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Artigo Original
Associação Brasileira de Física Médica®
71
Quimiluminescência como fonte de luz
alternativa na terapia fotodinâmica
Chemiluminescence as an alternative light source for
photodynamic therapy
Ruy C.M.C. Ferraz1
, Carla R. Fontana1
, Ana P. de Ribeiro², Flávia Z. Trindade², Emery C.
Lins3
, Vanderlei S. Bagnato1
e Cristina Kurachi1
1
Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP) – São Carlos (SP), Brasil.
2
Faculdade de Odontologia de Araraquara da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp),
Araraquara (SP), Brasil.
3
Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas (CECS) da Universidade Federal do ABC (UFABC) –
Santo André (SP), Brasil.
Resumo
A terapia fotodinâmica é a combinação do agente fotossensibilizador, da fonte de luz e do oxigênio que pode resultar na oxidação de biomoléculas
e gerar danos celulares. Essa técnica é aplicada em diversas situações, desde o controle microbiológico até o tratamento de câncer. A maioria dos
estudos utiliza as fontes de luz tradicionais, ou seja, lasers, sistemas à LED e lâmpadas. Iluminação portátil, flexível e independente de energia
elétrica são características de grande interesse, principalmente, aos países em desenvolvimento no qual há uma grande parcela da população não
assistida por hospitais de referência, além de cidades que não possuem o fornecimento de energia elétrica. Neste estudo, foi avaliada a viabilidade
do uso, in vitro, da quimiluminescência como uma fonte de luz para a terapia fotodinâmica, induzindo a redução microbiana de Staphylococcus
aureus.A quimiluminescência é uma reação química em que, por meio da mistura de reagentes líquidos, ocorre a emissão de luz sem a necessidade
de qualquer ativação externa. Na análise in vitro, o agente fotossensível foi utilizado em quatro concentrações entre 6 e 75 µg/mL e iluminação
entre 60 até 240 minutos. Os resultados demonstraram que o longo tempo de experimento não gerou redução microbiana nos grupos em que foi
avaliado o efeito isolado da fonte de luz e do fotossensibilizador. Porém, quando foi avaliado o efeito fotodinâmico na combinação da reação química
e o fotossensibilizador, atingiu-se redução da bactéria próxima de 98% (redução de duas ordens logarítmicas, aproximadamente) nas maiores
concentrações de Photogem®
e de dose de luz aplicada. Este estudo demonstrou a possibilidade do uso da quimiluminescência como uma fonte de
luz alternativa no controle microbiano por meio do efeito fotodinâmico, além de apresentar as vantagens de irradiação portátil, flexível entre outras
quando comparada com as fontes de luz convencionais.
Palavras-chave: medições quimioluminescentes; fotoquimioterapia; luz.
Abstract
Photodynamic therapy is a combined action of the photosensitizer, a light source and the oxygen that may result in an oxidation of biomolecules
and cellular damage. This technique is used for several applications, from microbial control to cancer treatment. The majority of the studies use
conventional light sources as lasers, LED systems and lamps. Portable, flexible and non-wired illumination are duired characteristics especially for
developing countries where still great part of the population is not assisted by hospitals and several regions do not have electricity. In this study, the
viability of chemiluminescence use a PDT light source was evaluated in the in vitro microbial reduction of Staphylococcus aureus.Chemiluminescence
is a chemical reaction where after the reagents mixture a light emission occurs. The photosensitizer was tested at four concentrations between
6 an 75 µg/mL and illumination at exposure times between 60 and 240 minutes. The results showed that the experiment long procedure did not
result in microbial reduction, which was verified at the individual effect of light and of photosensitizer. On the other hand, the photodynamic effect
produced by the combination of the photosensitizer and chemiluminescence resulted in 98% microorganism reduction for the higher Photogem®
concentrations and light dose. This study shows the viability of the chemiluminescence as a light source for the microbial control by PDT, associated
with the characteristics of a portable and flexible illumination device.
Keywords: chemiluminescent measurements; photochemotherapy; light.
Correspondência: Ruy C. M. C. Ferraz – Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo – Avenida Trabalhador São-carlense, 400 – CEP
13560-970 – São Carlos (SP), Brasil – E-mail: ruymattosinho@ursa.ifsc.usp.br
Revista Brasileira de Física Médica.2010;4(2):71-4.
