O relatório apresenta os resultados de pesquisas de tráfego realizadas na Linha de Travessia de Belo Horizonte, com a contagem classificada de veículos em 21 pontos entre maio e junho de 2006. As pesquisas tiveram como objetivo atualizar os dados sobre os padrões de circulação na cidade. Dois pontos foram pesquisados por 24 horas em dois dias, onze pontos por 15 horas um dia cada, e um ponto por 24 horas um dia. Os dados coletados serão usados para modelar cenários atuais e futuros do sistema viário
4. Sumário
1 INTRODUÇÃO 6
2 PESQUISAS COMPLEMENTARES 8
2.1 Contagem Classificada de Veículos – Linha de Travessia 8
2.2 Ocupação de Passageiros em Automóveis 22
2.3 Pesquisa de Velocidade 26
2.4 Considerações Finais 32
3 ESTUDO DE TRAÇADO 36
4 SIMULAÇÃO DO DESEMPENHO DA MALHA VIÁRIA 48
4.1 Matriz O/D 48
4.1.1 Matriz O/D 2006 48
4.1.2 Cenários Futuros 52
4.2 Rede de Simulação 55
4.2.1 Parâmetros da Rede 56
4.3 Resultados das Simulações 58
5. 5 MATRIZ FUNCIONAL DE PRIORIDADES DA 64
MALHA VIÁRIA MUNICIPAL
5.1 Considerações Iniciais 64
5.2 A Matriz e os Procedimentos Operacionais 65
5.2.1 Descentralização do Sistema Rádio-Concêntrico 67
5.2.2 Ampliação e Priorização do Sistema Estrutural de 68
Transporte Coletivo
5.2.3 Melhoria do Desempenho do Sistema Viário 68
5.2.4 Inclusão Social / Melhoria das Condições Sociais. 69
5.2.5 Melhoria das Condições Ambientais 70
5.2.6 Eficiência Econômica 71
5.3 Flexibilidade de Utilização da Matriz 72
6 Conclusão 82
7 Bibliografia 84
8 Ficha técnica 86
6. 1. Introdução
“Face à importância do O Programa de Estruturação um novo marco de tratamento
Viária de Belo Horizonte tem da questão, criando as possibili-
sistema viário, por onde como propósito analisar a ma- dades de, ao lado do atendimen-
circulam as pessoas e lha viária existente e priorizar a to das diversas demandas de trá-
mercadorias que fazem implantação das novas conexões fego, implementar uma política
viárias, considerando as propos- de atendimento prioritário para
a Cidade, as questões
tas do Plano Diretor. Mais do o transporte coletivo e para o
colocadas neste projeto que isso, o VIURBS realizou um pedestre, tendo como pontos de
têm caráter estratégico processo de cadastramento, con- partida o respeito às diretrizes de
para o desenvolvimento sistência, desenvolvimento de política urbana e um cuidado es-
alternativas e seleção das melho- pecial com os indicadores sociais
de Belo Horizonte.” res soluções viárias, classifican- que permeiam esses projetos.
do-as conforme sua importân-
A Prefeitura de Belo Horizon-
cia, benefício e viabilidade para
te (PBH), de posse dos produtos
a cidade.
deste Programa - (VIURBS), es-
Face à importância do siste- tabelece o conjunto de projetos
ma viário, por onde circulam as e ações que permitirão consubs-
pessoas e mercadorias que fazem tanciar as diretrizes emanadas
a Cidade, as questões colocadas do Plano Diretor, conforme sua
neste projeto têm caráter estra- obrigação legal, com um novo
tégico para o desenvolvimento instrumento que vai ampliar as
de Belo Horizonte.
possibilidades de retorno dos re-
As novas conexões viárias, ob- cursos a serem empregados nes-
jetos desta proposta, têm de criar sa área.
alternativas de descompressão
Cabe aqui realçar alguns dos
do sistema concêntrico de Belo
principais objetivos perseguidos
Horizonte, permitindo a revitali-
no desenvolvimento do estudo:
zação de áreas urbanas que hoje
estão sufocadas pelo excesso de − recuperação ambiental de vá-
tráfego ou indisponíveis pela au- rias regiões da cidade;
sência de solução viária de porte − redução do número de aci-
adequado. dentes;
O presente estudo estabeleceu − priorização da circulação de
VIURBS – Programa de Estruturação Viária de Belo Horizonte
7. pedestres e do transporte co- − a redução do tráfego de pas- configurar a nova rede viária,
letivo; sagem na Área Central, espe- com todos os indicadores de
− implantação de uma sistemá- cialmente no Hipercentro; engenharia, financeiros e so-
tica permanente de planeja- − a redução dos conflitos ve- ciais para cada uma das solu-
mento do sistema viário. rificados entre o tráfego de ções selecionadas;
Para tanto, foram contempla- veículos de carga e as demais − A matriz funcional para o es-
das as seguintes diretrizes ge- atividades urbanas; tabelecimento de prioridades
rais: − a compatibilização da preser- de investimento na malha vi-
− as diretrizes estabelecidas no vação ambiental com as ne- ária municipal, instrumento
Plano Diretor de Belo Hori- cessidades de circulação. que atende aos objetivos es-
zonte; tratégicos contidos no escopo
Como registro adicional do
deste estudo.
