O documento resume as principais zoonoses transmitidas por animais no Brasil, incluindo Doença de Chagas, Malária, Febre Maculosa, Esquistossomose, Leishmaniose Tegumentar Americana e Leishmaniose Visceral. Ele define casos suspeitos e confirmados de cada doença e fornece informações sobre fluxos de notificação e tratamento.
3. ZooNoses
São as doenças transmitidas para o homem a partir de
fontes animais.
Na maioria dessas doenças, animais domésticos ou
silvestres atuam com reservatório de infecção,
podendo o animal apresentar doença ou apenas ser
portador do agente infeccioso.
Ex: Raiva ,LTA,LV,Febre Maculosa,Doença de Chagas,
Leptospirose, Esporotricose
4. aNTRoPoZooNose
Doença transmitida ao homem, por reservatório
animal.
Ex: Esporotricose,Raiva.
7. Doenças que possuem, no seu ciclo, um
hospedeiro vertebrado e um local de
desenvolvimento ou reservatório não animal.
Ex: Toxoplasmose , Esporotricose .
8. ZOONOSE
DOENÇA DE CHAGAS
FEBRE MACULOSA
LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA
LEISHMANIOSE VISCERAL
ESPOROTRICOSE
TOXOPLASMOSE
RAIVA
ANTROPONOSE
o MALÁRIA / DENGUE
ANTROPOZOONOSE
o ESPOROTRICOSE
ZOOANTROPONOSE
o ESQUISTOSSOMOSE
9. doeNÇa de cHagas
Zoonose causada por protozoário
(tripanosoma cruzi),que afeta o
homem e diversos mamíferos
domésticos e silvestres(Preguiças,
morcegos, roedores, marsupiais,
coelhos, cães )de transmissão
vetorial(triatomíneos-”barbeiro”) .
10. Definição de caso
CASO SUSPEITO DE DCA
Paciente com febre prolongada (mais de 7 dias) com esplenomegalia
e/ou acometimento cardíaco agudo e/ou Sinal de Romaña ou
Chagoma de inoculação.
E que seja residente ou visitante de área onde haja ocorrência de
triatomíneos, com histórico de transfusão de hemoderivados ou
transplante de órgãos ou Ingestão de alimento suspeito de
contaminação.*Santa Catarina-2005(caldo de cana)-,Pará-2006(açaí)
CASO CONFIRMADO DE DCA
Paciente que apresente T. cruzi circulante no sangue periférico,
identificado por meio de exame parasitológico direto, com ou sem
presença de sinais e sintomas
Paciente com sorologia positiva para anticorpos IgM anti-T. cruzi na
presença de evidencias clinicas e epidemiológicas indicativas de
DCA.
11.
12. CASO DE DOENÇA DE CHAGAS CONGÊNITA
recém-nascido de mãe com exame sorológico ou parasitológico
positivo para T. cruzi, que apresente exame parasitológico
positivo para T. cruzi, a partir do nascimento, ou exame
sorológico positivo a partir do sexto mês de nascimento, e que
não apresente evidencia de infecção por qualquer outra forma
de transmissão.
CASO DE DOENÇA DE CHAGAS CRÔNICA
Individuo com pelo menos dois exames sorológicos, ou com
hemocultivo, ou xenodiagnostico positivos para T. cruzi e que
presente:
- Forma indeterminada - Nenhuma manifestação clinica,
radiológica ou eletrocardiográfica compatível com DC;
- Forma cardíaca - Exames compatíveis com miocardiopatia
chagásica;
- Forma digestiva - Exames compatíveis com megaesôfago ou
megacolon;
- Forma associada - Exames compatíveis com miocardiopatia
chagásica e algum tipo de mega.
13. Principais fontes dos casos:
• Laboratórios
• Serviços de Hemoterapia
• Assistência médica ambulatorial e hospitalar
• Inquéritos sorológicos
• Declaração de óbitos
20. MalÁRia
Doença infecciosa febril aguda,cujo agentes
etiológicos (Plasmodium sp ) são protozoários
transmitidos por vetores(mosquito Anopheles).
Não é considerada uma zoonose pois o
homem é o único reservatório com
importância epidemiológica.
21. Definições de caso
SUSPEITO
ÁREA ENDÊMICA
Toda pessoa que apresente febre seja residente ou tenha se deslocado para
área onde haja transmissão de Malária, no período de 8 a 30 dias anterior a
data dos primeiros sintomas;
Toda pessoa testada para Malária durante investigação epidemiológica.
