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MAQUININHAS LTDA
ChuvaeLama
Por que tinha que chover justo hoje? —
perguntou Toninho frustrado. Ele estava
na janela olhando a chuva. — Eu queria
brincar lá fora com o Pedro, mas agora não
posso.
— Por que não fazemos algo juntos?
— perguntou o vovô Juca.
— Como o que?
— Olha, se você quiser eu posso...
— Contar uma história? — perguntou
Toninho todo animado.
— É. Conheço uma boa “história de tem-
pestade”. Você quer tomar um chocolate
quente? Depois eu conto a história.
— Legal! — disse Toninho.
◆ ◆ ◆
Já fazia quase uma semana que o tempo
estava nublado e chuvoso. Estava ficando
cada vez mais difícil para a empresa Maqui-
ninhas Ltda. trabalhar. A terra estava toda
mole e virou lama. As máquinas de constru-
ção tinham que trabalhar com muito cuidado
para não ficarem atoladas na lama.
Sexta-feira, o quinto dia de tempo ruim,
foi o mais chuvoso de todos.
O braço de Guindaste balançava de um
lado para o outro com o vento, até algu-
mas máquinas de construção virem prender
melhor seu braço para não acabar sendo
arrancado pelo vento.
Mal dava para trabalhar porque só con-
seguiam se assegurar de que nada quebrava
por causa da tempestade.
O sr. Supervisor não queria correr o risco
de acontecer algum acidente, então mandou
todas as máquinas tirarem o dia de folga.
— É melhor esperarmos essa tempestade
passar — disse o sr. Supervisor gritando por
causa do barulho da tempestade. — Por que
não pegam suas coisas e vão para casa.
Amanhã a gente vê se a tempestade passou.
Todos começaram a guardar tudo bem
rapidinho, para poderem ir antes que a tem-
pestade ficasse pior.
— Socorro! Socorro!
A tempestade abafava a voz que pedia
ajuda e quase nem dava para escutar.
— Venham! — disse Escavinha para
todos. — Vamos ver o que aconteceu. Acho
que é a Natasha.
Lá estava Natasha Despacha, em um
canto da obra, pedindo socorro. Ela estava
a caminho de casa quando escorregou e
caiu numa vala de lama. Tentou várias vezes
sair, mas nem conseguia se mexer. Suas
rodas só patinavam e jogavam lama por
todo lado.
Várias máquinas foram ao barranco para
ver o que tinha acontecido.
— Por favor, alguém me ajude! — gritou
Natasha. — Só quero ir para casa e me
limpar.
— Tente sair de novo — Dentico sugeriu.
— Não vai funcionar.
— Tente de novo. Talvez desta vez fun-
cione.
Natasha girou as rodas o mais rápido
que conseguia, mas em vez disso tirá-la da
vala, as rodas só jogaram lama por todo
lado.
— Eca! — disse Pinta Faixa. — Você me
sujou toda de lama. Eu já estava suja o bas-
tante.
— Desculpa — disse Natasha, já triste.
— Acho que não vamos poder ajudar
você — disse Dentico. — Talvez tenha que
ficar aí até a tempestade passar e a lama
secar um pouco.
— Você está pronta para ir para casa,
dona Pinta Faixa? — perguntou o sr. Rolo
Compressor ao chegar no local.
— Quase. Estou suja demais — reclamou.
— A Natasha jogou lama em mim.
— Que coisa feia — respondeu Rolo
Compressor com cara feia.
— Mas a Natasha está presa na lama
— disse o Escavinha. Ela não teve culpa.
— Olha, eu não gosto nem de lama nem
de terra, então se a dona Pinta Faixa estiver
pronta, eu vou embora — disse Rolo Com-
pressor.
Mas quando se virou para ir embora,
escorregou na beira do barranco e caiu na
vala, do lado de Natasha.
— Minha nossa! — gritou a dona Pinta
Faixa.
Ela tentou ajudar Rolo Compressor a sair,
mas acabou caindo na vala também. Agora
Natasha, Rolo Compressor e Pinta Faixa
estavam presos na lama e não conseguiam
sair.
