O documento resume um relatório da CMVM sobre private equity em Portugal em 2009-2010. Apontou que os fundos de private equity cresceram em 2009, contrariamente a outros países europeus, e investiram principalmente em expansão e substituição de capital para empresas dos setores financeiro, resíduos e indústria. No entanto, o investimento em startups, tecnologia e reestruturação de empresas permanece baixo em Portugal.
1. Económico TV
Relatório CMVM sobre Private Equity
Julho 2010
Hugo Mendes Domingos
Económico TV Relatório CMVM
26-11-2012
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2. Qual é a dificuldade para as empresas portuguesas?
• Contexto de crise internacional
• Dificuldade em obtenção de crédito
– Condições cada vez mais apertadas
– Empresas já bastante endividadas
• Interesse em captar novos accionistas, aumento de capital em vez de aumento de dívida
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3. Face a Esta Dificuldade, Qual Pode Ser o Papel do
Private Equity?
Evolução do sector do Private Equity em 2009
• Contexto: CMVM fez estudo só sobre fundos de private equity nacionais
– Fundos tais como Magnum não fazem parte do âmbito do estudo – não são regulados pela
CMVM
• O estudo revela que:
– O private equity em Portugal contrariamente a outros países europeus, cresceu em 2009
– Estatística: crescimento de 111% dos fundos sob gestão em 2009 face a 2008
– O capital risco passa a representar 2% do PIB nacional face a 1% no ano anterior
– Não consideraram na análise o fundo Magnum, se fosse incluído, o acréscimo teria sido ainda
maior
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4. O que significa para as empresas?
• Pode ser uma resposta à dificuldade na obtenção de crédito
• Os fundos de capital risco podem ser usados para as empresas obterem:
Tipo de Âmbito % do
investimento Investimento
2009
Capital Expansão Fundo de capital risco entra torna-se accionista e permite: 49,2%
• Desenvolver novos produtos
• Expansão internacional
Capital Substituição • Saída de accionistas 17,3%
• Repor estrutura financeira adequada
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5. O que Significa Para as Empresas? (cont.)
• De facto o capital de substituição e o capital de expansão foram o tipo de investimentos mais
importantes em 2009
• O tipo investimento normal do capital risco, LBO ou MBO, através do qual o fundo adquire a maioria
do capital, representou menos de 10% do investimento em 2009
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6. Que Tipo de Empresas?
• Os sectores de investimento em capital risco em 2009 foram sobretudo:
– Actividades financeiras e de seguros (24,3%)
– Águas, resíduos (20,6%) nota: a Finpro passou a ser SCR em 2009
– Indústria (10,3%)
– Consultoria e tecnologia (9,8%)
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7. Que Tipo de Empresas (cont.)
• CMVM nota que se trata de empresas em sectores que, em média, têm valor acrescentado superior
à média
• Ou seja, os fundos estão interessados em empresas que estejam de boa saúde e com boa
produtividade
• Estão neste momento pouco interessados em empresas cíclicas
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8. Lacunas Identificadas no Relatório?
• Continua a haver lacunas no sector, em Portugal:
– O investimento em start-ups é incipiente
• Em termos absolutos
• O tamanho dos investimentos é baixo
– O investimento em tecnologia é pouco elevado
• Importante para o desenvolvimento do país
– Existe uma necessidade de fundos de reestruturação de empresas
• Neste momento, só 2,6% do investimento das empresas de capital de risco corresponde
a reestruturações
– Até agora nenhum fundo optou por colocar uma empresa na bolsa como estratégia de saída
• CMVM declara que medidas do orçamento de 2010 deveriam rectificar essa situação
• Depois do Caso da Golden Share PT/Vivo questão é se algum fundo estaria interessado
em usar a bolsa – ou algum investidor estrangeiro interessado em investir...
• O relatório também oferece mensagens positivas:
– Confirma que o capital de risco é um sector contra-cíclico em certa medida
– Grande vantagem em investir em períodos de crise, onde se fazem os bons negócios
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9. Apreciação Geral do Relatório?
• O relatório analisa aspectos novos
• Está bem elaborado
• As conclusões podem ser demasiado optimistas para 2010
• O estudo indica que o Governo aprovou medidas no Orçamento 2010 que podem favorecer os
fundos de private equity
• Uma lacuna no sistema português que o relatório não menciona e que me parece importante é a
ineficiência do sistema de tribunais em Portugal
– Prazo médio de mais de 400 dias para obter uma decisão de um tribunal de 1ª instância
– Os investidores em private equity, que são accionistas temporários, ressentem-se desta falta
de celeridade em chegar a decisões por parte dos tribunais
– Isto explica porque é que há tão pouco investimento da parte dos fundos de reestruturação
– Também nos start-ups – onde há mais risco e maior possibilidade de haver litigância
– Se não houver um sistema de tribunais rapido e que tenha uma visão económica, as coisas
tornam-se mais difíceis
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