72 Revista Brasileira de Física Médica.2010;4(2):71-4.
Ferraz RCMC, Fontana CR, Ribeiro AP, Trindade FZ, Lins EC, Bagnato VS e KurachiC
Introdução
A terapia fotodinâmica (TFD) é uma técnica utilizada em
diversas práticas desde o tratamento de câncer até o con-
trole microbiano. Muitos avanços são observados nas últi-
mas décadas, porém desde o início do século passado o
efeito fotodinâmico já era conhecido1-3
.
A base dessa técnica é a presença de três elementos
fundamentais: fotossensibilizador, fonte de luz e oxigênio.
O fotossensibilizador (FS) é uma substância capaz de se
tornar ativa apenas após a absorção de fótons nas con-
dições de iluminação. O agente fotossensível ativo (exci-
tado) tende a retornar ao seu estado fundamental, sendo
necessária a liberação da energia absorvida. Essa energia
liberada pode ser absorvida por alguns substratos, entre
eles, o oxigênio tornando-se uma espécie altamente reati-
va e de meia-vida curta.
Os outros substratos ativados são, por exemplo, su-
peróxidos e radicais livres, porém a produção do oxigê-
nio singlete é um dos principais fatores no sucesso da
terapêutica4-7
.
As fontes de luz tradicionalmente utilizadas na TFD
são, entre outras, as lâmpadas, lasers e sistemas à
base de diodo emissor de luz (LED). Apesar das inúme-
ras vantagens, ainda existe casos em que as fontes de
luz convencionais se mostram bastante limitadas, como
por exemplo, dependência de energia elétrica, ou seja,
a maioria desses aparelhos está limitada pela não total
portabilidade8
.
Essas desvantagens são potencializadas em paí-
ses em desenvolvimento, como o Brasil, que possuem
muitas cidades com escassez ou sem fornecimento
de energia elétrica, além da concentração de centros
hospitalares nas grandes cidades e por consequência,
as populações das outras cidades possuem um atendi-
mento deficitário.
Dessa maneira, este trabalho demonstrou o interesse
de verificar a potencialidade de fontes alternativas de luz
com a finalidade de simplificar e ampliar o uso da terapia
fotodinâmica. Assim, apresentamos o princípio básico de
funcionalidade da quimiluminescência (QL), uma fonte de
luz baseada em reações químicas na forma líquida sem
geração de calor. Quando os reagentes se misturam ocor-
re a geração de luz portátil, prática, maleável e adequada
para a TFD.
Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar in vitro, a
viabilidade do uso da quimiluminescência como fonte de
luz da Terapia Fotodinâmica analisando a redução bacte-
riana de cepas de Staphylococus aureus.
Material e métodos
O fotossensibilizador utilizado neste estudo foi o
Photogem®
, classificado como um representante da pri-
meira geração dos fotossensibilizadores, produzido a par-
tir da hematoporfirina, uma substância presente no sangue
de animais e de humanos. O Photogem®
é fabricado na
Rússia – Moscou	 . O Photogem®
foi avaliado em quatro
concentrações: 6; 25; 50 e 75 µg/mL. Todo o procedi-
mento experimental, entre a diluição do FS até o inicio do
experimento in vitro, o fotossensibilizador foi protegido da
exposição de luz.
A fonte de luz utilizada na iluminação das amostras
se deu através da quimiluminescência cujo mecanis-
mo foi descrito por Rauhut9
em 1967 e aceito até os
dias atuais, associa os seguintes reagentes: oxalato de
bis(2,4,6-triclorofenila) (TCPO), associado à presença do
peróxido de hidrogênio (H2
O2
) e de um ativador (ACT),
no caso, 9,10-bis(feniletinil) antraceno (BPEA). Essa rea-
ção ocorre em solução de imidazol (IMI-H) e acetato de
etila (EtOAc). Quando as reações do mecanismo de qui-
miluminescência terminam, o ACT está em seu estado
eletronicamente excitado que, por sua vez, é instável e
dessa maneira retorna ao estado fundamental emitindo
luz ao ambiente4
.