Rolo Compressor não ficou nada feliz com
o que aconteceu.
— Dona Natasha! — gritou. — Se a
senhora tivesse tido mais cuidado para não
cair na vala, nada disso teria acontecido.
— A culpa não é dela — disse Dentico.
— Acho melhor eu sair daqui antes de
cair nessa vala também — disse Betoneira.
— Não pode nos deixar aqui! — gritou
Rolo Compressor.
— O que você quer que eu faça? — per-
guntou Betoneira.
— Que nos dê uma mãozinha, é claro!
— E cair nessa vala como vocês? Não
vou não.
— Talvez o sr. Supervisor saiba o que
fazer — disse Natasha.
— Eu também acho, — disse Escavinha.
— Mas ele foi embora faz uns 15 minutos.
— O que vamos fazer? — perguntou
Pinta Faixa.
— Acho que deveríamos trabalhar juntos
para ajudar vocês três — disse Guindaste,
que até então só observava em silêncio.
— Acho melhor não — disse Betoneira.
— Eles são nossos amigos — respondeu
Guindaste. — Amigos devem se ajudar uns
aos outros. Se você estivesse com dificulda-
des, não gostaria que alguém a ajudasse?
— Guindaste tem razão — disse Dentico.
— Posso ajudar se tiver algo que eu possa
fazer.
— Eu também — disse Escavinha.
— Podem contar comigo — disse Beto-
neira.
— Eu tenho um plano — explicou Guin-
daste. — Escavinha, você pode chamar Pla-
nador? A ajuda dele seria bem-vinda.
Apesar da chuva, as máquinas trabalha-
ram juntas para tirar seus três amiguinhos
da lama. Escavinha tirou um pouco da lama
com seu braço comprido. Dentico encontrou
umas tábuas para colocar na frente das
rodas da Natasha. Betoneira ia puxar uma
corda que estava amarrada na Natasha
para ajudá-la a sair da vala. Guindaste
organizou o resgate da Natasha. Enquanto
isso, Planador desceu para empurrar
Natasha, porque as esteiras dele não fica-
vam presas na lama.
Depois de empurrar e puxar um pouco
com muita determinação, Natasha conse-
guiu sair da lama. Depois foi a vez de Rolo
Compressor e Pinta Faixa saírem.
— Muito obrigada, — disse Natasha.
— Que bom ter amigos como vocês!
— Foi um prazer poder ajudar — respon-
deu Guindaste.
— Sinto muito tê-la tratado mal — disse
Pinta Faixa. — Eu deveria ter pensado em
ajudá-la e não ficar só pensando em mim
mesma e em não me sujar. Fui muito boba.
— Tudo bem — respondeu Natasha.
— Está desculpada.
— Você me perdoa também? — per-
guntou Rolo Compressor. — Sinto muito
ter ficado zangado com você. Da próxima
vez vou pensar no que eu faria se estivesse
no lugar do outro quando vir alguém em
dificuldades. Assim talvez possa ser uma
ajuda.
— Não se preocupe, Rolo Compressor
— disse Natasha. — Eu te perdôo. Essa
semana foi difícil para todos nós.
— Agora que estamos todos livres, vamos
para casa — sugeriu Planador.
E assim, todos partiram em direção à
garagem, para se protegerem do vento, da
chuva e da tempestade.
◆ ◆ ◆
— Que história legal! — disse Toninho.
— Que bom que Guindaste, Dentico, Plana-
dor e Betoneira ajudaram seus amigos.
— É, que bom — respondeu o vovô.
— Um dia desses talvez você esteja preso
numa situação difícil e precise de ajuda. E se
tiver sido um bom amigo e tido consideração
pelos seus amigos, eles vão ajudá-lo quando
você precisar.
— Olhe, vovô! A chuva parou! — excla-
mou Toninho. — E tem um arco-íris no céu.
Posso brincar lá fora agora?
— Claro. Mas lembre-se de usar as botas.
Está cheio de poça d’água.
— Obrigado, vovô. E obrigado pela histó-
ria.
Jane, posso te
ajudar. Assim você
termina mais
rápido.
Que
gentil, Rui.
Obrigada!
