SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  10
Almeida Garrett
Frei Luís de Sousa, Almeida Garrett
A Importância
Frei Luís de Sousa, que continua a ser considerado um clássico da literatura
de língua portuguesa e uma das criações máximas do seu teatro, foi
inicialmente apenas lido a um grupo seleto de amigos do autor (entre os
quais Herculano).
A primeira representação fez-se em privado, no teatro da Quinta do
Pinheiro, no mesmo ano de 1843, tendo o próprio Garrett desempenhado o
papel de Telmo.
A peça só teve a sua estreia pública em 1847, no Teatro do Salitre, em
versão censurada pelo regime cabralista.
A versão integral só foi levada à cena no então Teatro Nacional (actual
Teatro Nacional de D. Maria II), em 1850.
4

O contexto
• O contexto histórico em que se baseia a peça Frei Luís de Sousa, de
Almeida Garrett, fornece o teor de verosimilhança que rodeia a obra,
permitindo que o autor se aproprie do período em questão e utilize as
personagens verdadeiras da História de Portugal para montar a sua
ficção.
• Retomando à tradição clássica literária que mostrava, através do poder
da classe social dominante, a função do teatro garrettiano, volta-se
para os preceitos de docere e delectare, ou seja, a fusão do
ensinamento e do deleite, da instrução moral e do divertimento, do
pão e do circo.
5

•

Frei Luís de Sousa é rodeado de elementos da tragédia clássica e
volta-se para a teoria aristotélica, no intuito de atribuir aos atos um
tom de impacto, da mesma forma em que o sofrimento humano é
altamente explorado (Pathos). As ações são desarmadas em peripécias,
o oculto vem à cena no sentido de reconhecimento e a ideia de
mutação da fortuna acontece na ambivalência de sentimentos, nas
contradições de espírito que se confrontam em nós dramáticos até, por
fim, desaguar no clímax.
6

• Embora ainda se mantivesse no período em que a imitação era
valorizada, a rutura do autor português estava na união dos elementos
da tragédia já conhecida com os novos ideais estéticos que culminaram
no início do romantismo português.
• A influência de Byron e Scott trouxe a Garrett “a ideia de que a literatura
culta não deve perder o contacto com a poesia popular e com as formas
populares de expressão”.
• Segundo, ainda, o próprio autor, no texto que antecede Frei Luís de
Sousa, intitulado Memorial do Conservatório, “Coligir os factos do
homem (...), revesti-los das formas mais populares e derramar assim
pelas nações um ensino fácil, uma instrução intelectual e moral que, sem
aparato de sermão ou preleção, surpreenda os ânimos e os corações da
multidão no meio dos seus próprios passatempos, missão do literato, do
poeta”.
7

• Inserida num momento em que Portugal estava sob domínio
espanhol e sofria dos conflitos entre este país com a Inglaterra, Frei
Luís de Sousa tece o sentimento patriota através das suas
personagens, principalmente através da figura de D. Manuel, cujo ato
de incendiar a sua casa para evitar a invasão estrangeira, é um
expoente maior que simboliza a luta por uma consciência de
liberdade e amor à pátria.
• O que mais imprime uma caracterização dramática à obra talvez seja
o vestígio trágico que o autor deixa ao longo da peça. A técnica de
expressão que recorre ao fatalismo europeu, faz com que os rastos
do sebastianismo e a menção a Camões induzam o pensamento para
a profecia do clímax absoluto.
8

• Sob a ementa dos desígnios ultrarromânticos, mas fugindo ao
melodramático, a peça de Garrett apresenta a morte - “última
expressão dramática” - como única combatente dos problemas
existenciais e da contradição humanos.
Disciplina de Português
Profª: Helena Maria Coutinho
Disciplina de Português
Profª: Helena Maria Coutinho

Contenu connexe

Tendances

Um auto de gil vicente resumo por ato e cena
Um auto de gil vicente   resumo por ato e cenaUm auto de gil vicente   resumo por ato e cena
Um auto de gil vicente resumo por ato e cena
Helena Coutinho
 
Os Maias - a ação & titulo e subtítulo
Os Maias - a ação & titulo e subtítuloOs Maias - a ação & titulo e subtítulo
Os Maias - a ação & titulo e subtítulo
Daniela Filipa Sousa
 