− o Plano de Classificação Viá- desenvolvimento dos trabalhos,
ria existente como referência e uma síntese dos vários docu- Cada um destes produtos, no
básica; mentos entregues ao longo do entanto, possui um relatório es-
Contrato, este Relatório Final pecífico e detalhado contendo as
− o aproveitamento máximo
apresenta os seguintes produtos: informações levantadas, meto-
da infra-estrutura existente,
dologias adotadas, soluções pro-
reduzindo a necessidade de − Pesquisas de tráfego realiza-
postas e resultados. Compõem o
investimentos públicos; das para compor, ao lado das
conjunto de documentos gera-
− as medidas propostas no existentes, a base de informa-
dos nos estudos do VIURBS os
Plano de Reestruturação do ções utilizadas;
seguintes relatórios:
Transporte Coletivo - BHBUS, − Conjunto de simulações reali-
− Relatório das Pesquisas de
destacando-se a priorização zadas para modelar, em diver-
Tráfego;
do tráfego de ônibus sobre o sos cenários e horizontes de
geral; projeto, a rede viária, testan- − Relatório de Simulação do De-
do e consolidando propostas, sempenho da Malha Viária;
− a priorização das condições
de segurança de trânsito so- de modo a ampliar a base de − Relatórios de Vistoria e Estu-
bre as condições de fluidez, informações que irão ampa- dos de Traçado;
quando forem concorrentes; rar as decisões a respeito das − Relatório da Matriz Multicrite-
− a priorização do transporte intervenções no sistema viá- rial de Priorização das Obras.
coletivo e dos deslocamentos rio; No caso dos estudos de traça-
a pé sobre o transporte indi- − Estudos de traçado dos tre- do, cada intervenção conta com
vidual; chos e interseções de modo a um relatório individual.
Relatório Síntese - Abril 2008
8. 2. pesquisas
complementares
2.1. Contagem
Classificada de
Veículos – Linha
de Travessia Ribeirão das Neves Santa luzia
A linha férrea que corta Belo
Horizonte no sentido Leste – Oes-
te, acompanhando em boa parte
o Ribeirão Arrudas, seccionando
sua estrutura viária, estabeleceu
as condições necessárias e sufi-
cientes para a configuração de contagem sabará
uma Linha de Travessia clássica,
onde foram realizadas as pesqui-
sas de contagem de veículos. A
cidade, inclusive, tem uma série
histórica de pesquisas realizadas
com objetivos semelhantes, sem-
pre acompanhando a Pesquisa
de Origem e Destino Domiciliar.
Foi uma nova oportunidade
para estabelecer mais um ponto
no perfil da evolução histórica ibirité nova lima
do comportamento do tráfego
figura 1
na cidade. Em um passado mais
recente, confrontaram-se os da- Linha de travessia
dos obtidos, quando do estudo
zonas de tráfego norte
do PACE, com os da linha de tra-
vessia da pesquisa realizada pela zonas de tráfego sul
VIURBS – Programa de Estruturação Viária de Belo Horizonte
9. Fundação João Pinheiro, e, ago- Períodos e locais expansão dos dados, usando-se
ra, com os da Linha de Travessia de pesquisa como base os postos onde foram
de 2006. As pesquisas, em postos, fo- realizadas 24 horas de pesquisa.
Para o VIURBS, com o inte- ram realizadas entre os dias 31 Neste intuito, os postos de
resse focado diretamente em de maio e 29 de junho de 2006, 24 horas selecionados são os de
Belo Horizonte, são 21 (vinte e com exceção do Posto 26 – Con- maior relevância estrutural para
um) locais de transposição so- de Pereira Carneiro, que teve o o tráfego da cidade, representa-
bre a linha férrea no município e segundo dia de contagem em tivos do comportamento padrão
20 de setembro, com parcela de seu tráfego, de modo a permi-
mais um adicional localizado em
dos postos sendo objeto de um tir a sua utilização como modelo
Contagem, próximo à interseção
levantamento por um período de expansão dos demais postos.
da Via Urbana Leste - Oeste com
mais extenso de modo a forne- Com esse objetivo, foram escolhi-
a Av. Babita Camargos, que, por
cer elementos adicionais de veri- dos locais de fluxo mais intenso
conformação geográfica, atende
ficação, a saber: e menos sujeitos às influências
parcela do tráfego entre regiões
− 10 postos foram pesquisados locais.
de Belo Horizonte.
