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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS
FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS




      KELLE DA SILVA AGUIAR
    RAFAEL DE SOUZA ANDRADE
    THIAGO PAULUCCI PEREIRA
    VAGNER FERREIRA BARBOSA




       OBESIDADE INFANTIL




         FERNANDÓPOLIS
               2011
KELLE DA SILVA AGUIAR
RAFAEL DE SOUZA ANDRADE
THIAGO PAULUCCI PEREIRA
VAGNER FERREIRA BARBOSA




   OBESIDADE INFANTIL



     Monografia de Graduação apresentada ao Curso de
     Farmácia da Fundação Educacional de Fernandópolis
     com requisito parcial para obtenção do título de bacharel
     em Farmácia.


     Orientador (a): Profa. Esp. Valéria Cristina José Erédia
     Fancio.




    FERNANDÓPOLIS
             2011
FOLHA DE APROVAÇÃO




KELLE DA SILVA AGUIAR
RAFAEL DE SOUZA ANDRADE
THIAGO PAULUCCI PEREIRA
VAGNER FERREIRA BARBOSA


OBESIDADE INFANTIL



                                Monografia de Graduação apresentada ao Curso de
                                Farmácia da Fundação Educacional de Fernandópolis
                                com requisito parcial para obtenção do título de bacharel
                                em Farmácia.




                                           Aprovação: _____ / _______________ / 2011




Examinadores:




_________________________________________
Profa. MSc. Vânia Luiza Ferreira Lucatti Sato
Curso: Farmácia




_________________________________________
Profa. Nayara Félix Gomes
Curso: Farmácia
Antes de tudo, dedico com amor e carinho o
    cumprimento deste trabalho aos meus pais pela
intensa compreensão, dedicação e amabilidade que
             sempre serão lembrados com estima e
    consideração. Aos meus excelentes amigos que
        jamais serão esquecidos por sua companhia
  apreciável nas dificuldades e por sua confiança no
 meu potencial, que foi relevante para alcançar esse
                                sonho tão desejado.
Além disso, também quero deixar um lembrete para
o futuro inacessível e distante, de que minha batalha
não termina aqui e que meus serviços farmacêuticos
 serão estendidos com toda resignação àqueles que
                    necessitam de amparo à saúde.

                             (Kelle da Silva Aguiar)
Dedico este estudo acadêmico aos meus
     incansáveis pais que sempre apoiaram minhas
  decisões e a confiança creditada por eles no meu
    potencial para superar os obstáculos e alcançar
    meus sonhos. Aos meus inestimáveis avós pelo
 amor incondicional. Aos meus amigos que sempre
  estiveram ao meu lado tanto nos momentos fáceis
como difíceis me auxiliando magnificamente durante
                           toda essa longa jornada.
Sem ser surpreendido pela grandeza inquestionável
   do mundo hoje subo o primeiro degrau de muitos
       para depois lutar infatigavelmente até, enfim,
    conquistar todos os meus tão sonhados planos.

                       (Rafael de Souza Andrade)
Dedico minha vitória aos meus pais e familiares que
         me ampararam sem questionar durante os
      momentos mais complicados nessa complexa
  marcha rumo a minha realização profissional. Aos
 meus inigualáveis amigos que compartilharam dos
           meus momentos mais apreciáveis e que
                    colaboraram para meu sucesso.
A partir deste momento, anseio dia a dia para iniciar
     a minha contribuição, como farmacêutico, para
     melhorar significativamente a saúde dos meus
             conterrâneos de forma segura e eficaz.

                         (Thiago Paulucci Pereira)
Dedico essa conquista ao meu pai, a quem, hoje,
        cumpro minha promessa. A minha mãe pela
   impagável generosidade, dedicação e carinho, os
   quais não têm como retribuir senão com a minha
eterna gratidão, meu amor e minha alma. Aos meus
   amigos dedico a minha vida. E, ao destino dedico
    um aviso: não me desafie, pois na minha escola
homens foram ensinados a não suportar a desonra e
   a vergonha de não lutar e a chorar em silêncio as
     lágrimas de cada derrota. Não importa quantas
derrotas ainda tenha nem quanto você irá cobrar por
                  cada vitória. Eu sempre vou lutar.

                        (Vagner Ferreira Barbosa)
Antes de tudo queremos agradecer ao apoio inquestionável
     de Deus que guiou sabiamente nossos destinos e nos
  possibilitou a realização deste sonho tão aguardado. Aos
nossos pais pelo amor incondicional. Aos nossos familiares
que sempre estão ao nosso lado compartilhando momentos
difíceis. Aos nossos inesquecíveis amigos cuja fiel amizade
 e dedicação contribuíram para que alcançássemos nossos
        objetivos. A Dra. Lilian Maria de Godoy Soares que
      gentilmente nos apoiou didaticamente e contribuiu de
           maneira significante na execução deste trabalho
    acadêmico. Por fim, a nossa orientadora Valéria Erédia
  pela sua competência, atenção e afeição por todos nós e
acima de tudo pela sua sabedoria que foi fundamental para
       a realização desse trabalho. A todos o nosso eterno
                                           agradecimento.
O que não pode ser curado com medicamentos é
  curado pela faca, o que a faca não pode curar é
curado com ferro em brasa, e o que isso não pode
            curar deve ser considerado incurável.
                (Hipocrátes, cerca de 480 a.C.)
RESUMO




                                 Obesidade Infantil


A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo de tecido adiposo
em relação à massa magra, a tal ponto que a saúde pode ser afetada. Sua
incidência vem aumentando de forma alarmante no Brasil e no mundo, sendo, hoje
considerada uma verdadeira epidemia de saúde pública mundial, constituindo-se em
um fator crítico de risco para o desenvolvimento de outras doenças. O excesso de
peso na infância acontece geralmente por uma combinação de fatores, incluindo
entre eles doenças genéticas, endócrino-metabólicas ou por alterações nutricionais,
hábitos alimentares inadequados, predisposição genética, estilo de vida familiar,
histórico familiar, condição socioeconômica, fatores psicológicos, etnia, inatividade,
sedentarismo, entre outros. As altas taxas de prevalência da obesidade, sobretudo
na população infantil, vêm preocupando profissionais de todas as áreas da saúde,
pois doenças como doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, diabetes mellitus
tipo 2, entre outras, que há alguns anos eram atribuídas somente a adultos, hoje já
podem ser observadas frequentemente nessa faixa etária. O diagnóstico da
obesidade na infância é de difícil e questionável avaliação devido à intensa
modificação da estrutura corporal da criança e o tratamento representa grande
desafio pelas grandes limitações de compreensão; sendo, portanto, a prevenção um
fator determinante na estratégia de combate e na redução dos índices de
prevalência. Neste trabalho buscou-se traçar uma discussão acerca das ações
engajadas do profissional da saúde, não só como profundo conhecedor da moléstia,
mas, sobretudo, na relevância da educação e da promoção cotidiana da saúde da
população infantil nas escolas de ensino primário e fundamental.




Palavras chaves: Obesidade Infantil. Aspectos fisiopatológicos. Complicações.
Diagnóstico. Tratamento. Prevenção. Políticas educacionais.
ABSTRAT




                                Childhood Obesity


Obesity is a chronic disease characterized by the accumulation of fat compared to
lean mass, to such an extent that health can be affected. Its incidence is increasing
alarmingly in Brazil and worldwide, being, today considered as a real public health
epidemic world, becoming a critical factor of risk for the development of other
diseases. Excess weight in childhood usually happens by a combination of factors,
including among them genetic diseases, metabolic-endocrine or nutritional changes,
inappropriate eating habits, genetic predisposition, family lifestyle, family history,
socio-economic condition, psychological factors, ethnicity, downtime, sedentary,
among others. The high prevalence rates of obesity, especially in the child
population, are caring professionals from all areas of health, because diseases such
as cardiovascular diseases, hypertension, diabetes mellitus type 2, among others,
that a few years ago were assigned only to adults, today can be observed frequently
in this age group. The diagnosis of obesity in childhood is difficult and questionable
assessment due to intense bodily structure modification of the child and treatment
represents a great challenge for the major limitations of understanding; thus
preventing a determining factor in combat and strategy in reducing prevalence rates.
In this work sought to draw a discussion about the actions engaged the health
professional, not only as a profound knowledge of disease, but, above all, on the
relevance of education and promoting the health of the child population daily in
schools of primary school and fundamental.




Keywords: Childhood Obesity. Physiopathological            aspects.    Complications.
Diagnosis. Treatment. Prevention. Educational policies.
LISTA DE QUADROS E TABELAS




Tabela 01 Alguns critérios para definição de obesidade infantil .............................. 19

Tabela 02 Evolução da prevalência (%) de sobrepeso na população pré-escolar do
Brasil e dos Estados Unidos: 1971-96 ...................................................................... 21

Tabela 03 Morbidade frequente na obesidade de grandes proporções ................... 26

Tabela 04 Valores de referência para o diagnóstico do estado nutricional utilizando
as curvas de IMC para idade, da Organização Mundial da Saúde ........................... 28

Tabela 05 Índice de Massa Corpórea (IMC) no percentil 95 para idade e sexo ...... 29

Tabela 06 Valores de corte de IMC para obesidade, e crianças de 6 a 10 anos de
idade em ambos os sexos ........................................................................................ 29

Tabela 07 Classificação da obesidade pelo P/E ...................................................... 30

Tabela 08 Medida de prega cutânea do tríceps – níveis do percentil 85 para idade e
sexo, em crianças ..................................................................................................... 31

Tabela 09 Peso relativo associado a taxa de mortalidade ....................................... 32
LISTA DE ABREVIATURAS




AVE – Acidente Vascular Encefálico

BIA – Bioimpedância

CDC – Centers for Disease Control and Prevention

DCNT – Doenças Crônicas Não-Transmissíveis

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IMC – Índice de Massa Corpórea

NCHS – National Center for Health Statistics

NCIN IEH – Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública do Instituto da Criança
em Londres
OMS – Organização Mundial da Saúde

OPAS – Organização Pan Americana de Saúde

SBP – Sociedade Brasileira de Pediatria

TCC – Trabalho de Conclusão de Curso
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 15

1 OBESIDADE INFANTIL ....................................................................................... 17

2 ETIOLOGIA DA OBESIDADE ............................................................................. 20

3 FISIOPATOLOGIA DA OBESIDADE .................................................................. 23

4 COMPLICAÇÕES DA OBESIDADE .................................................................... 25

5 DIAGNÓSTICO DA OBESIDADE ........................................................................ 27

       5.1 Índice de Massa Corpórea (IMC) ............................................ ................... 28
                                                                                                  .




       5.2 Medida de Prega Cutânea ....................................................... .................. 30
                                                                                                      .




       5.3 Impedância Bioelétrica ou Bioimpedância (BIA) ......................................... 31

6    PREVENÇÃO DA OBESIDADE ......................................................................... 32

7    TRATAMENTO DA OBESIDADE ...................................................................... 34

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 37

9 PERSPECTIVAS FUTURAS ................................................................................ 38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 40
15



                                    INTRODUÇÃO




       A obesidade é provavelmente a enfermidade metabólica mais antiga que se
conhece, havendo relatos de sua ocorrência desde os tempos mais remotos da
gênese humana. Nos passado, a habilidade de armazenar energia sob a forma de
gordura durante tempos de fartura conferiu à espécie grande vantagem evolutiva.
Presumivelmente esta mesma vantagem tornou-se a principal causa de morbi-
mortalidade, nos dias de hoje, entre a espécie (REPETTO, 1998).
       Substituídos,   sobretudo,    pela   evolução   e   os   crescentes   avanços
tecnológicos das últimas décadas, principalmente das áreas alimentícia e industrial,
os hábitos alimentares saudáveis foram gradualmente adaptados ao moderno e
agitado cotidiano, favorecendo significativamente ao aumento de combinações de
risco à saúde. Esses fatores combinados à predisposição genética e a doenças
endócrino-metabólicas tornaram a espécie susceptível ao mal do século XXI, a
obesidade.
       Contudo, a crescente e alarmante evolução da doença e as implicações
relacionadas com a obesidade se tornam ainda mais dramáticas e preocupantes
quando os índices de ocorrência apontam para significativa prevalência da doença
na comunidade infantil. Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que mais de 5 milhões
de crianças, hoje no Brasil, são vítimas da doença (SOARES, 2009).
       A obesidade é conceituada por diversos autores, e todos convergem em
apresentar a mesma definição sobre a moléstia: trata-se de doença crônica
caracterizada por acúmulo de tecido adiposo em relação à massa magra. Por ser
uma doença de causa multifatorial, pode ser causada tanto por desordens genéticas,
endócrino-metabólicas ou por alterações nutricionais. Outros fatores como estilo de
vida familiar, predisposição genética, fisiológica, histórico familiar, condição
socioeconômica e fatores psicológicos podem ainda ser agravantes para o risco de
obesidade na infância e adolescência. Com isso, a obesidade pode ser
caracterizada de duas maneiras distintas: obesidade exógena, decorrente da má
alimentação e sedentarismo; e obesidade endógena, derivada de alterações
genéticas e ingestão medicamentosa (MARCONDES, 2003; FISBERG, 2005).
16



          Não há, entretanto, um consenso sobre o diagnóstico da obesidade infantil,
o que torna os métodos usuais como índice de massa corpórea (IMC),
bioimpedância (BIA) e medida das pregas cutâneas, ferramentas questionáveis na
avaliação da obesidade em crianças e adolescentes, pois as alterações endócrino-
metabólicas e da estrutura corporal nessa faixa etária são intensas, sobretudo
devido ao crescimento (CASTRO; MORGAN, 2005; MONTEIRO, 1998).
          O tratamento da obesidade na infância é representado como um grande
desafio    pelas   limitações   de   compreensão,   e   na   adolescência,   por   ser
tradicionalmente caracterizada por diversos conflitos e dificuldades com o
estabelecimento e aceitação de limites comportamentais e de atitudes. A adesão às
mudanças de comportamento em longo prazo é limitada, porque para a maioria dos
pais e adolescentes, os resultados mais desejados são os imediatos, de razão
estética, e a motivação para manter o peso estável está ausente (HALPERN, 1998).
          Como os programas de intervenção ainda têm pouco consenso, a prevenção
como estratégia de combate ainda é a melhor alternativa. Os esforços para a
prevenção da obesidade na infância são provavelmente mais eficazes quando
aplicados de forma direcionada e sistemática. Portanto, nesse contexto, a escola é
um importante local onde esse trabalho pode ser realizado, possibilitando de forma
sólida e inexorável, a formação de hábitos saudáveis, de educação nutricional
segura e contínua, além de estimular ao aumento da atividade física diária
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE – OMS, 2004).
          A origem do interesse na abordagem do tema se deu não exclusivamente ao
estudo isolado da doença e à severidade dos males causados pelos inúmeros
fatores fisiopatológicos da obesidade na fase infantil. Neste Trabalho de Conclusão
de Curso (TCC) buscamos traçar uma discussão acerca das ações engajadas do
profissional da saúde, não só como profundo conhecedor da enfermidade, mas,
sobretudo, na relevância da educação e da promoção cotidiana da saúde sobre a
população infantil que, atualmente, está tão susceptível a esta doença.
          Este trabalho acadêmico tem como principal objetivo expor estudos
científicos sobre a origem e os fatores que predispõe à obesidade infantil, os riscos,
as complicações, os métodos clínicos de diagnóstico e os tratamentos desta
moléstia, bem como sugerir políticas e ações educacionais permanentes para a
prevenção e redução da incidência da obesidade na população infantil nos sistemas
de ensino primário e fundamental.
17



