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 O Segundo Reinado iniciou -se por meio de um golpe que
 autorizou a antecipação da maioridade de Pedro de Alcântara, o herdeiro
 do trono brasileiro. A década de 1830 foi a década do Período Regencial,
 isto é, quando regentes governaram o país até que Pedro alcançasse os
 18 anos exigidos para que ele fosse coroado imperador. O Golpe da
 Maioridade marcou o início do reinado de D. Pedro II, imperador do Brasil
 de 1840 a 1889
 Política
 A política do Segundo Reinado era complexa, e D. Pedro II teve de dar uma atenção extra aos partidos
políticos para manter a
 estabilidade do seu reinado. Os dois partidos eram
 o Partido Conservador e o Partido Liberal, os quais tinham uma pequena diferença ideológica entre si,
mas que, em geral, eram
 representantes dos mesmos interesses e das mesmas classes sociais.

 A disputa entre liberais e conservadores foi acirrada no começo da década de 1840, quando D. Pedro II
ainda se consolidava na
 função de imperador. Por essa razão, o sistema político estabelecido
 no Segundo Reinado permitia um revezamento entre liberais e conservadores. No longo prazo, isso
garantiu a estabilidade do Segundo Reinado.
O sistema em questão era o parlamentarismo às avessas. Nesse sistema, o
Brasil era governado como em uma monarquia parlamentarista, havendo um
gabinete ministerial, que chefiava o governo e os parlamentares. Com isso, se
o imperador não estivesse satisfeito com a atuação do gabinete ou dos
deputados, ele poderia dissolver o Parlamento e convocar novas eleições.
Ao todo, ao longo dos anos do Segundo Reinado, foram formados 36
gabinetes diferentes, o que mostra que a rotatividade no poder entre liberais
e conservadores era elevada. A possibilidade de mudança rápida na chefia
do governo foi o que garantiu esse convívio mais harmônico entre liberais e
conservadores.
Economia
Nessa época, as excelentes condições de plantio no Vale do Paraíba (RJ)
alavancaram a produção e a exportação do café. Posteriormente, os
cafezais se espalhariam por São Paulo.
O Brasil começou a exportar mais do que a importar e a procura pelo café era
tão grande que havia necessidade de aumentar a mão de obra.
Em decorrência do crescimento da exportação de café são construídas
as primeiras ferrovias e nasceram cidades. Os portos de Santos e Rio de
Janeiro prosperam.
Nessa época começam a ser montadas as primeiras fábricas no Brasil,
ainda que de forma isolada e em grande parte devido ao trabalho do
Barão de Mauá.
Guerra do Paraguai
Um acontecimento divisor de águas na história do Segundo
Reinado foi a Guerra do Paraguai. Esse conflito ocorreu de 1864 até 1870,
deixando milhares de mortos nos quatro países envolvidos (até hoje não se
tem uma estimativa segura de quantos morreram nessa guerra): Paraguai,
Uruguai, Argentina e Brasil.
O Brasil, assim como o Uruguai e a Argentina, fazia parte da Tríplice Aliança e
todos lutaram contra o Paraguai, país governado pelo ditador Francisco
Solano López. Esse conflito foi motivado pelas divergências de interesses em
questões econômicas, territoriais e políticas que envolviam a relação do
Paraguai com as outras nações da Bacia do Prata.
O acontecimento crucial para o início da guerra foi a interferência do Brasil
na disputa política entre blancos e colorados, grupos que disputavam o
poder no Uruguai. O envolvimento do Brasil em defesa dos colorados
motivou o Paraguai (aliados dos blancos) a atacar o
Brasil em dezembro de 1864 como represália
A guerra só se encerrou quando Solano López foi morto por tropas
brasileiras na Batalha de Cerro Corá. O Paraguai sofreu grande destruição
material e em vidas humanas, e o Brasil colheu problemas na economia
causados pelos grandes gastos no conflito. A imagem da monarquia e de D.
Pedro II ficou abalada depois dessa guerra.
Proclamação da República
Após a década de 1870, a monarquia entrou em crise. Ela já não conseguia
atender às demandas e aos interesses de uma parcela considerável da
sociedade, incluindo classes urbanas, alguns grupos políticos representantes
das elites e os militares. Ao redor desses grupos, a república começou a surgir
como uma alternativa.
A década de 1880 foi marcada por uma crise política crônica, e a monarquia
perdia cada vez mais apoio. Grupos de militares e civis começaram a
conspirar contra o imperador D. Pedro II e essa conspiração resultou no 15
de novembro de 1889. Nesse dia, o marechal Deodoro da Fonseca liderou
a derrubada do gabinete ministerial, e o vereador José do Patrocínio
proclamou a república.
D. Pedro II foi destronado e, juntamente com a família real, foi expulso do
Brasil, partindo para o exílio na Europa no dia 17 de novembro de 1889. O
ex-imperador nunca mais retornou ao Brasil e morreu em Paris, no ano de
1891.