Foi utilizada uma reação química industrializada (Light
Stick Ltd., Pequim, China) que foi caracterizada com um
tempo de meia-vida (T1/2
) de 30 minutos, com intensidade
hábil de utilização até a sua segunda T1/2
(totalizado 60
minutos). A intensidade irradiada por uma hora atinge in-
tensidade média de 100 µW/cm². Foram utilizados 30 mL
da solução, resultando em trinta unidades de light stick,
colocados em um recipiente circular (placa Petri pequena)
com as dimnesões de 5,0cm de diâmetro e 1,5cm de al-
tura. A área iluminada abrange 20 well-plates ao mesmo
tempo de uma placa de 96 well-plates.
O microrganismo selecionado para execução deste
estudo foi Staphylococcus aureus (ATCC 25923, Seattle,
EUA) sendo o agente mais comum de infecções piogê-
nicas (por bactérias) no ser humano, causando grande
variedade de infecções. Ao final do procedimento foram
obtidas suspensões celulares, em solução salina, padro-
nizadas em uma mesma concentração celular (106
célu-
las/mL) por meio de um sistema de espectrofotômetro
no comprimento de onda em 600nm. (BioPhotometer,
LeightLichtstrahlone, Alemanha).
Foram testadas as condições experimentais, obtidas
a partir do cruzamento das concentrações de Photogem®
avaliadas e a quimiluminescência com três tempos de ilu-
minação, 60, 120 e 240 minutos, fornecendo doses de
0,2; 0,4 e 0,8J/cm², respectivamente.
Estas condições experimentais foram testadas da se-
guinte maneira: Grupo 1 sem fotossensibilizador e sem
luz (FS-QL-); Grupo 2 apenas luz (FS-QL+); Grupo 3 ape-
nas fotossensibilizador (FS+QL-) e Grupo 4 efeito foto-
dinâmico (FS+QL+). Para todas as condições avaliadas,
foram realizadas diluições seriadas (103
; 104
; 105
e 106
)
a partir das amostras contidas nos orifícios das placas.
Os procedimentos de semeadura foram realizados em
triplicatas.
Após 48 horas de incubação a 37o
C, as placas de
Petri referentes às amostras das condições experimen-
tais avaliadas foram submetidas à contagem de colônias.
73Revista Brasileira de Física Médica.2010;4(2):71-4.
Quimiluminescência como fonte de luz alternativa na terapia fotodinâmica
Neste trabalho não foi avaliado o rendimento de geração
de espécies reativas de oxigênio (ERO’s).
Resultados
Os resultados obtidos no Grupo 1 demonstraram que o
microorganismo sobreviveu em todas as condições ava-
lidas e não foi observado nenhuma redução microbiana.
No Grupo 2 também foi observado o mesmo compor-
tamento descrito anteriormente, ou seja, apenas a presen-
ça de luz da quimiluminescência não foi capaz de interferir
do desenvolvimento da S. aureus.
Quando foi avaliado apenas o efeito do fotossensibili-
zador (Grupo 3) sobre o microorganismo verificou-se que
a maior redução bacteriana observada foi de 22,6% em
240 minutos de experimento e na maior concentração (75
µg/mL) de fotossensibilizador utilizada, como é possível
observar na Tabela 1.
Esse valor se torna menos expressivo quando é com-
parado com os resultados dos experimentos de terapia
fotodinâmica (Grupo 4). Enquanto a redução microbiana
foi de 22,6% no Grupo 3, no grupo TFD (nas mesmas con-
cições) obteve-se o valor de 98% de redução.
A Figura 1 apresenta os resultados dos 4 grupos ana-
lisados no tempo de experimento igual a 240 minutos. O
valor de 300 unidades formadoras de colônias (UFC) re-
presenta 0% de redução microbiana e, consequentemen-
te, 100% de redução equivale a UFC = 0.
Discussão e conclusões
Por meio desses resultados pode-se observar que, mes-
mo em tempos prolongados de experimento, apenas
a presença do fotossensibilizador não é suficiente para
ocorrer uma redução bacteriana, relativamente, suficiente.
No caso em que apenas a luz da quimiluminescên-
cia esteve (grupo FS-QL+), permite a conclusão de que
apenas o fator luz, nos parâmetros utilizados, não gera
nenhuma redução bacteriana.