Estrutura do sermão de sto antónio aos peixes
Estrutura do sermão de sto antónio aos peixesEstrutura do sermão de sto antónio aos peixes
Estrutura do sermão de sto antónio aos peixes
beonline5
 
Frei Luís de Sousa - drama ou tragédia
Frei Luís de Sousa - drama ou tragédiaFrei Luís de Sousa - drama ou tragédia
Frei Luís de Sousa - drama ou tragédia
António Fernandes
 

Tendances (20)

ae_pag11_teste_2.docx
ae_pag11_teste_2.docxae_pag11_teste_2.docx
ae_pag11_teste_2.docx
 
Almeida garrett
Almeida garrettAlmeida garrett
Almeida garrett
 
Um auto de gil vicente resumo por ato e cena
Um auto de gil vicente   resumo por ato e cenaUm auto de gil vicente   resumo por ato e cena
Um auto de gil vicente resumo por ato e cena
 
Canto vii est 78_97
Canto vii est 78_97Canto vii est 78_97
Canto vii est 78_97
 
Tempo Maias
Tempo MaiasTempo Maias
Tempo Maias
 
Gil vicente e a farsa de ines pereira
Gil vicente e a farsa de ines pereiraGil vicente e a farsa de ines pereira
Gil vicente e a farsa de ines pereira
 
Um auto de gil vicente
Um auto de gil vicenteUm auto de gil vicente
Um auto de gil vicente
 
Camões lírico-épico-vb
Camões lírico-épico-vbCamões lírico-épico-vb
Camões lírico-épico-vb
 
Os Maias - a ação & titulo e subtítulo
Os Maias - a ação & titulo e subtítuloOs Maias - a ação & titulo e subtítulo
Os Maias - a ação & titulo e subtítulo
 
Frei Luís de Sousa - Tempo
Frei Luís de Sousa - TempoFrei Luís de Sousa - Tempo
Frei Luís de Sousa - Tempo
 
Romantismo, Frei Luís de Sousa
Romantismo, Frei Luís de SousaRomantismo, Frei Luís de Sousa
Romantismo, Frei Luís de Sousa
 
Estrutura do sermão de sto antónio aos peixes
Estrutura do sermão de sto antónio aos peixesEstrutura do sermão de sto antónio aos peixes
Estrutura do sermão de sto antónio aos peixes
 
Os Maias - personagens
Os Maias - personagensOs Maias - personagens
Os Maias - personagens
 
Frei Luís de Sousa - drama ou tragédia
Frei Luís de Sousa - drama ou tragédiaFrei Luís de Sousa - drama ou tragédia
Frei Luís de Sousa - drama ou tragédia
 
Narrativa e estilo n' Os Maias
Narrativa e estilo n' Os MaiasNarrativa e estilo n' Os Maias
Narrativa e estilo n' Os Maias
 
Maias.apontamentos
Maias.apontamentosMaias.apontamentos
Maias.apontamentos
 
Os Lusíadas - epopeia e estrutura (revisões)
Os Lusíadas - epopeia e estrutura (revisões)Os Lusíadas - epopeia e estrutura (revisões)
Os Lusíadas - epopeia e estrutura (revisões)
 
Estrutura externa e interna d'os lusíadas
Estrutura externa e interna d'os lusíadasEstrutura externa e interna d'os lusíadas
Estrutura externa e interna d'os lusíadas
 
Camilo Castelo Branco
Camilo Castelo BrancoCamilo Castelo Branco
Camilo Castelo Branco
 
Apresentação dos Maias - Capítulo 4
Apresentação dos Maias - Capítulo 4Apresentação dos Maias - Capítulo 4
Apresentação dos Maias - Capítulo 4
 

En vedette

En vedette (13)

Frei luís de sousa Contextualização
Frei luís de sousa Contextualização Frei luís de sousa Contextualização
Frei luís de sousa Contextualização
 
Frei luís de sousa
Frei luís de sousaFrei luís de sousa
Frei luís de sousa
 
Frei luís de sousa
Frei luís de sousaFrei luís de sousa
Frei luís de sousa
 
Fls figuras reais
Fls figuras reaisFls figuras reais
Fls figuras reais
 
Análise do poema "O menino de sua mãe", de Fernando Pessoa - Ortónimo
Análise do poema "O menino de sua mãe", de Fernando Pessoa - OrtónimoAnálise do poema "O menino de sua mãe", de Fernando Pessoa - Ortónimo
Análise do poema "O menino de sua mãe", de Fernando Pessoa - Ortónimo
 
