# o documento discute a criatividade na era digital e a importância do remix e da amostragem na produção artística e literária
# escritores e artistas sempre se inspiraram uns nos outros e combinaram ideias preexistentes de novos modos, e a tecnologia atual apenas aumentou essa tendência
# a literatura e a arte sampler valorizam o desenvolvimento contínuo de ideias ao longo do tempo em vez de buscar a originalidade por si só, reconhecendo que a criação surge do diálogo entre obras e entre pessoas
18. PlagiadoresBring it on home | The Lemon Song
Black Mountain Side | Dazed and Confused
Starway to Heaven
When the levee breaks
DE PLAGIADORES À PLAGIADOS
19.
20.
21. “Desenvolvimento é mais importante que originalidade”
Desenvolvimento é tão importante quanto originalidade
manifesto da
literatura sampler
por Fred Coelho
Mauro Gaspar
30. Para ir além: www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2903200901.htm
31. “Treinar não é algo que você faz
uma vez que já é bom em algo.
Treinar é aquilo que o fará
tornar-se bom em algo”
Malcolm Gladwell
jornalista e escritor
esse lance de Gênio é mito, cara
32. “Ensinar que poucos homens
são os únicos responsáveis
pelos grandes avanços da
humanidade é a coisa mais sem
noção que se pode dizer”
{...} “Eu mesmo nunca inventei nada”
Henry Ford
1863 - 1947
33.
34. Oswald de Andrade certa vez procurou o poeta Ledo Ivo. Oswald estava triste,
tristinho. O poeta havia sido expulso do partido comunista. Logo, adeus
Congresso dos escritores de São Paulo...
“É besteira !
Nietzsche nunca
participou de um
congresso de
escritores”
Ledo Ivo
1924 - 2012
40. # a poesia sampler coloca palavras em outros contextos
# a poesia sampler atualiza ideias
# labirinto de experimentações e brincadeiras poéticas
41. Erro de Brazileiro
O português
quando aqui chegou
as índias todas ele comeu
o problema é que
eles continuam gozando
até hoje
Erro de Português
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português
Oswald de Andrade
1890 - 1954
Autor Desconhecido
42.
43. “os autores utilizam-se
das experiências que
trocam com os outros no
cotidiano para a
elaboração das obras,
então, seria um contra-
senso eles serem
detentores dos direitos
dessas mesmas obras”
Luther Blisset
Coletivo Wu Ming
49. Simone Campos | Mariano Marovatto | Matilde Campilho |
Laura Liuzzi | Ismar Tirelli | Victor Heringer
escritores e poetas:
Bot Macumba [VIDEO]
por Victor Heringer
Para ir além: http://oglobo.globo.com/videos/t/todos-os-videos/v/victor-heringer-le-o-poema-bot-macumba/3015223/
55. 1 2
3 4
4 1
2 3
Cut Up é simples. Pegue uma página. Agora corte ao meio e depois de novo.
Você terá 4 partes: 1, 2, 3, 4
Agora rearranje os pedaços colocando o último com o primeiro e o segundo com o terceiro.
E tem-se uma nova página.
56. A técnica possui efeito parecido com o do cut-up, mas enquanto “dobradura”.
Pegue uma página de um livro, por exemplo, então a dobre em seções, de modo
que resulte num texto com alterações sintáticas inusitadas.
Folding
57. $12,65 na Amazon
Contém:
James Joyce
Shakespeare
Rimbaud
Jack Stern
Jack Kerouac
Kafka
T. S. Eliot
Joseph Conrad
Graham Greene
58. Eu estava viajando com Irene Kelly,
uma mulher de boa cabeça. Em Butto,
Estado de Montana, ela sofreu o maior
bode de coca e saiu berrando pelo
hotel que os tiras chineses estavam
atrás dela com machados de cortar
carne. Eu conhecia esse tira de
Chicago; ele cheirava coca em forma
de cristal, cristais azuis. Um dia ficou
doidão e enfiou a cabeça numa lata de
lixo. Eu disse: ‘O que você pensa que
está fazendo ?’ e ele disse: ‘Se manda
se não eu te dou um tiro. Consegui um
bom esconderijo.
Trecho de Naked Lunch
Willian S. Burroughs
59. - Escrever é combinar e recombinar
palavras
- Literatura sampler não é cópia | A
cópia não reflete
- Na literatura sampler todo escritor é
antes de tudo um leitor dedicado
- O sampleador conhece a obra
emprestada. Tal conhecimento é o que
lhe dá confiança para rearranjar,
atualizar, recontextualizar, editar,
recombinar e criar algo novo a partir
de uma ou mais obras
Manifesto da Literatura Sampler
de Fred Coelho e Mauro Gaspar
60. Leonardo Villa-Forte
escritor
“Eu tentava ler uns
dez livros de uma
vez só, quando
percebi que alguns
trechos de autores
diferentes se
conectavam”
Aconteceu em 2009...
61. 1 David FOENKINOS. Quem se lembra de
David Foenkinos? Tradução de Rejane
Janowitzer. Rio de Janeiro: Rocco, 2009, p.69.
2 Herta MÜLLER. Depressões. Tradução de
Ingrid Ani Assmann. São Paulo: Globo, 2010,
p.88.
3 Carlos Eduardo LEAL. A última palavra. Rio
de Janeiro: Rocco, 2009, p.27.
