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ERA VARGAS 1951-1954
A volta de Vargas Entre 1945 e 1947, Vargas assumiu, de forma pouco atuante, o cargo de senador federal. Nas eleições de 1950, ele retornou ao cenário político utilizando de alguns dos velhos bordões e estratagemas que elogiavam o seu antigo governo.  Em 1951, Getúlio Vargas retornou a presidência da República, dessa vez por meio do voto popular. Vargas se candidatou pelo PTB e recebeu apoio do Partido Social Progressista (PSP), vencendo o pleito de 1950com 48, 7%  dos votos.
As ações polêmicas do governo  Entre as principais medidas por ele tomadas, podemos destacar a criação de duas grandes estatais do setor energético: a Petrobrás, que viria a controlar toda atividade de prospecção e refino de petróleo no país; e a Eletrobrás, empresa responsável pela geração e distribuição de energia elétrica.
Em 1953, o presidente Getúlio Vargas criou a Petrobrás e instituiu o monopólio estatal no setor com a campanha “O petróleo é nosso.”
Vargas demonstrou posição contrária em relação aos Estados Unidos denunciando que empresas norte-americanas com filiais no Brasil estavam roubando a riqueza do país ao remeter para suas matrizes boa parte dos lucros que conseguiam aqui. Enfrentando um conturbado momento político, Vargas nomeia João Goulart como Ministro do Trabalho.  Em um período de intensa atividade grevista, João Goulart defendeu um reajuste salarial de 100%. 
Todas essas medidas tinham forte tendência nacionalista e foram recebidas com tamanho desagrado pelas elites e setores do oficialato nacional. Entre os principais críticos do governo, estava o jornalista Carlos Lacerda, membro da UDN, que por meio dos órgãos de imprensa acusava o governo de promover a “esquerdização” do Brasil e praticar corrupção política. Essa rixa entre Vargas e Lacerda, ganhou as páginas dos jornais quando, em agosto de 1954, Carlos Lacerda escapou de um atentado promovido por Gregório Fortunato, guarda pessoal do presidente. 
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O suicídio de Vargas A polêmica sob o envolvimento de Vargas no episódio serviu de justificativa para que as forças oposicionistas exigissem a renúncia do presidente. Mediante a pressão política estabelecida contra si, Vargas escolheu outra solução. Na manhã de 24 de agosto de 1954, Vargas atentou contra a própria vida disparando um tiro contra o coração. Na carta-testamento por ele escrita, Getúlio denunciou sua derrota perante “grupos nacionais e internacionais” que desprezavam a sua luta pelo “povo e, principalmente, os humildes”. 
[...]  Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia, não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte.  Nada receio.  Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História." Carta de testamento * 19/04/1882    + 24/08/1954
Guilherme Santos Munhoz	Nº 18 Lucas Matheus 			Nº 26

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  • 2. A volta de Vargas Entre 1945 e 1947, Vargas assumiu, de forma pouco atuante, o cargo de senador federal. Nas eleições de 1950, ele retornou ao cenário político utilizando de alguns dos velhos bordões e estratagemas que elogiavam o seu antigo governo.  Em 1951, Getúlio Vargas retornou a presidência da República, dessa vez por meio do voto popular. Vargas se candidatou pelo PTB e recebeu apoio do Partido Social Progressista (PSP), vencendo o pleito de 1950com 48, 7% dos votos.
  • 3. As ações polêmicas do governo  Entre as principais medidas por ele tomadas, podemos destacar a criação de duas grandes estatais do setor energético: a Petrobrás, que viria a controlar toda atividade de prospecção e refino de petróleo no país; e a Eletrobrás, empresa responsável pela geração e distribuição de energia elétrica.
  • 4. Em 1953, o presidente Getúlio Vargas criou a Petrobrás e instituiu o monopólio estatal no setor com a campanha “O petróleo é nosso.”
  • 5. Vargas demonstrou posição contrária em relação aos Estados Unidos denunciando que empresas norte-americanas com filiais no Brasil estavam roubando a riqueza do país ao remeter para suas matrizes boa parte dos lucros que conseguiam aqui. Enfrentando um conturbado momento político, Vargas nomeia João Goulart como Ministro do Trabalho.  Em um período de intensa atividade grevista, João Goulart defendeu um reajuste salarial de 100%. 
  • 6.
  • 7. Todas essas medidas tinham forte tendência nacionalista e foram recebidas com tamanho desagrado pelas elites e setores do oficialato nacional. Entre os principais críticos do governo, estava o jornalista Carlos Lacerda, membro da UDN, que por meio dos órgãos de imprensa acusava o governo de promover a “esquerdização” do Brasil e praticar corrupção política. Essa rixa entre Vargas e Lacerda, ganhou as páginas dos jornais quando, em agosto de 1954, Carlos Lacerda escapou de um atentado promovido por Gregório Fortunato, guarda pessoal do presidente. 
  • 8. X =
  • 9. O suicídio de Vargas A polêmica sob o envolvimento de Vargas no episódio serviu de justificativa para que as forças oposicionistas exigissem a renúncia do presidente. Mediante a pressão política estabelecida contra si, Vargas escolheu outra solução. Na manhã de 24 de agosto de 1954, Vargas atentou contra a própria vida disparando um tiro contra o coração. Na carta-testamento por ele escrita, Getúlio denunciou sua derrota perante “grupos nacionais e internacionais” que desprezavam a sua luta pelo “povo e, principalmente, os humildes”. 
  • 10.
  • 11. [...] Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia, não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História." Carta de testamento * 19/04/1882 + 24/08/1954
  • 12. Guilherme Santos Munhoz Nº 18 Lucas Matheus Nº 26