. O texto dramático
. O texto dramático. O texto dramático
. O texto dramático
 
Os Maias_ sistematizacao
Os Maias_ sistematizacaoOs Maias_ sistematizacao
Os Maias_ sistematizacao
 
Fernando Pessoa Nostalgia da Infância
Fernando Pessoa Nostalgia da InfânciaFernando Pessoa Nostalgia da Infância
Fernando Pessoa Nostalgia da Infância
 
Santo antónio e padre antónio vieira – diferenças e semelhanças
Santo antónio e padre antónio vieira – diferenças e semelhançasSanto antónio e padre antónio vieira – diferenças e semelhanças
Santo antónio e padre antónio vieira – diferenças e semelhanças
 
. Enredo
. Enredo. Enredo
. Enredo
 
Telmo- Frei Luís de Sousa
Telmo- Frei Luís de SousaTelmo- Frei Luís de Sousa
Telmo- Frei Luís de Sousa
 
Uma nova perspetiva do conto: o Storytelling na estratégia da comunicação emp...
Uma nova perspetiva do conto: o Storytelling na estratégia da comunicação emp...Uma nova perspetiva do conto: o Storytelling na estratégia da comunicação emp...
Uma nova perspetiva do conto: o Storytelling na estratégia da comunicação emp...
 
. Maias simplificado
. Maias simplificado. Maias simplificado
. Maias simplificado
 

Similaire à . A obra e o contexto

O romantismo em_portugal
O romantismo em_portugalO romantismo em_portugal
O romantismo em_portugal
DaianniSilv
 
frei luis_sousa_sintese_unidade
 frei luis_sousa_sintese_unidade frei luis_sousa_sintese_unidade
frei luis_sousa_sintese_unidade
Rita Carvalho
 
Falar Verdade A Mentir
Falar Verdade A MentirFalar Verdade A Mentir
Falar Verdade A Mentir
MARIA NOGUE
 
Teatro romântico um auto de gil vicente
Teatro romântico  um auto de gil vicenteTeatro romântico  um auto de gil vicente
Teatro romântico um auto de gil vicente
Helena Coutinho
 
Trabalho De Historia
Trabalho De HistoriaTrabalho De Historia
Trabalho De Historia
guestbdbdf55
 
Um homem sem medo não morre 2011
Um homem sem medo não morre 2011Um homem sem medo não morre 2011
Um homem sem medo não morre 2011
Maria Franco
 

Similaire à . A obra e o contexto (20)

..
....
..
 
O romantismo em_portugal
O romantismo em_portugalO romantismo em_portugal
O romantismo em_portugal
 
O texto dramático
O texto dramáticoO texto dramático
O texto dramático
 
Almeida garett
Almeida garettAlmeida garett
Almeida garett
 
Aula 10 romantismo no brasil e em portugal
Aula 10   romantismo no brasil e em portugalAula 10   romantismo no brasil e em portugal
Aula 10 romantismo no brasil e em portugal
 
Romantismo 2.0
Romantismo 2.0Romantismo 2.0
Romantismo 2.0
 
Os Maias - análise
Os Maias - análise Os Maias - análise
Os Maias - análise
 
Frei luis
Frei luisFrei luis
Frei luis
 
Frei luis
Frei luisFrei luis
Frei luis
 
O Teatro como mundo da ilusão e espaço privilegiado do espetáculo II
O Teatro como mundo da ilusão e espaço privilegiado do espetáculo IIO Teatro como mundo da ilusão e espaço privilegiado do espetáculo II
O Teatro como mundo da ilusão e espaço privilegiado do espetáculo II
 
frei luis_sousa_sintese_unidade
 frei luis_sousa_sintese_unidade frei luis_sousa_sintese_unidade
frei luis_sousa_sintese_unidade
 
Enc11 frei luis_sousa_sintese_unidade
Enc11 frei luis_sousa_sintese_unidadeEnc11 frei luis_sousa_sintese_unidade
Enc11 frei luis_sousa_sintese_unidade
 
