Palestra: O Desafio de Ser um Pedagogo que Coincida com a Escola. Verão de 2013
Planejamento e Avaliação no Ensino Médio
1. PLANEJAMENTO E
AVALIAÇÃO NO ENSINO
MÉDIO
20/7/2012 Professor Espec. George Júnior Soares Dantas
2. A finalidade do Ensino Médio, segundo a LDB
9394/96, em seu artigo 35º, é a seguinte:
I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos
adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o
prosseguimento de estudos;
II – a preparação básica para o trabalho e a cidadania do
educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de
se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou
aperfeiçoamento posteriores;
III – o aprimoramento do educando como pessoa humana,
incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia
intelectual e do pensamento crítico;
IV – a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos
dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática,
no ensino de cada disciplina. 20/7/2012
3. O Enigma das Juventudes
A juventude é o grupo que sai em busca de compreender o
mundo e as gerações que a precedem;
Possuem raízes ainda pouco profundas, pode ver o que outras
gerações não vêem e deixar de ver o que outras gerações
vêem;
Hoje é considerada um grupo vulnerável sob os pontos de vista
da vitimização por violência, da autoria de violência e, em
especial, do trabalho;
Grupo populacional de 15 a 24 anos de idade;
Para além desse grupo ela é um complexo de características
comuns, transcendentes às suas classes sociais. É também um
conjunto de juventudes, conforme a sua situação de classe;
20/7/2012
4. É tempo de espera da plena idade adulta, especialmente
quando se prepara para um trabalho ou emprego que
demora chegar;
Se não existe ocupação e rendimentos relativamente
estáveis, em face do desemprego, grande parte dos jovens
não pode se emancipar;
Não há uma só juventude, mas várias coexistindo e se
interpretando, jovens mais jovens se diferenciam de jovens
menos jovens;
A idade adulta demora a ser conquistada: uma pessoa
“madura” hoje não é “madura” como no século 19, já que
viviam menos (mais ou menos até os 30 anos);
20/7/2012
5. As gerações não vêm uma após outra como as ondas do mar,
quebrando na praia. Ao contrário, cada onda se diferencia
internamente e leva as suas características. Todas, ainda assim,
se misturam em busca de atingir a praia;
Cabe nos reconhecer que as juventudes não são totalmente
protagonistas e independentes. Em termos relativos, são
dependentes das circunstâncias históricossociais e, por sua vez,
atuam sobre estas. Podem manipular outros grupos sociais e
ser por eles manipulados;
Educação – primeiro ato do drama da juventude;
A divisão entre educação geral e educação profissional procede
de uma aparente antinomia que gerou a histórica dualidade na
organização escolar brasileira;
20/7/2012
6. Gerenciando a Sala de Aula
Ponto de discussão: “para encarar os novos desafios da
educação, professores modernos precisam aprender a gerir as
salas com eficácia, tendo completo domínio sobre os
estudantes”
Produzir um texto, destacando os pontos discutidos pelo grupo
e que possam confirmar a afirmativa acima descrita;
Assistir uma parte do vídeo “Gerenciamento de Sala de Aula –
Liderança em Sala de Aula”, destacando os pontos que mais
chamam a atenção e que possam confirmar a afirmativa acima
descrita e aumentar o argumento do texto;
Após a discussão e feitura do texto apresentar o
posicionamento do grupo em plenária.
20/7/2012
7. Escrevendo o Plano de Aula
Um plano de aula sempre começa traçando objetivos (gerais).
Tais objetivos sempre devem começar por um verbo no
infinitivo e, como regra geral, devem ter um “para que”, ou
seja, a frase deve ser composta por duas sentenças. Assim:
Objetivo = Habilidade desenvolvida + qual a razão de
desenvolver essa habilidade.
Um exemplo:
Expressar suas ideias e opiniões de forma oral e escrita para
aprimorar sua capacidade comunicativa.
20/7/2012
8. Específicos
É importante lembrar que os objetivos de um plano de aula
sempre referem-se às habilidades e competências que o aluno
deverá desenvolver. Uma dica útil: ao elaborar seus objetivos
tenha em mente a frase “Ao término da aula, o aluno deverá
ser capaz de…”
Identificar o gênero conto.
Compreender e interpretar o texto e a música trabalhados.
Comparar as duas formas de abandono/distanciamento as
quais o texto e a música referem-se para dar-se conta de que
o valor individual das pessoas está cada vez menor em meio à
multidão.
20/7/2012
9. Cronograma de Trabalho
Definir o cronograma dos trabalhos. Aqui, basicamente, você
deve escrever, de forma resumida, tudo que vai fazer durante a
aula e fazer uma estimativa de quanto tempo vai levar cada
passo.
