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 FERIDAS
 UPP (Úlcera por pressão)
 CURATIVOS
.
 FERIDAS
 LPP (Lesão por pressão)
 CURATIVOS
PELE
 Maior órgão do corpo
 15% peso corporal
 Barreira Protetora
 Órgão Sensorial ( dor, temperatura e toque)
 Sintetiza vitamina D
 Termorregulação
 Imagem Corporal
FERIDA
DEFINIÇÃO:
Ferida é o nome utilizado para designar qualquer solução de continuidade
(lesão, separação de pele).
Classificação da Ferida
Quanto à Causa:
Intencional - Quando são provocadas. Ex. incisão cirúrgica;
Não intencional - Quando são provocadas por:
 Agentes cortantes. Ex. facas, agulhas, pregos;
 Escoriações. Ex. atritos, queimaduras;
 Agentes físicos. Ex. fogo
 Agentes químicos. Ex . Ácidos
 Deficiência circulatória – Ex. úlcera por pressão ( UPP) , pé diabético.
Quanto à época:
Aguda - quando sua ocorrência é muito recente. Ex. corte, laceração recente.
Crônica - quando as feridas são antigas e de difícil cicatrização. Geralmente
esta envolvido outras patologias circulatórias. Ex. úlcera venosa ou arterial, pé
diabético.
Quanto à camada:
A ferida é classificada em:
Estágio I - atinge a epiderme;
Estágio II - atinge a derme;
Estágio III - atinge o subcutâneo
Estágio IV - quando atinge o músculo e estruturas ósseas.
Esta classificação é utilizadanas lesões por pressão
CICATRIZAÇÃO DAS FERIDAS
O processo de cicatrização compreeende dois mecanismo:
 Processo de regeneração
 Processo de Cicatrização
Processo de regeneração: refere-se ao crescimento de células e tecidos
para substituir estruturas perdidas. Esse processo chamamos de
reposição tissular “original” – O trauma inicial gera uma resposta
inflamatória aguda, manifesta através de edema e formação de exsudato
seroso, rico em leucócitos, que cessa em menos de 24 horas. As células
epidérmicas, das margens da ferida e das invaginações epidérmicas dos
folículos pilosos e glândulas sudoríparas e sebáceas começam a
proliferar e migrar no leito da ferida, ocluindo rapidamente sua superfície.
CICATRIZAÇÃO DAS FERIDAS
Processo de Cicatrização: O tecido envolvido ou destruído (espessura
total) é substituído por um novo tecido, diferente do tecido original. Ocorre
uma série de estágios complexos, interdependentes e simultâneos, que
são descritos em fases. Na cicatrização ocorre a formação da cicatriz.
Fases da cicatrização:
1 - fase inflamatória - (1 A 4 dias)
2 - fase proliferativa - (ou de granulação- 5 a 20 dias)
3 - fase de maturação - (Reparadora ou Remodeladora - 22 dias a 2 anos)
Fase inflamatória:
Fase exsudativa, com duração entre um e quatro dias (a depender da
extensão da área a ser cicatrizada e da natureza da lesão).
Caracterizada por dois processos que buscam diminuir a lesão: a
hemostasia e a resposta inflamatória aguda.
Corresponde à ativação do sistema de coagulação sanguínea e à liberação
de mediadores químicos (fator de ativação de plaquetas, fator de
crescimento, serotonina, adrenalina e fatores de complemento), para que
ocorra o inicio do processo de cicatrização.
Nesta fase a ferida pode apresentar edema, eritema, tumor e dor.
Fase proliferativa(ou de granulação)
Fase regenerativa que pode durar entre cinco a vinte dias.
É caracterizada pela proliferação de fibroblastos (células do tecido
conjuntivo) que vai sintetizar colágeno e elastina, sob a ação de citocinas
que dão origem a um processo denominado fibroplasia. Ao mesmo tempo,
ocorre a proliferação de células endoteliais, com formação de rica
vascularização (angiogênese) e infiltração densa de macrófagos, formando
o tecido de granulação – esta fase é muito vascularizada.
Fase de maturação (ou reparo)
Esta fase, que inicia no 21º dia e pode durar meses ou anos, é a última fase
do processo de cicatrização.
A densidade celular e a vascularização da ferida diminuem, enquanto há a
maturação das fibras colágenas (endurecimento).
Ocorre uma remodelação do tecido cicatricial formado na fase anterior. O
alinhamento das fibras é reorganizado a fim de aumentar a resistência do
tecido e diminuir a espessura da cicatriz, reduzindo a deformidade. Durante
esse período a cicatriz vai progressivamente alterando sua tonalidade
passando do vermelho escuro ao rosa claro.
Podem ocorrer defeitos cicatriciais como:
Quelóides,
Cicatrizes hipertróficas ou muito finas e friáveis
Hipercromias (pigmentação excessiva da pele)
Primeira intenção ou cicatrização primária - Ocorre a volta do tecido
normal, sem presença de infecção e as extremidades da ferida estão
bem próximas, na maioria das vezes, através de sutura cirúrgica.
Feridas limpas.
 Mínimo de perda tecidual
 Resposta inflamatória rápida
 Reduz incidência de complicações
 Bordos regulares unidos por suturas
 Cicatriz com menor índice de defeitos
Segunda intenção ou cicatrização secundaria - Sem aproximação das
bordas, devido a perda de tecidos ou presença de infecção. Há
necessidade de grande quantidade de tecido de granulação. Pode estar
relacionada a feridas infectadas.
 Consequência de complicações – mordedura de cães.
 Grande perda tecidual
 Período cicatricial mais prolongado devido a resposta inflamatória
intensa
 Maior incidência de defeitos cicatriciais (cicatriz hipertrófica, queloide)
Terceira intenção ou Fechamento primário retardado - Ocorre quando
há fatores que retardam o processo cicatricial por 1ª intenção
(hematomas de subcutâneo, traumas, processos infecciosos,
rompimentos de postos cirúrgicos), havendo necessidade de deixar a
lesão aberta para drenagem e consequente recuperação. Depois de
melhorada a parte infecciosa, pode-se aproximar as bordas e fazer uma
sutura.
