O documento analisa as perspectivas da safra cafeeira de 2017 no Brasil. Secas e geadas no ano de 2016 causaram estresse nas plantações de café, levando a uma produção menor esperada para 2017, estimada entre 36,5-41,5 milhões de sacas, uma queda de 8-13 milhões em relação a 2016. As principais regiões produtoras terão safras menores devido aos danos causados pelo clima ao longo de 2016.
2. Como foi o último ano agricola (15/16)
1-Nas principais regiões de café arabica –
(Sul/Oeste , Alto Paranaiba e Triângulo, em MG
e Mogiana-SP).
Dados climáticos mostram – Chuva normal até
meados de março/16, período de stress em abril
e mais chuva no inverno e temperaturas
menores.
Mais umidade, frio e aceleração da maturação,
associados à boa carga de frutos,
condicionaram maior ataque de doenças.
3. Dados de chuva - região cafeeira do Sul de Minas
em mm – Varginha-MG
Meses Em 2015/16 Média 1974- 2015
Setembro 134 72
Outubro 37 109
Novembro 326 176
Dezembro 172 259
Janeiro 345 272
Fevereiro 164 181
Março 175 177
Abril 21 80
Maio 31 50
Junho 54 34
Julho 0 18
Agosto 45 17
Total 1504 1445
Período Nov-jan 843 (+ 20%) 707
Período Abr- Mai 51 (- 60%) 130
Período Jun-Ago 99 (+ 44%) 69
4. Como foi o último ano agricola
Nas principais regiões de café arabica –
Ocorrência de geadas e efeitos danosos
do frio, afetando 3-5% dos cafeeiros.
Ciclo produtivo, no geral, em safra alta, na
maioria das lavouras.
Conjunto de fatores - condicionou stress,
desfolha das plantas, seca de ramos e
pequeno crescimento de ramos novos.
11. Cafeeiros que produziram bem na safra 2016, como os 3 a esquerda,
praticamente não produzirão em 2017, os que não produziram (direita)
tem potencial para 2017, estes últimos representam lavouras em ciclo de
12. Mesmo em casos de bom abotoamento, o pegamento da
florada vai ser pequeno devido à desfolha dos ramos
13. Detalhe para o talhão à direita que, podado em 2015,
não produziu em 2016, e apresenta potencial
produtivo para 2017 e à esquerda talhão que produziu
e já foi esqueletado, pós colheita de 2016.
14. Efeito de frio na folhagem – emissão de gemas
vegetativas no lugar de gemas florais
16. Nas condições de stress dos cafeeiros,o uso de esqueletamento aumentou
significativamente no pós colheita 2016, algumas regiões, como a Mogiana,
podando mais de 60% das áreas.
19. Efeitos da geada
Seca e queda de folhagem e de ramagem,
especialmente a mais fina e na parte externa das
plantas.
Perda de produtividade na safra seguinte.
Provoca até morte de plantas jovens, exigindo
replantio.
Estimativa de perda de safra pela geada, 2-5%.
20. Efeito da geada de 2016 - com queima mais superficial, em folhas e na forma de
capote, em cafeeiros com 3 anos de idade, na região do cerrado mineiro –
Rio Paranaiba-MG
21. Geada de capote em cafeeiros, bem no fundo de lavoura, junto ao vale,
no Sul de Minas.
22. Como foi o último ano agricola (15/16)
1-Nas demais regiões de café arabica – (Sul -
ES, Zona da Mata de MG, Planalto da BA e RJ.
Lavouras velhas – floração pequena.
Sofreram muito pelo stress hídrico e baixa absorção
de nutrientes. Produtores só fizeram 2 parcelas de
adubação e muitos não conseguiram fazer nem a 2ª,
por falta de chuva, tanto no arábica como no conilon.
Lavouras novas e podadas em 2015: Floração boa,
ou seja, as que não tinham carga alta nessa safra;
.
26. Lavoura com irrigação, porem sem água pra molhar.
S.Domingos das Dores – Z. Mata-MG, set/2016..
27. Como foi o último ano agricola (15/16)
1-Nas principais regiões de café conillon– (ES,
Sul da BA, e VRD-MG).
Pouquissima chuva registrada, para a safra
2016 e continuidade de escassez em 2016/17.
Acentuado stress de lavouras e até morte de plantas.
Falta de crescimento de ramagens novas e desfolha.
Floração pequena, má formação de frutinhos
inicialmente
28.
29. Extrato do Balanço hídrico 2015/16 em São Mateus-ES
Extrato do Balanço hídrico NORMAL em São Mateus-ES
30. Cafezal conillon muito danificado pela estiagem,
entre Jaguaré e Vila Valério, Norte do ES
31. Produtor do Norte do ES, salvou a pimenta(esquerda)
mas o cafezal (direita) sofreu muito.
32. Lavouras de conillon, novas, que floresceram, apresentam baixo
pegamento de frutinhos.
33. Jaguaré- Norte do ES: falta água nas nascentes e represas,
mesmo para a irrigação de salvação
35. Resultados-efeitos
Plantas mal nutridas e estressadas pela carga,
neste ano a grande maioria das lavouras em
ciclo de alta.
Queda pronunciada de folhas.
Menor crescimento dos ramos – nós mais curtos
e menor numero de frutos por roseta.
Seca de ramos, especialmente das pontas.
Indução de gemas vegetativas no lugar das
florais.
Menor pegamento da florada.
Maior uso de podas de recuperação, inclusive
em áreas anteriormente não programadas
36. Conclusões
Ainda é cedo para um quadro definido sobre o
potencial da próxima safra de café(2017).
Tudo indica, pela condição atual das lavouras,
que os níveis, nas principais regiões produtoras,
ocorrerão em ciclo de baixa produtividade, com
perdas significativas em relação à safra de
2016.
Quadro em seguida - um primeiro exercício
sobre expectativas para 2017 – mostra redução
total de 8-13 milhões de sacas, em comparação
com a safra atual.
37. Estados e Regiões Safra 2016 Persp. 2017
M. GERAIS
Sul-Oeste 15,3 10 - 11
Triangulo-Alto Paranaiba 6,1 4,3 - 4,7
Z. Mata e Jequitinhonha 7,5 6,0-7,0
TOTAL MG 28,9 20,3 -22,7
ESPIRITO SANTO
Arabica 3,7 2,6-3,2
Conillon 5,4 5,0- 6,0
TOTAL ES 9,1 7,6 – 9,2
SÃO PAULO 5,9 3,0-4,0
BAHIA
Arabica 1,3 1,0
Conillon 0,8 0.8
TOTAL BA 2,1 1,8
PARANÁ 1,3 1,2
RONDONIA 1,6 1,8
OUTROS 1,0 0,8
TOTAL ARABICA 41,2 28,3-32,3
TOTAL CONILLON 8,4 8,2 - 9,2
Total BRASIL 49,6 36,5 - 41,5 ( M=39,0)
Perspectivas iniciais para a safra cafeeira 2017