MORAL : É importante
tratar os outros e ajudá-
los como você gostaria de
ser tratado e ajudado. A
gentileza e a amizade que
demonstrar aos outros
voltará para você.

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Chuva e Lama

  • 2. Por que tinha que chover justo hoje? — perguntou Toninho frustrado. Ele estava na janela olhando a chuva. — Eu queria brincar lá fora com o Pedro, mas agora não posso. — Por que não fazemos algo juntos? — perguntou o vovô Juca. — Como o que? — Olha, se você quiser eu posso... — Contar uma história? — perguntou Toninho todo animado. — É. Conheço uma boa “história de tem- pestade”. Você quer tomar um chocolate quente? Depois eu conto a história. — Legal! — disse Toninho. ◆ ◆ ◆ Já fazia quase uma semana que o tempo estava nublado e chuvoso. Estava ficando cada vez mais difícil para a empresa Maqui- ninhas Ltda. trabalhar. A terra estava toda mole e virou lama. As máquinas de constru- ção tinham que trabalhar com muito cuidado para não ficarem atoladas na lama. Sexta-feira, o quinto dia de tempo ruim, foi o mais chuvoso de todos. O braço de Guindaste balançava de um lado para o outro com o vento, até algu-
  • 3.
  • 4. mas máquinas de construção virem prender melhor seu braço para não acabar sendo arrancado pelo vento. Mal dava para trabalhar porque só con- seguiam se assegurar de que nada quebrava por causa da tempestade. O sr. Supervisor não queria correr o risco de acontecer algum acidente, então mandou todas as máquinas tirarem o dia de folga. — É melhor esperarmos essa tempestade passar — disse o sr. Supervisor gritando por causa do barulho da tempestade. — Por que não pegam suas coisas e vão para casa. Amanhã a gente vê se a tempestade passou. Todos começaram a guardar tudo bem rapidinho, para poderem ir antes que a tem- pestade ficasse pior. — Socorro! Socorro! A tempestade abafava a voz que pedia ajuda e quase nem dava para escutar. — Venham! — disse Escavinha para todos. — Vamos ver o que aconteceu. Acho que é a Natasha. Lá estava Natasha Despacha, em um canto da obra, pedindo socorro. Ela estava a caminho de casa quando escorregou e caiu numa vala de lama. Tentou várias vezes sair, mas nem conseguia se mexer. Suas rodas só patinavam e jogavam lama por
  • 5.
  • 6. todo lado. Várias máquinas foram ao barranco para ver o que tinha acontecido. — Por favor, alguém me ajude! — gritou Natasha. — Só quero ir para casa e me limpar. — Tente sair de novo — Dentico sugeriu. — Não vai funcionar. — Tente de novo. Talvez desta vez fun- cione. Natasha girou as rodas o mais rápido que conseguia, mas em vez disso tirá-la da vala, as rodas só jogaram lama por todo lado. — Eca! — disse Pinta Faixa. — Você me sujou toda de lama. Eu já estava suja o bas- tante. — Desculpa — disse Natasha, já triste. — Acho que não vamos poder ajudar você — disse Dentico. — Talvez tenha que ficar aí até a tempestade passar e a lama secar um pouco. — Você está pronta para ir para casa, dona Pinta Faixa? — perguntou o sr. Rolo Compressor ao chegar no local. — Quase. Estou suja demais — reclamou. — A Natasha jogou lama em mim. — Que coisa feia — respondeu Rolo Compressor com cara feia.
  • 7.
  • 8. — Mas a Natasha está presa na lama — disse o Escavinha. Ela não teve culpa. — Olha, eu não gosto nem de lama nem de terra, então se a dona Pinta Faixa estiver pronta, eu vou embora — disse Rolo Com- pressor. Mas quando se virou para ir embora, escorregou na beira do barranco e caiu na vala, do lado de Natasha. — Minha nossa! — gritou a dona Pinta Faixa. Ela tentou ajudar Rolo Compressor a sair, mas acabou caindo na vala também. Agora Natasha, Rolo Compressor e Pinta Faixa estavam presos na lama e não conseguiam sair. Rolo Compressor não ficou nada feliz com o que aconteceu. — Dona Natasha! — gritou. — Se a senhora tivesse tido mais cuidado para não cair na vala, nada disso teria acontecido. — A culpa não é dela — disse Dentico. — Acho melhor eu sair daqui antes de cair nessa vala também — disse Betoneira. — Não pode nos deixar aqui! — gritou Rolo Compressor. — O que você quer que eu faça? — per- guntou Betoneira. — Que nos dê uma mãozinha, é claro!