1 OBESIDADE INFANTIL


         A gênese da obesidade foi descrita desde os tempos mais remotos da
história, a partir de homens “corpulentos” descritos em pinturas rupestres, corpos
egípcios mumificados, esculturas gregas, e, mais recentemente, na idade média, a
aparência do corpo avantajado como símbolo de poder e status ostentado pelas
famílias mais ricas. Hoje, porém, as histórias modernas e contemporâneas
descrevem a prevalência de corpos avantajados como sinal claro de uma severa
morbidade (REPETTO, 1998).
         Nos países ainda em desenvolvimento, sobretudo, no Brasil, as discussões
e estudos sobre a obesidade são fatos ainda recentes. Sabe-se, contudo, que a
doença foi considerada um fator predominante sobre a saúde, constituindo-se em
verdadeira epidemia de saúde pública. De acordo com a Organização Pan
Americana de Saúde (OPAS), nos últimos vinte anos houve um aumento de 240%
nos índices de obesidade, sobretudo na infância e adolescência. Embora essas
cifras sejam significativas, a doença ainda continua a ser negligenciada (HELLER,
2004).
         A obesidade é uma afecção nutricional que tem apresentado acentuada
incidência e prevalência, tanto em países ricos como em países com níveis
socioeconômicos menos favorecidos (FIGUEIRA; ALVES; MAGGI, 2006).
         Há tempos a obesidade era ignorada nas ações nacionais e internacionais
de saúde, pois não era reconhecida como doença. Foi então que em 1997, em
Genebra, sob os auspícios da Organização Mundial da Saúde (OMS), ocorreu uma
reunião com especialistas em obesidade para discutir o assunto e propor estratégias
imediatas de ação. A obesidade foi então reconhecida como uma doença e o seu
crescimento já é considerado alarmante (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE
SAÚDE, 2000 apud SAES et al., 2008).
         As altas taxas de prevalência de obesidade, sobretudo, na infância, vêm
preocupando profissionais de todas as áreas da saúde. No início dos anos noventa,
a OMS soou o alarme para este problema, depois que uma estimativa de que 18
milhões de crianças em todo o mundo, menores de 5 anos, foram classificadas
como tendo sobrepeso (THE LANCET, 2001 apud SOARES; PETROSKI, 2003). Em
âmbito nacional, de acordo com Lauer e Clarke (1990 apud FERRIANI et al., 2005),
a obesidade afeta a vida de 15 milhões de crianças e adolescentes, o que significa
18



que mais de 15% da população infanto-juvenil brasileira apresenta peso corporal
acima do convencional.
          De acordo com relatos da Organização Mundial da Saúde (OMS), a
prevalência de obesidade infantil tem crescido em torno de 10 a 40% na maioria dos
países europeus nos últimos 10 anos. Ocorre mais frequentemente nos primeiros
anos de vida, entre 5 e 6 anos e na adolescência (DE MELLO; LUFT; MEYER,
2004). Existem poucos dados sobre a incidência e a prevalência de obesidade no
Brasil,   provavelmente    devido   as   dificuldade   de   se   manter      avaliações
antropométricas rotineiras nos centros de atenção primária à saúde (FISBERG,
2005).
          Conceitualmente, a obesidade pode ser classificada como o acúmulo de
tecido gorduroso localizado em todo o corpo, causado por doenças genéticas,
endócrino-metabólicas ou por alterações nutricionais (FISBERG, 2005). Rubin e
Farber (2002), por sua vez, acreditam que a obesidade é um aumento do tecido
adiposo além das necessidades físicas do organismo.
          A obesidade é definida segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS
(2004) como doença na qual o excesso de gordura corporal se acumulou a tal ponto
que a saúde pode ser afetada. Isto demonstra a preocupação desta entidade com as
possíveis consequências do acúmulo de tecido adiposo no organismo.
          Para Coutinho (1998) a obesidade é uma enfermidade crônica que vem
acompanhada de múltiplas complicações, caracterizada pela acumulação excessiva
de gordura.
          A obesidade é definida como o excesso de tecido adiposo, tanto em
números de adipócitos como em tamanho, refletido em aumento do peso corporal
(FIGUEIRA; ALVES; MAGGI, 2006).
          De Mello, Luft e Meyer (2004) por sua vez, afirmam que a definição de
obesidade pode ser muito simples, caso não se use formalidades científicas ou
metodológicas, pois o visual do corpo é o grande elemento a ser utilizado.
          Para Wong (2006) a obesidade atualmente é definida como uma quantidade
excessivamente alta de gordura corporal ou tecido adiposo em relação à massa
corporal magra.
          A maioria dos pesquisadores, entretanto, adota como conceito de sobrepeso
os valores ponderais que excedem em 20% os valores recomendados e, o
diagnóstico de obesidade é definido com base em um aumento superior a 30% do
19



peso corporal sugerido (KAUFMAN, 1999). A tabela 01 fornece alguns critérios que
contribuem na definição da obesidade em crianças a partir dos principais métodos
clínicos diagnósticos.

Tabela 01 Alguns critérios para definição de obesidade infantil
Obesidade

      > 120% da média de peso para altura
      > 90% do peso para altura
      > 85% da prega cutânea do tríceps
      > 90% do IMC (Kg/h2)

Superobesidade

      > 140% da média do peso para altura
      > 95% do peso para altura
      >95% da prega cutânea do tríceps
      >95 % do IMC (Kg/h2)
Fonte: Halpern et al. Obesidade, 1998. p. 320.

         É indiscutível que a obesidade resulta de um excesso crônico de ingestão
calórica relativa ao gasto energético. A habilidade de armazenar energia sob a forma
de gordura durante tempos de fartura confere, claramente, uma vantagem evolutiva
em um ambiente no qual possam ocorrer períodos de escassez de alimentos.
Presumivelmente, a evolução tem sido incapaz de prever os avanços na
organização societária e na produção de alimentos que converteram essa vantagem
evolutiva na causa principal de morbidade e mortalidade (RUBIN; FABER, 2002).
         A obesidade é considerada uma doença integrante do grupo de Doenças
Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT), as quais são de difícil definição, gerando
aspectos polêmicos quanto à sua própria denominação, sejam como doenças não
infecciosas, crônico-degenerativas ou como doenças crônicas não transmissíveis,
sendo esta última à conceituação atualmente mais utilizada (PINHEIRO; FREITAS;
CORSO, 2004).
         A infância é um período crítico para o desenvolvimento da obesidade, pois é
durante essa fase que ocorrem mudanças fisiológicas, que aumentam as chances
de prevalência da obesidade durante a vida adulta (DIETZ, 2003).
20



2 ETIOLOGIA DA OBESIDADE


       Em 1983, o National Center for Health Statistics (NCHS) distinguiu excesso
de peso de obesidade, esclarecendo que o primeiro refere-se a um excesso de peso
para a altura, enquanto a obesidade é um excesso de massa gordurosa relacionada
à massa magra. Excesso de peso, assim, não significa excesso de gordura, ainda
que muitas vezes se tenha utilizado esse termo nesse sentido (MONTEIRO, 1998).
       A obesidade vem aumentando de forma alarmante. Sendo considerada uma
verdadeira epidemia mundial, atingindo todas as faixas etárias, sobretudo, as
crianças (GIUGLIANO; MELO, 2004). A obesidade ocorre frequentemente nos
primeiros anos de vida, geralmente entre os 5 e 6 anos de idade e na adolescência.
É de consenso que a obesidade infantil vem aumentando de forma significativa e
que ela determina várias complicações na infância e futuramente na idade adulta.
Na infância, o manejo pode ser ainda mais difícil do que na fase adulta, pois está
relacionado a mudanças de hábitos e disponibilidade dos pais, além de uma falta de
entendimento da criança quanto aos danos da obesidade (DE MELLO; LUFT;
MEYER, 2004).
       Qualquer que seja a causa subjacente de obesidade, ela resulta, com
certeza, do armazenamento excessivo de triglicerídeos derivados das calorias da
dieta em depósitos de tecido adiposo, devido à ingestão calórica excessiva, ao gasto
insuficiente de energia, ou ambos (RUBIN; FARBER, 2002).
       As características do tecido adiposo já se configuram na infância. Se a
criança engordar muito nesta etapa, dificilmente ela deixará de ter um excesso de
peso na idade adulta. As células que armazenam gordura se multiplicam nos dois
primeiros anos de vida, novamente entre os cinco e sete anos e mais uma vez
durante o estirão de crescimento. A obesidade iniciada na infância é mais grave do
que a desenvolvida na idade adulta, pois decorre do aumento do número de células
do tecido adiposo, ao contrário daquela do adulto, causada, sobretudo, pelo
aumento do conteúdo gorduroso e do volume celular (KAUFMAN, 1999). A tabela 02
demonstra a incidência nas populações infantis do Brasil e dos Estados Unidos.
21



Tabela 02 Evolução da prevalência (%) de sobrepeso na população pré-escolar do Brasil e
dos Estados Unidos: 1971-96
                                 Sexo masculino                        Sexo feminino
País/ano                 2-3 anos            4-5 anos             2-3 anos         4-5 anos

Brasil
1975                       3,1                   3,9                2,6               3,6
1989                       2,4                   2,6                3,1               5,0
1996                       3,0                   3,2                1,9               7,6


Estados Unidos
1971-74                    3,1                   4,4                2,0               5,8
1976-80                    2,0                   4,4                2,5               7,6
1988-91                    2,1                   5,0                4,8              10,8
Notas: 1) Sobrepeso definido a partir do índice peso/altura, padrão NCHS/OMS, sendo os níveis
críticos percentil 97 (+2 escores z) nos estudo brasileiros e percentil 95 nos estudos americanos. 2)
A faixa etária 4-5 anos nos estudos brasileiros é constituída apenas por crianças entre 48-59 meses
de idade e nos estudos americanos 48-71 meses de idade.
Fontes: Halpern et al. Obesidade, 1998. p. 23.

          Katch e McArdle (1996 apud DE MELLO; LUFT; MEYER, 2004) afirmam que
pode haver três períodos críticos da vida, nos quais pode ocorrer o aumento do
número de células adiposas (hiperplasia), sendo eles: (1) o último trimestre de
gravidez, onde os hábitos alimentares da mãe durante a gravidez podem modificar a
composição corporal do feto em desenvolvimento; (2) o primeiro ano de vida e; (3) o
surto de crescimento da adolescência.
          O excesso de peso na infância, segundo Salbe e Ravussin (2000 apud
SOARES; PETROSKI, 2003), acontece geralmente por uma combinação de fatores,
incluindo entre eles hábitos alimentares inadequados, predisposição genética, estilo
de vida familiar, histórico familiar, condição socioeconômica, fatores psicológicos e
etnia. Para Viuniski (2007) os principais fatores de risco para a obesidade infantil são
inatividade e sedentarismo, alimentação noturna, desnutrição na vida intra-uterina
até o primeiro ano de vida, manejo deficiente da amamentação e das fases
fisiológicas de inapetência. No entanto, os fatores mais relevantes que podem
explicar este crescente surto no número de indivíduos obesos, segundo Oliveira e
Fisberg (2003), parecem estar mais relacionados às mudanças no estilo de vida, aos
hábitos alimentares com o aumento do consumo de alimentos ricos em açúcares
22



simples e gordura, com alta densidade energética, e a diminuição da prática de
exercícios físicos no dia-a-dia.
        A condição econômica, embora influencie de modo determinante para a
obesidade na vida adulta, ainda não foi adequadamente relacionada com o
desenvolvimento da moléstia em crianças. Contudo a doença começa a surgir em
lugares onde há problemas relacionados à desnutrição (CASTRO; MORGAN, 2005).
        A obesidade pode ser classificada em endógena ou primária, quando
decorrente de problemas hormonais (alterações da tireóide, gônadas, hipotálamo-
hipofisário, tumores ou síndromes genéticas) e exógena ou nutricional ou ainda
secundária de etiologia multicausal quando decorrente do balanço positivo de
energia entre ingestão e gasto calórico (FIGUEIRA; ALVES; MAGGI, 2006).
        Segundo Marcondes (2003), a obesidade exógena é multifatorial e pode ser
decorrente da má alimentação, dos hábitos sedentários de vida e da herança
genética. Por outro lado, a obesidade endógena ocorre devido a alterações
genéticas específicas, disfunções neurológicas ou ingestão medicamentosa. Um fato
bastante importante dentro das causas da obesidade, que merece atenção, é que
mais de 95% das pessoas desenvolvem obesidades por causa nutricional ou
exógena, os restantes 5%, segundo Fisberg (2005) seriam obesos denominados de
obesos endógenos. A vasta maioria das crianças desenvolve a obesidade do tipo
exógena que é resultado do excesso de calorias consumidas em relação ao
dispêndio energético diário (SOARES; PETROSKI, 2003).
        Coutinho (1998) classifica a obesidade quanto: (1) à fisiopatologia, podendo
ser hiperfágica (comer excessivamente) ou metabólica (anormalidade hormonal que
determina um baixo metabolismo); (2) à etiologia, podendo ser neuroendócrina
(problema nas glândulas produtoras de hormônios de ordem genética e/ou ambiental
sendo a causa mais frequente o hipotireoidismo), latrogênica (causada por drogas
como os psicotrópicos e corticosteróides), desequilíbrios nutricionais (dieta
hiperlipídica), inatividade física (baixo gasto calórico desfavorecendo o equilíbrio
metabólico energético) e obesidade genética (doenças genéticas raras com
características disfórmicas).
23



3 FISIOPATOLOGIA DA OBESIDADE


         Embora os mecanismos de ação não sejam esclarecidos, alguns fatores
conhecidos são susceptíveis de conduzir ao excesso de peso caracterizando a
obesidade como doença multifatorial: 1) fatores genéticos que tem ação permissiva
para os fatores ambientais (genes susceptível), e em alguns casos podem ser
determinantes da obesidade constitucional; 2) fatores do meio ambiente, como
atividade física e alimentação; 3) fatores psicológicos, psicossociais e culturais,
como adaptação ao estresse e distúrbios emocionais (obesidade psicogênica). Estas
variáveis nutricionais, metabólicas e psicossociais interagem entre elas e os fatores
genéticos, facilitando o desenvolvimento do fenótipo obesidade (VILLARES, 1998).
         A explicação mais simples é que a obesidade ocorre quando a ingestão
calórica supera o gasto energético diário. No entanto, existe uma variabilidade
importante   nas   necessidades   energéticas   de   indivíduo   para   individuo.   O
denominador comum das várias formas de obesidade é o excesso absoluto ou
relativo de calorias, que é convertido em gordura armazenada no tecido adiposo
(MACCARTHY, 2003).
         Estudos recentes sugerem que o hipotálamo percebe o armazenamento de
energia por meio das ações do hormônio peptídeo denominado leptina, que é
liberado pelos adipócitos (GAYTON; HALL, 2002). Atualmente sabemos que o tecido
adiposo não é um órgão passivo somente de depósitos de triglicerídeos. O tecido
adiposo branco apresenta função importante na saciedade pela liberação da leptina
e também na homeostase lipídica. Este tecido também é local de síntese de várias
substâncias além da leptina, tais como: angiotensinogênio II (peptídeo importante do
sistema renina-angiotensina-aldosterona com papel significativo na regulação da
pressão sanguínea e homeostase dos fluídos corporais), estrógenos (hormônio
feminino responsável pela proliferação e crescimento de células específicas no
corpo caracterizando modelo estrutural feminino) e fatores do complemento
(proteínas que desempenham funções importantes na imunidade inata e adquirida).
Além da leptina, a insulina também parece ter ação na saciedade (VILLARES,
1998).
         A leptina é um hormônio protéico específico produzido e secretado pelo
tecido adiposo, que funciona como um “adipostato” referindo-se à Teoria Lipostática,
que prediz que a composição e o peso corporal em humanos são determinados por
24



interações entre fatores genéticos, ambientais, comportamentais e sociais (ARAÚJO;
FRACETO; SILVA, 2004). A descoberta da leptina tem ajudado a esclarecer o papel
dos adipócitos, como sistema endócrino e de que modo ocorre a sinalização para a
ingestão de alimentos, bem como a regulação do metabolismo energético. Assim, a
coordenação do balanço energético e do peso corporal envolve uma regulação entre
a ingestão de alimentos e gasto de energia (SOARES; GUIMARÃES, 2001).
       Segundo Araújo, Fraceto e Silva (2004), o papel da leptina como hormônio
antiobesidade é essencialmente derivado de suas ações como diminuidor de apetite
e estimulador de gasto de energia. Quando a quantidade de tecido adiposo aumenta
(sinalizando o excesso de reserva de energia), os adipócitos produzem quantidades
aumentadas de leptina, que é liberada no sangue. A seguir, a leptina circula até o
encéfalo, onde atravessa a barreira hematoencefálica por difusão facilitada e liga-se
aos receptores de leptina existentes em múltiplos locais do hipotálamo. A
estimulação dos receptores de leptina nesses núcleos hipotalâmicos desencadeia
diversas ações que diminuem o armazenamento de gordura, incluindo (1) produção
diminuída, no hipotálamo, de estimuladores do apetite; (2) produção aumentada, no
hipotálamo, de substâncias que diminuem a ingestão de alimentos; (3) aumento da
atividade nervosa simpática, o que aumenta o metabolismo e o consumo de energia;
e (4) redução da secreção de insulina pelas células beta do pâncreas, o que diminui
o armazenamento de energia. Por conseguinte, o tecido adiposo sinaliza ao encéfalo
que houve armazenamento suficiente de energia, não havendo mais necessidade de
ingestão de alimentos. Alguns cientistas acreditam que os receptores de leptina, ou
nas vias de sinalização pós-receptores, normalmente ativados pela leptina, podem
estar defeituosos nos indivíduos obesos, que continuam a ingerir alimentos, apesar
dos níveis muito elevados de leptina (GAYTON; HALL, 2002).
       Qualquer sistema de regulação fisiológica exige um modo de o corpo
detectar a quantidade de uma substância específica presente e traduzir a
informação em ações que mantenham essa variável numa faixa desejada. As
necessidades energéticas das células humanas, em sua maioria, são supridas pela
glicose, derivada do alimento, que circula no sangue. Normalmente, o corpo mantém
os níveis de glicose dentro de limites bem rígidos. Quando a glicose sanguínea
aumenta, células especializadas do pâncreas detectam a mudança e secretam mais
insulina, o que desencadeia respostas no músculo e nas células adiposas que levam
esses tecidos a assimilar e utilizar mais glicose, enquanto o fígado reage reduzindo
25



a produção desta substância, aumentando a captação e armazenamento em todos
os tecidos. A insulina provoca, então, a rápida absorção da glicose pelas células
musculares e hepáticas, por sua vez, transformam a glicose em glicogênio, que fica
armazenado até certo limite no fígado e nos músculos. As células adiposas também
absorvem glicose, porém a transformam em gorduras (DEFRONZO, 2004;
SCIENTIFIC AMERICAN BRASIL, 2007 apud OLIVEIRA; COSTA; RIBEIRO, 2008).
       Outro fator importante é o histórico familiar, pois é muito importante para
determinar a prevalência de obesidade ou outros distúrbios de comportamento
alimentar nos pais, irmãos ou outros membros da família. Quando vários membros
da família são obesos é preciso que os pais também recebam orientação
(HALPERN, 1998). Deste modo, uma criança com os pais obesos possui 80% de
chances de desenvolver a obesidade, essa situação cai para 40%, se apenas um
dos pais for obeso, e se nenhum dos pais possuírem tal enfermidade essa criança
terá apenas 7% de chances de se tornar uma pessoa obesa (BERHEMAN;
KLIEGMAN, 1994). Além disso, o baixo nível socioeconômico e principalmente a
escolaridade provavelmente determinam hábitos alimentares e estilo de vida que
desencadeiam a obesidade (WICKELGREN, 1998).
       Causas endócrinas e genéticas são responsáveis por menos de 10% da
obesidade infantil; portanto, 90% dos casos apresentam pelo menos uma grande
contribuição do meio ambiente. O sobrepeso e a obesidade também estão
associados a distúrbios psicológicos incluindo depressão, distúrbios alimentares,
imagem corporal distorcida e baixa autoestima (FISBERG, 2005).