Já o grupo FS-QL- indica fielmente que não houve re-
dução bacteriana devido ao simples ato do procedimento,
não ocorrendo redução bacteriana por efeito de tempera-
tura e nem por falta de nutrientes durante todos os tem-
pos da metodologia analisada.
Dessa maneira, conclui-se que apenas no grupo, no
qual, havia fotossensibilizador e a luz da quimiluminescên-
cia (grupo que foi realizado a terapia fotodinâmica) ocorreu
a redução bacteriana em grande proporções, similar a ou-
tros estudos que utilizam fontes tradicionais como o laser
e os LED’s.
Portanto, a utilização da quimiluminescência como
fonte de luz externa na redução bacteriana in vitro com te-
rapia fotodinâmica é viável e com possibilidades de avan-
ços e outras aplicações na área de TFD.
Desta maneira, surge a possibilidade de diversas apli-
cações da TFD de maneira simplificada pois a quimilumi-
nescência, como uma fonte de luz alternativa agrega valor
a técnica em muitas vertentes, como por exemplo, a in-
dependência da energia elétrica e mobilidade ao procedi-
mento. A quimiluminescência é um conjunto de reagentes
líquidos e assim surge a possibilidade também de elaborar
dispositivos anatômicos e altamente customizados a cada
futura aplicação.
Agradecimentos
Os autores agradecem à Faculdade de Odontologia de
Araraquara da Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho” (Unesp), ao Instituto Nacional de Óptica
e Fotônica (Inof) e ao apoio financeiro da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e
do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq).
FS (µg/mL) QL (min) RB (%)
0
60 0
120 0
240 0
6
60 0
120 0
240 0
25
60 0
120 0
240 0
50
60 2,6
120 3,6
240 16
75
60 3,6
120 13,6
240 22,6
Tabela 1. Resultados da redução bacteriana (RB) do grupo 3 em
todos os tempos pesquisados.
Figura 1. Unidades formadoras de colônias (UFC) em função da
concentração (µg/mL) de fotossensibilizador.
(µg/ml)
74 Revista Brasileira de Física Médica.2010;4(2):71-4.
Ferraz RCMC, Fontana CR, Ribeiro AP, Trindade FZ, Lins EC, Bagnato VS e KurachiC
Referências
1.	 Oleinick NL, Morris RL, Belichenko I. The role apoptosis in response to
photodynamic therapy: what, where, why and how. Photochem Photobiol
Sci. 2002;1(1):1-21.
2.	 Bagnato VS. Novas técnicas ópticas para a área da saúde. São Paulo:
Livraria da Física, 2008.
3.	 Seshadri M,Bellnier DA,Vaughan LA,Spenyak JA,Mazurchuk R,FosterTH,
et al. Light delivery over extended time periods enhances the effectiveness
of photodynamic therapy. Cancer Preclinical. 2008;14 (9):2796-805.
4.	 Bisland SK, Goebel EA, Hassanali NS, Johnson C, Wilson BC. Increased
expression of mitochondrial benzodiazepine receptors following low-level
light treatment facilitates enhanced protoporphyrin IX production in glioma-
derived cells in vitro. Lasers Surg Med. 2007;39(8):678-84.
5.	 Bisland SK, Lilge L, Lin A, Rusnov R, Wilson BC. Metronomic photodynamic
therapy as a new paradigm for photodynamic therapy: rationale and
preclinical evaluation of technical feasibility for treating malignant brain
tumors. Phot Phot.2004;(80):22-30.
6.	 Tsutsui H, MacRobert AJ, Curnow A, Rogowska A, Buinaccorsi G, Kato H,
et al. Optimisation of illumination for photodynamic therapy with mTHPC
on normal colon and a transplantable tumour in rats. Lasers Med Sci.
2002;17(2):101-9.
7.	 Babilas P, Schacht V, Liebsch G,Wolfbeis OS, Landthaler M, Szeimies RM, et
al. Effects of light fractionation and different fluence rates on photodynamic
therapy with 5-aminolaevulinic acid in vivo. Br J Cancer. 2003;88(9):1462-
9.
8.	 Brancaleon L, Moseley H. Laser and non-laser light sources for
photodynamic therapy. Lasers Med Sci. 2002;17(3):173-86.