4 Cláudia LAGE. Mundos de Eufrásia. Rio de
Janeiro: Record, 2009, p.22.
5 Neil GAIMAN. Coisas frágeis 2. Tradução de
Michele de Aguiar Vartuli. São Paulo: Conrad,
2009, p.61.
6 Pola OLOIXARAC. As teorias selvagens.
Tradução de Marcelo Barbão. Rio de Janeiro:
Benvirá, 2011, p.188.
7 Neil GAIMAN. Idem.
8 W. SOMERSET MAUGHAN. O fio da navalha.
Tradução de Lígia Junqueira Smith. São Paulo:
Globo de bolso, 2009, p.166.
9 Neil GAIMAN. Idem.
MixLit #45
Leonardo Villa-Forte
62. 1 ONDJAKI. E se amanhã o medo. Rio de Janeiro:
Língua Geral, 2010, p.73.
2 Franz KAFKA. Um médico rural. Tradução de
Modesto Carone. São Paulo: Companhia das Letras,
2003, p.40.
3 Paulo SCOTT. Habitante irreal. Rio de Janeiro:
Objetiva/Alfaguara, 2011, p.215.
4 Saul BELLOW. Herzog. Tradução de José Geraldo
Couto. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p.67.
5 Danielle SCHLOSSAREK. Irene na multidão. Rio de
Janeiro: Oito e meio, 2013, p.19.
6 Dash SHAW. Umbigo sem fundo. Tradução de Érico
Assis. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, sem
número de página, início da “Parte 2”.
7 Saul BELLOW. Idem, p.65.
8 Laura ERBER. Esquilos de Pavlov. Rio de Janeiro:
Objetiva/Alfaguara, 2013, p.113.
9 Dash SHAW. Idem.
10 Waltercio CALDAS. Manual da ciência popular. São
Paulo: Cosac Naify, 2007, página sem número, seção
“21 – A estória da arte”.
11 Dash SHAW. Idem, página seguinte à usada
anteriormente.
MixLit #68
Leonardo Villa-Forte
63. texto de Marx: “A riqueza das sociedades
em que domina o modo-de-produção
capitalista apresenta-se como uma imensa
acumulação de mercadorias”
Karl Marx |O Capital
atualização de Guy Debord
GD: “A vida das sociedades nas quais
reinam as condições modernas de
produção se anuncia como uma imensa
acumulação de espetáculos”
Guy Debord
A Sociedade do Espetáculo
65. “A intencional fragmentação de sua arte
chega mesmo a ocultar até que ponto
Burroughs é de fato um escritor”
John Updike
1932 - 2009
66. Também acha que
escritores como
Kenneth Goldsmith,
Leonardo Villa-Forte,
Debord e Burroughs
são apenas
montadores de texto?
Então, peraí, vou desenhar pra vc...
67. O que é um escritor que não um profissional cujo objetivo principal passa
por estimular a imaginação e a percepção do leitor.
Escritores samplers conseguem alcançar esse objetivo por meio da
seleção de boas sentenças e da rearticulação das mesmas.
ESCRITOR:
contador de histórias
professor
mago | encantador
68. The Waste Land tem, em
433 versos, 32 citações,
mas é um poema
inconfundivelmente do
poeta T. S. Eliot.
69. “É a emoção controlada pela
inteligência”
“Falta de originalidade? Não
importa o material. Importa o
que o artista sabe fazer do seu
material”
“Todo grande artista não pode
prescindir de ser um homem de
seu tempo e de seu lugar”
Otto Maria Carpeaux
1900 - 1978
*Frases retiradas do ensaio ‘Alexandria e a Inteligência’
70. A questão do contexto
Boa, Carpeaux!
Quebrou tudo!
Agora deixa
com o velho
Buk!
Charles Bukowski
1920 - 1994
72. “Quem trabalha com a escrita
sampler não é aquele que não
tem o que dizer, é aquele que
tem coisas demais a dizer, que
tem vozes demais falando
dentro de si”
Manifesto da Literatura Sampler
de Fred Coelho e Mauro Gaspar
73. “The new creativity is pointing,
not making. Likewise, in the
future, the best writers will be
the best information managers”
“Identificar, apontar e
recomendar é tão criativo
quanto fazer/produzir. Os
melhores escritores são
aqueles que sabem utilizar o
excesso de informação a favor
da sua criatividade.”
Kenneth Goldsmith diz:
74. “Este é o século
XXI: você tem
muita informação
nas mãos. Mas
somente tê-las já
não basta, é
preciso saber
juntá-las. E isso é
pura criatividade.”
Heloísa Buarque de Holanda
pesquisadora e crítica literária
www.heloisabuarquedehollanda.com.br
75.
76. “Não importa o que
façamos com a
linguagem, ela sempre
será expressiva.”
Não há como escapar dessa r
Kenneth Goldsmith diz:
77. AGORA VÁ E ROUBE COMO UM
ARTISTA*Esquema retirado do livro ‘Steal Like an Artist’, de Austin Kleon
honra a obra
homenageada
a obra sampleada
é estudada
sampleia de muitos
dá-se crédito
transforma / inova
mistura/recombina
ROUBO
DO BEM
ROUBO
DO MAL
degradar a obra
homenageada
copiar sem refletir
roubar de um só
Tomar pra si,
ignorando crédito
Imitação barata
cópia barata