Apresentação da música Maior Abandonado, de Cazuza e Frejat
(5 min.).
Compreensão e interpretação da música de forma oral, tentando
levantar assuntos que se relacionem com o tema do
abandono/distanciamento entre pessoas, tratado no conto que
virá a seguir (20 min.).
Apresentação do conto Grande Edgar, assim como de seu autor,
Luis Fernando Veríssimo (5 min.).
Leitura silenciosa do conto (10 min.).
Leitura expressiva do conto pelo professor (520/7/2012
min.).
10. Conteúdo Programático
Conteúdo Programático. Basicamente é uma lista de temas e
assuntos estudados durante a aula. Referem-se a fatos,
conceitos e princípios, procedimentos, atitudes, etc.
20/7/2012
11. Operacionalização
A parte mais trabalhosa do plano, que são as Formas de
Mediação (ou Procedimentos, ou Operacionalização, ou
qualquer outro nome que inventarem). Aqui devem ser
detalhados todos os passos listados no cronograma. Escreve-
se sobre ações, processos ou comportamentos que serão
propostos pelo professor durante a aula, sempre baseando-se
nos objetivos previstos.
20/7/2012
12. Procedimentos de Avaliação
Avaliação, que, nas concepções mais recentes, costuma ser
definida como um “processo contínuo e global com função de
diagnosticar, acompanhar e avaliar” (daqueles textos sem
referência bibliográfica que alguns professores distribuem na
universidade). O importante é o seguinte: avaliação não é só
prova.
20/7/2012
13. Sala de aula
• Ambiente privilegiado, em que se concentra um universo de
pessoas e saberes; (Vivendo a autonomia e a diferença)
• Nela o trabalho discente está em aprender a aprender;
• Nela o trabalho docente está em criar condições
(oportunidades) para que esse aprendizado se realize com o
máximo de sucesso;
• A mediação dos esforços e saberes de ambos resultará na
construção dos conhecimentos e competências que deverão
lhes assegurar a excelência nos seus ofícios.
20/7/2012
14. Sala de Aula
Objetivo dos professores:
Preparar seus estudantes para uma cidadania democrática,
fazê-los amar o aprendizado, transmitir valores sociais,
conhecimento sobre as disciplinas estabelecidas e permitir
que eles atinjam padrões de excelência internacional;
Professores e estabelecimentos de ensino enfrentam, no
mundo inteiro, sua maior crise no que se refere às relações
com os alunos – as dificuldades para enfrentar e se ajustar à
nova geração Y;
O objetivo principal de uma escola é melhorar a habilidade
dos estudantes em aprender com clareza e eficiência;
20/7/2012
15. Trabalho Docente
Parte integrante do processo educativo que prepara os
membros da sociedade para a participação na vida social;
Logo, não há sociedade sem prática educativa, nem prática
educativa sem sociedade;
Educação não-intencional – influências do contexto social e
do meio ambiente sobre os indivíduos;
Educação intencional – influências em que há intenções e
objetivos definidos conscientemente;
20/7/2012
16. Trabalho Docente
É compreender que ninguém é autônomo primeiro para decidir
depois.
Ninguém é sujeito da autonomia de ninguém. Autonomia é
processo, é ir e vir...construído no processo de mediação da
aprendizagem.
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17. Aprendizagem
Conhecemos dois tipos de aprendizagem – a casual e a
organizada;
Aprendizagem casual – ocorre de maneira espontânea, surge
naturalmente da interação entre as pessoas;
Aprendizagem organizada – tem por finalidade específica
aprender determinados conhecimentos;
20/7/2012
18. O que é aprendizagem?
Aprendizagem: sucessão de aquisição constante que é
dependente da oportunidade que o meio lhe oferece;
Se assim o é? Por que o aluno não aprende?
Por que falta interação entre professor e aluno no momento em
que se realiza o processo de aprendizagem, haja vista que a
aprendizagem depende da oportunidade que o meio lhe oferece
por meio do professor;
O aluno constrói seu conhecimento na interação com o meio em
que vive. Isso segundo as condições desse meio, da vivência com
objetos e situações;
A proporção de cooperação na interação será o fator
determinante para o desenvolvimento da autonomia;
20/7/2012
21. Ser mediador implica
• Relação aluno-professor baseada na confiança, na empatia e
colaboração mútua;
• Relação de parceria por meio da ação educativa, em que no
planejamento à aprendizagem é o foco de sua ação educativa;
• Execução e avaliação;
• Estratégias cooperativas de aprendizagem num ambiente de
relação igualitária com seus alunos;
• Domínio profundo de sua área de conhecimento, incentivando
pesquisa entre os alunos;
• Criativo e saber envolver os alunos em soluções novas e
críticas, estar aberto ao novo e inesperado;
20/7/2012
22. • Aberto ao diálogo a qualquer momento e lugar, sendo ágil em
dar opinião;
• Comunicação interpessoal que considere a subjetividade e a
individualidade dos alunos;
• Programar projetos;
• Compartilhar problemas sem apontar soluções e respostas
prescritivas;
• Promover o pensamento reflexivo e a tomada de consciência
pelo aluno.