9.	 Rauhut MM, Bollyky LJ, Roberts BG, Loy M, Whitman RH, Iannotta AV, et
al. Chemiluminescence from reactions of electronegatively substituted aryl
oxalates with hydrogen peroxide and fluorescent compounds. JAm Chem
Soc. 1967;6:6515-22.

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  • 1. Artigo Original Associação Brasileira de Física Médica® 71 Quimiluminescência como fonte de luz alternativa na terapia fotodinâmica Chemiluminescence as an alternative light source for photodynamic therapy Ruy C.M.C. Ferraz1 , Carla R. Fontana1 , Ana P. de Ribeiro², Flávia Z. Trindade², Emery C. Lins3 , Vanderlei S. Bagnato1 e Cristina Kurachi1 1 Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP) – São Carlos (SP), Brasil. 2 Faculdade de Odontologia de Araraquara da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), Araraquara (SP), Brasil. 3 Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas (CECS) da Universidade Federal do ABC (UFABC) – Santo André (SP), Brasil. Resumo A terapia fotodinâmica é a combinação do agente fotossensibilizador, da fonte de luz e do oxigênio que pode resultar na oxidação de biomoléculas e gerar danos celulares. Essa técnica é aplicada em diversas situações, desde o controle microbiológico até o tratamento de câncer. A maioria dos estudos utiliza as fontes de luz tradicionais, ou seja, lasers, sistemas à LED e lâmpadas. Iluminação portátil, flexível e independente de energia elétrica são características de grande interesse, principalmente, aos países em desenvolvimento no qual há uma grande parcela da população não assistida por hospitais de referência, além de cidades que não possuem o fornecimento de energia elétrica. Neste estudo, foi avaliada a viabilidade do uso, in vitro, da quimiluminescência como uma fonte de luz para a terapia fotodinâmica, induzindo a redução microbiana de Staphylococcus aureus.A quimiluminescência é uma reação química em que, por meio da mistura de reagentes líquidos, ocorre a emissão de luz sem a necessidade de qualquer ativação externa. Na análise in vitro, o agente fotossensível foi utilizado em quatro concentrações entre 6 e 75 µg/mL e iluminação entre 60 até 240 minutos. Os resultados demonstraram que o longo tempo de experimento não gerou redução microbiana nos grupos em que foi avaliado o efeito isolado da fonte de luz e do fotossensibilizador. Porém, quando foi avaliado o efeito fotodinâmico na combinação da reação química e o fotossensibilizador, atingiu-se redução da bactéria próxima de 98% (redução de duas ordens logarítmicas, aproximadamente) nas maiores concentrações de Photogem® e de dose de luz aplicada. Este estudo demonstrou a possibilidade do uso da quimiluminescência como uma fonte de luz alternativa no controle microbiano por meio do efeito fotodinâmico, além de apresentar as vantagens de irradiação portátil, flexível entre outras quando comparada com as fontes de luz convencionais. Palavras-chave: medições quimioluminescentes; fotoquimioterapia; luz. Abstract Photodynamic therapy is a combined action of the photosensitizer, a light source and the oxygen that may result in an oxidation of biomolecules and cellular damage. This technique is used for several applications, from microbial control to cancer treatment. The majority of the studies use conventional light sources as lasers, LED systems and lamps. Portable, flexible and non-wired illumination are duired characteristics especially for developing countries where still great part of the population is not assisted by hospitals and several regions do not have electricity. In this study, the viability of chemiluminescence use a PDT light source was evaluated in the in vitro microbial reduction of Staphylococcus aureus.Chemiluminescence is a chemical reaction where after the reagents mixture a light emission occurs. The photosensitizer was tested at four concentrations between 6 an 75 µg/mL and illumination at exposure times between 60 and 240 minutes. The results showed that the experiment long procedure did not result in microbial reduction, which was verified at the individual effect of light and of photosensitizer. On the other hand, the photodynamic effect produced by the combination of the photosensitizer and chemiluminescence resulted in 98% microorganism reduction for the higher Photogem® concentrations and light dose. This study shows the viability of the chemiluminescence as a light source for the microbial control by PDT, associated with the characteristics of a portable and flexible illumination device. Keywords: chemiluminescent measurements; photochemotherapy; light. Correspondência: Ruy C. M. C. Ferraz – Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo – Avenida Trabalhador São-carlense, 400 – CEP 13560-970 – São Carlos (SP), Brasil – E-mail: ruymattosinho@ursa.ifsc.usp.br Revista Brasileira de Física Médica.2010;4(2):71-4.