durante 24 horas, em dois Durante o período da pesqui-
Nesta pesquisa, foi feita a con- dias; sa, é importante registrar, a ci-
tagem classificada de veículos
− 11 postos foram pesquisados dade tinha em andamento duas
(CCV) por sentido de tráfego, por durante 15 horas (de 6:00 às grandes obras em seu sistema
meio de acionamento de conta- 21:00 horas), em um dia típi- viário, uma na Av. Antônio Car-
dores mecânicos, durante o perí- co (de terça a quinta-feira), los (trincheira com a Bernardo
odo de tempo definido para cada sendo que um deles, o Posto Vasconcelos e Américo Vespú-
ponto de pesquisa. 26 - R. Conde Pereira Carnei- cio) e outra, o conjunto de in-
Para cada sentido de tráfego ro, foi objeto de dois dias de tervenções, denominado Linha
pesquisado, as informações a pesquisa; Verde, sobre toda a extensão da
respeito das passagens dos veí- − 1 posto foi pesquisado duran- Av. Cristiano Machado/Via Norte
culos foram registradas indivi- te 24 horas, em um dia. e parte da Av. dos Andradas/Av.
dualmente, de acordo com o seu Nos postos onde as contagens do Contorno (do Viaduto Santa
tipo, realizando-se a totalização foram efetuadas apenas duran- Tereza à R. Espírito Santo).
e transcrição dos resultados a te 15 horas, o volume diário de Essas obras influem direta-
cada 15 minutos. tráfego foi obtido por meio da mente nos motoristas e no seu
Relatório Síntese - Abril 2008
10. processo de escolha de itinerá-
tabela 1 – Localização dos postos de pesquisa de CCV
rios, resultando em um carrega-
mento atípico da rede. Entretan- Posto Local Duração Período Datas
to, como na Linha de Travessia
todas as opções são capturadas, 08 R. Itamar 15h 06:00 21:00 31/mai
essa distorção é anulada, e os ob- 09 Av. Itaituba 15h 06:00 21:00 31/mai
jetivos iniciais de atualização da 10 Av. Silviano Brandão 15h 06:00 21:00 31/mai
matriz de viagens são atingidos. 11 Viaduto José Maria T. Leal 15h 06:00 21:00 31/mai
12 Av. do Contorno 15h 06:00 21:00 31/mai
Verificam-se, entretanto, difi-
13 Av. Francisco Sales 48h 00:00 24:00 1/jun 6/jun
culdades nas etapas posteriores
14 Viaduto Sta. Tereza 48h 00:00 24:00 1/jun 6/jun
de calibração dos trechos da rede
de simulação em função dessa si- 15 Viaduto Floresta 48h 00:00 24:00 1/jun 6/jun
tuação excepcional criada pelas 16 R. Varginha 24h 00:00 24:00 1/jun
obras. Para mitigar esses proble- 17 Viaduto A 48h 00:00 24:00 1/jun 6/jun
mas, foram utilizadas outras ba- 18 Viaduto B 48h 00:00 24:00 7/jun 8/jun
ses de dados, como, por exemplo, 19 Viaduto Leste 48h 00:00 24:00 1/jun 6/jun
a obtida para o projeto PACE, de 20 Viaduto Oeste 48h 00:00 24:00 7/jun 8/jun
modo a equilibrar o tráfego nos 21 Elevado Castelo Branco 48h 00:00 24:00 7/jun 8/jun
diversos trechos concorrentes. 22 Av. Tereza Cristina 15h 06:00 21:00 20/jun
(próximo à Av. N. Sra. de Fátima)
A utilização futura de tais pes-
23 Av. Tereza Cristina 48h 00:00 24:00 20/jun 29/jun
quisas, em trabalhos assemelha-
24 Viaduto Santa Quiteria 15h 06:00 21:00 20/jun
dos, deve considerar esses mes-
25 Av. Silva Lobo 48h 00:00 24:00 20/jun 21/jun
mos procedimentos de modo a
26 R. Conde Pereira Carneiro 15h 06:00 21:00 21/jun 20/set
não incorrer em constatações e
27 Anel Rodoviário 15h 06:00 21:00 21/jun
decisões enviesadas. A Tabela 1
28 R. Tantalita 15h 06:00 21:00 21/jun
lista os postos e descreve a data
29 R. Babita Camargos 15h 06:00 21:00 21/jun
e o período de realização.
Manteve-se, em 2006, a mes-
ma numeração dos postos ado-
tada pela Fundação João Pinhei-
ro na realização da pesquisa de
cidade permitindo perspectivas, sobre a importância estratégica
2001, facilitando a confrontação
alternativas e dados complemen- do Complexo Viário da Lagoinha
das duas bases de dados.
tares, relativos à visualização do (cujas obras de arte são pontos
uso do sistema viário. da Linha de Travessia) para a
Análise dos Resultados No encalço dessas novas pers- operação do tráfego da cidade.
Além de atingir o seu objeti- pectivas, procurou-se realizar
vo direto, a calibração da matriz Para as confrontações dos pe-
uma investigação técnica nos da-
de viagens, a pesquisa nos ofere- ríodos horários, utilizaram-se as
dos coletados, abrangendo, para
ce uma oportunidade de realizar somas dos volumes equivalentes
cada um dos locais de pesquisa,
um diagnóstico da movimenta- a identificação da hora de maior de quatro intervalos consecu-
ção de pessoas e veículos em Belo fluxo de veículos do dia (hora tivos de 15 minutos, o que per-
Horizonte. Os dados levantados de pico), dentro dos intervalos mitiu a localização e a análise
compõem o perfil da operação pesquisados (manhã, almoço e dos picos de movimentação com
do tráfego e do transporte da tarde), e também, a constatação mais precisão.
