- cional terminou com uma agradável gelização deverá, em primeiro lugar, notícia: a Antónia Sampaio Ferreira, deixar Deus à vontade; como que Secretária da Direcção, anunciou libertá-l’O — Spiritus ubi vult que, a partir daquela data, existia na spirat (Jo. 3,8). Depois, perguntar: Web uma página da FRATERNITAS, De que é que o Mundo e a Huma- lá passando a vir tudo. Abram-na e nidade de hoje mais precisam? (A leiam-na. Mais, dêem-na a ler. O tal necessidade e até dever de escu- X Encontro Nacional (na foto não couberam todos!...). endereço electrónico é: ta). Em seguida: Que é que Deus tem dizer: cumpre-se a letra dos www.geocities.com/fraternitasmovimento. de novo que deva ser anun-ciado? E Estatutos como quem serve porque No sábado 26 tivemos o anunciá-lo. Possivelmente, usando ama, e não como quem serve, ou se dominicano frei Bento Domingues uma nova linguagem que se traduza serve, por outra qualquer razão. que, repegando o tema de “Nova tanto em palavras como em obras. Acima da lei, a pessoa do outro! Evangelização, Novos Caminhos E nunca esquecendo: Ninguém deita da Igreja”, andou connosco todo o vinho novo em odres velhos; se o Também foi apreciado e votado fizer, o vinho romperá os odres e favoravelmente o Plano de Ac- dia à procura do que possa, hoje em perde-se o vinho, tal como os odres. tividades para 2003-2004, o qual dia, ser novo na Evangelização. Isto Mas, vinho novo em odres novos contempla, já para 28 de Novembro/ porque, se a evangelização de Jesus (Mc. 2,22). 1 de Dezembro, um Curso de de Nazaré trouxe ao Mundo de então algo de novo (para ter sido “evan- O X Encontro Nacional fechou Actualização Teológica sobre “Os gelização” deve ter trazido uma com chave de ouro. Na manhã de Novíssimos”. O XI Encontro Na- nova boa), do mesmo passo a nossa Domingo 27, precedendo a Missa de cional está marcado para de 23 a 25 Encerramento (uma autêntica Eu- de Abril de 2004, e intensificar-se- só será evangelização se trouxer al- -Caris-tia), o Pacheco de Andrade -á a realização de Encontros go de novo ao Mundo de hoje. Para traçou-nos — e ninguém melhor do Regionais, inclusive nos Açores. O tanto, há que indagar, em primeiro que ele para no-lo fazer — um Plano de Actividades deposita igual- lugar, se a Igreja atrai os jovens, pois retrato da personalidade, do mente as maiores esperanças no bo- trata-se de rejuvenescê-la. Em pensamento e da obra do que foi letim Espiral, que “pode ser um segundo lugar, é preciso fazer dela bispo do Porto, D. António Ferreira instrumento importante, não só para (Igreja) uma instância de escuta ao Gomes, um verdadeiro Sacerdote e dar a conhecer a FRATERNITAS, Mundo, de atenção à realidade, a fim Profeta. Só não foi rei porque, para como também para nos ajudar a de lhes poder levar depois algo de tanto, teria de violar a própria reflectir sobre a problemática que novo, no sentido de Boa-Nova. consciência, violentando-se, o que envolve a situação eclesial dos seus Na verdade, o que Jesus de Na- D. António jamais faria. Uma membros, clarificando as razões da zaré trouxe de novo ao Mundo foi a perpétua e permanente lição para alteração de trajectória profissional revelação de um Deus voltado para todos nós! ! e procurando a reconciliação de cada o ser humano (relação), de um Deus A. & A.