  • 2. 72 Revista Brasileira de Física Médica.2010;4(2):71-4. Ferraz RCMC, Fontana CR, Ribeiro AP, Trindade FZ, Lins EC, Bagnato VS e KurachiC Introdução A terapia fotodinâmica (TFD) é uma técnica utilizada em diversas práticas desde o tratamento de câncer até o con- trole microbiano. Muitos avanços são observados nas últi- mas décadas, porém desde o início do século passado o efeito fotodinâmico já era conhecido1-3 . A base dessa técnica é a presença de três elementos fundamentais: fotossensibilizador, fonte de luz e oxigênio. O fotossensibilizador (FS) é uma substância capaz de se tornar ativa apenas após a absorção de fótons nas con- dições de iluminação. O agente fotossensível ativo (exci- tado) tende a retornar ao seu estado fundamental, sendo necessária a liberação da energia absorvida. Essa energia liberada pode ser absorvida por alguns substratos, entre eles, o oxigênio tornando-se uma espécie altamente reati- va e de meia-vida curta. Os outros substratos ativados são, por exemplo, su- peróxidos e radicais livres, porém a produção do oxigê- nio singlete é um dos principais fatores no sucesso da terapêutica4-7 . As fontes de luz tradicionalmente utilizadas na TFD são, entre outras, as lâmpadas, lasers e sistemas à base de diodo emissor de luz (LED). Apesar das inúme- ras vantagens, ainda existe casos em que as fontes de luz convencionais se mostram bastante limitadas, como por exemplo, dependência de energia elétrica, ou seja, a maioria desses aparelhos está limitada pela não total portabilidade8 . Essas desvantagens são potencializadas em paí- ses em desenvolvimento, como o Brasil, que possuem muitas cidades com escassez ou sem fornecimento de energia elétrica, além da concentração de centros hospitalares nas grandes cidades e por consequência, as populações das outras cidades possuem um atendi- mento deficitário. Dessa maneira, este trabalho demonstrou o interesse de verificar a potencialidade de fontes alternativas de luz com a finalidade de simplificar e ampliar o uso da terapia fotodinâmica. Assim, apresentamos o princípio básico de funcionalidade da quimiluminescência (QL), uma fonte de luz baseada em reações químicas na forma líquida sem geração de calor. Quando os reagentes se misturam ocor- re a geração de luz portátil, prática, maleável e adequada para a TFD. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar in vitro, a viabilidade do uso da quimiluminescência como fonte de luz da Terapia Fotodinâmica analisando a redução bacte- riana de cepas de Staphylococus aureus. Material e métodos O fotossensibilizador utilizado neste estudo foi o Photogem® , classificado como um representante da pri- meira geração dos fotossensibilizadores, produzido a par- tir da hematoporfirina, uma substância presente no sangue de animais e de humanos. O Photogem® é fabricado na Rússia – Moscou . O Photogem® foi avaliado em quatro concentrações: 6; 25; 50 e 75 µg/mL. Todo o procedi- mento experimental, entre a diluição do FS até o inicio do experimento in vitro, o fotossensibilizador foi protegido da exposição de luz. A fonte de luz utilizada na iluminação das amostras se deu através da quimiluminescência cujo mecanis- mo foi descrito por Rauhut9 em 1967 e aceito até os dias atuais, associa os seguintes reagentes: oxalato de bis(2,4,6-triclorofenila) (TCPO), associado à presença do peróxido de hidrogênio (H2 O2 ) e de um ativador (ACT), no caso, 9,10-bis(feniletinil) antraceno (BPEA). Essa rea- ção ocorre em solução de imidazol (IMI-H) e acetato de etila (EtOAc). Quando as reações do mecanismo de qui- miluminescência terminam, o ACT está em seu estado eletronicamente excitado que, por sua vez, é instável e dessa maneira retorna ao estado fundamental emitindo luz ao ambiente4 . Foi utilizada uma reação química industrializada (Light Stick Ltd., Pequim, China) que foi caracterizada com um tempo de meia-vida (T1/2 ) de 30 minutos, com intensidade hábil de utilização até a sua segunda T1/2 (totalizado 60 minutos). A intensidade irradiada por uma hora atinge in- tensidade média de 100 µW/cm². Foram utilizados 30 mL da solução, resultando em trinta unidades de light stick, colocados em um recipiente circular (placa Petri pequena) com as dimnesões de 5,0cm de diâmetro e 1,5cm de al- tura. A área iluminada abrange 20 well-plates ao mesmo tempo de uma placa de 96 well-plates. O microrganismo selecionado para execução deste estudo foi Staphylococcus aureus (ATCC 25923, Seattle, EUA) sendo o agente mais comum de infecções piogê- nicas (por bactérias) no ser humano, causando grande variedade de infecções. Ao final do procedimento foram obtidas suspensões celulares, em solução salina, padro- nizadas em uma mesma concentração celular (106 célu- las/mL) por meio de um sistema de espectrofotômetro no comprimento de onda em 600nm. (BioPhotometer, LeightLichtstrahlone, Alemanha). Foram testadas as condições experimentais, obtidas a partir do cruzamento das concentrações de Photogem® avaliadas e a quimiluminescência com três tempos de ilu- minação, 60, 120 e 240 minutos, fornecendo doses de 0,2; 0,4 e 0,8J/cm², respectivamente. Estas condições experimentais foram testadas da se- guinte maneira: Grupo 1 sem fotossensibilizador e sem luz (FS-QL-); Grupo 2 apenas luz (FS-QL+); Grupo 3 ape- nas fotossensibilizador (FS+QL-) e Grupo 4 efeito foto- dinâmico (FS+QL+). Para todas as condições avaliadas, foram realizadas diluições seriadas (103 ; 104 ; 105 e 106 ) a partir das amostras contidas nos orifícios das placas. Os procedimentos de semeadura foram realizados em triplicatas. Após 48 horas de incubação a 37o C, as placas de Petri referentes às amostras das condições experimen- tais avaliadas foram submetidas à contagem de colônias.
  • 3. 73Revista Brasileira de Física Médica.2010;4(2):71-4. Quimiluminescência como fonte de luz alternativa na terapia fotodinâmica Neste trabalho não foi avaliado o rendimento de geração de espécies reativas de oxigênio (ERO’s). Resultados Os resultados obtidos no Grupo 1 demonstraram que o microorganismo sobreviveu em todas as condições ava- lidas e não foi observado nenhuma redução microbiana. No Grupo 2 também foi observado o mesmo compor- tamento descrito anteriormente, ou seja, apenas a presen- ça de luz da quimiluminescência não foi capaz de interferir do desenvolvimento da S. aureus. Quando foi avaliado apenas o efeito do fotossensibili- zador (Grupo 3) sobre o microorganismo verificou-se que a maior redução bacteriana observada foi de 22,6% em 240 minutos de experimento e na maior concentração (75 µg/mL) de fotossensibilizador utilizada, como é possível observar na Tabela 1. Esse valor se torna menos expressivo quando é com- parado com os resultados dos experimentos de terapia fotodinâmica (Grupo 4). Enquanto a redução microbiana foi de 22,6% no Grupo 3, no grupo TFD (nas mesmas con- cições) obteve-se o valor de 98% de redução. A Figura 1 apresenta os resultados dos 4 grupos ana- lisados no tempo de experimento igual a 240 minutos. O valor de 300 unidades formadoras de colônias (UFC) re- presenta 0% de redução microbiana e, consequentemen- te, 100% de redução equivale a UFC = 0. Discussão e conclusões Por meio desses resultados pode-se observar que, mes- mo em tempos prolongados de experimento, apenas a presença do fotossensibilizador não é suficiente para ocorrer uma redução bacteriana, relativamente, suficiente. No caso em que apenas a luz da quimiluminescên- cia esteve (grupo FS-QL+), permite a conclusão de que apenas o fator luz, nos parâmetros utilizados, não gera nenhuma redução bacteriana. Já o grupo FS-QL- indica