Fechamentos das Feridas
Tipos de Cicatrização
Fatores adversos à cicatrização
Idade: indivíduos mais jovens sofrem cicatrização mais rápida em suas
feridas;
Nutrição: a desnutrição protéica e a falta de vitaminas C e D retardam a
multiplicação celular e a formação de fibras colágenas;
Alteração Circulatória - a boa circulação sanguínea nos tecidos é
fundamental para o processo de cicatrização
Infecção do ferimento: principal causa local da não cicatrização de um
ferimento;
Obesidade - o suprimento sanguíneo menos abundante dos tecidos
adiposos impede o envio de nutrientes e elementos celulares necessários
à cicatrização normal;
Extensão da lesão - lesões mais profundas, envolvendo maior perda de
tecido, cicatrizam mais vagarosamente e por segunda intenção, sendo
susceptíveis a infecções;
Imunossupressão - a redução da defesa imunológica contribui para uma
cicatrização deficiente;
Diabetes - o paciente portador de diabetes tem alteração vascular que
prejudica a perfusão dos tecidos e sua oxigenação; além disso, a
glicemia aumentada altera o processo de cicatrização, elevando o risco
de infecção.
TIPOS DE LESÕES
TIPOS DAS LESÕES
Corte contusas - Produzida por ação contundente de um objeto rombo
caracterizam se por traumatismo das partes moles, hemorragias e
edemas.
Incisas (de incisão) - Produzida por um instrumento cortante. Ex: faca;
bisturi, lâminas.
Lacerantes - Apresentam margens irregulares, como as produzidas por
caco de vidros ou arame farpados.
Perfurante - Causadas por arma de fogo ou armas branca. Produzem
pequena abertura na pele, porém podem atingir camadas teciduais
profundas ou órgãos.
Feridas Cirúrgicas - Provocadas por instrumentos cirúrgicos, com finalidade
terapêutica, podem ser: - Incisivas: perda mínima de tecido
- Excisivas: remoção de áreas de pele.
Feridas Traumáticas - Provocadas acidentalmente por agentes que podem ser:
- Mecânicos: prego, espinho, por pancadas;
- Físicos: temperatura, pressão, eletricidade;
- Químicos: ácidos, soda cáustica;
- Biológicos: contato com animais, penetração de parasitas.
Ulcerativas - Lesões escavadas, circunscritas, com profundidade variável,
podendo atingir desde camadas superficiais da pele até músculos. Ex. LPP
Pacientes suscetíveis LPP - aqueles que passam a maior parte do tempo
deitados (acamados) ou sentados (cadeira de rodas), sempre na mesmo
posição.
Identificando e Classificando a Lesão Por
Pressão
As LPP’s são classificadas em estágios.
Do estágio I ao IV, conforme a sua evolução.
Estágio I – (atinge epiderme) eritema não branqueável - Pele intacta, com
rubor não branqueável, numa área localizada, normalmente sobre uma
proeminência óssea. Difícil de identificar em indivíduos com tons de pele
escuros, mas a área afetada, pode ser diferente da pele ao redor. Sinais
que apresentam: dor, endurecida ou mole; mais quente ou mais fria .
Este estágio pode ser indicativo de pessoas “em risco”.
Estágio II – (atinge derme) perda parcial da espessura da pele - se
apresenta como uma ferida superficial (rasa) com leito vermelho rosa,
pode ter também líquido seroso ou sero-hemático.
Estágio III – (atinge o subcutâneo) - Perda total da espessura da pele -
Neste caso, o tecido adiposo subcutâneo pode ser visível, mas não estão
expostos os ossos, tendões ou músculos.
Estágio IV - Perda total da espessura dos tecidos - com exposição dos
ossos, tendões ou músculos. Pode ter fibrina e/ou tecido necrótico
(escaras). Pode atingir o músculo e/ou estruturas de suporte (tendão ou
cápsula articular), podendo ocorrer a osteomielite. Existe osso ou
músculo visível ou diretamente palpável.
Locais mais comuns LPP , por posição:
 Mudança de decúbito ou mobilizar o paciente em cadeira/poltrona ;
 Oferecer massagens com óleos , creme hidratantes ativa a circulação é auxilia na
prevenção.
 Verificar a pele do paciente pelo menos 01 vez ao dia (por exemplo no horário do
banho), principalmente nas áreas com saliência óssea;
 Estabelecer protocolos de horários por escrito para reposicionamentos;
 Usar travesseiros para proteger as áreas onde ocorre maior pressão;
 Não deixar a pele em contato com umidade de urina, fezes ou secreções;
 Realizar higiene no paciente frequente e sempre que necessária, porém sem
força ou fricção. Não usar água quente. Usar sabonete neutro;
 Não massagear as proeminências ósseas;
 Usar o lençol móvel (travessa) com duas pessoas para movimentar o paciente, ao
invés de puxar ou arrastar;
 Utilizar colchão especial para aliviar a pressão;
 Orientar o paciente e familiares sobre os riscos e cuidados.
Cuidados de Enfermagem na Prevenção das LPP
Curativo/Penso – Tratamento/material/cuidado aplicado sobre uma lesão
com o objetivo de tratar, proteger e recuperar este local lesionado.
A sua constituição é variada, e abrange desde pensos-rápidos (band-aids),
compressas de gaze fixas com fita adesiva, a pensos específicos
(hidrocolóides, carvão ativado).
A escolha do tipo de curativo/penso a ser utilizado dependerá do tipo e
condições clínicas da ferida.
Prescrição para o desenvolvimento da técnica:
O médico ou a enfermeira estomaterapeuta da Comissão de Feridas farão a
prescrição de qual penso/medicamento a ser utilizado.
OBS: o cuidado de curativo com SF 0.9% e gaze estéril pode ser feito
rotineiramente. A enfermeira do setor pode prescrever (ver POP’s do
setor)
Curativos
Remoção do tecido necrosado de uma lesão. Pode ser realizado quimicamente
(produto específico) ou mecanicamente (tesoura, bisturi)
Qualquer tecido necrótico observado durante a avaliação inicial ou subsequente
deverá ser desbridada, desde que a intervenção seja consistente com os objetivos
globais do tratamento e condições clínicas do paciente.
Entretanto existem algumas situações em que não é recomendado o debridamento de
tecido desvitalizado, como em feridas isquêmicas com necrose seca. Essas
necessitam que sua condição vascular seja melhorada antes de ser desbridada. Neste
caso, a escara promove uma barreira contra infecção.
Outra exceção se faz em pacientes fora de possibilidades terapêuticas que possuem
úlceras com presença de escaras, que ao debridar pode promover desconforto, dor, e
devido às condições clínicas, não disporá de tempo e condições para a cicatrização.