Texto de Marcelo Carlos da Silva (msilva1970@ig.com.br)
Mediador: Ser humano que intervém no processo de
aprendizagem que envolve a si mesmo e o outro, utilizando
20/7/2012
critérios mediacionais. (Feuerstein)
23. Planejamento - Prática educativa que prever
um conjunto de métodos -
“Vamos trabalhar com muito cuidado, pois nós seremos os
últimos a ler este planó”...
Fazer planos é uma tarefa com valor em si mesma, da qual nada
se espera realmente. (crença geral)
Por que teriam os planos chegado a tal descrédito?
Alguns fatores contribuem para a descrença em planos:
A existência de um “planejador”...
Pensar o planejamento com uma “fabricação de planos”, como
um reunir ideias...
Formalismo e burocracia que atrapalham tudo aquilo em que
tocam.
Falta de capacitação técnica dos envolvidos com planejamento,
ou coordenam a feitura de planos 20/7/2012
24. Planejamento - Prática educativa que
prever um conjunto de métodos -
O planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui tanto a
previsão das atividades didáticas em termos da sua organização
e coordenação em face dos objetivos propostos, quanto a sua
revisão e adequação no decorrer do processo de ensino;
O planejamento é um meio para se programar as ações
docentes, mas é também um momento de pesquisa e reflexão
intimamente ligado à avaliação;
Há três modalidades de planejamento, articuladas entre si: o
plano da escola, o plano de ensino e o plano de aulas;
20/7/2012
25. Importância do Planejamento Escolar
• Para que serve o planejamento? Serve para conhecer a
realidade em que se vai atuar; para sugerir ações sobre essa
realidade; desenvolver atividades e avaliar seus resultados
permanentemente.
• Sua finalidade é organizar e preparar bem cada ação a ser
desenvolvida para garantir os resultados desejados, refletindo
sobre o que foi feito, o que há por fazer e como fazer.
• A ação de planejar não se reduz ao simples preenchimento de
formulários para controle administrativo, é antes a atividade
consciente de previsão das ações docentes, fundamentadas
em opções político-pedagógicas, e tendo como referência
permanente as situações didáticas concretas;
20/7/2012
26. Importância do Planejamento Escolar
Tem as seguintes finalidades:
Explicitar princípios, diretrizes e procedimentos do trabalho
docente...
Expressar os vínculos entre o posicionamento filosófico,
político-pedagógico e profissional e as ações efetivas que o
professor irá realizar em sala...
Assegurar a racionalização, organização e coordenação do
trabalho docente, de modo que a previsão das ações docentes
possibilite ao professor a realização de um ensino de
qualidade....
20/7/2012
27. Importância do Planejamento Escolar
Prever objetivos, conteúdos e métodos a partir da
consideração das exigências postas pela realidade social...
Assegurar a unidade e a coerência do trabalho docente...
Facilitar a preparação das aulas: selecionar o material didático
em tempo hábil, saber que tarefas professor e alunos devem
executar, replanejar o trabalho frente a novas situações....
Primeiro: o plano é um guia de orientação – diretrizes, meios
de realização do trabalho docente;
Segundo: deve ter uma ordem sequencial, progressiva;
Terceiro: considerar a objetividade. Correspondência do plano
com a realidade à que se vai aplicar.
Quarto: deve haver coerência entre os objetivos gerais, os
objetivos específicos, conteúdos, métodos e avaliação.
20/7/2012
Quinto: deve ser flexível.