Proclamação da República
Após a Proclamação da República no Brasil, instituiu-se imediatamente
um governo provisório. O governo provisório era chefiado pelo
Marechal Deodoro da Fonseca, que deveria dirigir o País até que fosse
elaborada uma nova Constituição. No dia 24 de fevereiro de 1891 foi
promulgada a segunda Constituição brasileira e a primeira da
República. No dia seguinte à promulgação da Constituição, foram
eleitos pelo
Congresso Nacional, o primeiro presidente e o vice.
O regime Republicano foi marcado, inicialmente, por um governo
militar. Era a chamada República da Espada (1889 – 1894) em que a
alteração do regime político não evitou conflitos entre monarquistas
e republicanos. O Brasil ainda não era uma democracia.
Depois da República militarista, teve início a República dos Bacharéis,
tendo Prudente de Moraes como o primeiro presidente civil. Começava
o processo de articulação política que ficou conhecido como Café com
Leite, por conta do poder ter sido alternado entre fazendeiros de Minas
Gerais e São Paulo. Em seguida, aconteceu um golpe de Estado
conhecido como a Revolução de 1930, em que Getúlio Vargas assumiu
o poder, dando início à Era Vargas.
Getúlio governou voltado para as bases militares, coibindo o
crescimento do comunismo que se alastrava pelo mundo desde a
Revolução Russa, em 1917. A censura, a ausência de liberdade, as
prisões e as torturas marcaram seu governo, inaugurando o Estado
Novo. Getúlio foi deposto pelos militares, que garantiram as novas
eleições que elegeram o general Eurico Gaspar Dutra.
A República Liberal (1946 – 1964) foi marcada por uma maior
aproximação com a democracia. Seus representantes, Juscelino
Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart, foram eleitos com grande
apoio popular. Nacionalista, João Goulart fez um governo voltado
para o povo. Após um discurso inflamável em que defendeu a
Reforma Agrária e anunciou a nacionalização das empresas de
petróleo, os militares o trataram como subversivo e deram um golpe,
instaurando a ditadura militar.
O período ditatorial foi autoritário, sem espaço para a liberdade.
Temendo o avanço comunista, os militares realizavam prisões,
torturavam presos e forjavam provas, incriminando pessoas que
julgavam serem subversivas. Foi um período negro na história
brasileira que só terminou em 1985 com as eleições realizadas pelo
colégio eleitoral. Em 1989, a democracia ressurgiu, com a eleição
pelo voto direto de Fernando Collor de Melo.

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  • 1.
  • 2.  O Segundo Reinado iniciou -se por meio de um golpe que  autorizou a antecipação da maioridade de Pedro de Alcântara, o herdeiro  do trono brasileiro. A década de 1830 foi a década do Período Regencial,  isto é, quando regentes governaram o país até que Pedro alcançasse os  18 anos exigidos para que ele fosse coroado imperador. O Golpe da  Maioridade marcou o início do reinado de D. Pedro II, imperador do Brasil  de 1840 a 1889
  • 3.  Política  A política do Segundo Reinado era complexa, e D. Pedro II teve de dar uma atenção extra aos partidos políticos para manter a  estabilidade do seu reinado. Os dois partidos eram  o Partido Conservador e o Partido Liberal, os quais tinham uma pequena diferença ideológica entre si, mas que, em geral, eram  representantes dos mesmos interesses e das mesmas classes sociais.   A disputa entre liberais e conservadores foi acirrada no começo da década de 1840, quando D. Pedro II ainda se consolidava na  função de imperador. Por essa razão, o sistema político estabelecido
  • 4.  no Segundo Reinado permitia um revezamento entre liberais e conservadores. No longo prazo, isso garantiu a estabilidade do Segundo Reinado. O sistema em questão era o parlamentarismo às avessas. Nesse sistema, o Brasil era governado como em uma monarquia parlamentarista, havendo um gabinete ministerial, que chefiava o governo e os parlamentares. Com isso, se o imperador não estivesse satisfeito com a atuação do gabinete ou dos deputados, ele poderia dissolver o Parlamento e convocar novas eleições.
  • 5. Ao todo, ao longo dos anos do Segundo Reinado, foram formados 36 gabinetes diferentes, o que mostra que a rotatividade no poder entre liberais e conservadores era elevada. A possibilidade de mudança rápida na chefia do governo foi o que garantiu esse convívio mais harmônico entre liberais e conservadores.
  • 6. Economia Nessa época, as excelentes condições de plantio no Vale do Paraíba (RJ) alavancaram a produção e a exportação do café. Posteriormente, os cafezais se espalhariam por São Paulo. O Brasil começou a exportar mais do que a importar e a procura pelo café era tão grande que havia necessidade de aumentar a mão de obra.
  • 7. Em decorrência do crescimento da exportação de café são construídas as primeiras ferrovias e nasceram cidades. Os portos de Santos e Rio de Janeiro prosperam. Nessa época começam a ser montadas as primeiras fábricas no Brasil, ainda que de forma isolada e em grande parte devido ao trabalho do Barão de Mauá.