10 VIURBS – Programa de Estruturação Viária de Belo Horizonte
11. Linha de Travessia Como forma de normaliza-
- Ano 2006 ção dos dados, de facilitação das
Para a abordagem inicial, uti- análises, para essa observação
lizou-se a somatória dos volumes inicial nos perfis volumétricos
de veículos do conjunto de postos de ambos os sentidos de tráfego,
da Linha da Travessia, de modo a será utilizada a unidade de veí-
obter-se um retrato do comporta- culo padrão (UVP), na qual o au-
mento global da movimentação tomóvel corresponde a 1,0 UVP,
de veículos e pessoas em Belo o ônibus a 2,5 UVP, o caminhão
Horizonte. Nas etapas seguintes, a 2,0 UVP e a motocicleta a 0,2
tais dados são desagregados por UVP.
sentido, e por posto de pesquisa, Analisando o perfil do volu-
o que permitiu percorrer do cená- me horário, observa-se, na Linha
rio mais geral até o mais específi- de Travessia, uma forte caracte-
co, retirando de cada um deles as rística pendular dos movimen-
informações para a compreensão tos Norte-Sul. Esta característica
mais acurada da realidade. fica mais evidente quando se
Foram discutidas, e obtive- verifica que o pico da manhã,
ram respostas, questões básicas em um sentido, é equivalente ao
a respeito dessa movimentação, pico da tarde, no sentido oposto.
tais como: qual a distribuição do Este tipo de gráfico, normalmen-
tráfego ao longo do dia? nos mo- te, responde a padrões socioeco-
mentos de pico essa distribuição nômicos bastante claros, com o
é a mesma, independentemente pico da manhã sendo mais re-
da categoria de veículos? o per- presentativo no sentido casa-tra-
fil horário do volume de veícu- balho, e o da tarde, no sentido
los apresenta diferenciações em inverso.
função do sentido de tráfego? no Em Belo Horizonte, em fun-
que diz respeito à movimentação ção de suas características de
de pessoas, esta acompanha line- evolução e ocupação, a região
armente a dos veículos?. Norte se configura mais como
A primeira constatação obti- provedora de mão-de-obra do
da, da análise dos dados globais, que de postos de trabalho, fican-
é a da não-alteração da partici- do a região Sul como a de maior
pação relativa das categorias de concentração de atividades pro-
veículos em função do sentido dutivas. A localização geográfica
direcional, a qual permaneceu, da Linha de Travessia, ao incor-
quando considerada globalmen- porar o Centro ao lado Sul da ci-
te, em torno das seguintes pro- dade, exacerbou não só essa ca-
porções: racterística como também uma
série de outras apresentadas ao
− Automóveis: 78%
longo do relatório.
− Ônibus: 6%
− Caminhões: 4%
− Motocicletas: 12%
Relatório Síntese - Abril 2008 11
12. figura 2 - Perfil Volumétrico Total da Linha de Travessia, ambos os sentidos (em UVP) - posto geral 008 a 029
45.000
LEGENDA
N S (uvp/h) S N (uvp/h)
40.000
SENTIDO NS SN
35.000 Período Pico UVP Período UVP
Manhã 07:15 às 08:15 40.173 07:15 às 08:15 28.336
30.000 Almoço 13:30 às 14:30 32.147 11:15 às 12:15 30.199
Tarde 17:15 às 18:15 32.142 17:45 às 18:45 39.361
25.000
Pessoas transportadas % por tipo de
por dia veículo/dia
100% 100%
moto moto cam. cam.
20.000
moto moto
auto auto 75% 75%
15.000 519.314 523.198
50% 50%
10.000
auto auto
bus bus
841.008 794.892 25%
5.000 25%
0% bus bus 0%
0
NS SN NS SN
00:00
01:00
02:00
03:00
04:00
05:00
06:00
07:00
08:00
09:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:00
O pico da manhã, ao concen- ção de automóveis, obtido no culos, transportam 53 % do total
trar as viagens com origem na levantamento específico reali- das pessoas, enquanto o fluxo de
residência, configurando-se as- zado em 2006, e o de ocupação automóveis, 78 % dos veículos,
sim como o pico que responde média diária de ônibus (23,14 responde por apenas 41 % das
mais prontamente às caracterís- passageiros por viagem) e ca- pessoas transportadas.
ticas socioeconômicas de ocupa- minhão (1,65 passageiros por Na Figura 3, observa-se como
ção das regiões da cidade, mos- viagem), da pesquisa da FJP em se comportam os participantes,
tra mais claramente a função da 2001, estima-se que, aproxima- pessoas e veículos, em cada um
região Norte como provedora de damente 2,6 milhões de pessoas, dos sentidos de tráfego, especi-
mão-de-obra. Esse é o seu maior por dia, realizam viagens entre ficando, por tipo de veículo, o
pico (40.173 uvp), e ele não só é as regiões Norte e Sul da cidade, perfil diário e estabelecendo um
amplamente superior ao do mes- sendo 1,3 milhão em cada um novo padrão de ocupação dos
mo período de sentido inverso dos sentidos. A participação ob- ônibus durante os períodos de
(28.336 uvp) como também é o servada entre os diversos tipos pico, em torno de 40 pessoas por
de maior volume do dia, inde- de veículos em um dos sentidos veículo, maior do que a média do
pendentemente do sentido. não difere significativamente da dia.
