2. Profa. Gisele Finatti
(EM13CHS205) – Analisar a produção de diferentes territorialidades em suas
dimensões culturais, econômicas, ambientais, políticas e sociais no Brasil e no
mundo contemporâneo, com destaque para as culturas juvenis.
Objeto de conhecimento
O papel da juventude em contextos territoriais: central e periférico; material e
virtual; profissional e acadêmico e cultural e político.
Habilidade do Curriculo do Estado de São Paulo.
3. Profa. Gisele Finatti
O JOVEM
(...) a juventude é uma categoria socialmente construída. Ganha contornos
próprios em contextos históricos, sociais e culturais distintos, e é marcada pela
diversidade nas condições sociais (origem de classe, por exemplo), culturais
(etnias, identidades religiosas, valores etc.), de gênero e até mesmo
geográficas, dentre outros aspectos.
Além de ser marcada pela diversidade, a juventude é uma categoria dinâmica,
transformando-se de acordo com as mutações sociais que vêm ocorrendo ao
longo da história. Na realidade, não há tanto uma juventude, mas sim jovens,
enquanto sujeitos que a experimentam e sentem segundo determinado
contexto sociocultural no qual se inserem. (...) Desse modo, mais do que
conceituar a juventude, optamos em trabalhar com a ideia de condição juvenil
(...) [que se refere] à maneira de ser, à situação de alguém perante a vida,
perante a sociedade
4. Profa. Gisele Finatti
CONCEPÇÕES DE JUVENTUDES
1 - Falta de identidade social;
2 - Não se concebe os jovens como atores com
identidade própria (crianças e juventude);
3 - Não se leva em conta a diversidade entre as
várias juventudes (classe, raça, gênero);
4 – Considera-se a juventude a partir de uma visão
“dualista” e “maniqueísta”. (responsável-
irresponsável, esperança-medo, futuro, irreverente);
5- Criminaliza-se a figura do jovem
5. Profa. Gisele Finatti
JUVENTUDE
• O termo juventude refere-se ao período da vida em
que as pessoas passam da infância à condição de
adultos, e durante o qual produzem mudanças
biológicas, psicológicas, sociais e culturais, que se
realizam em condições diferenciadas, segundo as
sociedades, as culturas, as etnias-raça, as classes
sociais e o gênero, bem como outras referências
objetivas e subjetivamente relevantes para os que a
vivenciam.
6. Profa. Gisele Finatti
VULNERABILIDADE
• No Brasil a violência está intimamente ligada à
condição de vulnerabilidade social de certos extratos
populacionais, como por exemplo, os jovens.
Atualmente, esses atores sofrem riscos de exclusão
social sem precedentes devido a um conjunto de
desequilíbrios provenientes do mercado, Estado e
sociedade que tendem a concentrar a pobreza entre
os membros deste grupo e distanciá-los do “curso
central” do sistema social. (Vignoli, 2001).
• Os jovens são vulneráveis, mas também possuem
certos recursos para fazer frente aos obstáculos e
riscos – como capital humano, social e simbólico.
7. Profa. Gisele Finatti
CAPITAL SOCIAL
Alternativa de combate à vulnerabilidade
• Conjunto de instituições formais e informais que
possibilitam a formação de redes entre os
indivíduos de uma determinada comunidade,
facilitando a cooperação.
• É o conjunto de relações formais e informais que
condicionam a qualidade e a quantidade de
interações sociais; confiança, compreensão,
compartilhamento de valores e comportamento.
8. Profa. Gisele Finatti
INFLUÊNCIAS
• Os jovens sofrem influências multiculturais e vivem dois problemas
em comum: a globalização, a tecnologia de informação, a
globalização do crime ligada ao narcotráfico e a violência.
• Segundo Castells(1997),nas últimas décadas organizações
criminosas tem levado a cabo operações em escala internacional,
aproveitando da globalização econômica e das novas tecnologias dei
informação. Em torno do narcotráfico foi-se organizando uma
poderosa rede de crimes como o tráfico de armas, tráfico de
imigrantes, prostituição internacional, contrabando etc. Todas as
transações se baseiam na coesão mediante uma violência
extraordinária.