Tecido necrosado dificulta o fornecimento de sangue (oxigenação e nutrição dos
tecidos); Atua como meio de cultura de bactérias;
Inibe a ação dos leucócitos em controlar microorganismos invasores; Aumenta a
possibilidade de infecção sistêmica;
Inibe a migração de células epiteliais, interrompendo a segunda fase do processo de
cicatrização;
Impede a atuação de substâncias antibacterianas administradas por via tópica;
A presença deste tecido pode esconder a extensão e possível penetração da ferida.
Debridamento ou Desbridamento de ferida
Finalidade do curativo:
Manter a umidade da ferida - facilitando a epitelização mais rápida;
diminuição da dor; debridamento natural (escaras);
Remover o excesso de exsudação – a fim de evitar a maceração
de tecidos próximos a ferida;
Fornecer isolamento térmico - manter temperatura a 37ºC,
estimulando a divisão celular;
Barreira mecânica entre a ferida e o meio ambiente - proteção
contra contaminação;
Curativos
Tipos de Curativos
Oclusivo - promove hemostasia; protege a ferida de traumas;
Semi oclusivo - permite a visualização de drenagem; permite
observar necessidade de trocas;
Aberto - a ferida permanece exposta;
Compressivo - faz compressão para estancar hemorragia;
Primário - fica em contato direto com a ferida;
Secundário - tem finalidade de absorção, fica após o curativo
primário.
O curativo pode ser:
Seco – fechado com gaze seca. Ex. escoriações, feridas cirúrgicas.
Úmido – fechado com gaze vaselinada, pomadas ou solução
prescrita, coberturas especiais. Ex. queimaduras, em LPP com
escaras (tecido necrosado)
Técnicas para realizar o procedimento de curativo
O profissional de enfermagem ao desenvolver o procedimento de curativo,
pode-se utilizar de duas técnicas:
Técnica com luvas estéreis - quando faltar pinças estéreis para
desenvolver o procedimento, o profissional poderá calçar luvas estéreis e
assim desenvolver o procedimento sem que ocorra a contaminação.
Técnica com instrumentais estéreis – o profissional de enfermagem irá
calçar luvas de procedimentos e utilizar os instrumentais estéreis para
desenvolver o procedimento, sem contaminar.
Alguns cuidados ao fazer um curativo
Retirar a gaze antiga sem tracionar, para não destruir os tecidos de
epitelização (granulomas novos), se necessário utilizar SF 0,9% para
umidificar a gaze seca;
Em feridas abertas deve ser constantemente umidificada com SF 0,9%,
não há necessidade de secar ferida aberta após a limpeza, somente a
pele íntegra ao seu redor;
Manter instrumentais e materiais estéreis, para evitar propagação de
microorganismos;
Desenvolver o procedimento sempre com técnica estéril;
Atenção para as coberturas que podem permanecer por vários dias,
suas trocas dependerão da indicação do fabricante e evolução da ferida.
Coberturas Especiais para Curativos
São materiais desenvolvidos para ajudar no processo de cicatrização de
feridas.
Cada material desenvolvido tem uma ação diferente. O profissional médico
ou enfermeira estomaterapeuta escolherá a cobertura que mais se adeque
ao caso do paciente, tendo assim um tratamento personalizado e melhor
resultado no tratamento.
Hidrocolóide - impermeáveis à água e às bactérias e isolam o leito da ferida do meio
externo.
Indicação: feridas abertas não infectadas, com leve a moderada exsudação.
Prevenção ou tratamento de úlceras de pressão não infectadas. Podendo ficar até
7 dias.
Composição: camada externa de espuma de poliuretano e outra interna composta de
gelatina, pectina e carboximetilcelulose sódica.
Mecanismo de ação: estimula a angiogênese e o desbridamento autolítico. Acelera o
processo de granulação tecidual.
Contra indicação: feridas colonizadas ou infectadas. Feridas com tecido
desvitalizado ou necrose e queimaduras de 3º. grau.
Modo de usar
lavar a ferida - Escolher o hidrocolóide, com diâmetro que ultrapasse a borda da
ferida pelo menos 3 cm.
Periodicidade de troca: a cada um a sete dias, dependendo da quantidade de
exsudação.
Vantagens: é à prova d’água e lavável, retém odores, tem boa aparência e formas
variadas que possibilitam adequação na área lesada, podendo inclusive ser
empregado em lesões da articulações.
Desvantagens: a pele poderá ficar macerada se a exsudação se tornar abundante.
Exemplo comercial: Comfeel®; Duode Duoderm®; Hydrocoll®; Tegasorb®
Hidrogel – Gel estéril formulado com base hidrofílica, enriquecida com óleo
vegetal.
Indicação: para uso em feridas limpas e não-infectadas, superficiais moderada
ou baixa exsudação. Remover as crostas, fibrinas, tecidos necrosados
(escaras).
Composição: gel transparente, incolor, composto por: água (77,7%),
carboximetilcelulose (CMC-2,3%) e propilenoglicol (PPG-20%).
Mecanismo de ação: amolece e remove tecido desvitalizado através de
desbridamento autolítico. A água mantém o meio úmido, o CMC facilita a re-
hidratação celular e o desbridamento. O PPG estimula a liberação de
exsudato.
Contra indicação: pele íntegra e incisões cirúrgicas fechadas.
Modo de usar: lavar o leito da ferida. Espalhar o curativo ou introduzi-lo na
cavidade assepticamente. Ocluir a ferida com cobertura secundária estéril.
Periodicidade de troca: a cada um a três dias, dependendo da quantidade de
exsudato.
Vantagens: sensação de alívio na ferida e promove o desbridamento autolítico.
Desvantagens: desidrata rapidamente e é relativamente caro.
Alginato de Cálcio: cobertura biodegradável de polissacarídeos altamente
absorvente.
Indicação: feridas abertas, sangrantes, altamente exsudativas com ou sem infecção,
até a redução do exsudato. Necessita de cobertura secundária com gaze e fita
adesiva.
Composição: fibras de puro alginato de cálcio derivado de algas marinhas.
Mecanismo de ação: o sódio presente no exsudato e no sangue interage com o
cálcio presente no curativo de alginato. A troca iônica auxilia no desbridamento
autolítico, tem alta capacidade de absorção, resulta na formação de um gel que
mantém o meio úmido para a cicatrização e induz a hemostasia.