4 COMPLICAÇÕES E RISCOS À SAÚDE


       A obesidade, já na infância, está relacionada a várias complicações, como
também a uma maior taxa de mortalidade e quanto mais tempo o paciente se
mantém obeso, maior é a chance das complicações ocorrerem, assim como mais
precocemente (DE MELLO; LUFT; MEYER, 2004).
       A obesidade trata-se de uma das doenças de maior incidência na sociedade
atual, constituindo um fator crítico de risco para o desenvolvimento de outras
diversas enfermidades como doenças cardiovasculares (p.ex. hipertensão arterial,
coronariopatias e trombose venosa), alterações metabólicas (p.ex. diabetes mellitus
tipo 2 e dislipidemias), doenças do aparelho digestivo, afecções pulmonares,
26



acidente vascular encefálico (AVE) e câncer (VILLARES, 1998; SILVA, 1998).
Oliveira e Fisberg (2003) ainda afirmam que o excesso de peso também pode
contribuir para o surgimento de outras complicações como: aumento do colesterol
total e dos triglicerídeos, hiperinsulinemia, níveis elevados de ácido úrico e refluxo
gastresofágico.        A   tabela    03   apresenta   algumas   das   principais      doenças
correlacionadas à obesidade. Estas doenças até a alguns anos atrás atribuídas
somente a adultos, mas que hoje já podem ser observadas frequentemente nas
populações infanto-juvenil (OLIVEIRA; FISBERG, 2003).

Tabela 03 Morbidade resultante da obesidade de grandes proporções
         Hipertensão arterial                             Disfunções respiratórias
         Artropatias                                      Diabetes
         Hiperlipemias                                    Varizes dos membros inferiores
         Colelitíase                                      Esofagite de refluxo
         Hérnias                                          Dermatopatias
         Dificuldades diagnósticas                        Maiores riscos cirúrgicos
         Desajustes psicológicos e sociais
Fonte: Halpern et al. Obesidade, 1998. p. 331.

          Além das consequências para a saúde, o sobrepeso e a obesidade também
acarretam consequências socioeconômicas substanciais. Os custos do excesso de
peso para os sistemas de saúde são altos e podem ser diretos e indiretos. Os custos
diretos envolvem gastos com o tratamento da obesidade e suas consequências. Os
custos indiretos, por sua vez, encontram-se a perda de renda pela redução da
produtividade e absenteísmo (ausência dos trabalhadores no processo de trabalho),
devido à doença ou incapacidade e a perda de renda futura devido a mortes
prematuras (CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION – CDC,
2010).
          Estudos comprovam também que a obesidade diminui a expectativa de vida
e predispõe o indivíduo a altos níveis de morbidade, refletindo diretamente na sua
qualidade de vida. De acordo com o mesmo autor, pessoas obesas também podem
apresentar outras complicações como: redução das atividades motoras, fadiga,
sentimentos de rejeição, discriminação e carência afetiva (FISBERG, 2005).
Observações clínicas postulam a associação entre a obesidade e depressão. Estas
observações têm recebido suporte de estudos epidemiológicos, que correlacionam
os aspectos emocionais e o excesso de peso com o desenvolvimento de transtornos
27



psicológicos e comportamentais (p.ex. depressão e ansiedade), sendo tais estudos
fundamentais para compreender o papel desses transtornos na etiologia ou mesmo
como conseqüência da obesidade infantil (CARPENTER; HASIN; ALLISON, 2000).
       As crianças obesas são frequentemente importunadas pelos colegas e
menos aceitas do que as crianças com peso normal. Ao longo da vida, o excesso de
peso traz outras dificuldades, como menor índice de empregos, timidez e problemas
de relacionamento afetivo. Devido a tais dificuldades, muitas vezes os indivíduos
obesos sofrem ou impõem-se restrições diante de atividade rotineiras como ir à
escola, fazer determinados exercícios físicos, procurar emprego, comprar roupas,
namorar ou simplesmente divertir-se (DAMIANI; DAMIANI; OLIVEIRA, 2002).


5 DIAGNÓSTICO DA OBESIDADE


       Diagnosticar e avaliar a obesidade infantil implica em conhecer a
composição corporal. O clínico geral pode utilizar medidas e relações que, ainda
assim, não se correspondam estritamente com a quantidade de gordura, guardando
apenas uma aceitável relação com esta. Diferentemente da população adulta, não
há consenso sobre critérios mais adequados para classificar como obesas crianças
e adolescentes. Desde logo, estão descartados critérios baseados em valores fixos
de Índice de Massa Corpórea (IMC), como nos casos dos adultos, uma vez que a
distribuição deste índice varia intensamente com o crescimento e a obesidade
(MONTEIRO, 1998).
       O diagnóstico da doença na infância é de difícil avaliação devido à intensa
modificação da estrutura corporal (massa corporal, massa magra, água e gordura)
durante o crescimento (BUENO; FISBERG, 2006). Na faixa etária infantil, a
obesidade era diagnosticada pela avaliação da relação entre o peso esperado e a
altura, sendo considerado parâmetro de diagnóstico para a obesidade, um peso
maior que 120% do peso esperado.
       Em crianças maiores que 5 anos, ainda são comumente utilizadas as curvas
americanas de IMC do National Center for Health Statistics (NCHS), específicas para
cada sexo, que consideram como diagnóstico de sobrepeso e obesidade os
percentis acima de 85 e 95, respectivamente (DE MELO, 2010). Os valores de
referência relacionados com o diagnóstico do estado nutricional estão representados
na tabela 04.
28



         O percentil é um modo de avaliação dos parâmetros de dispersão, sendo,
portanto, pontos estimativos de uma distribuição de freqüência que determinam uma
dada porcentagem de indivíduos que se localizam abaixo ou acima deles. Deste
modo, é de aceitação universal numerar os percentis de acordo com a porcentagem
de indivíduos existentes abaixo dos mesmos e não acima, assim, por exemplo, o
valor que divide uma população em 90% abaixo e 10% acima é o percentil 90.
Cumpre assinalar quê as variações de percentis em torno do percentil 50 têm
significado clínico muito menor do que as variações observadas em torno dos
percentis extremos, por exemplo, 10 e 90 (MARCONDES, 1979).

Tabela 04 Valores de referência para o diagnóstico do estado nutricional utilizando as
curvas de IMC para idade, da Organização Mundial da Saúde
                    Valor encontrado na criança                      Diagnóstico nutricional

< Percentil 0,1                        < Escore z -3                   Magreza acentuada
≥ Percentil 0,1 e < Percentil 3        ≥ Escore z -3 e Escore z -2     Magreza
≥ Percentil 3 e < Percentil 85         ≥ Escore z -2 e Escore z +1     Eutrofia
≥ Percentil 85 e < Percentil 97        ≥ Escore z +1 e < Escore +2     Sobrepeso
≥ Percentil 97 e ≤ Percentil 99,9      ≥ Escore z +2 e ≤ Escore +3     Obesidade
> Percentil 99,9                       > Escore z +3                   Obesidade grave
Fonte: De Melo, Diagnóstico da Obesidade Infantil, 2010.

         A avaliação de adiposidade por meio de medidas de pregas cutâneas é
pouco reprodutível e sua utilidade na prática clinica é limitada. Outros exames para
avaliação de quantidade de gordura corporal, como bioimpedância (BIA),
ultrassonografia,      tomografia      computadorizada,       ressonância     magnética    e
densitometria também não são utilizados rotineiramente (DE MELO, 2010).
         A antropometria pode ser definida como a técnica de expressão quantitativa
da forma do corpo (EISENSTEIN et al., 2000). Segundo diversos autores os
principais métodos de medição da massa lipídica em crianças são o Índice de Massa
Corpórea (IMC), medida de prega cutânea e bioimpedância (BIA).


5.1 Índice de Massa Corpórea (IMC)


         O Índice de Massa Corpórea (IMC) é usualmente utilizado para
determinação da obesidade no adulto, mas seu uso em crianças e adolescentes é
questionável para a faixa etária infanto-juvenil, principalmente para as de baixa ou
29



alta estatura, pois o cálculo se baseia em uma estatura já estável (DE MELO, 2010;
CASTRO; MORGAN, 2005). A tabela 05 indica no percentil 95 o IMC para idade e
sexo, enquanto a tabela 06 possui os valores de corte de IMC para a obesidade
entre crianças de 6 a 10 anos de idade de ambos os sexos.

Tabela 05 Índice de Massa Corpórea (IMC) no percentil 95 para idade e sexo
      Idade (anos)                           Homens                          Mulheres
         6                                       18,0                           17,5
         7                                       19,2                           18,9
         8                                       20,3                           20,4
         9                                       21,5                           21,8
         10                                      22,6                           23,2
         11                                      23,7                           24,6
         12                                      24,9                           25,9
         13                                      25,9                           27,1
         14                                      26,9                           27,9
         15                                      27,7                           28,5
         16                                      28,5                           29,1
         17                                      29,3                           29,7
         18                                      30,1                           30,2
Fonte: Marcondes, et AL. Pediatria Básica, 2003, p. 361.

Tabela 06 Valores de corte de IMC para obesidade entre crianças de 6 a 10 anos de idade
em ambos os sexos
                                 Homens                             Mulheres
Idade (anos)          Percentil 85      Percentil 95       Percentil 85   Percentil 95

6                         16,6              18,0             16,2              17,5
7                         17,4              19,2             17,2              18,9
8                         18,1              20,3             18,2              20,4
9                         18,9              21,5             19,2              21,8
10                        19,6              22,6             20,2              23,2
Fonte: Halpern et al. Obesidade, 1998. p. 321.

         Segundo Monteiro (1998), o IMC é de uso prático, simples, reprodutível, com
valor diagnóstico e prognóstico. Foi definido pelo astrônomo belga Quetelet razão
pela qual é conhecido com o nome de Índice de Quetelet. É calculado dividindo-se o
30



peso, expresso em quilograma (kg), pela altura, expressa em metros elevada ao
quadrado (m2):

                          IMC = Peso (em kg) / Altura2 (em metros)

          Marcondes et al. (2003), explica que para crianças com idade inferior a 6
anos é indicado a fórmula P/E (relação peso/estatura). A tabela 07 está
apresentando a relação peso/estatura em porcentagem com o estado nutricional no
qual o paciente se encontra.

           P/E = Peso Atual (em kg) / Peso no p50 para estatura atual x 100


Tabela 07 Classificação da obesidade pelo P/E
P/E (%)                                                    Estado Nutricional

< 90                                                       Desnutrido
90-109                                                     Eutrófico
110-119                                                    Sobrepeso
120-140                                                    Obeso
> 140                                                      Obeso Mórbido

Fonte: Marcondes, et al. Pediatria Básica, 2003. p. 361.


5.2 Medida de Prega Cutânea


          A medida de prega cutânea mede a espessura da gordura subcutânea por
meio de um instrumento conhecido como plicômetro de Lange (CUMINI &
DELGADO, 2008).
          A medida de prega cutânea apresenta-se de uma maneira mais direta a
gordura corporal e é útil, em conjunto com IMC. Medidas acima do percentil 85 para
idade e sexo sugerem obesidade. A tabela 08 apresenta os valores da medida de
prega cutânea no percentil 85 para idade e sexo, em crianças. Pode-se medir
apenas a prega cutânea do tríceps ou fazer um somatório de várias pregas, tais
como bíceps, tríceps, subescapular e supra-ilíaca (HALPERN, 1998).
31



Tabela 08 Medida de prega cutânea do tríceps – níveis do percentil 85 para idade e sexo,
em crianças
         Idade (anos)                            Masculino            Feminino

              5                                     12                    14
              6                                     12                    15
              7                                     13                    16
              8                                     14                    17
              9                                     15                    18
              10                                    16                    20
Fonte: Halpern et al. Obesidade, 1998. p. 322.


1.5.3 Impedância Bioelétrica ou Bioimpedância (BIA)


         É importante lembrar que excesso de peso nem sempre significa excesso de
gordura e um método que avalie também a massa magra da criança traz subsídio
importante para a avaliação da obesidade infantil, assim como ajuda bastante na
evolução do tratamento. A bioimpedância utiliza o modelo tricompartimental de
avaliação da composição corpórea e é um método não-invasivo, prático, rápido,
portátil e confiável, desde que não haja alterações na temperatura cutânea, na
concentração dos eletrólitos séricos e no valor do hematócrito. O acúmulo de suor
na pele e a presença de outros materiais condutivos no momento das medidas
podem influenciar nos resultados finais (HALPERN, 1998).
         A bioimpedância avalia a resistência elétrica a uma corrente de baixa
voltagem em tecidos de diferente condutividade com base na estatura, no sexo e na
idade, sendo possível estimar indiretamente os compartimentos livres de gorduras
daqueles com gordura (CUMINI; DELGADO, 2008). No organismo humano, os
tecidos magros são altamente condutivos, contém grandes quantidades de água e
eletrólitos condutores e representam uma via de baixa resistência elétrica. Por outro
lado, a gordura é condutor fraco, uma via de alta resistência elétrica, com baixa
concentração de água e eletrólitos condutores (HALPERN, 1998).
         Contudo, esse método de avaliação é empregado mais frequentemente em
pesquisas, pois a variabilidade biológica das crianças em crescimento é muito
grande na composição de água tornando-se um método limitado (CUMINI;
DELGADO, 2008).
32



6 PREVENÇÃO DA OBESIDADE


         Soares e Petroski (2003) relatam que quanto maior a idade da criança e
maior o excesso de peso mais difícil torna-se a reversão do quadro. A tabela 09
demonstra o peso relativo do paciente com a taxa de mortalidade em porcentagem.
         Segundo Kiess et al. (2001), a prevenção deve começar bem cedo, de
preferência na fase intra-uterina. A estratégia deve ser elaborada juntamente com a
equipe multidisciplinar (médico, nutricionista e educador físico), para que durante a
gravidez a mulher realize atividade física moderada e execute a alimentação
adequada tanto para o desenvolvimento do bebê, para o seu bem-estar. Depois do
nascimento a amamentação deve ser fortemente recomendada, pelo menos até o
sexto mês de vida. Os pais devem ser encorajados a ter uma alimentação saudável
(o que inclui baixo nível de gordura saturada), com horários e lugares certos para se
alimentarem. Atividades físicas, que não incluam apenas exercícios, mas também
manter o hábito de vida não sedentário, o que implica em não passar grande parte
do dia na frente da televisão ou no computador.