12. Profa. Gisele Finatti
População Jovem segundo Grau de Instrução
• Entre os jovens de 15 a 29 anos, segundo
pesquisa ainda não divulgada “Jovens no Brasil”
22,9% cursam ou cursaram até a 4ª série do ensino
fundamental, 34% estudaram ou estudam da 5ª a 8ª
série do ensino fundamental, 35,8% estudam ou já
concluíram o ensino médio e 7,2% cursam ou já
cursaram o ensino superior.
• Entre os jovens de 15 a 17 anos, 18% não
estudam.
14. Profa. Gisele Finatti
CONHECIMENTO SOBRE COMPUTAÇÃO
• Começou a aprender agora- 1.524.2443
• Sabe apenas o básico- 11.705.79924 Sabe usar diversos
programas 6.640.91713
• Não sabe usar computador- 27.894.81558
• Não lembra/ Não opinou - 66.8950
15. Profa. Gisele Finatti
RELIGIÃO
• Católica - 66,2
• Evangélica - 5,5
• Outras Evangélicas específicas - 9,6
• Protestante - 0,7
• Pentecostal - O,9
• Espírita/ Kardecista -1,4
• Judaica - 0
• Batista/ Metodista/ Presbiteriana- 2,0
• Orientais (Budismo, Islamismo, etc) O,2
• Afro-Brasileiras (Umbanda, Candomblé, etc) O,5
• Outras- 0,7
• É religioso mas não segue nenhuma -7,9
• Ateu, não tem religião -4,0
• Não sabe/ Não opinou - 0,3
16. Profa. Gisele Finatti
DESAFIOS
Os desafios que os jovens tem de enfrentar na sociedade brasileira decorrem
basicamente:
• da dificuldade de acesso a educação;
• do pouco estímulo para permanecer na escola;
• da falta de qualificação profissional;
• da falta de acesso a atividades culturais, esportivas e de lazer e
• pela oferta crescente e perversa de possibilidades de envolvimento com
drogas, violência e criminalidade.
17. Profa. Gisele Finatti
Representações contraditórias sobre os jovens
• Em geral os jovens são rotulados e prejulgados negativamente:
• São todos drogados
• Não têm juízo
• São inconseqüentes
• São inexperientes
• São revoltados
• São violentos
Contraponto: como os jovens se sentem em relação à vida?
Grau de satisfação com a vida que leva hoje, 2004.
• Muito satisfeito- 6%
• Satisfeito- 69%
• Insatisfeito- 22%
• Muito insatisfeito- 2%
18. Profa. Gisele Finatti
PRECONCEITOS
• Por serem jovens;
• Pelo fato de morarem em bairros da periferia ou favelas;
• Pela sua aparência física, a maneira como se vestem;
• Pelas dificuldades de encontrar trabalho;
• Pela condição social.
19. Profa. Gisele Finatti
Território NÃO É territorialidade
Território em sua dimensão política: refere-se às relações espaço-
poder, em geral, e às relações jurídico-político que dizem respeito às
relações espaciais que se estabelecem na esfera do Estado-nação.
Nestas, o território é visto como um espaço delimitado e controlado,
por meio do qual se exerce um determinado poder relacionado ao
poder político do Estado, na maioria das vezes, mas não
exclusivamente.
Território em sua dimensão cultural: nessa concepção, o conteúdo
cultural ou simbólico-cultural delimitam o território a partir da teia de
representações e subjetividades que se enraízam em parte do
espaço-território, dando-lhe identidade. Nesse sentido, o território é
visto como produto da apropriação e valorização simbólica de um
grupo em relação ao seu espaço vivido.
20. Profa. Gisele Finatti
Dominando o mundo
O mundo da cultura aparece como um espaço privilegiado de práticas,
representações, símbolos e rituais, no qual os jovens buscam
demarcar uma identidade juvenil. Longe dos olhares dos pais,
educadores ou patrões, mas sempre os tendo como referência, os
jovens constituem culturas juvenis que lhes dão uma identidade como
jovens. As culturas juvenis, como expressões simbólicas da condição
juvenil, manifestam-se na diversidade em que se constituem,
ganhando visibilidade por meio dos mais diferentes estilos, que têm
no corpo e no seu visual uma das suas marcas distintivas. Jovens
ostentam seus corpos e, neles, as roupas, as tatuagens, os piercings,
os brincos etc., falando da adesão a determinado estilo, demarcando
identidades individuais e coletivas, além de sinalizar um status social
almejado.