Pode-se inferir que são esses apresentada pelo outro. O gráfico, no sentido Norte-
veículos que, ao voltar para casa, Quanto à participação relati- Sul, mostra claramente o maior
no final da tarde, configuram o va dos veículos em contrapartida fluxo de veículos entre 6:00 e
maior pico do sentido Sul-Norte, ao número de pessoas transpor- 9:30h, com exceção da catego-
confirmando mais uma vez a di- tadas, registra-se a confirmação ria caminhões. O período entre
visão de funções entre as regiões da importância dos ônibus para 7:15h e 8:15h é não só o pico ho-
da cidade. o dia-a-dia da cidade: embora rário da manhã, como o pico ho-
Utilizando o fator de ocupa- representem apenas 6 % dos veí- rário do dia, apresentando cerca
12 VIURBS – Programa de Estruturação Viária de Belo Horizonte
13. figura 3 - Perfil Volumétrico Total da Linha de Travessia, no sentido Norte-Sul - posto geral 008 a 029
LEGENDA - PORCENTAGEM DOS VEÍCULOS
3.000 veículos/hora autos/10 (77%) ônibus (7%)
caminhões (4%) motos/5 (12%)
2.500 SENTIDO N S
Período Pico UVP FHP %dia
Manhã 07:15 às 08:15 40.173 0,98 8,5%
Almoço 13:30 às 14:30 32.147 0,97 6,8%
2.000
Tarde 17:15 às 18:15 32.142 0,98 6,8%
veículos / pessoas / veículos / pessoas /
1.500 dia dia pico M+T pico M+T
100% moto 100%
moto
54.517 9.015
auto
75% 75%
auto
1.000
50% 50%
350.888 54.855
500
bus
bus 25% 25%
0 30.036 0% 4.608 0%
00:00
01:00
02:00
03:00
04:00
05:00
06:00
07:00
08:00
09:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
de 40 mil veículos equivalentes. residências (Norte). Pode-se infe- 23:00 participação relativa de veículos
Enquanto os automóveis ca- rir, inclusive, que o pico no horá- é semelhante, a de pessoas trans-
racterizam três picos ao longo rio do almoço, no fluxo de auto- portadas se altera, pois o ônibus
do dia (manhã, hora do almoço móveis, pode ser dos motoristas responde por 66 % das pessoas
e tarde), apresentando o primei- que retornam à Região Sul, após transportadas e os automóveis,
ro volumes sensivelmente su- um período de atividades na re- por 30 %.
periores aos demais, os ônibus gião Norte, caso, por exemplo, Outro ponto digno de obser-
apresentam apenas dois picos dos alunos que freqüentam o vação é a participação das mo-
“clássicos”, de intensidade bas- Campus Pampulha da UFMG. tos, as quais já representam
tante semelhante, não ocorren- Durante o dia, atravessando 12 % do volume total de veículos.
do o pico do almoço, situação de Norte a Sul, têm-se, aproxi- Elas também apresentam a me-
semelhante à apresentada pelos madamente, 350 mil automóveis nor variação de intensidade do
caminhões e motos que têm, (77 % dos veículos) transpor- fluxo ao longo do dia, dentre os
inclusive, uma depressão nesse tando 520 mil pessoas (40 % do tipos de veículos considerados.
período. Isso pode ser explicado total), enquanto que 30 mil ôni- Essa participação e o comporta-
não só pela diferença econômica bus/dia, apenas 7 % dos veículos, mento específico das motos não
evidente entre os usuários dos respondem por 700 mil pessoas são alterados, como pode ser ob-
vários tipos de veículos, refletin- transportadas (53% do total). O servado no gráfico seguinte, nas
do diretamente numa mobilida- restante das pessoas (90 mil pes- viagens Sul-Norte, cujas caracte-
de superior dos proprietários de soas) é transportado pelas motos rísticas passamos a investigar.
autos, como também pelo fato e caminhões.
de que esse deslocamento, saída Ao trazer para o foco da aná-
para almoço, não ser típico em lise os períodos de pico, manhã
uma região cujo padrão é o de e tarde, vemos que, enquanto a
Relatório Síntese - Abril 2008 13
14. figura 4 - Perfil Volumétrico Total da Linha de Travessia, no sentido Sul-Norte - posto geral 008 a 029
LEGENDA - PORCENTAGEM DOS VEÍCULOS
veículos/hora autos/10 (78%) ônibus (6%)
3.000
caminhões (4%) motos/5 (12%)
SENTIDO S N
2.500
Período Pico UVP FHP %dia
Manhã 07:15 às 08:15 28.336 0,96 6.0%
Almoço 11:15 às 12:15 30.199 0,95 6,4%
2.000 Tarde 17:45 às 18:45 39.361 0,95 8,4%
veículos / pessoas / veículos / pessoas /
dia dia pico M+T pico M+T
1.500 100% 100%
moto moto
52.692 7517
auto
75% 75%
auto
1.000
50% 50%
352.812 51.834
500 bus
bus 25% 25%
0 28.389 0% 4.092 0%
00:00
01:00
02:00
03:00
04:00
05:00
06:00
07:00
08:00
09:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:00
Os dados relativos às viagens te-Sul, em função de sua estreita 11:15 h e 12:15, e a volta ao tra-
Sul-Norte são bastante diversos vinculação ao motivo serviço, os balho, entre 13:30 h e 14:30 h, no
dos que foram analisados ante- automóveis e motocicletas, ve- sentido inverso.