Tabela 09 Peso relativo associado à taxa de mortalidade
                 Peso relativo (%)                        Taxa de mortalidade (%)
            (considerando peso médio)
                     65-75                                        105
                     75-95                                        93
              95-105 (peso médio)                                  95
                    105-115                                       110
                    115-125                                       127

                    125-135                                       134

                    135-145                                       141

                     145-155                                      211

                    155-165                                       227

Fonte: Halpern et al. Obesidade,1998. p. 33.

         Estudos demonstraram que as crianças e adolescentes que nunca
receberam aleitamento materno têm maior ocorrência de obesidade na idade
escolar, de acordo com esses dados acredita-se que a amamentação apresenta-se
33



com uma medida considerável no combate da obesidade infantil (SIQUEIRA;
MONTEIRO, 2007).
       Como os programas de intervenção ainda têm pouco consenso, a prevenção
continua ainda é a melhor estratégia clínica. A prevenção da obesidade na infância é
provavelmente mais eficaz quando direcionada simultaneamente aos alvos
primordial, primário e secundário, com metas apropriadamente diferentes. A
prevenção primordial visa evitar que as crianças se tornem “de risco” para
sobrepeso; a prevenção primária objetiva evitar que as crianças “de risco” adquiram
sobrepeso; e a prevenção secundária visa impedir a gravidade crescente da
obesidade e reduzir a co-morbidade entre crianças com sobrepeso e obesidade (DE
MELLO; LUFT; MEYER, 2004).
       Programas de prevenção e tratamento devem ser desenvolvidos no cuidado
com a obesidade infantil como dietas saudáveis, atividades físicas e educação
nutricional (FISBERG, 2005).
       O objetivo da perda estável de peso à custa da massa gordurosa só pode
ser obtido através de um balanceamento calórico/gordura negativo. Para isso é
necessário: um planejamento alimentar hipocalórico, baixo em gorduras e em
açúcares simples; um aumento das atividades físicas chamadas “espontâneas” e um
plano de atividades físicas voluntárias, que estimule a oxidação das gorduras
(HALPERN, 1998).
       A escola é um local importante onde esse trabalho de prevenção pode ser
realizado, pois as crianças fazem pelo menos uma refeição nas escolas,
possibilitando um trabalho de educação nutricional, além de também proporcionar
aumento da atividade física. A merenda escolar deve atender as necessidades
nutricionais das crianças em quantidade e qualidade a ser um agente formador de
hábitos saudáveis (DE MELLO; LUFT; MEYER, 2004).
       Programas de tratamento de crianças e adolescentes obesos que envolvem
atividade física rigorosa demonstraram benefício significativo na redução de peso,
mas não é duradouro; já a atividade física incorporada como estilo de vida, ou seja,
realizada diariamente, com iniciativas que reforçam a redução de comportamentos
sedentários potencializam os efeitos da perda de peso. É muito importante que a
família compreenda que no dia a dia a alimentação dever ser a mais saudável
possível, para que a criança coma com todos à mesa o mesmo cardápio, limitando-
se à quantidade de frituras e milanesas, a quantidade de óleo para fazer os
34



refogados, devendo-se também evitar estoques de guloseimas em casa, lembrando
sempre que esses pacientes terão acesso a esses alimentos fora de casa
(HALPERN, 1998). Praticamente todas as recomendações para promover uma
prevenção eficaz devem ser acompanhadas por toda a família, sendo os indivíduos
obesos ou não (DE MELLO; LUFT; MEYER, 2004).


7 TRATAMENTO DA OBESIDADE


           O tratamento da obesidade na infância é representado como um grande
desafio,     pelas   limitações   de   compreensão,   e   na   adolescência,   por   ser
tradicionalmente caracterizada por diversos conflitos e dificuldades com o
estabelecimento e aceitação de limites comportamentais e de atitudes a adesão às
mudanças de comportamento em longo prazo é limitada, porque para a maioria dos
pais e dos adolescentes, os resultados mais desejados são os imediatos, de razão
estética, e a motivação para manter o peso estável está ausente (ALMEIDA;
FERRERA, 2005).
           O excesso de aquisição de energia ocorre apenas durante a fase de
desenvolvimento da obesidade. Quando o indivíduo já está obeso, tudo o que é
necessário para mantê-lo nesse estado é que a aquisição de energia seja igual ao
seu consumo. Para que o indivíduo emagreça, o seu suprimento energético deve ser
menor do que o consumo. Deste modo, o tratamento da obesidade depende da
redução do suprimento de energia abaixo de seu consumo. Para atingir esse
propósito, a maioria das dietas redutoras é planejada para conter grande quantidade
de “alimentos volumosos”, os quais, em geral, são constituídos por substâncias ricas
em celulose, porém não-nutritivas. Esse volume distende o estômago e, assim,
alivia, parcialmente, a fome, sendo de relevância evitar o desenvolvimento de
deficiências vitamínicas durante o período da dieta (GAYTON; HALL, 2002).
           A maioria dos programas de combate a obesidade infantil consistem em: (1)
dieta que reduza a ingesta calórica diária da criança; (2) aumento da atividade física;
(3) modificações comportamentais; e (4) ajuda ou participação ativa dos pais
(HALPERN, 1998).
           Para iniciar o tratamento da doença é muito importante dispor de equipe
multiprofissional formada de médico endocrinologista, nutricionista, educador físico,
psicólogo e o farmacêutico. O tratamento é longo e, por isso é desejável que o
35



relacionamento da equipe com o paciente seja integrado (DÂMASO; TEIXEIRA;
CURI, 1995). Segundo Escrivão et al. (2000), as noções de tempo não são
claramente entendidas pelas crianças e adolescentes, portanto, não se devem
apontar os riscos futuros da obesidade, e sim avaliar as implicações atuais, ou seja,
as consequências do excesso de peso que estão incomodando no momento.
        A intervenção feita precocemente no controle da obesidade é fundamental
para o tratamento; o excesso de ingestão calórica resulta em aumento das células
adiposas e obesidade hipertrófica. Assim, quando as células gordurosas atingem a
sua capacidade máxima, seu número aumenta para suprir o excesso de acúmulo de
gordura (triglicerídeos). Essa fase de desenvolvimento adiposo na criança é
chamada obesidade hiperplásica (CARNEIRO, 2005).
        Quanto à reeducação alimentar, deve ser sugerido dietas flexíveis e que
atendam às necessidades nutricionais da criança, pois dietas muito rígidas e
restritas mostram-se ineficientes, proporcionando prejuízo ao crescimento e
desenvolvimento da criança, menor adesão ao tratamento e maior angústia no caso
de insucesso, o que acarreta ansiedade e depressão na maioria das crianças
(VITOLO; CAMPOS, 1998). A dieta instituída deve ser adequada à idade e fase de
crescimento, considerando os padrões socioeconômicos e culturais da criança e da
família. Para tanto, é necessário que se conheça o histórico alimentar da criança
obesa e de sua família (SOARES; PETROSKI, 2003).
        Para perda de peso, um objetivo razoável é a perda de 500g por semana,
com uma combinação de diminuição de ingesta calórica e aumento do gasto calórico
através da atividade física. Uma dieta saudável deve conter 50-55% de carboidratos,
20-25% de proteínas e de 30-40% da ingesta usual, devendo ser ajustada para que
a perda de peso seja gradual (HALPERN, 1998).
        Segundo Soares e Petroski (2003), o programa de atividades físicas para
criança obesa, implica em atividades desenvolvidas de acordo com a capacidade
individual, pois este é o fator determinante para que haja adesão da criança ao
programa, garantindo assim, adesão ao tratamento. De acordo com os autores, os
exercícios recomendáveis para as crianças são: (1) exercícios aeróbios em geral; (2)
exercícios posturais preventivos e de manutenção, principalmente no estirão de
crescimento; (3) exercícios de força e resistência; (4) exercícios de coordenação
motora geral e específica; e (5) exercícios de equilíbrio.
36



         Por fim, em muitos indivíduos obesos, o aumento da atividade física pode
resultar em perda de peso. Quanto mais exercícios, maior o consumo diário de
energia e mais rapidamente controla-se a evolução da obesidade. Por conseguinte,
o exercício forçado, frequentemente, constitui parte essencial no tratamento da
obesidade (GAYTON; HALL, 2002).
         Vários fármacos que reduzem a intensidade da fome têm sido utilizados no
tratamento da obesidade. Os mais importantes desses fármacos são as anfetaminas
ou seus derivados, que inibem, diretamente, os centros da alimentação no cérebro.
Um dos fármacos mais novos para o tratamento da obesidade é a sibutramina,
simpaticomimético que reduz a ingestão de alimentos e aumenta o consumo de
energia. O uso desses fármacos é perigoso, visto que eles hiper-excitam
simultaneamente o sistema nervoso, tornando o indivíduo nervoso e elevando a
pressão arterial. Além disso, a pessoa logo se adapta ao fármaco, de modo que a
redução do peso não costuma ser superior a 5 a 10%. Outro grupo de fármacos atua
alterando o metabolismo dos lipídios; por exemplo, o orlistat, inibidor da lipase, reduz
a digestão intestinal de gorduras. Em consequências dessa ação, parte da gordura
ingerida é eliminada nas fezes, o que reduz a absorção de energia. Entretanto, a
perda    fecal   de   gorduras   pode   causar    efeitos   colaterais   gastrintestinais
desagradáveis, bem como a perda de vitaminas lipossolúveis nas fezes (GAYTON;
HALL, 2002).
         Praticamente não há dados importantes e conclusivos na literatura sobre o
uso de medicamentos em obesidade infantil. O uso de anorexígenos não é
recomendado em crianças, uma vez que o mais importante é a conscientização dos
erros alimentares para que se possa corrigi-los, o incentivo da atividade física
programada ou não e a mudança de comportamento em relação a várias situações
que favorecem ao ganho de peso. Os medicamentos anorexígenos clássicos
apresentam uma ação no sistema nervoso central que não seria adequada em
crianças em plena fase de formação, tanto física quanto psicológica (HALPERN,
1998).
37



                            CONSIDERAÇÕES FINAIS




      A determinação da prevalência da obesidade e suas implicações como
agravo à saúde na população infanto-juvenil contou, nesse estudo, com um
significativo diferencial comparativo-qualitativo, pois além dos dados estatísticos
elencados por instituições nacionais e internacionais tivemos acesso à pesquisa da
moléstia em nível local e ao Projeto Interdisciplinar de Controle e Prevenção da
Obesidade Infantil, desenvolvido e supervisionado pela Dra. Lilian Maria de Godoy
Soares no município de Fernandópolis. Na pesquisa realizada pela médica e sua
equipe, apurou-se o perfil de crianças com sobrepeso e obesidade entre escolares
de 2 a 12 anos no município de Fernandópolis, SP, em 2009, separando os
resultados por sexo e tipo de escola. Foram avaliados 1.798 alunos de dez escolas
públicas, 910 do sexo feminino e 888 do sexo masculino e, 611 de quatro
instituições particulares, 299 do sexo feminino e 312 do sexo masculino, autorizados
pelos responsáveis. Os dados antropométricos avaliados foram: massa corporal em
Kg e altura em metros. O diagnóstico de obesidade ou sobrepeso foi feito de acordo
com os pontos de corte internacionais, da tabela proposta pelo Departamento de
Epidemiologia e Saúde Pública do Instituto da Criança em Londres (NCIN IEH).
      Segundo a pesquisa da Dra. Lilian Maria de Godoy Soares, a prevalência de
sobrepeso e obesidade em Fernandópolis, para escolares de 2 a 12 anos, concorda
com os índices apontados no Brasil. Entre os sexos, contrariamente à literatura, não
obtivemos diferenças estatísticas. Corroborando dados que sugerem prevalência
maior entre os economicamente mais favorecidos, encontramos uma diferença
estatística significativa em favor das instituições particulares. Assim, apontamos as
peculiaridades de nosso município, demonstrando a importância de se realizar
estudos regionais, o que permitirá propor novos modelos de atuação para se
combater o avanço desta pandemia mundial.
38



                             PESPECTIVAS FUTURAS




        É imprescindível e necessário reafirmar que a forma mais eficaz de evitar a
prevalência da obesidade em crianças é a prevenção, sobretudo naquelas que
fazem parte do chamado “grupo de risco”, isto é, as crianças com predisposição e as
já enquadradas com o sobrepeso. Como já afirmado, no levantamento bibliográfico,
a obesidade é uma enfermidade de causa multifatorial que está associada às
mudanças no estilo de vida e no comportamento alimentar do indivíduo, aos
distúrbios fisio-metabólicos, as alterações genéticas e ao consumo excessivo de
alimentos industrializados e hipercalóricos.
        Após uma criança se tornar obesa o tratamento é difícil e demorado, pois a
terapia medicamentosa não é recomendada para esta faixa etária, de modo que a
intervenção de suporte se restringe a rigoroso esforço físico-emocional, na prática
sistemática de exercícios, fisioterapia constante para melhorar a mobilidade corporal
e a uma reeducação alimentar, com dietas balanceadas e reguladas.
        Entretanto, essa terapêutica, via de regra, não é totalmente aceita pelos
pacientes dessa faixa etária, pois além de não compreender os riscos futuros à
saúde, como dislipidemias, doenças cardiovasculares e diabetes mellitus, também
sofrem influência externa a consumirem alimentos de pouco valor nutritivo e alto
valor calórico. Portanto, como o tratamento é quase sempre contestado pelo próprio
paciente, especialistas afirmam que a melhor ferramenta no combate a doença é a
prevenção, e que está deve ser voltada para uma intervenção direcionada a
educação sistemática tanto das crianças como daqueles que fazem parte da sua
vida e seu cotidiano.
        Neste contexto, como futuros profissionais, e, sobretudo, resignados em
contribuir para a promoção e preservação da saúde individual e coletiva,
gostaríamos de, no campo das sugestões, propor uma parceria interdisciplinar capaz
de implementar um ensaio acadêmico denominado: “Núcleo de Prevenção da
Obesidade em Crianças e Adolescentes”. Este projeto tem por finalidade a formação
de uma equipe multidisciplinar integrando os profissionais das áreas da Farmácia,
Enfermagem, Fisioterapia, Nutrição, Educação Física, Terapia Ocupacional e
Psicologia, que, sob a supervisão de um médico Endocrinologista, possa atuar tanto
de forma clínica quanto educativa, oferecendo terapia profilática e de suporte
39



extensivo a todos aqueles que fazem parte da vida do paciente, pois nesse modelo,
a prevenção deve continuar além do apoio profissional.
      Contudo, a execução desse projeto deve ter, em primeira instância, o apoio
irrestrito não apenas desta instituição, mas de todo corpo docente elencado nesse
projeto, pois a vivência da prática com casos clínicos reais é inegavelmente a
ferramenta diferencial que capacita o acadêmico para o mercado de trabalho. Sob
essa perspectiva, sugerimos o estágio não-obrigatório complementar como uma
atividade capaz de promover, informar e oferecer serviços básicos de suporte para
toda comunidade. Com isso, além de beneficiar o próprio corpo discente com um
conhecimento prático inigualável, também se contribui para a melhoria da saúde de
nossa população.
40