  • 9.
  • 10. — E cair nessa vala como vocês? Não vou não. — Talvez o sr. Supervisor saiba o que fazer — disse Natasha. — Eu também acho, — disse Escavinha. — Mas ele foi embora faz uns 15 minutos. — O que vamos fazer? — perguntou Pinta Faixa. — Acho que deveríamos trabalhar juntos para ajudar vocês três — disse Guindaste, que até então só observava em silêncio. — Acho melhor não — disse Betoneira. — Eles são nossos amigos — respondeu Guindaste. — Amigos devem se ajudar uns aos outros. Se você estivesse com dificulda- des, não gostaria que alguém a ajudasse? — Guindaste tem razão — disse Dentico. — Posso ajudar se tiver algo que eu possa fazer. — Eu também — disse Escavinha. — Podem contar comigo — disse Beto- neira. — Eu tenho um plano — explicou Guin- daste. — Escavinha, você pode chamar Pla- nador? A ajuda dele seria bem-vinda. Apesar da chuva, as máquinas trabalha- ram juntas para tirar seus três amiguinhos da lama. Escavinha tirou um pouco da lama com seu braço comprido. Dentico encontrou
  • 11.
  • 12. umas tábuas para colocar na frente das rodas da Natasha. Betoneira ia puxar uma corda que estava amarrada na Natasha para ajudá-la a sair da vala. Guindaste organizou o resgate da Natasha. Enquanto isso, Planador desceu para empurrar Natasha, porque as esteiras dele não fica- vam presas na lama. Depois de empurrar e puxar um pouco com muita determinação, Natasha conse- guiu sair da lama. Depois foi a vez de Rolo Compressor e Pinta Faixa saírem. — Muito obrigada, — disse Natasha. — Que bom ter amigos como vocês! — Foi um prazer poder ajudar — respon- deu Guindaste. — Sinto muito tê-la tratado mal — disse Pinta Faixa. — Eu deveria ter pensado em ajudá-la e não ficar só pensando em mim mesma e em não me sujar. Fui muito boba. — Tudo bem — respondeu Natasha. — Está desculpada. — Você me perdoa também? — per- guntou Rolo Compressor. — Sinto muito ter ficado zangado com você. Da próxima vez vou pensar no que eu faria se estivesse no lugar do outro quando vir alguém em dificuldades. Assim talvez possa ser uma ajuda.
  • 13.
  • 14. — Não se preocupe, Rolo Compressor — disse Natasha. — Eu te perdôo. Essa semana foi difícil para todos nós. — Agora que estamos todos livres, vamos para casa — sugeriu Planador. E assim, todos partiram em direção à garagem, para se protegerem do vento, da chuva e da tempestade. ◆ ◆ ◆ — Que história legal! — disse Toninho. — Que bom que Guindaste, Dentico, Plana- dor e Betoneira ajudaram seus amigos. — É, que bom — respondeu o vovô. — Um dia desses talvez você esteja preso numa situação difícil e precise de ajuda. E se tiver sido um bom amigo e tido consideração pelos seus amigos, eles vão ajudá-lo quando você precisar. — Olhe, vovô! A chuva parou! — excla- mou Toninho. — E tem um arco-íris no céu. Posso brincar lá fora agora? — Claro. Mas lembre-se de usar as botas. Está cheio de poça d’água. — Obrigado, vovô. E obrigado pela histó- ria.
  • 15.
  • 16. Jane, posso te ajudar. Assim você termina mais rápido. Que gentil, Rui. Obrigada! MORAL : É importante tratar os outros e ajudá- los como você gostaria de ser tratado e ajudado. A gentileza e a amizade que demonstrar aos outros voltará para você.