  • 6. 6 espiral (continuação da pág. 3) Alguém que tinha dentro de si um aqui. Nunca vos transformeis em gru- vulcão em ebulição e que ainda não po de pressão.” mem que vive tão intensamente o entrara em actividade, pois era a pri- A Eucaristia amor de Deus e o amor aos homens, meira vez que contactava com gente Terminados os trabalhos da ma- seus irmãos, com especial relevo, da Fraternitas, lança, em lavas nhã, dirigimo-nos à Capela para vi- como não podia deixar de ser, aque- incandescentes, o que lhe ia na alma. vermos a Eucaristia sob a presidên- les que são mais irmãos, ela e os três Estava ainda muito magoado, o nos- cia do Senhor Patriarca. Embora o filhos que, por graça de Deus, procu- so Poço!... Esperamos em Deus que tempo não fosse muito para a prepa- ram ser apóstolos no meio em que já se encontre melhor, neste momen- ração dos cânticos, a Celebração foi vivem. Assim, em vez de um, são cin- to. viva e participada, tornando-se assim co a fazer apostolado e a viverem em Porque se aproximava a hora da o centro do Encontro. E, alimenta- Igreja. Eucaristia e uma vez que o Senhor dos com o Pão do Espírito, fomos ali- O Abílio Cardoso tomou a pala- Patriarca, que presidia à mesma, não mentar-nos com o outro pão. vra para nos dizer que “embora per- dispunha de mais tempo, foram in- Após o almoço, frugal, mas ale- tença à Fraternitas, a sua assiduida- terrompidas as intervenções que con- gre e comunicativo, e depois de uns de às actividades tem sido pouca, pois tinuariam de tarde, após o almoço, momentos de convívio fraterno, vol- pensava que os objectivos desta se re- tendo o Senhor Cardeal Patriarca en- támos à sala para continuarmos a duzissem a fazer renascer a nostal- cerrado a sessão da manhã com pa- vivência dos testemunhos. gia e o regresso ao passado... Feliz- lavras repassadas de amizade frater- Estes foram iniciados por um ca- mente que já pude sentir que é preci- nalmente sacerdotal. sal novo, novo em idade e novo nos samente o contrário e que, como pa- Depois de saudar todos os presen- Encontros, pois era a primeira vez dres casados, temos um papel impor- tes, uma vez mais, falou-nos da ale- que tomava contacto connosco: o tante a desempenhar na Igreja...” gria que sentia por se encontrar no Vicente e a Cidália, acompanhados A sua mulher, a Maria da Luz, meio de nós, elementos da Fraterni- do seu lindo pimpolho, o Samuel. A “pegou” na palavra do Abílio e, com tas, da aceitação que esta sempre ti- Cidália começou por nos falar das um misto de graça e de verdade, deu- vera entre os elementos da Conferên- dificuldades de vária ordem por que nos conhecimento de que conhecera cia Episcopal, afirmando que “Os têm passado, a começar pela língua, o Abílio não como padre, e muito Bispos achavam que a Fraternitas dado que o Vicente não é português. menos como ex-Reitor do Seminário poderia preencher uma lacuna exis- Terminou o seu depoimento afirman- dos Olivais, mas num convívio de tente no seio da Igreja... Esta situa- do que se sentiam felizes por terem colegas da escola onde ambos eram ção de padres casados é nova, na Igre- participado neste Encontro. professores. Foi nesse convívio que ja, e devemos pensar que ela não es- Depois foi a vez do nosso Presi- a chefe da secretaria lhe falou das tava preparada para a enfrentar. Te- dente tomar a palavra para recordar muitas qualidades do professor Abí- mos de ser compreesivos para certa a todos os presentes que um dos prin- lio, pessoa muito inteligente e sem- demora de abertura da legislação da cipais objectivos da Fraternitas é en- pre disponível para aceitar todos os Igreja a este e outros problemas... Não contrar um Ponto onde todos aqueles trabalhos que mais ninguém queria. há dúvida que o contributo da Fra- que iniciaram uma caminhada e de- O único problema foi quando, já ena- ternitas tem que ser assinalado no pois mudaram de direcção se possam morada do professor, confessou o seu processo histórico da Igreja em Por- encontrar e sentir que todos fomos tic...tac... de coração à mãe e esta lhe tugal... Estamos num período de chamados por Deus à felicidade e que diz que o eleito do seu coração era mudança... Estamos num período de podemos chegar a Ele por caminhos padre e que