Contra indicação: lesões superficiais com pouca ou nenhuma exsudação;
queimaduras.
Modo de usar: remover exsudato e o tecido desvitalizado. Modelar o alginato no
interior da ferida umedecendo a fibra com solução fisiológica. Não deixar que a
fibra de alginato ultrapasse a borda da ferida. Ocluir com cobertura secundária
estéril.
Periodicidade de troca: feridas infectadas (24 horas), feridas limpas com
sangramento (48 horas), feridas limpas ou exsudação intensa (quando saturar).
Trocar o curativo secundário sempre que estiver saturado.
Vantagens: elevado poder de absorção e eficiente estímulo à granulação.
Desvantagens: poderá lesar as bordas da ferida pela sua função autolítica.
Alginato de Cálcio
Carvão ativado: cobertura de carvão ativado e nitrato de prata.
Indicação: para cobertura das feridas fétidas, infectadas e exsudativas. Necessita
de cobertura secundária.
Composição: tecido carbonizado e impregnado com nitrato de prata a 0,15%,
envolto por camada de tecido sem carvão ativado.
Mecanismo de ação: o carvão ativado absorve o exsudato e filtra o odor. A prata
exerce ação bactericida.
Contra indicação: feridas limpas e lesões de queimaduras.
Modo de usar: remover o exsudato e o tecido desvitalizado. Colocar o curativo de
carvão ativado sobre a ferida e ocluí-la com cobertura secundária estéril.
Periodicidade de troca: a cada 48 a 72horas, dependendo da quantidade de
exsudação.
Vantagens: método eficaz para controle do mau odor e é de fácil aplicação.
Desvantagens: não pode ser cortado, pois ocorre liberação do carvão e da prata.
Curativo Adesivo de Hidropolímero
Indicação: feridas abertas não infectadas com leve a moderada exsudação.
Composição: almofada de espuma composta de camadas sobrepostas de
não tecido e hidropolímero e revestida por poliuretano.
Mecanismo de ação: proporciona um ambiente úmido e estimula o
desbridamento autolítico. Absorve o exsudato e expande-se à medida que
a absorção se faz.
Contra indicação: feridas infectadas ou com tecidos necrosados.
Modo de usar: posicionar o curativo sobre o local de forma que a almofada
de espuma cubra a ferida e a parte central lisa fique sobre ela.
Periodicidade de troca: trocar o curativo sempre que houver presença de
fluído nas bordas da almofada de espuma ou, no máximo, a cada 7 dias.
Vantagens: é fácil de aplicar e absorve o exsudato presente.
Desvantagens: pode aderir quando a exsudação diminuir.
Curativo Adesivo de Hidropolímero
Coberturaà vácuo
Indicação: feridas agudas e crônicas, extensas e/ou de difícil resolução.
Sobre enxertos cutâneos.
Composição: esponja, tubos conectores, película adesiva, reservatório para
secreções e bomba de pressão negativa.
Mecanismo de ação: pressão negativa, contínua ou intermitente, que
estimula vascularização, granulação e retração da ferida.
Contra indicação: tecidos necrosados, osteomielite ou malignidade na
ferida.
Modo de usar: posicionar a esponja sobre a ferida e aplicar a película
oclusiva. Conectá-la ao reservatório e este ao sistema a vácuo. Ligar o
aparelho.
Periodicidade de troca: dois a cinco dias ou quando saturar a esponja.
Vantagens: maior facilidade, velocidade e boa eficiência no manuseio de
feridas profundas, extensas ou complexas.
Desvantagens: custo elevado e necessidade de se manter conectado à
bomba de vácuo.
Coberturaà vácuo
Papaína - enzima alcalóide extraída do mamão. é como desbridante
químico, facilitando o processo cicatricial
Indicação: em todo tecido necrótico, particularmente naqueles com crosta.
Composição: É composta por enzimas proteolíticas e peroxidases: papaína,
quimiopapaína A e B e papayapeptidase.
Mecanismo de ação: ação anti-inflamatória, bactericida e cicatricial; atua
como debridante.
Modo de usar: preparar a solução em frasco de vidro, irrigar a lesão e
deixar gaze embebida na solução.
Observações: a diluição é feita de acordo com a ferida:
10% em tecido necrosado,
6% nas com exsudato purulento
2% naquelas com pouco exsudato.
Ácidos graxos essenciais (AGE) - Vitaminas A e E e Ácido Linoléico.
Revitaliza e mantém o equilíbrio hídrico da pele, melhorando sua
elasticidade. O Ácido Linoléico, que auxilia na prevenção da formação de
UP e contribui para o restabelecimento da integridade da pele.
Indicação: prevenção de úlcera por pressão e para todos os tipos de feridas
abertas superficiais com ou sem infecção. Apresenta melhores resultados
quando há debridamento prévio das lesões.
Composição: Ácido Cáprico, Ácido Caprílico, Ácido Capróico, Ácido Láurico,
Ácido Linoléico,Lecitina, Palmitato de Retinol, Acetato de Tocoferol e Alfa-
Tocoferol.
Modo de usar - Aplicar utilizando uma gaze embebida no AGE.
Frequência de aplicação: conforme a necessidade
do paciente do paciente, em média de 12 horas.
Filmes: composto de poliuretano estéril transparente e adesivo.
Indicação: cobertura de incisões cirúrgicas, prevenção de UPP, fixação de
cateteres vasculares.
Modo de ação: mantém o leito da ferida úmido e apresenta permeabilidade
seletiva. É transparente e aderente a superfícies secas. Adapta-se aos
contornos do corpo. favorece a monitorização direta da ferida ou acesso
vascular.
Frequência de troca: em média a cada sete dias.
Não deve ser utilizado em feridas infectadas.
Filmes:
TÉCNICA DE CURATIVOS
Material necessário:
Bandeja;
Pacote de curativo composto por pinças anatômicas e Kelly, estéreis;
Gazes estéreis;
Adesivos (fita hipoalergenica, esparadrapo ou similar)
Cuba-rim;
Solução fisiológica morna;
Cobertura ou solução prescrita;
Luvas de procedimento (devido à presença de secreção, sangue).
