O documento explica como distinguir entre diferentes tipos de orações introduzidas por "que": (1) orações substantivas completivas, que servem de complemento direto de verbos; (2) orações adjetivas relativas, que contêm o nome a que se refere o pronome "que"; (3) orações adverbiais consecutivas, que expressam uma consequência. Exemplos ilustram cada tipo de oração.
2. Como distinguir o “QUE” nas orações?
1. Se a subordinante possuir um verbo que precise da
oração seguinte, iniciada por “que”, para lhe completar
o sentido, então estamos perante uma subordinada
substantiva completiva:
Ele disse que não gostava de ir connosco ao
cinema.
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A oração completiva
serve de complemento
directo do verbo da
subordinante
3. Como distinguir o “QUE” nas orações?
Eu não sabia que tinhas estado de férias.
O aluno perguntou se havia teste na semana seguinte.
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Verbos transitivos directos, logo
solicitam complementos directos
que podem aparecer sob a forma
de orações substantivas
completivas
4. Como distinguir o “QUE” nas orações?
2. Se a subordinante contiver em si o nome a que se refere
o “que”, então estamos perante uma oração
subordinada adjectiva relativa:
Os alunos que ainda não terminaram o exercício
acabam em casa. (relativa restritiva)
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Nome a que
se refere o
“que”
(pronome
relativo)
Equivale a um
atributo
5. Como distinguir o “QUE” nas orações?
Todos os alunos, que andavam empenhados,
tiveram boas notas nos exames. (relativa explicativa)
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Oração introduzida por
“que” relativo a “todos os
alunos” e que explica a
que alunos se refere;
equivale a um aposto.
6. Como distinguir o “QUE” nas orações?
3. Quando a oração iniciada por “que”
exprime uma consequência da acção da
oração subordinante, ela é subordinada
adverbial consecutiva:
Tanto estudou, que conseguiu os seus
objectivos.
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Exprime uma
consequência da
afirmação anterior
7. Como distinguir o “QUE” nas orações?
Exercícios:
1. Distingue as orações subordinadas
completivas das que são subordinadas
relativas.
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8. Como distinguir o “QUE” nas orações?
a) “Há frases que se tornam independentes do
seu corpo…” (José Eduardo Agualusa)
b) “Penso que vou ficar nesta casa que é um muro
das nossas mágoas.” (Agustina Bessa-Luís)
c) “Espero que não continuem estes aborrecidos
incidentes nocturnos que me impedem de
descansar.” (António Lobo Antunes)
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9. Como distinguir o “QUE” nas orações?
d) “Compreendi por fim que nada
compreendi.” (Florbela Espanca)
e) “Acho que foi o livro que me deu mais
alegria naquela vida.” (Clarice Lispector)
f) “Confio que não estejas preocupada.”
(António Lobo Antunes)
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