(DAYRELL, 2010, p. 70-71).
22. Profa. Gisele Finatti
Violência
A curvas ascendentes de violência e criminalidade constituem
um problema crítico do século XXI, tão mais grave, na medida
em que além de afetar a integridade física, emocional e
patrimonial de indivíduos, também coloca em questão a noção
de cidadania e o próprio papel do estado.
DIVERSOS TIPOS DE VIOLÊNCIA
• Violência física
• Violência simbólica
• Violência institucional
23. Profa. Gisele Finatti
Jovens e a Violência
Os jovens são também os mais atingidos em nossa sociedade, pela violência.
Segundo o Mapa da Violência, do ano 2000, 2/3 de nossos jovens morreram
por causas externas e o maior responsável foi o homicídio principalmente nas
capitais brasileiras.
O Mapa da Violência de 2004, mostra que a taxa de homicídios dos jovens em
1993 era de 34,5 em 100.000 habitantes enquanto que em 2002 elevou-se
para 54,7.
Se a análise é realizada por raça/cor.
Enquanto que a dos jovens negros é de 68,4 por 100.000 habitantes o de
jovens brancos é de 39,2.
TAXA DE HOMICÍDIOS JOVEM E NÃO JOVEM (em 100.000) Fonte: SIM / DATASUS, IBGE.
24. Profa. Gisele Finatti
PRECONCEITO
• Além da violência física os jovens enfrentam vários tipos de
preconceitos, o que significa que são vítimas não somente de uma
violência física, como também de uma violência que não mata, mas
muitas vezes, fere e muito profundamente que é a simbólica e a
moral.
• A violência simbólica refere-se ao abuso do poder baseado no
consentimento que se estabelece e se impõe mediante o uso de
símbolos de autoridade, como a violência verbal e também a
violência institucional marginalização, discriminação e práticas de
assujeitamento utilizadas por instituições diversas que
instrumentalizam estratégias de discriminação.
25. Profa. Gisele Finatti
VIOLÊNCIA E PRECONCEITO
O Jovem e a polícia
• Os jovens são críticos incisivos quanto a atuação da polícia, com discurso
rude e pesado, sugerindo que existe um conflito latente que pode explodir a
qualquer momento.
• As abordagens policiais são frequentes e corriqueiras e banais: “andar em
grupos”, “vestir-se com bermudões”, “jaquetas e bonés”, “o chamado kit-
malandro ou kit- padrão”.
REPRESENTAÇÕES DOS JOVENS SOBRE OS POLICIAIS
REPRESENTAÇÕES DOS POLICIAIS SOBRE OS JOVENS
A abordagem é percebida pelos policiais como uma técnica que deve ser
realizada quando há “suspeição” e a sua função é de garantir a segurança e
prevenir.
26. Profa. Gisele Finatti
Enquanto organizamos, por cima, a nova ordem econômica e
tecnológica, um amplo setor de jovens está construindo, por
baixo, uma desordem alternativa feita de sua negação a um
sistema que os nega. (...)
Somente restabelecendo as pontes de contato com a nossa
juventude, em todos os países, poderemos realmente construir
nosso futuro.
E somente se soubermos como os jovens pensam e vivem, e
porque pensam assim, poderemos encontrar uma nova
linguagem, fundamento de uma nova política. Manuel Castells
27. Profa. Gisele Finatti
É fundamental que tenhamos políticas públicas que fomentem a
inclusão e a emancipação juvenil, ampliando uma rede de
proteção social, com oportunidades de estudo e trabalho, com
uma política de vida segura, incentivando a prevenção da
violência dos jovens e contra os jovens, combatendo as
diferentes violências existentes, sensibilizando a opinião pública
e os meios de comunicação para o tema , promovendo espaços
de arte, cultura , esporte e lazer, enfim dando respostas globais e
continuadas, com políticas integradas e transversais e
principalmente confiando nas nossa juventudes.
28. Profa. Gisele Finatti
Sabemos que os acessos e os tratamentos na periferia e no
centro são bem diferentes...
Compartilhe conosco alguns exemplos dessas diferenças: