Este documento resume um curso de formação sobre a transição para a vida pós-escolar de alunos com necessidades educativas especiais. O curso destacou a importância de desenvolver competências como autoconhecimento, autodeterminação e qualidade de vida para apoiar esta transição. Também enfatizou a necessidade de avaliações contínuas das competências e interesses dos alunos para orientar o processo de transição desde cedo.
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
Relatorio Curso de Formação “Transição para a Vida Pós Escolar”
1. CENTRO DE FORMAÇÃO
Pró Inclusão: Associação Nacional de Docentes de Educação Especial
Curso de Formação
“Transição para a Vida Pós Escolar”
Projeto “Na Escol@ e Depois da ESCOL@”
8 de novembro a 24 de novembro de 2016
Telheiras, Lisboa
Formadores
David Rodrigues/Joaquim Colôa/Nelson Santos/
Ana Rosa Trindade/Luzia Lima Rodrigues
Formanda
Ana Rita Soares e Simas Duarte Costa
dezembro 2016
2. Escolhi inscrever-me no Curso de Formação “Transição para a Vida Pós Escolar”
Projeto “Na Escol@ e Depois da ESCOL@”, porque é um tema que me interessa
conhecer, pois normalmente trabalho “Na Escol@”, nas idades precoces, pré-escolar e
1º ciclo. Neste sentido, tenho menos conhecimento naquilo que é preciso fazer para o
“Depois da ESCOL@”. Pode parecer ainda distante, mas é muito importante esse
conhecimento, para as nossas tomadas de decisão, aquando temos de definir as medidas
de regime educativo especial a aplicar, bem como, na orientação dos alunos para as
diferentes transições que vão fazendo ao longo do seu percurso escolar.
Este curso desenvolveu-se através de uma parceria entre a Pró Inclusão e a Associação
Pais em Rede percorrendo o país de norte a sul (Porto, Viseu, Coimbra, Beja, Faro e
Lisboa), visou desenvolver de estratégias, reflectir e partilhar os diferentes percursos de
transição para a vida pós-escolar de jovens com necessidades educativas especiais
(NEE).
Teve como principais objetivos, conhecer e analisar o contexto conceptual e legislativo
atual (Portaria nº 201-C/2015, de 10 de Julho) da transição para a vida pós-escolar
(TVPE), bem como, incrementar, planificar, operacionalizar e elaborar instrumentos de
apoio e de registo nos processos de transição. Promoveu ainda um debate de ideias e
reflexões entre os diferentes profissionais e famílias.
Os conteúdos estavam bem organizados e foram desenvolvidos, nas várias regiões, em
seis sessões. Passando pelo suporte legislativo atual, pela importância do
desenvolvimento de competências pessoais, sociais e comunicacionais no sucesso da
transição para a vida pós-escolar, pelo Plano Individual de transição (PIT) e pela sua
avaliação através do certificado de competências. Também foi falado na importância da
3. existência de uma rede formal de apoios à transição na comunidade local. Houve
bastante discussão, partilha e reflexão sobre diferentes casos de processos de transição
para a vida pós-escolar e troca de materiais e instrumentos de apoio.
A minha reflexão crítica vai recair sobre a importância das competências que são
estruturantes para o sucesso da transição para a vida pós-escolar: auto conhecimento,
auto determinação e qualidade de vida. Bem como, pelo processo de avaliação das
aprendizagens e das competências, para podermos tomar decisões na intervenção e no
processo educativo, de forma a encontrarmos os pontos fortes, os aspetos académicos e
as suas ambições de vida, ajudando assim os alunos a estabelecer relação entre o
currículo individual e as suas ambições pós escolares.
As competências de auto conhecimento, auto determinação e qualidade de vida são
importantes para desenvolver com os alunos, o mais precoce possível, pois estão na
base da construção da personalidade de cada um de nós. Não existe auto determinação
sem auto conhecimento. Assim, conhecermo-nos melhor, tendo em conta as nossas
preferências, limitações e aquilo que queremos e conseguimos fazer, ajuda-nos melhor a
fazer escolhas, tomar decisões e resolver problemas. Essa construção leva-nos a
responder melhor aos desafios que vamos enfrentando durante o nosso crescimento
construindo condições de participação ativa na sociedade, no que diz respeito ao
trabalho, à constituição da família e ao lazer e ao bem-estar na vida. “Os jovens com
necessidades educativas especiais precisam de ser apoiados para fazerem uma
transição eficaz da escola para a vida pós-escolar, quando adultos. As escolas devem
ajudá-los a tornarem-se ativos economicamente e proporcionar-lhes as competências
necessárias à vida diária, oferecendo-lhes uma formação nas áreas que correspondem
às expectativas e às exigências sociais e de comunicação e às expectativas da vida
adulta …“Salamanca (UNESCO 1994, pp.34).
É na escola, em inclusão, que se criam padrões comuns de comportamento, para além
de se também criar uma rede de amigos que irão vigorar na vida pós escolar.
A avaliação das aprendizagens e das competências serve para intervir, definir e
conhecer. É um processo contínuo e complexo deve ter em conta: uma avaliação
compreensiva das competências do jovem por parte de todos os intervenientes;
realização de avaliações formais e informais de forma contínua; envolvimento do aluno
e da família e outros intervenientes; estabelecimento de pontos fortes, fraquezas,
interesses e necessidades; e uma definição conjunta do processo de avaliação. O plano
individual de transição deve se implementado o mais precoce possível, não têm de ser
4. obrigatoriamente para o mercado de trabalho, mas pode ser para treinar competência
para vida adulta, no sentido melhorar a participação ativa na sociedade e na vida prática.
Em conclusão, podemos dizer que o processo de transição faz-se ao longo da vida.
Sendo assim, a transição pós escolar, deve ser um processo gradual, iniciado o mais
cedo possível e trabalhado ao longo de toda a escolaridade, preparando os alunos para a
sua vida adulta, e não apenas no final da escolaridade obrigatória.
Assim aprendi que, estando eu na “Na Escol@”, com alunos de 1º ciclo, posso desde já
começar a trabalhar para o “Depois da ESCOL@”. O trabalho académico, ou seja, o
currículo escolar, deve estar relacionado com as expetativas, motivação e o interesse dos
alunos. A escola deve assim, focar-se em ajudar todos os alunos a encontrar os seus
talentos, aptidões e em cultivá-los. Assim, de forma gradual posso ir trabalhando a
transição para a vida pós escolar … Identificando pontos fortes, fraquezas, interesses e
necessidades, a par do cumprimento do currículo escolar comum.
“O destino não é algo que acontece por acaso, é uma questão de escolha; não é nada
de que se fique à espera que aconteça mas é algo pelo qual se luta para ser alcançado.
(William Jennings Bryan)