riormente. Agora encontramos ículos preponderantemente de Temos também intensidade
um perfil com uma tendência uso particular, de modo diverso, e volume semelhantes de pico -
clara de concentração de viagens apresentam um viés marcante 8,5 % do volume do dia no maior
no período da tarde, mostrando para a direita, com os maiores pico, no sentido Norte-Sul, e
um viés marcante de volta para volumes se concentrando no pe- 8,4 % correspondentes no senti-
a casa. ríodo da tarde. do Sul-Norte, embora, conforme
O período no qual se registra Pode-se inferir que tal com- já observado, para o primeiro o
o maior fluxo de veículos é o do portamento é explicado pelo re- pico seja o da manhã e para o se-
pico da tarde, volta para casa, en- torno daqueles veículos que vie- gundo, o da tarde.
tre 17:30h e 19:30h. É a comple- ram do Norte, ao longo do dia. No sentido Sul-Norte, saída
mentação das viagens Norte-Sul, Portanto, temos como resultado do Centro, temos durante o dia,
que mostra bem como funciona geral um pico da manhã forte- aproximadamente, 353 mil au-
a cidade. mente ligado aos movimentos tomóveis (78 % dos veículos)
Verifica-se nesse perfil, com Norte-Sul e um da tarde com a transportando 520 mil pessoas
maior facilidade, o descolamento predominância do fluxo Sul-Nor- (41 % do total), enquanto que 28
do comportamento dos diferen- te. mil ônibus / dia, apenas 6 % dos
tes tipos de veículos. Enquanto, Os picos do período do almo- veículos, respondem por 660 mil
conforme esperado, o volume ço deixam claro, mais uma vez, pessoas transportadas, 52 % do
de caminhões e ônibus apresen- o comportamento das duas re- total. O restante das pessoas é
ta as mesmas características de giões: a saída para almoço ocor- transportado pelas motos e ca-
perfil presentes no sentido Nor- re no tráfego Sul-Norte, entre minhões.
14 VIURBS – Programa de Estruturação Viária de Belo Horizonte
15. Linha de Travessia - é o exercício apresentado neste Nossa Senhora de Fátima, Av.
Ano 2006 – Hipercentro item, explorando o comporta- Francisco Sales e Av. do Con-
Em função do desenho rádio- mento do Hipercentro em ter- torno, por exemplo), no que diz
concêntrico do sistema viário mos operacionais, tanto nos mo- respeito à movimentação de
de Belo Horizonte, é interessan- mentos em que recebe o volume pessoas, apenas o posto da Av.
te segmentar a Linha de Traves- de tráfego quanto naqueles em Nossa Senhora de Fátima realiza
sia e focar a análise sobre o seu que, ao final da tarde, se esva- um trabalho semelhante ao do
trecho limítrofe ao Hipercentro, zia. Hipercentro, devido à forte pre-
aquele compreendido entre o A Figura 5 mostra a concen- sença de itinerários de transpor-
Viaduto Santa Tereza (P014) e o tração do tráfego de transposi- te coletivo.
Elevado Castelo Branco (P021), ção nesses oito pontos, tanto no
incluindo os viadutos da Flores- atendimento à movimentação
ta, A, B, Varginha, Leste e Oes- de veículos, quanto, e princi-
te, 8 dos 22 postos pesquisados, palmente, na questão do des-
para avaliação de sua importân- locamento de pessoas. Embora
cia relativa. tenhamos ainda alguns postos
Tal análise complementar, a importantes para o tráfego de
partir dos dados consolidados, veículos (Anel Rodoviário, Av.
Figura 5 - Dados diários de veículos e pessoas transportadas – Hipercentro em destaque
60.000 UVP / DIA
50.000 LEGENDA
Sentido N S Sentido S N
40.000
30.000
20.000
10.000
0
300.000 PESSOAS TRANSPORTADAS / DIA
250.000
200.000
150.000
100.000
50.000
0
BABITA
ELEV. CAST.
CAMARGOS
TANTALITA
ANEL
RODOVIÁRIO
CONDE P.
CARNEIRO
TEREZA
CRISTINA
SILVA LOBO
VIAD. STA.
QUITÉRIA
N. SRA.
FÁTIMA
BRANCO
VIADUTO
OESTE
VIADUTO B
VIADUTO A
VIADUTO
LESTE
VIADUTO
VARGINHA
VIADUTO
FLORESTA
TEREZA
VIAD. STA.