fielmente que não houve re- dução bacteriana devido ao simples ato do procedimento, não ocorrendo redução bacteriana por efeito de tempera- tura e nem por falta de nutrientes durante todos os tem- pos da metodologia analisada. Dessa maneira, conclui-se que apenas no grupo, no qual, havia fotossensibilizador e a luz da quimiluminescên- cia (grupo que foi realizado a terapia fotodinâmica) ocorreu a redução bacteriana em grande proporções, similar a ou- tros estudos que utilizam fontes tradicionais como o laser e os LED’s. Portanto, a utilização da quimiluminescência como fonte de luz externa na redução bacteriana in vitro com te- rapia fotodinâmica é viável e com possibilidades de avan- ços e outras aplicações na área de TFD. Desta maneira, surge a possibilidade de diversas apli- cações da TFD de maneira simplificada pois a quimilumi- nescência, como uma fonte de luz alternativa agrega valor a técnica em muitas vertentes, como por exemplo, a in- dependência da energia elétrica e mobilidade ao procedi- mento. A quimiluminescência é um conjunto de reagentes líquidos e assim surge a possibilidade também de elaborar dispositivos anatômicos e altamente customizados a cada futura aplicação. Agradecimentos Os autores agradecem à Faculdade de Odontologia de Araraquara da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), ao Instituto Nacional de Óptica e Fotônica (Inof) e ao apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). FS (µg/mL) QL (min) RB (%) 0 60 0 120 0 240 0 6 60 0 120 0 240 0 25 60 0 120 0 240 0 50 60 2,6 120 3,6 240 16 75 60 3,6 120 13,6 240 22,6 Tabela 1. Resultados da redução bacteriana (RB) do grupo 3 em todos os tempos pesquisados. Figura 1. Unidades formadoras de colônias (UFC) em função da concentração (µg/mL) de fotossensibilizador. (µg/ml)
  • 4. 74 Revista Brasileira de Física Médica.2010;4(2):71-4. Ferraz RCMC, Fontana CR, Ribeiro AP, Trindade FZ, Lins EC, Bagnato VS e KurachiC Referências 1. Oleinick NL, Morris RL, Belichenko I. The role apoptosis in response to photodynamic therapy: what, where, why and how. Photochem Photobiol Sci. 2002;1(1):1-21. 2. Bagnato VS. Novas técnicas ópticas para a área da saúde. São Paulo: Livraria da Física, 2008. 3. Seshadri M,Bellnier DA,Vaughan LA,Spenyak JA,Mazurchuk R,FosterTH, et al. Light delivery over extended time periods enhances the effectiveness of photodynamic therapy. Cancer Preclinical. 2008;14 (9):2796-805. 4. Bisland SK, Goebel EA, Hassanali NS, Johnson C, Wilson BC. Increased expression of mitochondrial benzodiazepine receptors following low-level light treatment facilitates enhanced protoporphyrin IX production in glioma- derived cells in vitro. Lasers Surg Med. 2007;39(8):678-84. 5. Bisland SK, Lilge L, Lin A, Rusnov R, Wilson BC. Metronomic photodynamic therapy as a new paradigm for photodynamic therapy: rationale and preclinical evaluation of technical feasibility for treating malignant brain tumors. Phot Phot.2004;(80):22-30. 6. Tsutsui H, MacRobert AJ, Curnow A, Rogowska A, Buinaccorsi G, Kato H, et al. Optimisation of illumination for photodynamic therapy with mTHPC on normal colon and a transplantable tumour in rats. Lasers Med Sci. 2002;17(2):101-9. 7. Babilas P, Schacht V, Liebsch G,Wolfbeis OS, Landthaler M, Szeimies RM, et al. Effects of light fractionation and different fluence rates on photodynamic therapy with 5-aminolaevulinic acid in vivo. Br J Cancer. 2003;88(9):1462- 9. 8. Brancaleon L, Moseley H. Laser and non-laser light sources for photodynamic therapy. Lasers Med Sci. 2002;17(3):173-86. 9. Rauhut MM, Bollyky LJ, Roberts BG, Loy M, Whitman RH, Iannotta AV, et al. Chemiluminescence from reactions of electronegatively substituted aryl oxalates with hydrogen peroxide and fluorescent compounds. JAm Chem Soc. 1967;6:6515-22.