PONTOS IMPORTANTES
Privacidade Boa iluminação Material devidamente preparado
Informar o paciente sobre o procedimento Observar o princípio de assepsia
Lavar as mãos, caçar as luvas de procedimentos
Manusear corretamente o material estéril
Limpeza da lesão a partir da área menos contaminada;
Deixar o paciente confortável Encaminhar o material para o expurgo
Fazer anotação do procedimento, atentando para:
condições da pele;
aspectos da ferida;
local da ferida;
tipo de curativo aplicado - destacando as substâncias e materiais utilizadas;

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Ferida senac

  • 1.  FERIDAS  UPP (Úlcera por pressão)  CURATIVOS .  FERIDAS  LPP (Lesão por pressão)  CURATIVOS
  • 2. PELE  Maior órgão do corpo  15% peso corporal  Barreira Protetora  Órgão Sensorial ( dor, temperatura e toque)  Sintetiza vitamina D  Termorregulação  Imagem Corporal
  • 3.
  • 4. FERIDA DEFINIÇÃO: Ferida é o nome utilizado para designar qualquer solução de continuidade (lesão, separação de pele).
  • 5. Classificação da Ferida Quanto à Causa: Intencional - Quando são provocadas. Ex. incisão cirúrgica; Não intencional - Quando são provocadas por:  Agentes cortantes. Ex. facas, agulhas, pregos;  Escoriações. Ex. atritos, queimaduras;  Agentes físicos. Ex. fogo  Agentes químicos. Ex . Ácidos  Deficiência circulatória – Ex. úlcera por pressão ( UPP) , pé diabético. Quanto à época: Aguda - quando sua ocorrência é muito recente. Ex. corte, laceração recente. Crônica - quando as feridas são antigas e de difícil cicatrização. Geralmente esta envolvido outras patologias circulatórias. Ex. úlcera venosa ou arterial, pé diabético.
  • 6. Quanto à camada: A ferida é classificada em: Estágio I - atinge a epiderme; Estágio II - atinge a derme; Estágio III - atinge o subcutâneo Estágio IV - quando atinge o músculo e estruturas ósseas. Esta classificação é utilizadanas lesões por pressão
  • 7. CICATRIZAÇÃO DAS FERIDAS O processo de cicatrização compreeende dois mecanismo:  Processo de regeneração  Processo de Cicatrização Processo de regeneração: refere-se ao crescimento de células e tecidos para substituir estruturas perdidas. Esse processo chamamos de reposição tissular “original” – O trauma inicial gera uma resposta inflamatória aguda, manifesta através de edema e formação de exsudato seroso, rico em leucócitos, que cessa em menos de 24 horas. As células epidérmicas, das margens da ferida e das invaginações epidérmicas dos folículos pilosos e glândulas sudoríparas e sebáceas começam a proliferar e migrar no leito da ferida, ocluindo rapidamente sua superfície.
  • 8. CICATRIZAÇÃO DAS FERIDAS Processo de Cicatrização: O tecido envolvido ou destruído (espessura total) é substituído por um novo tecido, diferente do tecido original. Ocorre uma série de estágios complexos, interdependentes e simultâneos, que são descritos em fases. Na cicatrização ocorre a formação da cicatriz. Fases da cicatrização: 1 - fase inflamatória - (1 A 4 dias) 2 - fase proliferativa - (ou de granulação- 5 a 20 dias) 3 - fase de maturação - (Reparadora ou Remodeladora - 22 dias a 2 anos)
  • 9. Fase inflamatória: Fase exsudativa, com duração entre um e quatro dias (a depender da extensão da área a ser cicatrizada e da natureza da lesão). Caracterizada por dois processos que buscam diminuir a lesão: a hemostasia e a resposta inflamatória aguda. Corresponde à ativação do sistema de coagulação sanguínea e à liberação de mediadores químicos (fator de ativação de plaquetas, fator de crescimento, serotonina, adrenalina e fatores de complemento), para que ocorra o inicio do processo de cicatrização. Nesta fase a ferida pode apresentar edema, eritema, tumor e dor.
  • 10. Fase proliferativa(ou de granulação) Fase regenerativa que pode durar entre cinco a vinte dias. É caracterizada pela proliferação de fibroblastos (células do tecido conjuntivo) que vai sintetizar colágeno e elastina, sob a ação de citocinas que dão origem a um processo denominado fibroplasia. Ao mesmo tempo, ocorre a proliferação de células endoteliais, com formação de rica vascularização (angiogênese) e infiltração densa de macrófagos, formando o tecido de granulação – esta fase é muito vascularizada.
  • 11. Fase de maturação (ou reparo) Esta fase, que inicia no 21º dia e pode durar meses ou anos, é a última fase do processo de cicatrização. A densidade celular e a vascularização da ferida diminuem, enquanto há a maturação das fibras colágenas (endurecimento). Ocorre uma remodelação do tecido cicatricial formado na fase anterior. O alinhamento das fibras é reorganizado a fim de aumentar a resistência do tecido e diminuir a espessura da cicatriz, reduzindo a deformidade. Durante esse período a cicatriz vai progressivamente alterando sua tonalidade passando do vermelho escuro ao rosa claro. Podem ocorrer defeitos cicatriciais como: Quelóides, Cicatrizes hipertróficas ou muito finas e friáveis Hipercromias (pigmentação excessiva da pele)
  • 12. Primeira intenção ou cicatrização primária - Ocorre a volta do tecido normal, sem presença de infecção e as extremidades da ferida estão bem próximas, na maioria das vezes, através de sutura cirúrgica. Feridas limpas.  Mínimo de perda tecidual  Resposta inflamatória rápida  Reduz incidência de complicações  Bordos regulares unidos por suturas  Cicatriz com menor índice de defeitos
  • 13. Segunda intenção ou cicatrização secundaria - Sem aproximação das bordas, devido a perda de tecidos ou presença de infecção. Há necessidade de grande quantidade de tecido de granulação. Pode estar relacionada a feridas infectadas.  Consequência de complicações – mordedura de cães.  Grande perda tecidual  Período cicatricial mais prolongado devido a resposta inflamatória intensa  Maior incidência de defeitos cicatriciais (cicatriz hipertrófica, queloide)
  • 14. Terceira intenção ou Fechamento primário retardado - Ocorre quando há fatores que retardam o processo cicatricial por 1ª intenção (hematomas de subcutâneo, traumas, processos infecciosos, rompimentos de postos cirúrgicos), havendo necessidade de deixar a lesão aberta para drenagem e consequente recuperação. Depois de melhorada a parte infecciosa, pode-se aproximar as bordas e fazer uma sutura.