Frei Luís de Sousa, síntese
Frei Luís de Sousa, sínteseFrei Luís de Sousa, síntese
Frei Luís de Sousa, síntese
 
Falar Verdade A Mentir
Falar Verdade A MentirFalar Verdade A Mentir
Falar Verdade A Mentir
 
O texto dramático
O texto dramáticoO texto dramático
O texto dramático
 
Teatro romântico um auto de gil vicente
Teatro romântico  um auto de gil vicenteTeatro romântico  um auto de gil vicente
Teatro romântico um auto de gil vicente
 
Os Maias de A a Z
Os Maias de A a ZOs Maias de A a Z
Os Maias de A a Z
 
Trabalho De Historia
Trabalho De HistoriaTrabalho De Historia
Trabalho De Historia
 
Um homem sem medo não morre 2011
Um homem sem medo não morre 2011Um homem sem medo não morre 2011
Um homem sem medo não morre 2011
 
Realismo x Romantismo
Realismo x RomantismoRealismo x Romantismo
Realismo x Romantismo
 

Plus de Helena Coutinho

Plus de Helena Coutinho (20)

Relato hagiografico
Relato hagiograficoRelato hagiografico
Relato hagiografico
 
P.ant vieira bio
P.ant vieira bioP.ant vieira bio
P.ant vieira bio
 
Epígrafe sermao
Epígrafe sermaoEpígrafe sermao
Epígrafe sermao
 
Cap vi
Cap viCap vi
Cap vi
 
Cap v repreensões particular
Cap v repreensões particularCap v repreensões particular
Cap v repreensões particular
 
Cap iv repreensões geral
Cap iv repreensões geralCap iv repreensões geral
Cap iv repreensões geral
 
Cap iii louvores particular
Cap iii louvores particularCap iii louvores particular
Cap iii louvores particular
 
Cap ii louvores geral
Cap ii louvores geralCap ii louvores geral
Cap ii louvores geral
 
1. introd e estrutura
1. introd e estrutura1. introd e estrutura
1. introd e estrutura
 
Contexto histórico padre antónio vieira
Contexto histórico padre antónio vieiraContexto histórico padre antónio vieira
Contexto histórico padre antónio vieira
 
. Batalha de alcácer quibir
. Batalha de alcácer quibir. Batalha de alcácer quibir
. Batalha de alcácer quibir
 
Ondados fios de ouro reluzente
Ondados fios de ouro reluzenteOndados fios de ouro reluzente
Ondados fios de ouro reluzente
 
Sete anos de pastor jacob servia
Sete anos de pastor jacob serviaSete anos de pastor jacob servia
Sete anos de pastor jacob servia
 
Oh! como se me alonga, de ano em ano
Oh! como se me alonga, de ano em anoOh! como se me alonga, de ano em ano
Oh! como se me alonga, de ano em ano
 
O dia em que eu nasci, morra e pereça
O dia em que eu nasci, morra e pereçaO dia em que eu nasci, morra e pereça
O dia em que eu nasci, morra e pereça
 
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Erros  meus, má fortuna, amor ardenteErros  meus, má fortuna, amor ardente
Erros meus, má fortuna, amor ardente
 
Enquanto quis fortuna que tivesse
Enquanto quis fortuna que tivesseEnquanto quis fortuna que tivesse
Enquanto quis fortuna que tivesse
 
Aquela triste e leda madrugada
Aquela triste e leda madrugadaAquela triste e leda madrugada
Aquela triste e leda madrugada
 
Amor é fogo que arde
Amor é fogo que ardeAmor é fogo que arde
Amor é fogo que arde
 
A formosura desta fresca serra
A formosura desta fresca serraA formosura desta fresca serra
A formosura desta fresca serra
 

Dernier

A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
PatriciaCaetano18
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
marlene54545
 
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XVExpansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
lenapinto
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
sh5kpmr7w7
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
TailsonSantos1
 

Dernier (20)

Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
 
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptxPoesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do séculoSistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
 
APRESENTAÇÃO - BEHAVIORISMO - TEORIA DA APRENDIZAGEM.pdf
APRESENTAÇÃO - BEHAVIORISMO - TEORIA DA APRENDIZAGEM.pdfAPRESENTAÇÃO - BEHAVIORISMO - TEORIA DA APRENDIZAGEM.pdf
APRESENTAÇÃO - BEHAVIORISMO - TEORIA DA APRENDIZAGEM.pdf
 