                       REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS




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  • 1. FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS KELLE DA SILVA AGUIAR RAFAEL DE SOUZA ANDRADE THIAGO PAULUCCI PEREIRA VAGNER FERREIRA BARBOSA OBESIDADE INFANTIL FERNANDÓPOLIS 2011
  • 2. KELLE DA SILVA AGUIAR RAFAEL DE SOUZA ANDRADE THIAGO PAULUCCI PEREIRA VAGNER FERREIRA BARBOSA OBESIDADE INFANTIL Monografia de Graduação apresentada ao Curso de Farmácia da Fundação Educacional de Fernandópolis com requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Farmácia. Orientador (a): Profa. Esp. Valéria Cristina José Erédia Fancio. FERNANDÓPOLIS 2011
  • 3. FOLHA DE APROVAÇÃO KELLE DA SILVA AGUIAR RAFAEL DE SOUZA ANDRADE THIAGO PAULUCCI PEREIRA VAGNER FERREIRA BARBOSA OBESIDADE INFANTIL Monografia de Graduação apresentada ao Curso de Farmácia da Fundação Educacional de Fernandópolis com requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Farmácia. Aprovação: _____ / _______________ / 2011 Examinadores: _________________________________________ Profa. MSc. Vânia Luiza Ferreira Lucatti Sato Curso: Farmácia _________________________________________ Profa. Nayara Félix Gomes Curso: Farmácia
  • 4. Antes de tudo, dedico com amor e carinho o cumprimento deste trabalho aos meus pais pela intensa compreensão, dedicação e amabilidade que sempre serão lembrados com estima e consideração. Aos meus excelentes amigos que jamais serão esquecidos por sua companhia apreciável nas dificuldades e por sua confiança no meu potencial, que foi relevante para alcançar esse sonho tão desejado. Além disso, também quero deixar um lembrete para o futuro inacessível e distante, de que minha batalha não termina aqui e que meus serviços farmacêuticos serão estendidos com toda resignação àqueles que necessitam de amparo à saúde. (Kelle da Silva Aguiar)
  • 5. Dedico este estudo acadêmico aos meus incansáveis pais que sempre apoiaram minhas decisões e a confiança creditada por eles no meu potencial para superar os obstáculos e alcançar meus sonhos. Aos meus inestimáveis avós pelo amor incondicional. Aos meus amigos que sempre estiveram ao meu lado tanto nos momentos fáceis como difíceis me auxiliando magnificamente durante toda essa longa jornada. Sem ser surpreendido pela grandeza inquestionável do mundo hoje subo o primeiro degrau de muitos para depois lutar infatigavelmente até, enfim, conquistar todos os meus tão sonhados planos. (Rafael de Souza Andrade)
  • 6. Dedico minha vitória aos meus pais e familiares que me ampararam sem questionar durante os momentos mais complicados nessa complexa marcha rumo a minha realização profissional. Aos meus inigualáveis amigos que compartilharam dos meus momentos mais apreciáveis e que colaboraram para meu sucesso. A partir deste momento, anseio dia a dia para iniciar a minha contribuição, como farmacêutico, para melhorar significativamente a saúde dos meus conterrâneos de forma segura e eficaz. (Thiago Paulucci Pereira)
  • 7. Dedico essa conquista ao meu pai, a quem, hoje, cumpro minha promessa. A minha mãe pela impagável generosidade, dedicação e carinho, os quais não têm como retribuir senão com a minha eterna gratidão, meu amor e minha alma. Aos meus amigos dedico a minha vida. E, ao destino dedico um aviso: não me desafie, pois na minha escola homens foram ensinados a não suportar a desonra e a vergonha de não lutar e a chorar em silêncio as lágrimas de cada derrota. Não importa quantas derrotas ainda tenha nem quanto você irá cobrar por cada vitória. Eu sempre vou lutar. (Vagner Ferreira Barbosa)
  • 8. Antes de tudo queremos agradecer ao apoio inquestionável de Deus que guiou sabiamente nossos destinos e nos possibilitou a realização deste sonho tão aguardado. Aos nossos pais pelo amor incondicional. Aos nossos familiares que sempre estão ao nosso lado compartilhando momentos difíceis. Aos nossos inesquecíveis amigos cuja fiel amizade e dedicação contribuíram para que alcançássemos nossos objetivos. A Dra. Lilian Maria de Godoy Soares que gentilmente nos apoiou didaticamente e contribuiu de maneira significante na execução deste trabalho acadêmico. Por fim, a nossa orientadora Valéria Erédia pela sua competência, atenção e afeição por todos nós e acima de tudo pela sua sabedoria que foi fundamental para a realização desse trabalho. A todos o nosso eterno agradecimento.
  • 9. O que não pode ser curado com medicamentos é curado pela faca, o que a faca não pode curar é curado com ferro em brasa, e o que isso não pode curar deve ser considerado incurável. (Hipocrátes, cerca de 480 a.C.)
  • 10. RESUMO Obesidade Infantil A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo de tecido adiposo em relação à massa magra, a tal ponto que a saúde pode ser afetada. Sua incidência vem aumentando de forma alarmante no Brasil e no mundo, sendo, hoje considerada uma verdadeira epidemia de saúde pública mundial, constituindo-se em um fator crítico de risco para o desenvolvimento de outras doenças. O excesso de peso na infância acontece geralmente por uma combinação de fatores, incluindo entre eles doenças genéticas, endócrino-metabólicas ou por alterações nutricionais, hábitos alimentares inadequados, predisposição genética, estilo de vida familiar, histórico familiar, condição socioeconômica, fatores psicológicos, etnia, inatividade, sedentarismo, entre outros. As altas taxas de prevalência da obesidade, sobretudo na população infantil, vêm preocupando profissionais de todas as áreas da saúde, pois doenças como doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2, entre outras, que há alguns anos eram atribuídas somente a adultos, hoje já podem ser observadas frequentemente nessa faixa etária. O diagnóstico da obesidade na infância é de difícil e questionável avaliação devido à intensa modificação da estrutura corporal da criança e o tratamento representa grande desafio pelas grandes limitações de compreensão; sendo, portanto, a prevenção um fator determinante na estratégia de combate e na redução dos índices de prevalência. Neste trabalho buscou-se traçar uma discussão acerca das ações engajadas do profissional da saúde, não só como profundo conhecedor da moléstia, mas, sobretudo, na relevância da educação e da promoção cotidiana da saúde da população infantil nas escolas de ensino primário e fundamental. Palavras chaves: Obesidade Infantil. Aspectos fisiopatológicos. Complicações. Diagnóstico. Tratamento. Prevenção. Políticas educacionais.
  • 11. ABSTRAT Childhood Obesity Obesity is a chronic disease characterized by the accumulation of fat compared to lean mass, to such an extent that health can be affected. Its incidence is increasing alarmingly in Brazil and worldwide, being, today considered as a real public health epidemic world, becoming a critical factor of risk for the development of other diseases. Excess weight in childhood usually happens by a combination of factors, including among them genetic diseases, metabolic-endocrine or nutritional changes, inappropriate eating habits, genetic predisposition, family lifestyle, family history, socio-economic condition, psychological factors, ethnicity, downtime, sedentary, among others. The high prevalence rates of obesity, especially in the child population, are caring professionals from all areas of health, because diseases such as cardiovascular diseases, hypertension, diabetes mellitus type 2, among others, that a few years ago were assigned only to adults, today can be observed frequently in this age group. The diagnosis of obesity in childhood is difficult and questionable assessment due to intense bodily structure modification of the child and treatment represents a great challenge for the major limitations of understanding; thus preventing a determining factor in combat and strategy in reducing prevalence rates. In this work sought to draw a discussion about the actions engaged the health professional, not only as a profound knowledge of disease, but, above all, on the relevance of education and promoting the health of the child population daily in schools of primary school and fundamental. Keywords: Childhood Obesity. Physiopathological aspects. Complications. Diagnosis. Treatment. Prevention. Educational policies.
  • 12. LISTA DE QUADROS E TABELAS Tabela 01 Alguns critérios para definição de obesidade infantil .............................. 19 Tabela 02 Evolução da prevalência (%) de sobrepeso na população pré-escolar do Brasil e dos Estados Unidos: 1971-96 ...................................................................... 21 Tabela 03 Morbidade frequente na obesidade de grandes proporções ................... 26 Tabela 04 Valores de referência para o diagnóstico do estado nutricional utilizando as curvas de IMC para idade, da Organização Mundial da Saúde ........................... 28 Tabela 05 Índice de Massa Corpórea (IMC) no percentil 95 para idade e sexo ...... 29 Tabela 06 Valores de corte de IMC para obesidade, e crianças de 6 a 10 anos de idade em ambos os sexos ........................................................................................ 29 Tabela 07 Classificação da obesidade pelo P/E ...................................................... 30 Tabela 08 Medida de prega cutânea do tríceps – níveis do percentil 85 para idade e sexo, em crianças ..................................................................................................... 31 Tabela 09 Peso relativo associado a taxa de mortalidade ....................................... 32
  • 13. LISTA DE ABREVIATURAS AVE – Acidente Vascular Encefálico BIA – Bioimpedância CDC – Centers for Disease Control and Prevention DCNT – Doenças Crônicas Não-Transmissíveis IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IMC – Índice de Massa Corpórea NCHS – National Center for Health Statistics NCIN IEH – Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública do Instituto da Criança em Londres OMS – Organização Mundial da Saúde OPAS – Organização Pan Americana de Saúde SBP – Sociedade Brasileira de Pediatria TCC – Trabalho de Conclusão de Curso
  • 14. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 15 1 OBESIDADE INFANTIL ....................................................................................... 17 2 ETIOLOGIA DA OBESIDADE ............................................................................. 20 3 FISIOPATOLOGIA DA OBESIDADE .................................................................. 23 4 COMPLICAÇÕES DA OBESIDADE .................................................................... 25 5 DIAGNÓSTICO DA OBESIDADE ........................................................................ 27 5.1 Índice de Massa Corpórea (IMC) ............................................ ................... 28 . 5.2 Medida de Prega Cutânea ....................................................... .................. 30 . 5.3 Impedância Bioelétrica ou Bioimpedância (BIA) ......................................... 31 6 PREVENÇÃO DA OBESIDADE ......................................................................... 32 7 TRATAMENTO DA OBESIDADE ...................................................................... 34 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 37 9 PERSPECTIVAS FUTURAS ................................................................................ 38 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 40
  • 15. 15 INTRODUÇÃO A obesidade é provavelmente a enfermidade metabólica mais antiga que se conhece, havendo relatos de sua ocorrência desde os tempos mais remotos da gênese humana. Nos passado, a habilidade de armazenar energia sob a forma de gordura durante tempos de fartura conferiu à espécie grande vantagem evolutiva. Presumivelmente esta mesma vantagem tornou-se a principal causa de morbi- mortalidade, nos dias de hoje, entre a espécie (REPETTO, 1998). Substituídos, sobretudo, pela evolução e os crescentes avanços tecnológicos das últimas décadas, principalmente das áreas alimentícia e industrial, os hábitos alimentares saudáveis foram gradualmente adaptados ao moderno e agitado cotidiano, favorecendo significativamente ao aumento de combinações de risco à saúde. Esses fatores combinados à predisposição genética e a doenças endócrino-metabólicas tornaram a espécie susceptível ao mal do século XXI, a obesidade. Contudo, a crescente e alarmante evolução da doença e as implicações relacionadas com a obesidade se tornam ainda mais dramáticas e preocupantes quando os índices de ocorrência apontam para significativa prevalência da doença na comunidade infantil. Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que mais de 5 milhões de crianças, hoje no Brasil, são vítimas da doença (SOARES, 2009). A obesidade é conceituada por diversos autores, e todos convergem em apresentar a mesma definição sobre a moléstia: trata-se de doença crônica caracterizada por acúmulo de tecido adiposo em relação à massa magra. Por ser uma doença de causa multifatorial, pode ser causada tanto por desordens genéticas, endócrino-metabólicas ou por alterações nutricionais. Outros fatores como estilo de vida familiar, predisposição genética, fisiológica, histórico familiar, condição socioeconômica e fatores psicológicos podem ainda ser agravantes para o risco de obesidade na infância e adolescência. Com isso, a obesidade pode ser caracterizada de duas maneiras distintas: obesidade exógena, decorrente da má alimentação e sedentarismo; e obesidade endógena, derivada de alterações genéticas e ingestão medicamentosa (MARCONDES, 2003; FISBERG, 2005).
  • 16. 16 Não há, entretanto, um consenso sobre o diagnóstico da obesidade infantil, o que torna os métodos usuais como índice de massa corpórea (IMC), bioimpedância (BIA) e medida das pregas cutâneas, ferramentas questionáveis na avaliação da obesidade em crianças e adolescentes, pois as alterações endócrino- metabólicas e da estrutura corporal nessa faixa etária são intensas, sobretudo devido ao crescimento (CASTRO; MORGAN, 2005; MONTEIRO, 1998). O tratamento da obesidade na infância é representado como um grande desafio pelas limitações de compreensão, e na adolescência, por ser tradicionalmente caracterizada por diversos conflitos e dificuldades com o estabelecimento e aceitação de limites comportamentais e de atitudes. A adesão às mudanças de comportamento em longo prazo é limitada, porque para a maioria dos pais e adolescentes, os resultados mais desejados são os imediatos, de razão estética, e a motivação para manter o peso estável está ausente (HALPERN, 1998). Como os programas de intervenção ainda têm pouco consenso, a prevenção como estratégia de combate ainda é a melhor alternativa. Os esforços para a prevenção da obesidade na infância são provavelmente mais eficazes quando aplicados de forma direcionada e sistemática. Portanto, nesse contexto, a escola é um importante local onde esse trabalho pode ser realizado, possibilitando de forma sólida e inexorável, a formação de hábitos saudáveis, de educação nutricional segura e contínua, além de estimular ao aumento da atividade física diária (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE – OMS, 2004). A origem do interesse na abordagem do tema se deu não exclusivamente ao estudo isolado da doença e à severidade dos males causados pelos inúmeros fatores fisiopatológicos da obesidade na fase infantil. Neste Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) buscamos traçar uma discussão acerca das ações engajadas do profissional da saúde, não só como profundo conhecedor da enfermidade, mas, sobretudo, na relevância da educação e da promoção cotidiana da saúde sobre a população infantil que, atualmente, está tão susceptível a esta doença. Este trabalho acadêmico tem como principal objetivo expor estudos científicos sobre a origem e os fatores que predispõe à obesidade infantil, os riscos, as complicações, os métodos clínicos de diagnóstico e os tratamentos desta moléstia, bem como sugerir políticas e ações educacionais permanentes para a prevenção e redução da incidência da obesidade na população infantil nos sistemas de ensino primário e fundamental.