  • 15. Fechamentos das Feridas Tipos de Cicatrização
  • 16. Fatores adversos à cicatrização Idade: indivíduos mais jovens sofrem cicatrização mais rápida em suas feridas; Nutrição: a desnutrição protéica e a falta de vitaminas C e D retardam a multiplicação celular e a formação de fibras colágenas; Alteração Circulatória - a boa circulação sanguínea nos tecidos é fundamental para o processo de cicatrização Infecção do ferimento: principal causa local da não cicatrização de um ferimento; Obesidade - o suprimento sanguíneo menos abundante dos tecidos adiposos impede o envio de nutrientes e elementos celulares necessários à cicatrização normal; Extensão da lesão - lesões mais profundas, envolvendo maior perda de tecido, cicatrizam mais vagarosamente e por segunda intenção, sendo susceptíveis a infecções; Imunossupressão - a redução da defesa imunológica contribui para uma cicatrização deficiente; Diabetes - o paciente portador de diabetes tem alteração vascular que prejudica a perfusão dos tecidos e sua oxigenação; além disso, a glicemia aumentada altera o processo de cicatrização, elevando o risco de infecção.
  • 18. TIPOS DAS LESÕES Corte contusas - Produzida por ação contundente de um objeto rombo caracterizam se por traumatismo das partes moles, hemorragias e edemas. Incisas (de incisão) - Produzida por um instrumento cortante. Ex: faca; bisturi, lâminas.
  • 19. Lacerantes - Apresentam margens irregulares, como as produzidas por caco de vidros ou arame farpados. Perfurante - Causadas por arma de fogo ou armas branca. Produzem pequena abertura na pele, porém podem atingir camadas teciduais profundas ou órgãos.
  • 20. Feridas Cirúrgicas - Provocadas por instrumentos cirúrgicos, com finalidade terapêutica, podem ser: - Incisivas: perda mínima de tecido - Excisivas: remoção de áreas de pele. Feridas Traumáticas - Provocadas acidentalmente por agentes que podem ser: - Mecânicos: prego, espinho, por pancadas; - Físicos: temperatura, pressão, eletricidade; - Químicos: ácidos, soda cáustica; - Biológicos: contato com animais, penetração de parasitas. Ulcerativas - Lesões escavadas, circunscritas, com profundidade variável, podendo atingir desde camadas superficiais da pele até músculos. Ex. LPP Pacientes suscetíveis LPP - aqueles que passam a maior parte do tempo deitados (acamados) ou sentados (cadeira de rodas), sempre na mesmo posição.
  • 21. Identificando e Classificando a Lesão Por Pressão As LPP’s são classificadas em estágios. Do estágio I ao IV, conforme a sua evolução.
  • 22. Estágio I – (atinge epiderme) eritema não branqueável - Pele intacta, com rubor não branqueável, numa área localizada, normalmente sobre uma proeminência óssea. Difícil de identificar em indivíduos com tons de pele escuros, mas a área afetada, pode ser diferente da pele ao redor. Sinais que apresentam: dor, endurecida ou mole; mais quente ou mais fria . Este estágio pode ser indicativo de pessoas “em risco”.
  • 23. Estágio II – (atinge derme) perda parcial da espessura da pele - se apresenta como uma ferida superficial (rasa) com leito vermelho rosa, pode ter também líquido seroso ou sero-hemático.
  • 24. Estágio III – (atinge o subcutâneo) - Perda total da espessura da pele - Neste caso, o tecido adiposo subcutâneo pode ser visível, mas não estão expostos os ossos, tendões ou músculos.
  • 25. Estágio IV - Perda total da espessura dos tecidos - com exposição dos ossos, tendões ou músculos. Pode ter fibrina e/ou tecido necrótico (escaras). Pode atingir o músculo e/ou estruturas de suporte (tendão ou cápsula articular), podendo ocorrer a osteomielite. Existe osso ou músculo visível ou diretamente palpável.
  • 26. Locais mais comuns LPP , por posição:
  • 27.  Mudança de decúbito ou mobilizar o paciente em cadeira/poltrona ;  Oferecer massagens com óleos , creme hidratantes ativa a circulação é auxilia na prevenção.  Verificar a pele do paciente pelo menos 01 vez ao dia (por exemplo no horário do banho), principalmente nas áreas com saliência óssea;  Estabelecer protocolos de horários por escrito para reposicionamentos;  Usar travesseiros para proteger as áreas onde ocorre maior pressão;  Não deixar a pele em contato com umidade de urina, fezes ou secreções;  Realizar higiene no paciente frequente e sempre que necessária, porém sem força ou fricção. Não usar água quente. Usar sabonete neutro;  Não massagear as proeminências ósseas;  Usar o lençol móvel (travessa) com duas pessoas para movimentar o paciente, ao invés de puxar ou arrastar;  Utilizar colchão especial para aliviar a pressão;  Orientar o paciente e familiares sobre os riscos e cuidados. Cuidados de Enfermagem na Prevenção das LPP
  • 28. Curativo/Penso – Tratamento/material/cuidado aplicado sobre uma lesão com o objetivo de tratar, proteger e recuperar este local lesionado. A sua constituição é variada, e abrange desde pensos-rápidos (band-aids), compressas de gaze fixas com fita adesiva, a pensos específicos (hidrocolóides, carvão ativado). A escolha do tipo de curativo/penso a ser utilizado dependerá do tipo e condições clínicas da ferida. Prescrição para o desenvolvimento da técnica: O médico ou a enfermeira estomaterapeuta da Comissão de Feridas farão a prescrição de qual penso/medicamento a ser utilizado. OBS: o cuidado de curativo com SF 0.9% e gaze estéril pode ser feito rotineiramente. A enfermeira do setor pode prescrever (ver POP’s do setor) Curativos
  • 29. Remoção do tecido necrosado de uma lesão. Pode ser realizado quimicamente (produto específico) ou mecanicamente (tesoura, bisturi) Qualquer tecido necrótico observado durante a avaliação inicial ou subsequente deverá ser desbridada, desde que a intervenção seja consistente com os objetivos globais do tratamento e condições clínicas do paciente. Entretanto existem algumas situações em que não é recomendado o debridamento de tecido desvitalizado, como em feridas isquêmicas com necrose seca. Essas necessitam que sua condição vascular seja melhorada antes de ser desbridada. Neste caso, a escara promove uma barreira contra infecção. Outra exceção se faz em pacientes fora de possibilidades terapêuticas que possuem úlceras com presença de escaras, que ao debridar pode promover desconforto, dor, e devido às condições clínicas, não disporá de tempo e condições para a cicatrização. Tecido necrosado dificulta o fornecimento de sangue (oxigenação e nutrição dos tecidos); Atua como meio de cultura de bactérias; Inibe a ação dos leucócitos em controlar microorganismos invasores; Aumenta a possibilidade de infecção sistêmica; Inibe a migração de células epiteliais, interrompendo a segunda fase do processo de cicatrização; Impede a atuação de substâncias antibacterianas administradas por via tópica; A presença deste tecido pode esconder a extensão e possível penetração da ferida. Debridamento ou Desbridamento de ferida