28. Importância do Planejamento Escolar
Há planos em pelo ao menos três níveis:
Plano da escola – documento mais global; expressa as
orientações gerais que sintetizam, de um lado, as ligações da
escola com o sistema escola mais amplo e, de outro, as
ligações do projeto pedagógico da escola com os planos de
ensino propriamente ditos;
O plano de ensino - é a previsão dos objetivos e tarefas do
trabalho docente para um ano ou semestre. Mais elaborado,
dividido em unidades sequenciais, no qual aparecem objetivos
específicos, conteúdos e desenvolvimento metodológico;
Plano de aula – é a previsão do desenvolvimento do conteúdo
para uma aula ou conjunto de aulas e tem um caráter
bastante específico. 20/7/2012
29. AVALIAÇÃO DA
APRENDIZAGEM
20/7/2012 Exercício de autonomia
30. O que é avaliar? O que avaliação?
Conceitos
avaliação (avaliar + -ção) s. f.
1. Acto!Ato de avaliar.
2. Valor determinado por peritos, apreciação.
3. Estima.
avaliar - (a- + valia + -ar) v. tr.
1. Determinar o valor de.
2. Compreender.
3. Apreciar, prezar.
4. Reputar-se.
5. Conhecer o seu valor.
http://www.priberam.pt/dlpo/Default.aspx
20/7/2012
31. O que é avaliar?
É oportunizar, rever, pensar de maneira integradora para que
se estimule e garanta a aprendizagem com autonomia;
Procedimentos que devem ser fomentados com qualidade;
Diagnóstica, interativa e estimulante da auto-avaliação do
aluno;
Ficar atento as dificuldades, indagações para realizar as
intervenções necessárias.
20/7/2012
32. Como os educadores pensam a avaliação?
Ao avaliar efetiva-se um conjunto de procedimentos didáticos
que se estendem sempre por um longo tempo e se dão em
vários espaços escolares;
Não se deve denominar por avaliação os instrumentos: testes,
provas ou exercícios...nem os registros de avaliação – fichas,
dossiês dos alunos...
“Métodos e instrumentos estão fundamentados em valores
morais, concepções de educação, de sociedade, de sujeito...
Reconstruir práticas avaliativas sem discutir o significado
desse processo é como preparar as malas sem saber o destino
da viagem... 20/7/2012
33. Tipos de avaliação
Mediadora, Formativa e Somativa.
Mediadora – se dá pela curiosidade de se conhecer a
quem se educa, pelo conhecimento das possibilidades do
educando, segundo as oportunidades que lhe são
oferecidas; Quando a intervenção pedagógica.
Formativa – ênfase na trajetória que o aluno faz para
apropriar-se das competências. Realizada ao longo do
processo;
Somativa – A verificação da aprendizagem se dá no início
do processo ou no final, apenas. O parâmetro para o
aprender é a nota.
20/7/2012
34. Instrumentos de avaliação
O processo de avaliação deve levar em consideração
todos os momentos vividos pelo aluno em sala de aula.
Para isso, deve valer-se de instrumentos diversificados e
bem elaborados.
Quadro de indicadores de desempenho;
Testes – orais, escritos; Questionários, entrevistas; Listas
de checagem (clássicos)
Estudos de caso, demonstrações, estruturação e
desenvolvimento de projetos, resolução de problemas,
desenvolvimento de pesquisas, teatro seminários,
elaboração de portfólios, resenhas, aula campo dentre
outros.
20/7/2012
35. Referências
GANDIN. Danilo, Planejamento como prática educativa. Danilo
Gandin. 16 ed. São Paulo: Loyola, 2007
HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: uma prática em
construção da pré-escola à universidade. Jussara Maria Lerch
Hoffmann. – Porto Alegre: Editora Mediação, 1993. 20ª edição
revista, 2003.
HOFFMANN, Jussara. O jogo do contrário em avaliação.
Jussara Hoffmann. – Porto Alegre: Mediação, 2005.
KUENZER, Acácia (org.). Ensino Médio: construindo uma
proposta para os que vivem do trabalho. Acácia Kuenzer (org.)
– 5 ed. - São Paulo: Cortez, 2007
LIBANEO, José Carlos. Didática. José Carlos Libâneo. São Paulo:
Cortez, 1994 20/7/2012
36. Bibliografia Recomendada:
ZABALA, A. A Prática Educativa: como Ensinar. Tradução: Ernani
F. da Rosa.: ArtMed, Porto Alegre, 1998.
PERRENOUD, Philippe. Pedagogia Diferenciada: das Intenções
à Ação. Tradução: Patrícia Chittoni Ramos. Artes Médicas Sul,
Porto Alegre, 2000.
____________________ Avaliação – Da Excelência á
Regulação das Aprendizagens – Entre Duas Lógicas.: ARTMED;
Porto Alegre, 1999.
VASCONCELOS, Celso dos S. Planejamento – Projeto de Ensino
Aprendizagem e Projeto Político Pedagógico. Libertad, São
Paulo, 2000. 20/7/2012