  • 17. 17 1 OBESIDADE INFANTIL A gênese da obesidade foi descrita desde os tempos mais remotos da história, a partir de homens “corpulentos” descritos em pinturas rupestres, corpos egípcios mumificados, esculturas gregas, e, mais recentemente, na idade média, a aparência do corpo avantajado como símbolo de poder e status ostentado pelas famílias mais ricas. Hoje, porém, as histórias modernas e contemporâneas descrevem a prevalência de corpos avantajados como sinal claro de uma severa morbidade (REPETTO, 1998). Nos países ainda em desenvolvimento, sobretudo, no Brasil, as discussões e estudos sobre a obesidade são fatos ainda recentes. Sabe-se, contudo, que a doença foi considerada um fator predominante sobre a saúde, constituindo-se em verdadeira epidemia de saúde pública. De acordo com a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS), nos últimos vinte anos houve um aumento de 240% nos índices de obesidade, sobretudo na infância e adolescência. Embora essas cifras sejam significativas, a doença ainda continua a ser negligenciada (HELLER, 2004). A obesidade é uma afecção nutricional que tem apresentado acentuada incidência e prevalência, tanto em países ricos como em países com níveis socioeconômicos menos favorecidos (FIGUEIRA; ALVES; MAGGI, 2006). Há tempos a obesidade era ignorada nas ações nacionais e internacionais de saúde, pois não era reconhecida como doença. Foi então que em 1997, em Genebra, sob os auspícios da Organização Mundial da Saúde (OMS), ocorreu uma reunião com especialistas em obesidade para discutir o assunto e propor estratégias imediatas de ação. A obesidade foi então reconhecida como uma doença e o seu crescimento já é considerado alarmante (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE, 2000 apud SAES et al., 2008). As altas taxas de prevalência de obesidade, sobretudo, na infância, vêm preocupando profissionais de todas as áreas da saúde. No início dos anos noventa, a OMS soou o alarme para este problema, depois que uma estimativa de que 18 milhões de crianças em todo o mundo, menores de 5 anos, foram classificadas como tendo sobrepeso (THE LANCET, 2001 apud SOARES; PETROSKI, 2003). Em âmbito nacional, de acordo com Lauer e Clarke (1990 apud FERRIANI et al., 2005), a obesidade afeta a vida de 15 milhões de crianças e adolescentes, o que significa
  • 18. 18 que mais de 15% da população infanto-juvenil brasileira apresenta peso corporal acima do convencional. De acordo com relatos da Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência de obesidade infantil tem crescido em torno de 10 a 40% na maioria dos países europeus nos últimos 10 anos. Ocorre mais frequentemente nos primeiros anos de vida, entre 5 e 6 anos e na adolescência (DE MELLO; LUFT; MEYER, 2004). Existem poucos dados sobre a incidência e a prevalência de obesidade no Brasil, provavelmente devido as dificuldade de se manter avaliações antropométricas rotineiras nos centros de atenção primária à saúde (FISBERG, 2005). Conceitualmente, a obesidade pode ser classificada como o acúmulo de tecido gorduroso localizado em todo o corpo, causado por doenças genéticas, endócrino-metabólicas ou por alterações nutricionais (FISBERG, 2005). Rubin e Farber (2002), por sua vez, acreditam que a obesidade é um aumento do tecido adiposo além das necessidades físicas do organismo. A obesidade é definida segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS (2004) como doença na qual o excesso de gordura corporal se acumulou a tal ponto que a saúde pode ser afetada. Isto demonstra a preocupação desta entidade com as possíveis consequências do acúmulo de tecido adiposo no organismo. Para Coutinho (1998) a obesidade é uma enfermidade crônica que vem acompanhada de múltiplas complicações, caracterizada pela acumulação excessiva de gordura. A obesidade é definida como o excesso de tecido adiposo, tanto em números de adipócitos como em tamanho, refletido em aumento do peso corporal (FIGUEIRA; ALVES; MAGGI, 2006). De Mello, Luft e Meyer (2004) por sua vez, afirmam que a definição de obesidade pode ser muito simples, caso não se use formalidades científicas ou metodológicas, pois o visual do corpo é o grande elemento a ser utilizado. Para Wong (2006) a obesidade atualmente é definida como uma quantidade excessivamente alta de gordura corporal ou tecido adiposo em relação à massa corporal magra. A maioria dos pesquisadores, entretanto, adota como conceito de sobrepeso os valores ponderais que excedem em 20% os valores recomendados e, o diagnóstico de obesidade é definido com base em um aumento superior a 30% do
  • 19. 19 peso corporal sugerido (KAUFMAN, 1999). A tabela 01 fornece alguns critérios que contribuem na definição da obesidade em crianças a partir dos principais métodos clínicos diagnósticos. Tabela 01 Alguns critérios para definição de obesidade infantil Obesidade > 120% da média de peso para altura > 90% do peso para altura > 85% da prega cutânea do tríceps > 90% do IMC (Kg/h2) Superobesidade > 140% da média do peso para altura > 95% do peso para altura >95% da prega cutânea do tríceps >95 % do IMC (Kg/h2) Fonte: Halpern et al. Obesidade, 1998. p. 320. É indiscutível que a obesidade resulta de um excesso crônico de ingestão calórica relativa ao gasto energético. A habilidade de armazenar energia sob a forma de gordura durante tempos de fartura confere, claramente, uma vantagem evolutiva em um ambiente no qual possam ocorrer períodos de escassez de alimentos. Presumivelmente, a evolução tem sido incapaz de prever os avanços na organização societária e na produção de alimentos que converteram essa vantagem evolutiva na causa principal de morbidade e mortalidade (RUBIN; FABER, 2002). A obesidade é considerada uma doença integrante do grupo de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT), as quais são de difícil definição, gerando aspectos polêmicos quanto à sua própria denominação, sejam como doenças não infecciosas, crônico-degenerativas ou como doenças crônicas não transmissíveis, sendo esta última à conceituação atualmente mais utilizada (PINHEIRO; FREITAS; CORSO, 2004). A infância é um período crítico para o desenvolvimento da obesidade, pois é durante essa fase que ocorrem mudanças fisiológicas, que aumentam as chances de prevalência da obesidade durante a vida adulta (DIETZ, 2003).
  • 20. 20 2 ETIOLOGIA DA OBESIDADE Em 1983, o National Center for Health Statistics (NCHS) distinguiu excesso de peso de obesidade, esclarecendo que o primeiro refere-se a um excesso de peso para a altura, enquanto a obesidade é um excesso de massa gordurosa relacionada à massa magra. Excesso de peso, assim, não significa excesso de gordura, ainda que muitas vezes se tenha utilizado esse termo nesse sentido (MONTEIRO, 1998). A obesidade vem aumentando de forma alarmante. Sendo considerada uma verdadeira epidemia mundial, atingindo todas as faixas etárias, sobretudo, as crianças (GIUGLIANO; MELO, 2004). A obesidade ocorre frequentemente nos primeiros anos de vida, geralmente entre os 5 e 6 anos de idade e na adolescência. É de consenso que a obesidade infantil vem aumentando de forma significativa e que ela determina várias complicações na infância e futuramente na idade adulta. Na infância, o manejo pode ser ainda mais difícil do que na fase adulta, pois está relacionado a mudanças de hábitos e disponibilidade dos pais, além de uma falta de entendimento da criança quanto aos danos da obesidade (DE MELLO; LUFT; MEYER, 2004). Qualquer que seja a causa subjacente de obesidade, ela resulta, com certeza, do armazenamento excessivo de triglicerídeos derivados das calorias da dieta em depósitos de tecido adiposo, devido à ingestão calórica excessiva, ao gasto insuficiente de energia, ou ambos (RUBIN; FARBER, 2002). As características do tecido adiposo já se configuram na infância. Se a criança engordar muito nesta etapa, dificilmente ela deixará de ter um excesso de peso na idade adulta. As células que armazenam gordura se multiplicam nos dois primeiros anos de vida, novamente entre os cinco e sete anos e mais uma vez durante o estirão de crescimento. A obesidade iniciada na infância é mais grave do que a desenvolvida na idade adulta, pois decorre do aumento do número de células do tecido adiposo, ao contrário daquela do adulto, causada, sobretudo, pelo aumento do conteúdo gorduroso e do volume celular (KAUFMAN, 1999). A tabela 02 demonstra a incidência nas populações infantis do Brasil e dos Estados Unidos.
  • 21. 21 Tabela 02 Evolução da prevalência (%) de sobrepeso na população pré-escolar do Brasil e dos Estados Unidos: 1971-96 Sexo masculino Sexo feminino País/ano 2-3 anos 4-5 anos 2-3 anos 4-5 anos Brasil 1975 3,1 3,9 2,6 3,6 1989 2,4 2,6 3,1 5,0 1996 3,0 3,2 1,9 7,6 Estados Unidos 1971-74 3,1 4,4 2,0 5,8 1976-80 2,0 4,4 2,5 7,6 1988-91 2,1 5,0 4,8 10,8 Notas: 1) Sobrepeso definido a partir do índice peso/altura, padrão NCHS/OMS, sendo os níveis críticos percentil 97 (+2 escores z) nos estudo brasileiros e percentil 95 nos estudos americanos. 2) A faixa etária 4-5 anos nos estudos brasileiros é constituída apenas por crianças entre 48-59 meses de idade e nos estudos americanos 48-71 meses de idade. Fontes: Halpern et al. Obesidade, 1998. p. 23. Katch e McArdle (1996 apud DE MELLO; LUFT; MEYER, 2004) afirmam que pode haver três períodos críticos da vida, nos quais pode ocorrer o aumento do número de células adiposas (hiperplasia), sendo eles: (1) o último trimestre de gravidez, onde os hábitos alimentares da mãe durante a gravidez podem modificar a composição corporal do feto em desenvolvimento; (2) o primeiro ano de vida e; (3) o surto de crescimento da adolescência. O excesso de peso na infância, segundo Salbe e Ravussin (2000 apud SOARES; PETROSKI, 2003), acontece geralmente por uma combinação de fatores, incluindo entre eles hábitos alimentares inadequados, predisposição genética, estilo de vida familiar, histórico familiar, condição socioeconômica, fatores psicológicos e etnia. Para Viuniski (2007) os principais fatores de risco para a obesidade infantil são inatividade e sedentarismo, alimentação noturna, desnutrição na vida intra-uterina até o primeiro ano de vida, manejo deficiente da amamentação e das fases fisiológicas de inapetência. No entanto, os fatores mais relevantes que podem explicar este crescente surto no número de indivíduos obesos, segundo Oliveira e Fisberg (2003), parecem estar mais relacionados às mudanças no estilo de vida, aos hábitos alimentares com o aumento do consumo de alimentos ricos em açúcares
  • 22. 22 simples e gordura, com alta densidade energética, e a diminuição da prática de exercícios físicos no dia-a-dia. A condição econômica, embora influencie de modo determinante para a obesidade na vida adulta, ainda não foi adequadamente relacionada com o desenvolvimento da moléstia em crianças. Contudo a doença começa a surgir em lugares onde há problemas relacionados à desnutrição (CASTRO; MORGAN, 2005). A obesidade pode ser classificada em endógena ou primária, quando decorrente de problemas hormonais (alterações da tireóide, gônadas, hipotálamo- hipofisário, tumores ou síndromes genéticas) e exógena ou nutricional ou ainda secundária de etiologia multicausal quando decorrente do balanço positivo de energia entre ingestão e gasto calórico (FIGUEIRA; ALVES; MAGGI, 2006). Segundo Marcondes (2003), a obesidade exógena é multifatorial e pode ser decorrente da má alimentação, dos hábitos sedentários de vida e da herança genética. Por outro lado, a obesidade endógena ocorre devido a alterações genéticas específicas, disfunções neurológicas ou ingestão medicamentosa. Um fato bastante importante dentro das causas da obesidade, que merece atenção, é que mais de 95% das pessoas desenvolvem obesidades por causa nutricional ou exógena, os restantes 5%, segundo Fisberg (2005) seriam obesos denominados de obesos endógenos. A vasta maioria das crianças desenvolve a obesidade do tipo exógena que é resultado do excesso de calorias consumidas em relação ao dispêndio energético diário (SOARES; PETROSKI, 2003). Coutinho (1998) classifica a obesidade quanto: (1) à fisiopatologia, podendo ser hiperfágica (comer excessivamente) ou metabólica (anormalidade hormonal que determina um baixo metabolismo); (2) à etiologia, podendo ser neuroendócrina (problema nas glândulas produtoras de hormônios de ordem genética e/ou ambiental sendo a causa mais frequente o hipotireoidismo), latrogênica (causada por drogas como os psicotrópicos e corticosteróides), desequilíbrios nutricionais (dieta hiperlipídica), inatividade física (baixo gasto calórico desfavorecendo o equilíbrio metabólico energético) e obesidade genética (doenças genéticas raras com características disfórmicas).
  • 23. 23 3 FISIOPATOLOGIA DA OBESIDADE Embora os mecanismos de ação não sejam esclarecidos, alguns fatores conhecidos são susceptíveis de conduzir ao excesso de peso caracterizando a obesidade como doença multifatorial: 1) fatores genéticos que tem ação permissiva para os fatores ambientais (genes susceptível), e em alguns casos podem ser determinantes da obesidade constitucional; 2) fatores do meio ambiente, como atividade física e alimentação; 3) fatores psicológicos, psicossociais e culturais, como adaptação ao estresse e distúrbios emocionais (obesidade psicogênica). Estas variáveis nutricionais, metabólicas e psicossociais interagem entre elas e os fatores genéticos, facilitando o desenvolvimento do fenótipo obesidade (VILLARES, 1998). A explicação mais simples é que a obesidade ocorre quando a ingestão calórica supera o gasto energético diário. No entanto, existe uma variabilidade importante nas necessidades energéticas de indivíduo para individuo. O denominador comum das várias formas de obesidade é o excesso absoluto ou relativo de calorias, que é convertido em gordura armazenada no tecido adiposo (MACCARTHY, 2003). Estudos recentes sugerem que o hipotálamo percebe o armazenamento de energia por meio das ações do hormônio peptídeo denominado leptina, que é liberado pelos adipócitos (GAYTON; HALL, 2002). Atualmente sabemos que o tecido adiposo não é um órgão passivo somente de depósitos de triglicerídeos. O tecido adiposo branco apresenta função importante na saciedade pela liberação da leptina e também na homeostase lipídica. Este tecido também é local de síntese de várias substâncias além da leptina, tais como: angiotensinogênio II (peptídeo importante do sistema renina-angiotensina-aldosterona com papel significativo na regulação da pressão sanguínea e homeostase dos fluídos corporais), estrógenos (hormônio feminino responsável pela proliferação e crescimento de células específicas no corpo caracterizando modelo estrutural feminino) e fatores do complemento (proteínas que desempenham funções importantes na imunidade inata e adquirida). Além da leptina, a insulina também parece ter ação na saciedade (VILLARES, 1998). A leptina é um hormônio protéico específico produzido e secretado pelo tecido adiposo, que funciona como um “adipostato” referindo-se à Teoria Lipostática, que prediz que a composição e o peso corporal em humanos são determinados por
  • 24. 24 interações entre fatores genéticos, ambientais, comportamentais e sociais (ARAÚJO; FRACETO; SILVA, 2004). A descoberta da leptina tem ajudado a esclarecer o papel dos adipócitos, como sistema endócrino e de que modo ocorre a sinalização para a ingestão de alimentos, bem como a regulação do metabolismo energético. Assim, a coordenação do balanço energético e do peso corporal envolve uma regulação entre a ingestão de alimentos e gasto de energia (SOARES; GUIMARÃES, 2001). Segundo Araújo, Fraceto e Silva (2004), o papel da leptina como hormônio antiobesidade é essencialmente derivado de suas ações como diminuidor de apetite e estimulador de gasto de energia. Quando a quantidade de tecido adiposo aumenta (sinalizando o excesso de reserva de energia), os adipócitos produzem quantidades aumentadas de leptina, que é liberada no sangue. A seguir, a leptina circula até o encéfalo, onde atravessa a barreira hematoencefálica por difusão facilitada e liga-se aos receptores de leptina existentes em múltiplos locais do hipotálamo. A estimulação dos receptores de leptina nesses núcleos hipotalâmicos desencadeia diversas ações que diminuem o armazenamento de gordura, incluindo (1) produção diminuída, no hipotálamo, de estimuladores do apetite; (2) produção aumentada, no hipotálamo, de substâncias que diminuem a ingestão de alimentos; (3) aumento da atividade nervosa simpática, o que aumenta o metabolismo e o consumo de energia; e (4) redução da secreção de insulina pelas células beta do pâncreas, o que diminui o armazenamento de energia. Por conseguinte, o tecido adiposo sinaliza ao encéfalo que houve armazenamento suficiente de energia, não havendo mais necessidade de ingestão de alimentos. Alguns cientistas acreditam que os receptores de leptina, ou nas vias de sinalização pós-receptores, normalmente ativados pela leptina, podem estar defeituosos nos indivíduos obesos, que continuam a ingerir alimentos, apesar dos níveis muito elevados de leptina (GAYTON; HALL, 2002). Qualquer sistema de regulação fisiológica exige um modo de o corpo detectar a quantidade de uma substância específica presente e traduzir a informação em ações que mantenham essa variável numa faixa desejada. As necessidades energéticas das células humanas, em sua maioria, são supridas pela glicose, derivada do alimento, que circula no sangue. Normalmente, o corpo mantém os níveis de glicose dentro de limites bem rígidos. Quando a glicose sanguínea aumenta, células especializadas do pâncreas detectam a mudança e secretam mais insulina, o que desencadeia respostas no músculo e nas células adiposas que levam esses tecidos a assimilar e utilizar mais glicose, enquanto o fígado reage reduzindo