fora ele quem presidira antítese e não sabemos bem quando vários. “A Fraternitas apoia a mudan- às suas Bodas de Prata!... chegaremos à síntese... A Igreja tem ça assim como apoia o casamento. Vem a seguir o Jana, no uso da de ter a capacidade para aceitar a Este é uma opção válida e todos nós palavra, para nos relatar o seu per- pluralidade no seio da verdade e da temos de sentir que não estamos er- curso até ingressar na Fraternitas e o sinceridade, como é o vosso caso... rados. Tudo acontece por bem e para que esta representa para ele: “[...] Um Como Movimento de Igreja, nunca nosso bem...” Polo que nos tem ajudado a actuali- deveis desistir, mas antes procurar O Francisco Silva testemunhou, zar a nossa formação e onde se vive possuir a virtude da Esperança...” depois, a alegria que sente à sua vol- um ambiente mais fraterno, de pro- E terminou as suas palavras de ta quando vai de visita à Paróquia funda amizade...” Pastor com um apelo: “Peço-vos que onde exercera o sacerdócio. Depois... depois... foi a onda!... procedais como o tendes feito até
  • 7. espiral 6 ✑ Cartas... Estimados Consócios da Fraternitas Recebi o vosso postal — fruto da reunião de Sempre defendi e defendo que o sofrimento é 25 de Abril. Obrigado! um valor. E precioso. A todos — obrigado! Com o auxílio duma lupa consegui ler todos A todos — Paz em Cristo. os nomes: de A (Abílio) a Z (Zélia). Casal Nabais Nessa tarefa, a memória segredou-me o Sesimbra, Maio de 2003 aforismo “se amas alguém, não lhe ouças apenas os sons, escuta-lhes os silêncios também”. Escu- tei. MANUEL NABAIS Deus brindou-nos com muitas alegrias e rosas Lg. D. Nuno Álvares Pereira, 17 - 1º Esqº (dois filhos, dois netos e três netas). Hoje prova- 2970-662 SESIMBRA Telf.: 212 233 537 nos com os espinhos. muito bem e se comprometeu a tra- a Igreja e os irmãos e não apenas Seguiu-se o testemunho do Fer- tar da sua dispensa do exercício das um...” reira da Silva que nos afirmou ter-se Ordens para que a Igreja não perdes- A hora ia adiantada, havia alguns recusado a responder aos inquéritos se um filho que tanto lhe tinha dado. participantes de longe e tínhamos de da Santa Sé por achar que eles feri- “Hoje, sinto-me felicíssimo no seio encerrar o Encontro com as palavras am a sua dignidade de homem e de da minha família e, com a minha do nosso Presidente, João Simão, que padre. Valeu-lhe o Bispo D. Júlio mulher e meus três filhos, como ela acrescentou ao que já havia dito: “A Tavares Rebimbas, que o conhecia há pouco disse, somos cinco a servir Fraternitas estabelece uma empatia entre todos, cada um com seu feitio, Novos Sócios da FATERNITAS a sua maneira de ser e de pensar, mas uma coisa temos em comum, e isso Admitidos na Reunião de Direcção de 17 de Maio de 2003 nos une: o sacerdócio e a necessida- Nº 95 - MANUEL FERREIRA DA SILVA e MARIA CRISTINA GONÇALVES VIEIRA de de nos encontrarmos para desaba- DE CASTRO far e pôr em comum aquilo por que Rua Prof. Mira Fernandes, Lote 17 - 3º Dtº passámos. É urgente que o caminho 1900-380 LISBOA aberto aos nossos irmãos leigos pos- sa ser o princípio de mudança na Nº 96 - BRÁULIO VEIGA MARTINS e MARIA JOSÉ DE ALMEIDA SANTOS MARTINS Igreja para que esta aproveite os pa- Tv. 1º de Maio, 80 dres casados e que renasça uma nova 5425-052 VIDAGO Igreja de Cristo...” Muitos abraços de despedida e ou- Nº 97 - VINCENT NORBERT DE SOUZA e CIDÁLIA JOSÉ DE MATOS COSTA tro dos vossos, ! Via Rara 2695-396 SANTA IRIA DE AZÓIA Maria Antónia Nº 98 - DAVID MARQUES DA SILVA e PAULA DE JESUS CASTANHEIRA LOPES e Zé Sampaio DA SILVA Rua Padre Mário Martins, Lote 15 - 2º Esqº Secretariado: 2350-526 TORRES NOVAS e-mail: fraternitas@iol.pt