  • 30. Finalidade do curativo: Manter a umidade da ferida - facilitando a epitelização mais rápida; diminuição da dor; debridamento natural (escaras); Remover o excesso de exsudação – a fim de evitar a maceração de tecidos próximos a ferida; Fornecer isolamento térmico - manter temperatura a 37ºC, estimulando a divisão celular; Barreira mecânica entre a ferida e o meio ambiente - proteção contra contaminação; Curativos
  • 31. Tipos de Curativos Oclusivo - promove hemostasia; protege a ferida de traumas; Semi oclusivo - permite a visualização de drenagem; permite observar necessidade de trocas; Aberto - a ferida permanece exposta; Compressivo - faz compressão para estancar hemorragia; Primário - fica em contato direto com a ferida; Secundário - tem finalidade de absorção, fica após o curativo primário. O curativo pode ser: Seco – fechado com gaze seca. Ex. escoriações, feridas cirúrgicas. Úmido – fechado com gaze vaselinada, pomadas ou solução prescrita, coberturas especiais. Ex. queimaduras, em LPP com escaras (tecido necrosado)
  • 32. Técnicas para realizar o procedimento de curativo O profissional de enfermagem ao desenvolver o procedimento de curativo, pode-se utilizar de duas técnicas: Técnica com luvas estéreis - quando faltar pinças estéreis para desenvolver o procedimento, o profissional poderá calçar luvas estéreis e assim desenvolver o procedimento sem que ocorra a contaminação. Técnica com instrumentais estéreis – o profissional de enfermagem irá calçar luvas de procedimentos e utilizar os instrumentais estéreis para desenvolver o procedimento, sem contaminar.
  • 33. Alguns cuidados ao fazer um curativo Retirar a gaze antiga sem tracionar, para não destruir os tecidos de epitelização (granulomas novos), se necessário utilizar SF 0,9% para umidificar a gaze seca; Em feridas abertas deve ser constantemente umidificada com SF 0,9%, não há necessidade de secar ferida aberta após a limpeza, somente a pele íntegra ao seu redor; Manter instrumentais e materiais estéreis, para evitar propagação de microorganismos; Desenvolver o procedimento sempre com técnica estéril; Atenção para as coberturas que podem permanecer por vários dias, suas trocas dependerão da indicação do fabricante e evolução da ferida.
  • 34. Coberturas Especiais para Curativos São materiais desenvolvidos para ajudar no processo de cicatrização de feridas. Cada material desenvolvido tem uma ação diferente. O profissional médico ou enfermeira estomaterapeuta escolherá a cobertura que mais se adeque ao caso do paciente, tendo assim um tratamento personalizado e melhor resultado no tratamento.
  • 35. Hidrocolóide - impermeáveis à água e às bactérias e isolam o leito da ferida do meio externo. Indicação: feridas abertas não infectadas, com leve a moderada exsudação. Prevenção ou tratamento de úlceras de pressão não infectadas. Podendo ficar até 7 dias. Composição: camada externa de espuma de poliuretano e outra interna composta de gelatina, pectina e carboximetilcelulose sódica. Mecanismo de ação: estimula a angiogênese e o desbridamento autolítico. Acelera o processo de granulação tecidual. Contra indicação: feridas colonizadas ou infectadas. Feridas com tecido desvitalizado ou necrose e queimaduras de 3º. grau. Modo de usar lavar a ferida - Escolher o hidrocolóide, com diâmetro que ultrapasse a borda da ferida pelo menos 3 cm. Periodicidade de troca: a cada um a sete dias, dependendo da quantidade de exsudação. Vantagens: é à prova d’água e lavável, retém odores, tem boa aparência e formas variadas que possibilitam adequação na área lesada, podendo inclusive ser empregado em lesões da articulações. Desvantagens: a pele poderá ficar macerada se a exsudação se tornar abundante. Exemplo comercial: Comfeel®; Duode Duoderm®; Hydrocoll®; Tegasorb®
  • 36.
  • 37. Hidrogel – Gel estéril formulado com base hidrofílica, enriquecida com óleo vegetal. Indicação: para uso em feridas limpas e não-infectadas, superficiais moderada ou baixa exsudação. Remover as crostas, fibrinas, tecidos necrosados (escaras). Composição: gel transparente, incolor, composto por: água (77,7%), carboximetilcelulose (CMC-2,3%) e propilenoglicol (PPG-20%). Mecanismo de ação: amolece e remove tecido desvitalizado através de desbridamento autolítico. A água mantém o meio úmido, o CMC facilita a re- hidratação celular e o desbridamento. O PPG estimula a liberação de exsudato. Contra indicação: pele íntegra e incisões cirúrgicas fechadas. Modo de usar: lavar o leito da ferida. Espalhar o curativo ou introduzi-lo na cavidade assepticamente. Ocluir a ferida com cobertura secundária estéril. Periodicidade de troca: a cada um a três dias, dependendo da quantidade de exsudato. Vantagens: sensação de alívio na ferida e promove o desbridamento autolítico. Desvantagens: desidrata rapidamente e é relativamente caro.
  • 38.
  • 39. Alginato de Cálcio: cobertura biodegradável de polissacarídeos altamente absorvente. Indicação: feridas abertas, sangrantes, altamente exsudativas com ou sem infecção, até a redução do exsudato. Necessita de cobertura secundária com gaze e fita adesiva. Composição: fibras de puro alginato de cálcio derivado de algas marinhas. Mecanismo de ação: o sódio presente no exsudato e no sangue interage com o cálcio presente no curativo de alginato. A troca iônica auxilia no desbridamento autolítico, tem alta capacidade de absorção, resulta na formação de um gel que mantém o meio úmido para a cicatrização e induz a hemostasia. Contra indicação: lesões superficiais com pouca ou nenhuma exsudação; queimaduras. Modo de usar: remover exsudato e o tecido desvitalizado. Modelar o alginato no interior da ferida umedecendo a fibra com solução fisiológica. Não deixar que a fibra de alginato ultrapasse a borda da ferida. Ocluir com cobertura secundária estéril. Periodicidade de troca: feridas infectadas (24 horas), feridas limpas com sangramento (48 horas), feridas limpas ou exsudação intensa (quando saturar). Trocar o curativo secundário sempre que estiver saturado. Vantagens: elevado poder de absorção e eficiente estímulo à granulação. Desvantagens: poderá lesar as bordas da ferida pela sua função autolítica.