  • 25. 25 a produção desta substância, aumentando a captação e armazenamento em todos os tecidos. A insulina provoca, então, a rápida absorção da glicose pelas células musculares e hepáticas, por sua vez, transformam a glicose em glicogênio, que fica armazenado até certo limite no fígado e nos músculos. As células adiposas também absorvem glicose, porém a transformam em gorduras (DEFRONZO, 2004; SCIENTIFIC AMERICAN BRASIL, 2007 apud OLIVEIRA; COSTA; RIBEIRO, 2008). Outro fator importante é o histórico familiar, pois é muito importante para determinar a prevalência de obesidade ou outros distúrbios de comportamento alimentar nos pais, irmãos ou outros membros da família. Quando vários membros da família são obesos é preciso que os pais também recebam orientação (HALPERN, 1998). Deste modo, uma criança com os pais obesos possui 80% de chances de desenvolver a obesidade, essa situação cai para 40%, se apenas um dos pais for obeso, e se nenhum dos pais possuírem tal enfermidade essa criança terá apenas 7% de chances de se tornar uma pessoa obesa (BERHEMAN; KLIEGMAN, 1994). Além disso, o baixo nível socioeconômico e principalmente a escolaridade provavelmente determinam hábitos alimentares e estilo de vida que desencadeiam a obesidade (WICKELGREN, 1998). Causas endócrinas e genéticas são responsáveis por menos de 10% da obesidade infantil; portanto, 90% dos casos apresentam pelo menos uma grande contribuição do meio ambiente. O sobrepeso e a obesidade também estão associados a distúrbios psicológicos incluindo depressão, distúrbios alimentares, imagem corporal distorcida e baixa autoestima (FISBERG, 2005). 4 COMPLICAÇÕES E RISCOS À SAÚDE A obesidade, já na infância, está relacionada a várias complicações, como também a uma maior taxa de mortalidade e quanto mais tempo o paciente se mantém obeso, maior é a chance das complicações ocorrerem, assim como mais precocemente (DE MELLO; LUFT; MEYER, 2004). A obesidade trata-se de uma das doenças de maior incidência na sociedade atual, constituindo um fator crítico de risco para o desenvolvimento de outras diversas enfermidades como doenças cardiovasculares (p.ex. hipertensão arterial, coronariopatias e trombose venosa), alterações metabólicas (p.ex. diabetes mellitus tipo 2 e dislipidemias), doenças do aparelho digestivo, afecções pulmonares,
  • 26. 26 acidente vascular encefálico (AVE) e câncer (VILLARES, 1998; SILVA, 1998). Oliveira e Fisberg (2003) ainda afirmam que o excesso de peso também pode contribuir para o surgimento de outras complicações como: aumento do colesterol total e dos triglicerídeos, hiperinsulinemia, níveis elevados de ácido úrico e refluxo gastresofágico. A tabela 03 apresenta algumas das principais doenças correlacionadas à obesidade. Estas doenças até a alguns anos atrás atribuídas somente a adultos, mas que hoje já podem ser observadas frequentemente nas populações infanto-juvenil (OLIVEIRA; FISBERG, 2003). Tabela 03 Morbidade resultante da obesidade de grandes proporções Hipertensão arterial Disfunções respiratórias Artropatias Diabetes Hiperlipemias Varizes dos membros inferiores Colelitíase Esofagite de refluxo Hérnias Dermatopatias Dificuldades diagnósticas Maiores riscos cirúrgicos Desajustes psicológicos e sociais Fonte: Halpern et al. Obesidade, 1998. p. 331. Além das consequências para a saúde, o sobrepeso e a obesidade também acarretam consequências socioeconômicas substanciais. Os custos do excesso de peso para os sistemas de saúde são altos e podem ser diretos e indiretos. Os custos diretos envolvem gastos com o tratamento da obesidade e suas consequências. Os custos indiretos, por sua vez, encontram-se a perda de renda pela redução da produtividade e absenteísmo (ausência dos trabalhadores no processo de trabalho), devido à doença ou incapacidade e a perda de renda futura devido a mortes prematuras (CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION – CDC, 2010). Estudos comprovam também que a obesidade diminui a expectativa de vida e predispõe o indivíduo a altos níveis de morbidade, refletindo diretamente na sua qualidade de vida. De acordo com o mesmo autor, pessoas obesas também podem apresentar outras complicações como: redução das atividades motoras, fadiga, sentimentos de rejeição, discriminação e carência afetiva (FISBERG, 2005). Observações clínicas postulam a associação entre a obesidade e depressão. Estas observações têm recebido suporte de estudos epidemiológicos, que correlacionam os aspectos emocionais e o excesso de peso com o desenvolvimento de transtornos
  • 27. 27 psicológicos e comportamentais (p.ex. depressão e ansiedade), sendo tais estudos fundamentais para compreender o papel desses transtornos na etiologia ou mesmo como conseqüência da obesidade infantil (CARPENTER; HASIN; ALLISON, 2000). As crianças obesas são frequentemente importunadas pelos colegas e menos aceitas do que as crianças com peso normal. Ao longo da vida, o excesso de peso traz outras dificuldades, como menor índice de empregos, timidez e problemas de relacionamento afetivo. Devido a tais dificuldades, muitas vezes os indivíduos obesos sofrem ou impõem-se restrições diante de atividade rotineiras como ir à escola, fazer determinados exercícios físicos, procurar emprego, comprar roupas, namorar ou simplesmente divertir-se (DAMIANI; DAMIANI; OLIVEIRA, 2002). 5 DIAGNÓSTICO DA OBESIDADE Diagnosticar e avaliar a obesidade infantil implica em conhecer a composição corporal. O clínico geral pode utilizar medidas e relações que, ainda assim, não se correspondam estritamente com a quantidade de gordura, guardando apenas uma aceitável relação com esta. Diferentemente da população adulta, não há consenso sobre critérios mais adequados para classificar como obesas crianças e adolescentes. Desde logo, estão descartados critérios baseados em valores fixos de Índice de Massa Corpórea (IMC), como nos casos dos adultos, uma vez que a distribuição deste índice varia intensamente com o crescimento e a obesidade (MONTEIRO, 1998). O diagnóstico da doença na infância é de difícil avaliação devido à intensa modificação da estrutura corporal (massa corporal, massa magra, água e gordura) durante o crescimento (BUENO; FISBERG, 2006). Na faixa etária infantil, a obesidade era diagnosticada pela avaliação da relação entre o peso esperado e a altura, sendo considerado parâmetro de diagnóstico para a obesidade, um peso maior que 120% do peso esperado. Em crianças maiores que 5 anos, ainda são comumente utilizadas as curvas americanas de IMC do National Center for Health Statistics (NCHS), específicas para cada sexo, que consideram como diagnóstico de sobrepeso e obesidade os percentis acima de 85 e 95, respectivamente (DE MELO, 2010). Os valores de referência relacionados com o diagnóstico do estado nutricional estão representados na tabela 04.
  • 28. 28 O percentil é um modo de avaliação dos parâmetros de dispersão, sendo, portanto, pontos estimativos de uma distribuição de freqüência que determinam uma dada porcentagem de indivíduos que se localizam abaixo ou acima deles. Deste modo, é de aceitação universal numerar os percentis de acordo com a porcentagem de indivíduos existentes abaixo dos mesmos e não acima, assim, por exemplo, o valor que divide uma população em 90% abaixo e 10% acima é o percentil 90. Cumpre assinalar quê as variações de percentis em torno do percentil 50 têm significado clínico muito menor do que as variações observadas em torno dos percentis extremos, por exemplo, 10 e 90 (MARCONDES, 1979). Tabela 04 Valores de referência para o diagnóstico do estado nutricional utilizando as curvas de IMC para idade, da Organização Mundial da Saúde Valor encontrado na criança Diagnóstico nutricional < Percentil 0,1 < Escore z -3 Magreza acentuada ≥ Percentil 0,1 e < Percentil 3 ≥ Escore z -3 e Escore z -2 Magreza ≥ Percentil 3 e < Percentil 85 ≥ Escore z -2 e Escore z +1 Eutrofia ≥ Percentil 85 e < Percentil 97 ≥ Escore z +1 e < Escore +2 Sobrepeso ≥ Percentil 97 e ≤ Percentil 99,9 ≥ Escore z +2 e ≤ Escore +3 Obesidade > Percentil 99,9 > Escore z +3 Obesidade grave Fonte: De Melo, Diagnóstico da Obesidade Infantil, 2010. A avaliação de adiposidade por meio de medidas de pregas cutâneas é pouco reprodutível e sua utilidade na prática clinica é limitada. Outros exames para avaliação de quantidade de gordura corporal, como bioimpedância (BIA), ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e densitometria também não são utilizados rotineiramente (DE MELO, 2010). A antropometria pode ser definida como a técnica de expressão quantitativa da forma do corpo (EISENSTEIN et al., 2000). Segundo diversos autores os principais métodos de medição da massa lipídica em crianças são o Índice de Massa Corpórea (IMC), medida de prega cutânea e bioimpedância (BIA). 5.1 Índice de Massa Corpórea (IMC) O Índice de Massa Corpórea (IMC) é usualmente utilizado para determinação da obesidade no adulto, mas seu uso em crianças e adolescentes é questionável para a faixa etária infanto-juvenil, principalmente para as de baixa ou
  • 29. 29 alta estatura, pois o cálculo se baseia em uma estatura já estável (DE MELO, 2010; CASTRO; MORGAN, 2005). A tabela 05 indica no percentil 95 o IMC para idade e sexo, enquanto a tabela 06 possui os valores de corte de IMC para a obesidade entre crianças de 6 a 10 anos de idade de ambos os sexos. Tabela 05 Índice de Massa Corpórea (IMC) no percentil 95 para idade e sexo Idade (anos) Homens Mulheres 6 18,0 17,5 7 19,2 18,9 8 20,3 20,4 9 21,5 21,8 10 22,6 23,2 11 23,7 24,6 12 24,9 25,9 13 25,9 27,1 14 26,9 27,9 15 27,7 28,5 16 28,5 29,1 17 29,3 29,7 18 30,1 30,2 Fonte: Marcondes, et AL. Pediatria Básica, 2003, p. 361. Tabela 06 Valores de corte de IMC para obesidade entre crianças de 6 a 10 anos de idade em ambos os sexos Homens Mulheres Idade (anos) Percentil 85 Percentil 95 Percentil 85 Percentil 95 6 16,6 18,0 16,2 17,5 7 17,4 19,2 17,2 18,9 8 18,1 20,3 18,2 20,4 9 18,9 21,5 19,2 21,8 10 19,6 22,6 20,2 23,2 Fonte: Halpern et al. Obesidade, 1998. p. 321. Segundo Monteiro (1998), o IMC é de uso prático, simples, reprodutível, com valor diagnóstico e prognóstico. Foi definido pelo astrônomo belga Quetelet razão pela qual é conhecido com o nome de Índice de Quetelet. É calculado dividindo-se o
  • 30. 30 peso, expresso em quilograma (kg), pela altura, expressa em metros elevada ao quadrado (m2): IMC = Peso (em kg) / Altura2 (em metros) Marcondes et al. (2003), explica que para crianças com idade inferior a 6 anos é indicado a fórmula P/E (relação peso/estatura). A tabela 07 está apresentando a relação peso/estatura em porcentagem com o estado nutricional no qual o paciente se encontra. P/E = Peso Atual (em kg) / Peso no p50 para estatura atual x 100 Tabela 07 Classificação da obesidade pelo P/E P/E (%) Estado Nutricional < 90 Desnutrido 90-109 Eutrófico 110-119 Sobrepeso 120-140 Obeso > 140 Obeso Mórbido Fonte: Marcondes, et al. Pediatria Básica, 2003. p. 361. 5.2 Medida de Prega Cutânea A medida de prega cutânea mede a espessura da gordura subcutânea por meio de um instrumento conhecido como plicômetro de Lange (CUMINI & DELGADO, 2008). A medida de prega cutânea apresenta-se de uma maneira mais direta a gordura corporal e é útil, em conjunto com IMC. Medidas acima do percentil 85 para idade e sexo sugerem obesidade. A tabela 08 apresenta os valores da medida de prega cutânea no percentil 85 para idade e sexo, em crianças. Pode-se medir apenas a prega cutânea do tríceps ou fazer um somatório de várias pregas, tais como bíceps, tríceps, subescapular e supra-ilíaca (HALPERN, 1998).
  • 31. 31 Tabela 08 Medida de prega cutânea do tríceps – níveis do percentil 85 para idade e sexo, em crianças Idade (anos) Masculino Feminino 5 12 14 6 12 15 7 13 16 8 14 17 9 15 18 10 16 20 Fonte: Halpern et al. Obesidade, 1998. p. 322. 1.5.3 Impedância Bioelétrica ou Bioimpedância (BIA) É importante lembrar que excesso de peso nem sempre significa excesso de gordura e um método que avalie também a massa magra da criança traz subsídio importante para a avaliação da obesidade infantil, assim como ajuda bastante na evolução do tratamento. A bioimpedância utiliza o modelo tricompartimental de avaliação da composição corpórea e é um método não-invasivo, prático, rápido, portátil e confiável, desde que não haja alterações na temperatura cutânea, na concentração dos eletrólitos séricos e no valor do hematócrito. O acúmulo de suor na pele e a presença de outros materiais condutivos no momento das medidas podem influenciar nos resultados finais (HALPERN, 1998). A bioimpedância avalia a resistência elétrica a uma corrente de baixa voltagem em tecidos de diferente condutividade com base na estatura, no sexo e na idade, sendo possível estimar indiretamente os compartimentos livres de gorduras daqueles com gordura (CUMINI; DELGADO, 2008). No organismo humano, os tecidos magros são altamente condutivos, contém grandes quantidades de água e eletrólitos condutores e representam uma via de baixa resistência elétrica. Por outro lado, a gordura é condutor fraco, uma via de alta resistência elétrica, com baixa concentração de água e eletrólitos condutores (HALPERN, 1998). Contudo, esse método de avaliação é empregado mais frequentemente em pesquisas, pois a variabilidade biológica das crianças em crescimento é muito grande na composição de água tornando-se um método limitado (CUMINI; DELGADO, 2008).
  • 32. 32 6 PREVENÇÃO DA OBESIDADE Soares e Petroski (2003) relatam que quanto maior a idade da criança e maior o excesso de peso mais difícil torna-se a reversão do quadro. A tabela 09 demonstra o peso relativo do paciente com a taxa de mortalidade em porcentagem. Segundo Kiess et al. (2001), a prevenção deve começar bem cedo, de preferência na fase intra-uterina. A estratégia deve ser elaborada juntamente com a equipe multidisciplinar (médico, nutricionista e educador físico), para que durante a gravidez a mulher realize atividade física moderada e execute a alimentação adequada tanto para o desenvolvimento do bebê, para o seu bem-estar. Depois do nascimento a amamentação deve ser fortemente recomendada, pelo menos até o sexto mês de vida. Os pais devem ser encorajados a ter uma alimentação saudável (o que inclui baixo nível de gordura saturada), com horários e lugares certos para se alimentarem. Atividades físicas, que não incluam apenas exercícios, mas também manter o hábito de vida não sedentário, o que implica em não passar grande parte do dia na frente da televisão ou no computador. Tabela 09 Peso relativo associado à taxa de mortalidade Peso relativo (%) Taxa de mortalidade (%) (considerando peso médio) 65-75 105 75-95 93 95-105 (peso médio) 95 105-115 110 115-125 127 125-135 134 135-145 141 145-155 211 155-165 227 Fonte: Halpern et al. Obesidade,1998. p. 33. Estudos demonstraram que as crianças e adolescentes que nunca receberam aleitamento materno têm maior ocorrência de obesidade na idade escolar, de acordo com esses dados acredita-se que a amamentação apresenta-se
  • 33. 33 com uma medida considerável no combate da obesidade infantil (SIQUEIRA; MONTEIRO, 2007). Como os programas de intervenção ainda têm pouco consenso, a prevenção continua ainda é a melhor estratégia clínica. A prevenção da obesidade na infância é provavelmente mais eficaz quando direcionada simultaneamente aos alvos primordial, primário e secundário, com metas apropriadamente diferentes. A prevenção primordial visa evitar que as crianças se tornem “de risco” para sobrepeso; a prevenção primária objetiva evitar que as crianças “de risco” adquiram sobrepeso; e a prevenção secundária visa impedir a gravidade crescente da obesidade e reduzir a co-morbidade entre crianças com sobrepeso e obesidade (DE MELLO; LUFT; MEYER, 2004). Programas de prevenção e tratamento devem ser desenvolvidos no cuidado com a obesidade infantil como dietas saudáveis, atividades físicas e educação nutricional (FISBERG, 2005). O objetivo da perda estável de peso à custa da massa gordurosa só pode ser obtido através de um balanceamento calórico/gordura negativo. Para isso é necessário: um planejamento alimentar hipocalórico, baixo em gorduras e em açúcares simples; um aumento das atividades físicas chamadas “espontâneas” e um plano de atividades físicas voluntárias, que estimule a oxidação das gorduras (HALPERN, 1998). A escola é um local importante onde esse trabalho de prevenção pode ser realizado, pois as crianças fazem pelo menos uma refeição nas escolas, possibilitando um trabalho de educação nutricional, além de também proporcionar aumento da atividade física. A merenda escolar deve atender as necessidades nutricionais das crianças em quantidade e qualidade a ser um agente formador de hábitos saudáveis (DE MELLO; LUFT; MEYER, 2004). Programas de tratamento de crianças e adolescentes obesos que envolvem atividade física rigorosa demonstraram benefício significativo na redução de peso, mas não é duradouro; já a atividade física incorporada como estilo de vida, ou seja, realizada diariamente, com iniciativas que reforçam a redução de comportamentos sedentários potencializam os efeitos da perda de peso. É muito importante que a família compreenda que no dia a dia a alimentação dever ser a mais saudável possível, para que a criança coma com todos à mesa o mesmo cardápio, limitando- se à quantidade de frituras e milanesas, a quantidade de óleo para fazer os