FRANCISCO
SALES
CONTORNO
VIAD. JM
TORRES LEAL
BRANDÃO
ITAITUBA
SILVIANO
ITAMAR
Relatório Síntese - Abril 2008 15
16. A operação desses oito postos
Figura 6 - Tratamento prioritário para o Transporte Coletivo
de transposição que configuram Descontinuidade no Complexo da Lagoinha
o limite Norte do Hipercentro,
quatro deles no Complexo Viário
da Lagoinha, explicam a necessi-
dade de direcionar os esforços no
sentido de se criarem alternati-
futura bus-way da
vas de dispersão do tráfego para av. pres. antônio carlos
vias transversais. O objetivo é re-
duzir a pressão sobre o Centro e
permitir, conforme estabelecido bus-way da
av. cristiano machado
no Plano Diretor, o atendimento
preferencial ao sistema de trans-
porte coletivo fortemente con-
centrado no trecho.
Hoje não há qualquer trata-
mento diferenciado para o trans-
porte coletivo no Complexo da
Lagoinha. A pista exclusiva para
ônibus, da Av. Cristiano Macha-
do, é alcançada pelo transpor-
te coletivo através do Viaduto do que a resposta a uma demanda real, em consonância com as dire-
Leste (sentido centro / bairro), trizes determinadas pelo Plano Diretor.
juntamente com tráfego misto. A Tabela 2 mostra a proporção de veículos, por tipo, e de pessoas
Do mesmo modo, o ingresso do transportadas, atendida por essas transposições.
transporte coletivo no Comple-
xo, proveniente da pista exclusi- tabela 2 – Participação relativa dos postos do Hipercentro
va da Av. Cristiano Machado, se no total diário pesquisado na Linha de Travessia
dá por meio de alça no Viaduto Veículos
Pessoas
Leste ou toma outros destinos, Sentido Autos Ônibus Motos Caminhões transportadas
competindo com o tráfego misto Norte/Sul 42% 68% 45% 12% 56%
e submetido aos mesmos proble- Sul/Norte 39% 64% 43% 14% 52%
mas vivenciados por este. Geral 41% 66% 44% 13% 54%
Os dados retirados da pesquisa
de Linha de Travessia mostram Registrou-se que algo em torno de 42 % dos veículos (autos, ônibus,
que diariamente transitam, nes- caminhões e motos), que fazem viagens entre o Norte e o Sul da ci-
tas oito transposições, cerca de dade utilizam um daqueles oito pontos, ficando, portanto, o restante
400 mil veículos, dos quais 10 % dos veículos e pessoas para as demais quatorze transposições. Se isto,
destes são ônibus responsáveis por si só, já seria digno de uma atenção especial, um dado adicional,
pelo transporte de 900 mil pas- a concentração de 66 % dos ônibus e 54 % das pessoas transportadas,
sageiros contra os 420 mil usu- confirma o peso estratégico da área.
ários que utilizam automóveis. Dirigindo a atenção para os picos da manhã e da tarde, objeto da
Diante desses números, o trata- Tabela 3 “Participação relativa dos postos do Hipercentro nos picos
mento prioritário ao transporte (manhã+tarde) pesquisados na Linha de Travessia”, vemos que nem
coletivo, nessa área, nada mais é as restrições de capacidade, típicas desse período, que poderiam afu-
16 VIURBS – Programa de Estruturação Viária de Belo Horizonte
17. tabela 3 - Participação relativa dos postos do hipercentro
nos picos (manhã + tarde) pesquisados na linha de travessia
Veículos
Pessoas
Sentido Autos Ônibus Motos Caminhões transportadas
Norte/Sul 42% 69% 47% 12% 60%
Sul/Norte 37% 66% 37% 13% 56%
Geral 40% 68% 42% 12% 58%
gentar o tráfego para caminhos média desses veículos em tais Não há diferença significativa
alternativos, modificam expres- períodos. na divisão modal, proporção rela-
sivamente a situação. Esses dados indicam que, du- tiva de cada um dos tipos de veí-
Nos picos, temos, sim, uma rante o dia, passam por aqueles culos, quando se altera o sentido
redução na participação relati- oito postos cerca de 1,4 milhão de tráfego. Entretanto, observa-
va do número de veículos, agora de pessoas e 380 mil veículos. se o decréscimo da participação
algo em torno de 41 % do total, Analisando o perfil total dos veí- de caminhões e o aumento da de
considerando todos os tipos, culos, também se observa, nesse ônibus em relação aos dados glo-
mas, em contrapartida, há um trecho, uma forte tendência de bais da Linha de Travessia.