  • 8. CONCLUSÕES DO X ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO FRATERNITAS MOVIMENTO A Associação Fraternitas Movimen- manhã do dia 25, o Senhor D. Albino 2. É que a Igreja, para evangelizar, não to realizou em Fátima, nos dias 24 a Cleto, Bispo de Coimbra. Após uma pode cair nas tentações em que Je- 27 de Abril de 2003, o seu X Encon- elucidativa panorâmica do que foi a sus de Nazaré não caiu, isto é, nas tro Nacional que constou de duas par- Evangelização na Europa durante os tentações do poder, do domínio; tes: uma, de reflexão sobre o tema dois primeiros milénios de Cristianis- 3. Sendo a evangelização, de sua natu- “Nova Evangelização. Novos Cami- mo, a reflexão em conjunto levou às reza, uma “novidade”, a primeira nhos da Igreja”, e a sessão anual ordi- seguintes conclusões: coisa a fazer é descobrir o que a nária da Assembleia Geral. 1. Não podemos continuar com o anún- evangelização de Jesus Cristo trou- I cio de um Deus-bombeiro, como se xe de novo. Essa novidade foi a re- Sobre esta última, e depois de longa e n’Ele e na pessoa de Jesus Cristo re- velação de um Deus voltado para as muito participada discussão e aprecia- sidisse o único remédio para todos pessoas, um Deus que é de todos sem ção dos vários pontos da Ordem de Tra- os males de que sofre o nosso mun- excepção, e não um Deus apropria- balhos por parte dos setenta sócios pre- do; do, isto é, posto ao serviço de ape- sentes, a Assembleia Geral: 2. Uma vez que uma das maiores ne- nas alguns; • Aprovou o Relatório de Actividades cessidades do mundo actual é a re- 4. Daí a necessidade primordial e ine- e as Contas da Gerência, referentes lação inter-pessoal, a Nova Evangeli- lutável de a Igreja estar sempre atenta a 2002; zação terá de fazer-se também, se- à realidade, de escutar continuamen- • Aprovou igualmente o Plano de Ac- não mesmo sobretudo, pela prática te a Humanidade e cada ser humano tividades para 2003 e a Previsão de novas formas de relação inter-pes- nas suas aspirações, de modo a aper- Orçamental para o mesmo período; soal; ceber-se do “sentido novo” que a • Recomendou à Direcção uma pos- 3. Nesse sentido, há que fazer apelo à Evangelização lhes pode trazer. sível intensificação dos Encontros criatividade, porventura a uma Como consequência, o vinho novo Regionais e a sua eventual extensão reinvenção da liturgia europeia, à da evangelização só pode ser trans- às dioceses insulares, nomeadamen- transformação do actual serviço so- portado e conservado em odres no- te à Diocese de Angra; cial da Igreja em serviço de amor, vos (Lc 2,22). A Igreja deve, por isso, • Recomendou do mesmo passo à Di- em serviços que “incomodem”, e, ser e aparecer a todo o ser humano recção que estude e envide esforços sem prejuízo do sagrado, a uma re- como instituição que escuta e serve, no sentido de uma prudente abertu- modelação da linguagem cristã. mais atenta aos de fora, nomeada- ra ao exterior, com o objectivo de es- III mente aos excluídos e marginaliza- tabelecer parcerias com outras orga- Orientador da reflexão sobre o tema do dos, dando-lhes voz e vez; nizações e movimentos laicais da Encontro, durante o dia 26, foi o do- 5. Assim, poder-se-á encarar a nova Igreja, e de fraternas relações com minicano Frei Bento Domingues que, evangelização como instrumento associações e movimentos congé- no seu estilo muito próprio e revelando para o rejuvenescimento da Igreja. neres do estrangeiro; uma exemplar familiaridade com a Mas aqui há, em primeiro lugar, que • Rejeitou uma proposta de alteração Mensagem Evangélica, nos proporcio- perguntar: Porque é que a Igreja não do Artigo 9º dos Estatutos, a qual nou chegarmos às seguintes conclusões: atrai os jovens? Em segundo, e ten- previa que o Presidente da Direcção 1. A Nova Evangelização e os Novos do em conta que, no início da Igreja, não podia ser eleito para o mesmo Caminhos da Igreja, como quer que foram diferentes as testemunhas so- cargo por mais de dois mandatos su- os entendamos, pertencem à ordem bre o Ressuscitado, porque é que cessivos. dos meios e não à dos fins. Por con- hoje não há-de haver, como meio de seguinte, devem ser sempre encara- evangelização, a pluralidade na uni- II dos como instrumentos e nunca dade? No que concerne à reflexão sobre o tema: “Nova Evangelização. Novos como definições de que “agora o ca- IV Caminhos da Igreja”, foi orientador, na minho é por aqui”; Na parte da manhã do dia 27 foi evocada a grande figura da Igreja portuguesa que foi D. António Ferreira Gomes, boletim da espiral associação fraternitas movimento pelo nosso colega Caetano António Pacheco de Andrade. Rua Lourinha, 429 - Hab 2 = 4435-310 RIO TINTO Responsável: Alberto Osório de Castro Abril de 2003 e-mail: a-osorio-c@clix.pt Nº 11 - Abril/Junho de 2003 A DIRECÇÃO