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XVExpansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
 
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
 
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretaçãoLENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de LedAula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
 
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDF
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDFRenascimento Cultural na Idade Moderna PDF
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDF
 
classe gramatical Substantivo apresentação..pptx
classe gramatical Substantivo apresentação..pptxclasse gramatical Substantivo apresentação..pptx
classe gramatical Substantivo apresentação..pptx
 
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdfConflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
 

. A obra e o contexto

  • 2. Frei Luís de Sousa, Almeida Garrett
  • 3. A Importância Frei Luís de Sousa, que continua a ser considerado um clássico da literatura de língua portuguesa e uma das criações máximas do seu teatro, foi inicialmente apenas lido a um grupo seleto de amigos do autor (entre os quais Herculano). A primeira representação fez-se em privado, no teatro da Quinta do Pinheiro, no mesmo ano de 1843, tendo o próprio Garrett desempenhado o papel de Telmo. A peça só teve a sua estreia pública em 1847, no Teatro do Salitre, em versão censurada pelo regime cabralista. A versão integral só foi levada à cena no então Teatro Nacional (actual Teatro Nacional de D. Maria II), em 1850.
  • 4. 4 O contexto • O contexto histórico em que se baseia a peça Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett, fornece o teor de verosimilhança que rodeia a obra, permitindo que o autor se aproprie do período em questão e utilize as personagens verdadeiras da História de Portugal para montar a sua ficção. • Retomando à tradição clássica literária que mostrava, através do poder da classe social dominante, a função do teatro garrettiano, volta-se para os preceitos de docere e delectare, ou seja, a fusão do ensinamento e do deleite, da instrução moral e do divertimento, do pão e do circo.
  • 5. 5 • Frei Luís de Sousa é rodeado de elementos da tragédia clássica e volta-se para a teoria aristotélica, no intuito de atribuir aos atos um tom de impacto, da mesma forma em que o sofrimento humano é altamente explorado (Pathos). As ações são desarmadas em peripécias, o oculto vem à cena no sentido de reconhecimento e a ideia de mutação da fortuna acontece na ambivalência de sentimentos, nas contradições de espírito que se confrontam em nós dramáticos até, por fim, desaguar no clímax.
  • 6. 6 • Embora ainda se mantivesse no período em que a imitação era valorizada, a rutura do autor português estava na união dos elementos da tragédia já conhecida com os novos ideais estéticos que culminaram no início do romantismo português. • A influência de Byron e Scott trouxe a Garrett “a ideia de que a literatura culta não deve perder o contacto com a poesia popular e com as formas populares de expressão”. • Segundo, ainda, o próprio autor, no texto que antecede Frei Luís de Sousa, intitulado Memorial do Conservatório, “Coligir os factos do homem (...), revesti-los das formas mais populares e derramar assim pelas nações um ensino fácil, uma instrução intelectual e moral que, sem aparato de sermão ou preleção, surpreenda os ânimos e os corações da multidão no meio dos seus próprios passatempos, missão do literato, do poeta”.
  • 7. 7 • Inserida num momento em que Portugal estava sob domínio espanhol e sofria dos conflitos entre este país com a Inglaterra, Frei Luís de Sousa tece o sentimento patriota através das suas personagens, principalmente através da figura de D. Manuel, cujo ato de incendiar a sua casa para evitar a invasão estrangeira, é um expoente maior que simboliza a luta por uma consciência de liberdade e amor à pátria. • O que mais imprime uma caracterização dramática à obra talvez seja o vestígio trágico que o autor deixa ao longo da peça. A técnica de expressão que recorre ao fatalismo europeu, faz com que os rastos do sebastianismo e a menção a Camões induzam o pensamento para a profecia do clímax absoluto.
  • 8. 8 • Sob a ementa dos desígnios ultrarromânticos, mas fugindo ao melodramático, a peça de Garrett apresenta a morte - “última expressão dramática” - como única combatente dos problemas existenciais e da contradição humanos.
  • 9. Disciplina de Português Profª: Helena Maria Coutinho
  • 10. Disciplina de Português Profª: Helena Maria Coutinho