aumento para 58 % do número comportamento pendular (Nor- − Automóveis: 76%
de pessoas transportadas, em te-Sul), sempre lembrando que o
− Ônibus: 10%
função do aumento da partici- Centro é parte integrante do Sul
pação dos ônibus e também do na partição realizada pela Linha − Caminhões: 1%
aumento natural da ocupação de Travessia. − Motocicletas: 13%
Figura 7 - Perfil Volumétrico Total da Linha de Travessia, ambos os sentidos (Hipercentro)
Posto do Viaduto Santa Tereza - ao Elevado Castelo Branco
30.000 veículos/hora
LEGENDA
NS (uvp/h) SN (uvp/h)
20.000
SENTIDO N S SENTIDO S N
Pico Período UVP Período UVP
Manhã 07:15 às 08:15 19.051 07:15 às 08:15 10.637
Almoço 13:30 às 14:30 14.972 11:30 às 12:30 11.987
10.000
Tarde 17:15 às 18:15 13.048 18:00 às 19:00 16.688
pessoas % por tipo de
transportadas por dia veículo / dia
moto moto camin. camin. 100%
10.000 moto moto
auto auto
219.346 203.062 75%
auto auto 50%
5.000
bus bus
473.768 421.241
25%
bus bus
0 0%
NS SN NS SN
00:00
01:00
02:00
03:00
04:00
05:00
06:00
07:00
08:00
09:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:00
Relatório Síntese - Abril 2008 17
18. A relação observada entre ve- cial que ele exerce no contexto manter localizado no corredor
ículos e pessoas transportadas é operacional da mobilidade na onde ocorreu, até mesmo para
bastante semelhante em ambos cidade. facilitar e aliviar a operação de
os sentidos, conforme pode ser Esses dois gráficos oferecem entrada para outros acessos. Já
visto nos gráficos. Enquanto os uma imagem expressiva do pro- na saída (pico da tarde), devido
ônibus representam apenas 6% blema de operação de tráfego do ao efeito concentrador da área e
dos veículos em toda a Linha de Centro de Belo Horizonte, onde à complexa interligação do siste-
Travessia, no trecho do hipercen- a situação se deteriora particu- ma viário – grande rede de inter-
tro o percentual se eleva para os larmente à tarde. Neste período, seções semaforizadas –, qualquer
10% do volume total. Conside- as condições operacionais do Hi- incidente de operação, como um
rando o volume de pessoas trans- percentro reduzem a sua capaci- fechamento de cruzamento, cau-
portadas por ônibus, esse modo sa repercussões progressivas que
dade, levando-o a subutilizar a
passa a responder por 65 % do comprometem diversas saídas.
oferta de escoamento de tráfego
total, contra os 53 % encontrados Observações durante os ho-
disponível nos oito pontos de
quando se considera toda a Li- rários de pico confirmaram que
travessia. Os veículos ficam reti-
nha de Travessia. Por outro lado, o sistema viário do Hipercentro
dos em sua intricada malha de
o fluxo de automóveis se man- está operando próximo ao limi-
semáforos, iniciando um círculo
tém próximo àquele observado te da sua capacidade. Tal carac-
vicioso, em que essa retenção,
nos dados globais (76 %), mas a terística é maximizada com o
acumulando-se continuadamen-
proporção de pessoas transpor- controle através de semáforos na
te, reduz ainda mais a capacida-
tadas, nesse modo, é reduzida de grande maioria das interseções,
de de escoamento.
41 % para 31 %. onde os efeitos pontuais de má
Atua como diferenciador dos
Dando continuidade à aná- operação são rapidamente pro-
lise desses postos com um pro- períodos o fato de o maior pico pagados. Tem-se efetivamente,
cedimento semelhante ao que NorteSul ocorrer quando o Cen- como resultado, uma redução
se fez, quando se tratou todo o tro ainda está relativamente va- da produtividade no período da
conjunto de postos, é momento zio, já que as atividades da ma- tarde, e o foco na redução dessa
de se mostrar o comportamento nhã se operacionalizam em uma deficiência configura-se como o
dos diferentes tipos de veículos escala progressiva (escola às 7:00 maior desafio estratégico para
em cada um dos sentidos de tra- h, escritórios às 8:00 h, comércio os responsáveis pelo tráfego da
vessia, permitindo capturar suas às 9:00 h, bancos às 10:00 h, etc), cidade.
características específicas e con- enquanto que à tarde, período
Os passageiros dos ônibus, ca-
frontá-las com aquelas aponta- do maior pico SulNorte, além
tivos do itinerário especificado,
das na discussão anterior. de as atividades terem o seu
são os que mais sofrem os im-
De início, como pode ser ob- encerramento em horários pró- pactos do problema, já que esse
servado nos gráficos seguintes, ximos, tem-se de conviver com meio de transporte não tem as
registram-se diferenças significa- algumas que estão se iniciando alternativas de escoamento apre-
tivas no comportamento de cada (turno da noite). Nesse período, sentadas para os automóveis e as
tipo de veículo e também em portanto, registra-se, também, a motos. E, não por acaso, registra-
seu perfil, ao longo do dia, por maior concentração de veículos se no trecho do hipercentro, nos
sentido de tráfego. São caracte- na área, pois o Centro está com o momentos de pico, conforme já
rísticas marcantes do trecho do seu maior estoque de veículos. observado, o transporte de 58%
hipercentro, diferenciando-o do No movimento de entrada de todas as pessoas que fazem a
restante da Linha de Travessia, (pico da manhã), qualquer pro- interligação NorteSul. As impe-
que vão retratar a função espe- blema operacional tende a se dâncias e os atrasos que ali ocor-
18 VIURBS – Programa de Estruturação Viária de Belo Horizonte