  • 34. 34 refogados, devendo-se também evitar estoques de guloseimas em casa, lembrando sempre que esses pacientes terão acesso a esses alimentos fora de casa (HALPERN, 1998). Praticamente todas as recomendações para promover uma prevenção eficaz devem ser acompanhadas por toda a família, sendo os indivíduos obesos ou não (DE MELLO; LUFT; MEYER, 2004). 7 TRATAMENTO DA OBESIDADE O tratamento da obesidade na infância é representado como um grande desafio, pelas limitações de compreensão, e na adolescência, por ser tradicionalmente caracterizada por diversos conflitos e dificuldades com o estabelecimento e aceitação de limites comportamentais e de atitudes a adesão às mudanças de comportamento em longo prazo é limitada, porque para a maioria dos pais e dos adolescentes, os resultados mais desejados são os imediatos, de razão estética, e a motivação para manter o peso estável está ausente (ALMEIDA; FERRERA, 2005). O excesso de aquisição de energia ocorre apenas durante a fase de desenvolvimento da obesidade. Quando o indivíduo já está obeso, tudo o que é necessário para mantê-lo nesse estado é que a aquisição de energia seja igual ao seu consumo. Para que o indivíduo emagreça, o seu suprimento energético deve ser menor do que o consumo. Deste modo, o tratamento da obesidade depende da redução do suprimento de energia abaixo de seu consumo. Para atingir esse propósito, a maioria das dietas redutoras é planejada para conter grande quantidade de “alimentos volumosos”, os quais, em geral, são constituídos por substâncias ricas em celulose, porém não-nutritivas. Esse volume distende o estômago e, assim, alivia, parcialmente, a fome, sendo de relevância evitar o desenvolvimento de deficiências vitamínicas durante o período da dieta (GAYTON; HALL, 2002). A maioria dos programas de combate a obesidade infantil consistem em: (1) dieta que reduza a ingesta calórica diária da criança; (2) aumento da atividade física; (3) modificações comportamentais; e (4) ajuda ou participação ativa dos pais (HALPERN, 1998). Para iniciar o tratamento da doença é muito importante dispor de equipe multiprofissional formada de médico endocrinologista, nutricionista, educador físico, psicólogo e o farmacêutico. O tratamento é longo e, por isso é desejável que o
  • 35. 35 relacionamento da equipe com o paciente seja integrado (DÂMASO; TEIXEIRA; CURI, 1995). Segundo Escrivão et al. (2000), as noções de tempo não são claramente entendidas pelas crianças e adolescentes, portanto, não se devem apontar os riscos futuros da obesidade, e sim avaliar as implicações atuais, ou seja, as consequências do excesso de peso que estão incomodando no momento. A intervenção feita precocemente no controle da obesidade é fundamental para o tratamento; o excesso de ingestão calórica resulta em aumento das células adiposas e obesidade hipertrófica. Assim, quando as células gordurosas atingem a sua capacidade máxima, seu número aumenta para suprir o excesso de acúmulo de gordura (triglicerídeos). Essa fase de desenvolvimento adiposo na criança é chamada obesidade hiperplásica (CARNEIRO, 2005). Quanto à reeducação alimentar, deve ser sugerido dietas flexíveis e que atendam às necessidades nutricionais da criança, pois dietas muito rígidas e restritas mostram-se ineficientes, proporcionando prejuízo ao crescimento e desenvolvimento da criança, menor adesão ao tratamento e maior angústia no caso de insucesso, o que acarreta ansiedade e depressão na maioria das crianças (VITOLO; CAMPOS, 1998). A dieta instituída deve ser adequada à idade e fase de crescimento, considerando os padrões socioeconômicos e culturais da criança e da família. Para tanto, é necessário que se conheça o histórico alimentar da criança obesa e de sua família (SOARES; PETROSKI, 2003). Para perda de peso, um objetivo razoável é a perda de 500g por semana, com uma combinação de diminuição de ingesta calórica e aumento do gasto calórico através da atividade física. Uma dieta saudável deve conter 50-55% de carboidratos, 20-25% de proteínas e de 30-40% da ingesta usual, devendo ser ajustada para que a perda de peso seja gradual (HALPERN, 1998). Segundo Soares e Petroski (2003), o programa de atividades físicas para criança obesa, implica em atividades desenvolvidas de acordo com a capacidade individual, pois este é o fator determinante para que haja adesão da criança ao programa, garantindo assim, adesão ao tratamento. De acordo com os autores, os exercícios recomendáveis para as crianças são: (1) exercícios aeróbios em geral; (2) exercícios posturais preventivos e de manutenção, principalmente no estirão de crescimento; (3) exercícios de força e resistência; (4) exercícios de coordenação motora geral e específica; e (5) exercícios de equilíbrio.
  • 36. 36 Por fim, em muitos indivíduos obesos, o aumento da atividade física pode resultar em perda de peso. Quanto mais exercícios, maior o consumo diário de energia e mais rapidamente controla-se a evolução da obesidade. Por conseguinte, o exercício forçado, frequentemente, constitui parte essencial no tratamento da obesidade (GAYTON; HALL, 2002). Vários fármacos que reduzem a intensidade da fome têm sido utilizados no tratamento da obesidade. Os mais importantes desses fármacos são as anfetaminas ou seus derivados, que inibem, diretamente, os centros da alimentação no cérebro. Um dos fármacos mais novos para o tratamento da obesidade é a sibutramina, simpaticomimético que reduz a ingestão de alimentos e aumenta o consumo de energia. O uso desses fármacos é perigoso, visto que eles hiper-excitam simultaneamente o sistema nervoso, tornando o indivíduo nervoso e elevando a pressão arterial. Além disso, a pessoa logo se adapta ao fármaco, de modo que a redução do peso não costuma ser superior a 5 a 10%. Outro grupo de fármacos atua alterando o metabolismo dos lipídios; por exemplo, o orlistat, inibidor da lipase, reduz a digestão intestinal de gorduras. Em consequências dessa ação, parte da gordura ingerida é eliminada nas fezes, o que reduz a absorção de energia. Entretanto, a perda fecal de gorduras pode causar efeitos colaterais gastrintestinais desagradáveis, bem como a perda de vitaminas lipossolúveis nas fezes (GAYTON; HALL, 2002). Praticamente não há dados importantes e conclusivos na literatura sobre o uso de medicamentos em obesidade infantil. O uso de anorexígenos não é recomendado em crianças, uma vez que o mais importante é a conscientização dos erros alimentares para que se possa corrigi-los, o incentivo da atividade física programada ou não e a mudança de comportamento em relação a várias situações que favorecem ao ganho de peso. Os medicamentos anorexígenos clássicos apresentam uma ação no sistema nervoso central que não seria adequada em crianças em plena fase de formação, tanto física quanto psicológica (HALPERN, 1998).
  • 37. 37 CONSIDERAÇÕES FINAIS A determinação da prevalência da obesidade e suas implicações como agravo à saúde na população infanto-juvenil contou, nesse estudo, com um significativo diferencial comparativo-qualitativo, pois além dos dados estatísticos elencados por instituições nacionais e internacionais tivemos acesso à pesquisa da moléstia em nível local e ao Projeto Interdisciplinar de Controle e Prevenção da Obesidade Infantil, desenvolvido e supervisionado pela Dra. Lilian Maria de Godoy Soares no município de Fernandópolis. Na pesquisa realizada pela médica e sua equipe, apurou-se o perfil de crianças com sobrepeso e obesidade entre escolares de 2 a 12 anos no município de Fernandópolis, SP, em 2009, separando os resultados por sexo e tipo de escola. Foram avaliados 1.798 alunos de dez escolas públicas, 910 do sexo feminino e 888 do sexo masculino e, 611 de quatro instituições particulares, 299 do sexo feminino e 312 do sexo masculino, autorizados pelos responsáveis. Os dados antropométricos avaliados foram: massa corporal em Kg e altura em metros. O diagnóstico de obesidade ou sobrepeso foi feito de acordo com os pontos de corte internacionais, da tabela proposta pelo Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública do Instituto da Criança em Londres (NCIN IEH). Segundo a pesquisa da Dra. Lilian Maria de Godoy Soares, a prevalência de sobrepeso e obesidade em Fernandópolis, para escolares de 2 a 12 anos, concorda com os índices apontados no Brasil. Entre os sexos, contrariamente à literatura, não obtivemos diferenças estatísticas. Corroborando dados que sugerem prevalência maior entre os economicamente mais favorecidos, encontramos uma diferença estatística significativa em favor das instituições particulares. Assim, apontamos as peculiaridades de nosso município, demonstrando a importância de se realizar estudos regionais, o que permitirá propor novos modelos de atuação para se combater o avanço desta pandemia mundial.
  • 38. 38 PESPECTIVAS FUTURAS É imprescindível e necessário reafirmar que a forma mais eficaz de evitar a prevalência da obesidade em crianças é a prevenção, sobretudo naquelas que fazem parte do chamado “grupo de risco”, isto é, as crianças com predisposição e as já enquadradas com o sobrepeso. Como já afirmado, no levantamento bibliográfico, a obesidade é uma enfermidade de causa multifatorial que está associada às mudanças no estilo de vida e no comportamento alimentar do indivíduo, aos distúrbios fisio-metabólicos, as alterações genéticas e ao consumo excessivo de alimentos industrializados e hipercalóricos. Após uma criança se tornar obesa o tratamento é difícil e demorado, pois a terapia medicamentosa não é recomendada para esta faixa etária, de modo que a intervenção de suporte se restringe a rigoroso esforço físico-emocional, na prática sistemática de exercícios, fisioterapia constante para melhorar a mobilidade corporal e a uma reeducação alimentar, com dietas balanceadas e reguladas. Entretanto, essa terapêutica, via de regra, não é totalmente aceita pelos pacientes dessa faixa etária, pois além de não compreender os riscos futuros à saúde, como dislipidemias, doenças cardiovasculares e diabetes mellitus, também sofrem influência externa a consumirem alimentos de pouco valor nutritivo e alto valor calórico. Portanto, como o tratamento é quase sempre contestado pelo próprio paciente, especialistas afirmam que a melhor ferramenta no combate a doença é a prevenção, e que está deve ser voltada para uma intervenção direcionada a educação sistemática tanto das crianças como daqueles que fazem parte da sua vida e seu cotidiano. Neste contexto, como futuros profissionais, e, sobretudo, resignados em contribuir para a promoção e preservação da saúde individual e coletiva, gostaríamos de, no campo das sugestões, propor uma parceria interdisciplinar capaz de implementar um ensaio acadêmico denominado: “Núcleo de Prevenção da Obesidade em Crianças e Adolescentes”. Este projeto tem por finalidade a formação de uma equipe multidisciplinar integrando os profissionais das áreas da Farmácia, Enfermagem, Fisioterapia, Nutrição, Educação Física, Terapia Ocupacional e Psicologia, que, sob a supervisão de um médico Endocrinologista, possa atuar tanto de forma clínica quanto educativa, oferecendo terapia profilática e de suporte
  • 39. 39 extensivo a todos aqueles que fazem parte da vida do paciente, pois nesse modelo, a prevenção deve continuar além do apoio profissional. Contudo, a execução desse projeto deve ter, em primeira instância, o apoio irrestrito não apenas desta instituição, mas de todo corpo docente elencado nesse projeto, pois a vivência da prática com casos clínicos reais é inegavelmente a ferramenta diferencial que capacita o acadêmico para o mercado de trabalho. Sob essa perspectiva, sugerimos o estágio não-obrigatório complementar como uma atividade capaz de promover, informar e oferecer serviços básicos de suporte para toda comunidade. Com isso, além de beneficiar o próprio corpo discente com um conhecimento prático inigualável, também se contribui para a melhoria da saúde de nossa população.
  • 40. 40 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, B.; FERRERA, S. R. G. Epidemiologia. In: CLAUDINO, A. M.; ZANELLA, M. Guia de Transtornos Alimentares e Obesidade. Barueri: Manole, 2005. cap. 20, p. 185-193. ARAÚJO, D.; FRACETO, L. F.; SILVA, J. A. Leptina o hormônio da obesidade. Revista eletrônica do Departamento de Química da UFSC, Florianópolis, ano 4. 2004. Disponível em: <http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/colaboracoes/leptina. HTML>. Acesso em: 03 de abril de 2011. BUENO, M. B.; FISBERG, R. M. Comparação de três critérios de classificação de sobrepeso e obesidade entre pré-escolares. Revista Brasileira Saúde Materna Infantil. Recife, v. 6, no. 4, p. 411-417, out/dez 2006. CARNEIRO, G. Patogênese. In: CLAUDINO, A. M.; ZANELLA, M. Guia de Transtornos Alimentares e Obesidade. Barueri: Manole, 2005. cap. 22, p. 203- 210. CARPENTER, K. M.; HASIN, D. S.; ALLISON, D. B; FAITH, M. S. Relationships between obesity an DSM-IV major depressive disorder, suicide ideation and suicide attempts: results from a general population study. American Journal of Public Health, v. 90, no.2, p. 251-257, 2000. CASTRO, A. S.; MORGAN, C. M.. Obesidade na Infância. In: CLAUDINO, A. M.; ZANELLA, M. T.. Guia de Transtornos Alimentares e Obesidade. São Paulo: Manole, 2005. cap. 33, p. 297-313. CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION – CDC. Overweight and Obesity: Economic Consequences. Atlanta: 2010. Disponível em: <http://www.cdc.gov/obesity/causes/economics.html>. Acessado em: 18 de maio de 2011. COUTINHO, W. Obesidade: conceitos e classificações. In: NUNES, M. A. A. et al. Transtornos Alimentares e Obesidade. Porto Alegre: Ed. Artes Médicas do Sul, RGS, 1998, p. 197-202. CUMINI, J. R.; DELGADO, M. Obesidade Infantil. 2008. 39 p. Monografia (Graduação em Farmácia) – Fundação Educacional de Fernandópolis – FEF, Fernandópolis, 2008.
  • 41. 41 DÂMASO, A; TEIXEIRA, L.; CURI, C. M. Atividades Motoras na Obesidade. In: FISBERG, M. Obesidade na infância e adolescência. São Paulo: Fundação BYK, 1995, p. 91-99. DAMIANI, D.; DAMIANI, D.; OLIVEIRA, R. G de. Obesidade, fatores genéticos ou ambientais? Pediatria Moderna, v. 38, no. 3, p. 57-80, 2002. DE MELLO, E. D.; LUFT, V. C.; MEYER, F. Obesidade infantil: como podemos ser eficazes. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 80, no. 3, p.173-182, maio/jun 2004. DE MELO, M. E. Diagnóstico da Obesidade Infantil. Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica – ABESO. 2010. DIETZ, W. H. Leitura em foco. In: SHILIS, M. E. et al. Obesidade Infantil. Barueri: Manole, 2003. cap. 63, p. 1143-1153. DEFRONZO, R. A. Pathogenesis of type 2 diabetes. The Medical Clinics Of North America, United States, v. 88, p. 787-835, 2004. EISENSTEIN et al. Nutrição na adolescência. Jornal de Pediatria. Rio de Janeiro, v. 76, no. 3, p. 263-274, dez 2000. ESCRIVÃO, M. A. M. S. et al. Obesidade exógena na infância e adolescência. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 76, no. 3, p. 305-310, dez 2000. FERRIANI, M. das G. C. et al. Auto Imagem Corporal de Adolescentes Atendidos em um Programa Multidisciplinar de Assistência ao Adolescente Obeso. Revista Brasileira de Saúde Materna Infantil. Recife, v. 5, no. 1, p. 27-33, jan/mar 2005. FIGUEIRA, F.; ALVES, J. G. B.; MAGGI, R. S.. Diagnóstico e Tratamento em Pediatria. 3ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. 472 p. FISBERG, M. Atualização em Obesidade na Infância e Adolescência. São Paulo: Atheneu, 2005. 218 p. GIUGLIANO, R; MELO, A. L. P. Diagnóstico de sobrepeso e obesidade em escolares: utilização do índice de massa corporal segundo padrão internacional. Jornal de Pediatria, v. 80, no. 2, p. 129-34, 2004.
  • 42. 42 GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 2002. 973 p. HALPERN, Z. S. C. Situações Especiais: tratamento da obesidade em crianças. In: HALPERN, A. et al. Obesidade. São Paulo: Lemos Editoral, 1998. p. 319-330. HELLER, D. C. L. Obesidade Infantil: Manual de Prevenção e Tratamento. Santo André, SP: Esetec, 2004. KATCH, F. I.; MCARDLE, W. D. Nutrição, Exercício e Saúde. 4ª ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 1996. KAUFMAN, A. Obesidade Infanto-Juvenil. Pediatria em Psicologia. São Paulo: Moreira Jr, 1999. Disponível em: <http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp? fase=r003&id_materia=936>. Acessado em: 19 de set. 2011. KIESS, W. et al. Clinical aspects of obesity in childhood and adolescence. The International Association for the Study of Obesity, v. 02, no. 2, p. 29-36, 2001. MACCARTHY, D. et al. Central overweight and obesity in British youth aged 11-16 years: cross sectional surveys of waist circumference. British Medical Journal, British, v. 326, no. 7390, p. 624-639, 2003. MARCONDES, et al.. Pediatria Básica. Pediatria Clínica Geral. São Paulo: Sarvier, 2003. 749 p. MARCONDES, E. Desvio Padrão VS. Percentil. Revista de Pediatria, São Paulo: v.1, p. 148-158, 1979. MONTEIRO, C. A. Epidemiologia da Obesidade. In: HALPERN, A. et al. Obesidade. São Paulo: Lemos Editoral, 1998. p. 15-30. MONTEIRO, J. C. Obesidade: diagnóstico, métodos e fundamentos. In: HALPERN, A. et al. Obesidade. São Paulo: Lemos Editoral, 1998. p. 31-53. OLIVEIRA, C. L. de.; FISBERG, M. Obesidade na Infância e Adolescência: Uma verdadeira epidemia. Arq. Bras. Endocrinologia e Metabolismo, v. 47, no. 2, p. 107-108, abril 2003.
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