  • 41. Carvão ativado: cobertura de carvão ativado e nitrato de prata. Indicação: para cobertura das feridas fétidas, infectadas e exsudativas. Necessita de cobertura secundária. Composição: tecido carbonizado e impregnado com nitrato de prata a 0,15%, envolto por camada de tecido sem carvão ativado. Mecanismo de ação: o carvão ativado absorve o exsudato e filtra o odor. A prata exerce ação bactericida. Contra indicação: feridas limpas e lesões de queimaduras. Modo de usar: remover o exsudato e o tecido desvitalizado. Colocar o curativo de carvão ativado sobre a ferida e ocluí-la com cobertura secundária estéril. Periodicidade de troca: a cada 48 a 72horas, dependendo da quantidade de exsudação. Vantagens: método eficaz para controle do mau odor e é de fácil aplicação. Desvantagens: não pode ser cortado, pois ocorre liberação do carvão e da prata.
  • 42.
  • 43. Curativo Adesivo de Hidropolímero Indicação: feridas abertas não infectadas com leve a moderada exsudação. Composição: almofada de espuma composta de camadas sobrepostas de não tecido e hidropolímero e revestida por poliuretano. Mecanismo de ação: proporciona um ambiente úmido e estimula o desbridamento autolítico. Absorve o exsudato e expande-se à medida que a absorção se faz. Contra indicação: feridas infectadas ou com tecidos necrosados. Modo de usar: posicionar o curativo sobre o local de forma que a almofada de espuma cubra a ferida e a parte central lisa fique sobre ela. Periodicidade de troca: trocar o curativo sempre que houver presença de fluído nas bordas da almofada de espuma ou, no máximo, a cada 7 dias. Vantagens: é fácil de aplicar e absorve o exsudato presente. Desvantagens: pode aderir quando a exsudação diminuir.
  • 44. Curativo Adesivo de Hidropolímero
  • 45. Coberturaà vácuo Indicação: feridas agudas e crônicas, extensas e/ou de difícil resolução. Sobre enxertos cutâneos. Composição: esponja, tubos conectores, película adesiva, reservatório para secreções e bomba de pressão negativa. Mecanismo de ação: pressão negativa, contínua ou intermitente, que estimula vascularização, granulação e retração da ferida. Contra indicação: tecidos necrosados, osteomielite ou malignidade na ferida. Modo de usar: posicionar a esponja sobre a ferida e aplicar a película oclusiva. Conectá-la ao reservatório e este ao sistema a vácuo. Ligar o aparelho. Periodicidade de troca: dois a cinco dias ou quando saturar a esponja. Vantagens: maior facilidade, velocidade e boa eficiência no manuseio de feridas profundas, extensas ou complexas. Desvantagens: custo elevado e necessidade de se manter conectado à bomba de vácuo.
  • 47. Papaína - enzima alcalóide extraída do mamão. é como desbridante químico, facilitando o processo cicatricial Indicação: em todo tecido necrótico, particularmente naqueles com crosta. Composição: É composta por enzimas proteolíticas e peroxidases: papaína, quimiopapaína A e B e papayapeptidase. Mecanismo de ação: ação anti-inflamatória, bactericida e cicatricial; atua como debridante. Modo de usar: preparar a solução em frasco de vidro, irrigar a lesão e deixar gaze embebida na solução. Observações: a diluição é feita de acordo com a ferida: 10% em tecido necrosado, 6% nas com exsudato purulento 2% naquelas com pouco exsudato.
  • 48. Ácidos graxos essenciais (AGE) - Vitaminas A e E e Ácido Linoléico. Revitaliza e mantém o equilíbrio hídrico da pele, melhorando sua elasticidade. O Ácido Linoléico, que auxilia na prevenção da formação de UP e contribui para o restabelecimento da integridade da pele. Indicação: prevenção de úlcera por pressão e para todos os tipos de feridas abertas superficiais com ou sem infecção. Apresenta melhores resultados quando há debridamento prévio das lesões. Composição: Ácido Cáprico, Ácido Caprílico, Ácido Capróico, Ácido Láurico, Ácido Linoléico,Lecitina, Palmitato de Retinol, Acetato de Tocoferol e Alfa- Tocoferol. Modo de usar - Aplicar utilizando uma gaze embebida no AGE. Frequência de aplicação: conforme a necessidade do paciente do paciente, em média de 12 horas.
  • 49. Filmes: composto de poliuretano estéril transparente e adesivo. Indicação: cobertura de incisões cirúrgicas, prevenção de UPP, fixação de cateteres vasculares. Modo de ação: mantém o leito da ferida úmido e apresenta permeabilidade seletiva. É transparente e aderente a superfícies secas. Adapta-se aos contornos do corpo. favorece a monitorização direta da ferida ou acesso vascular. Frequência de troca: em média a cada sete dias. Não deve ser utilizado em feridas infectadas.
  • 51. TÉCNICA DE CURATIVOS Material necessário: Bandeja; Pacote de curativo composto por pinças anatômicas e Kelly, estéreis; Gazes estéreis; Adesivos (fita hipoalergenica, esparadrapo ou similar) Cuba-rim; Solução fisiológica morna; Cobertura ou solução prescrita; Luvas de procedimento (devido à presença de secreção, sangue).
  • 52. PONTOS IMPORTANTES Privacidade Boa iluminação Material devidamente preparado Informar o paciente sobre o procedimento Observar o princípio de assepsia Lavar as mãos, caçar as luvas de procedimentos Manusear corretamente o material estéril Limpeza da lesão a partir da área menos contaminada; Deixar o paciente confortável Encaminhar o material para o expurgo Fazer anotação do procedimento, atentando para: condições da pele; aspectos da ferida; local da ferida; tipo de curativo aplicado - destacando as substâncias e materiais utilizadas;