O documento descreve a vida e obra do escritor brasileiro Machado de Assis. Narra que ele nasceu no Rio de Janeiro em 1839, teve uma infância difícil após a morte dos pais e trabalhou desde cedo para ajudar a família. Iniciou sua carreira literária na década de 1850 e publicou seu primeiro livro em 1864. Tornou-se funcionário público em 1867 e casou-se em 1869, o que o estimulou na carreira. Faleceu em 1908, deixando uma vasta e influente obra literária.
3. Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no
dia 21 de junho de 1839 no Morro do
Livramento, Rio de Janeiro. Seus pais foram
Francisco José de Assis, um mulato que
pintava paredes, e Maria Leopoldina da
Câmara Machado, lavadeira portuguesa dos
Açores. Ao contrario do que se imagina a
trajetória de Machado de Assis não o
conduziu naturalmente para o mundo das
letras. Ainda na infância o jovem
“Machadinho”, como era carinhosamente
chamado perdeu sua mãe e seu pai casou-se
de novo com Maria Inês. Para ajudar nas
despesas de casa Trabalhou como vendedor
de doces e mal frequentou a escola publica.
4. Em 1851 seu pai faleceu. Em 1855 frequentava
a tipografia e Livraria de Francisco de Paula
Brito, onde se publicava a revista Marmota
Fluminense, cujo o numero 21 de janeiro saiu
seu poema “Ela”. Em 1864 publica seu
primeiro livro de poesias, “Crisálidas”. Em
1867 inicia sua carreira de funcionário publico.
Por indicação do Jornalista e político Quintino
Bocaiúva Torna-se redator do Diário Oficial,
onde logo foi promovido a assistente de diretor
Em 12 de Novembro de 1869 casou-se com
Carolina Augusta Xavier de Novais, que o
estimulou na carreira literária. Em 1872
pública seu primeiro romance “Ressurreição”.
5. Machado de Assis teve uma carreira
meteórica, como funcionário publico. Em
1896, foi um dos fundadores da Academia
Brasileira de Letras. Em outubro de 1904
faleceu sua companheira por 35 anos,
Carolina Augusta Xavier Novais, que além
de revisora de suas obras era também sua
enfermeira, pois Machado de Assis tinha
sua saúde abalada pela epilepsia. Após sua
morte o romancista raramente saia de casa.
Em sua homenagem publicou o poema
“A Carolina”.
6. Joaquim Maria Machado de Assis morreu no
Rio de Janeiro, dia 29 de setembro de 1908,
aos 69 anos. Foi enterrado no cemitério de
São João Batista, na mesma cidade onde
nasceu e viveu toda a sua vida.
Representando a Academia Brasileira de
Letras, o jurista Rui Barbosa fez um discurso
em homenagem ao escritor . A trajetória de
Machado de Assis é alvo de interessados
apreciadores da literatura e de vários
pesquisadores. A sua obra conta com um
leque temático e estilístico bastante variado,
dificultando bastante o enquadramento de
seu legado em um único gênero. O impacto
da sua obra chegou a figurá-lo entre os
principais nomes da literatura internacional.
7.
8. Costuma-se dividir a obra de Machado de Assis, em duas fases:
A primeira fase apresenta o autor ainda preso a alguns princípios
da escola romântica.
A segunda fase apresenta o autor completamente definido dentro
das ideias realistas.
12. ACarteira (conto do livro Contos Fluminenses)
O Alienista (conto do livro Papéis Avulsos)
Uns Braços (conto do livro Várias Histórias)
A Cartomante (conto do livro Várias Histórias)
O Enfermeiro (conto do livro Várias Histórias)
14. Quando Ela Fala:
Quando ela fala, parece
Que a voz da brisa se cala;
Talvez um anjo emudece
Quando ela fala.
Meu coração dolorido
As suas mágoas exala,
E volta ao gozo perdido
Quando ela fala.
Pudeste eu eternamente,
Ao lado dela, escutá-la,
Ouvir sua alma inocente
Quando ela fala.
Minha alma, já semimorta,
Conseguira ao céu alçá-la
Porque o céu abre uma porta
Quando ela fala.
15. A Caridade:
Ela tinha no rosto uma expressão tão calma
Como o sono inocente e primeiro de uma alma
Donde não se afastou ainda o olhar de Deus;
Uma serena graça, uma graça dos céus,
Era-lhe o casto, o brando, o delicado andar,
E nas asas da brisa iam-lhe a ondear
Sobre o gracioso colo as delicadas tranças.
Levava pela mão duas gentis crianças.
Ia caminho. A um lado ouve magoado pranto.
Parou. E na ansiedade ainda o mesmo encanto
Descia-lhe às feições. Procurou. Na calçada
À chuva, ao ar, ao sol, despida, abandonada
A infância lacrimosa, a infância desvalida,
Pedia leito e pão, amparo, amor, guarida.
E tu, ó Caridade, ó virgem do Senhor,
No amoroso seio as crianças tomaste,
E entre beijos – só teus — o pranto lhes secaste
Dando-lhes leito e pão, guarida e amor.
16.
17. “Não há decepções possíveis para um viajante, que apenas vê de passagem
o lado belo da natureza humana e não ganha tempo de conhece-lhe o
lado feio”.
18. “Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o
essencial é que saiba amar”.
19. “Esta é a grande vantagem da morte, que, se não deixa a boca para
rir, também não deixa olhos para chorar”.