  • 8. Guerra do Paraguai Um acontecimento divisor de águas na história do Segundo Reinado foi a Guerra do Paraguai. Esse conflito ocorreu de 1864 até 1870, deixando milhares de mortos nos quatro países envolvidos (até hoje não se tem uma estimativa segura de quantos morreram nessa guerra): Paraguai, Uruguai, Argentina e Brasil. O Brasil, assim como o Uruguai e a Argentina, fazia parte da Tríplice Aliança e todos lutaram contra o Paraguai, país governado pelo ditador Francisco
  • 9. Solano López. Esse conflito foi motivado pelas divergências de interesses em questões econômicas, territoriais e políticas que envolviam a relação do Paraguai com as outras nações da Bacia do Prata. O acontecimento crucial para o início da guerra foi a interferência do Brasil na disputa política entre blancos e colorados, grupos que disputavam o poder no Uruguai. O envolvimento do Brasil em defesa dos colorados motivou o Paraguai (aliados dos blancos) a atacar o Brasil em dezembro de 1864 como represália
  • 10. A guerra só se encerrou quando Solano López foi morto por tropas brasileiras na Batalha de Cerro Corá. O Paraguai sofreu grande destruição material e em vidas humanas, e o Brasil colheu problemas na economia causados pelos grandes gastos no conflito. A imagem da monarquia e de D. Pedro II ficou abalada depois dessa guerra. Proclamação da República Após a década de 1870, a monarquia entrou em crise. Ela já não conseguia atender às demandas e aos interesses de uma parcela considerável da
  • 11. sociedade, incluindo classes urbanas, alguns grupos políticos representantes das elites e os militares. Ao redor desses grupos, a república começou a surgir como uma alternativa. A década de 1880 foi marcada por uma crise política crônica, e a monarquia perdia cada vez mais apoio. Grupos de militares e civis começaram a conspirar contra o imperador D. Pedro II e essa conspiração resultou no 15 de novembro de 1889. Nesse dia, o marechal Deodoro da Fonseca liderou
  • 12. a derrubada do gabinete ministerial, e o vereador José do Patrocínio proclamou a república. D. Pedro II foi destronado e, juntamente com a família real, foi expulso do Brasil, partindo para o exílio na Europa no dia 17 de novembro de 1889. O ex-imperador nunca mais retornou ao Brasil e morreu em Paris, no ano de 1891.
  • 13. Proclamação da República Após a Proclamação da República no Brasil, instituiu-se imediatamente um governo provisório. O governo provisório era chefiado pelo Marechal Deodoro da Fonseca, que deveria dirigir o País até que fosse elaborada uma nova Constituição. No dia 24 de fevereiro de 1891 foi promulgada a segunda Constituição brasileira e a primeira da República. No dia seguinte à promulgação da Constituição, foram eleitos pelo
  • 14. Congresso Nacional, o primeiro presidente e o vice. O regime Republicano foi marcado, inicialmente, por um governo militar. Era a chamada República da Espada (1889 – 1894) em que a alteração do regime político não evitou conflitos entre monarquistas e republicanos. O Brasil ainda não era uma democracia.
  • 15. Depois da República militarista, teve início a República dos Bacharéis, tendo Prudente de Moraes como o primeiro presidente civil. Começava o processo de articulação política que ficou conhecido como Café com Leite, por conta do poder ter sido alternado entre fazendeiros de Minas Gerais e São Paulo. Em seguida, aconteceu um golpe de Estado conhecido como a Revolução de 1930, em que Getúlio Vargas assumiu o poder, dando início à Era Vargas.
  • 16. Getúlio governou voltado para as bases militares, coibindo o crescimento do comunismo que se alastrava pelo mundo desde a Revolução Russa, em 1917. A censura, a ausência de liberdade, as prisões e as torturas marcaram seu governo, inaugurando o Estado Novo. Getúlio foi deposto pelos militares, que garantiram as novas eleições que elegeram o general Eurico Gaspar Dutra. A República Liberal (1946 – 1964) foi marcada por uma maior aproximação com a democracia. Seus representantes, Juscelino
  • 17. Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart, foram eleitos com grande apoio popular. Nacionalista, João Goulart fez um governo voltado para o povo. Após um discurso inflamável em que defendeu a Reforma Agrária e anunciou a nacionalização das empresas de petróleo, os militares o trataram como subversivo e deram um golpe, instaurando a ditadura militar. O período ditatorial foi autoritário, sem espaço para a liberdade. Temendo o avanço comunista, os militares realizavam prisões,
  • 18. torturavam presos e forjavam provas, incriminando pessoas que julgavam serem subversivas. Foi um período negro na história brasileira que só terminou em 1985 com as eleições realizadas pelo colégio eleitoral. Em 1989, a democracia ressurgiu, com a eleição pelo voto direto de Fernando Collor de Melo.