ÁREA NÃO ENDÊMICA
Toda pessoa que seja residente ou tenha se deslocado para área onde haja
transmissão de Malaria, no período de 8 a 30 dias anterior a data dos primeiros
sintomas, e que apresente febre acompanhada ou não dos seguintes sintomas:
cefaléia, calafrios sudorese, cansaço, mialgia;
Toda pessoa testada para Malária durante investigação epidemiológica.
Observação: Existe a possibilidade de aparecimento de sintomas em período
maior de 30 dias apos contato com áreas de transmissão de Malaria, e casos
de Malaria decorrentes de transmissão não vetorial.
Estes casos também devem ser notificados.
CONFIRMADO
Critério clínico-laboratorial - toda pessoa cuja presença de parasito ou
algum de seus componentes, tenha sido identificada no sangue pelo exame
laboratorial.
Descartado: caso suspeito com diagnostico laboratorial negativo para
Malária ou positivo para outra doença.
25. Critérios de cura clínica -LVC
Lâmina de Verificação de Cura (LVC) – classifica-se como
LVC o exame de microscopia (gota espessa e esfregaço)
realizado durante e após tratamento recente, em paciente
previamente diagnosticado para malária, por busca ativa ou
passiva.
Para a Região não-Amazônica – a realização dos controles
periódicos pela LVC durante os primeiros 40 (P. falciparum) e
60 dias (P. vivax) após o início do tratamento deve constituir-
se na conduta regular na atenção a todos os pacientes
maláricos nessa região.
29. FeBRe MacUlosa
Zoonose reemergente no Brasil e de grande impacto para a
saúde pública, devido à dificuldade de diagnóstico e à alta
mortalidade em casos humanos não tratados precocemente. A
bactéria Rickettsia rickettsii, agente etiológico FMB, pode causar
uma doença potencialmente fatal em seres humanos e cães. De
transmissão vetorial (carrapatos do gênero
Amblyomma) quando o artrópode permanece aderido ao
hospedeiro por um período de 4 a 6 horas.
30. Definições de caso
SUSPEITO
Febre de moderada a alta
Cefaléia, de inicio súbito
Mialgia
Historia de picada de carrapatos e/ou contato com animais domésticos e/ou silvestres e/ou
tenha freqüentado área sabidamente de transmissão da Febre Maculosa, nos últimos 15 dias
Febre de inicio súbito
Mialgia
Cefaléia
Exantema maculopapular, entre 2 a 5 dias dos sintomas e/ou manifestações hemorrágicas,
excluídas outras patologias.
CONFIRMADO
Critério laboratorial
o agente etiológico isolado em cultura ou pesquisa imunohistoquimica positiva para antígenos
de Rickettsia sp.,
Sorologia de duas amostras, colhidas com intervalo médio de 10 a 14 dias, mostrar
soroconversao de 4 vezes o titulo
Critério clinico-epidemiologico,
Quando o paciente for a óbito com quadro compatível de Febre Maculosa Brasileira e tenha
antecedentes epidemiológicos.
COMPATÍVEL
Individuo com clinica sugestiva de Febre Maculosa Brasileira que apresente reação sorológica
positiva, RIFI com titulo ≥1/64, em amostra unica.
31.
32. FEBRE MACULOSA
Todo caso suspeito de febre
maculosa requer imediata
notificação e investigação, por se
tratar de doença grave. Um caso
pode significar a existência de um
surto, o que impõe a imediata
adoção de medidas de controle.
(Doença de Notificação Compulsória)
34. *Fluxo (amostras pareadas)
Material: Soro
• Fase da coleta:
1º amostra no início dos sintomas(fase aguda)
2º amostra -2 semanas após a coleta da 1º amostra(fase
de convalescência) em torno de 15 a 21 dias.(4 x = positivo)
• Quantidade e recipiente: 0,5 ml de soro (tubo seco) -
sangue em tubo sem anticoagulante e centrifugado.
• Conservação: soro-geladeira (4 a 8 graus) caso seja
enviado no mesmo dia. Transporte em caixa de isopor
com gelo
Caso for armazenar, congelar a -20°C o soro da 1º
amostra e enviar junto com a 2º amostra.
PCR - sangue em EDTA e congelar em -20°C até envio
juntamente com o soro
35.
36.
37.
38. esQUisTossoMose
Antroponose? Zooantroponose?
Anfixenose?
Doença infecciosa parasitária, de veiculação
hídrica,provocada por helminto do gênero Schistosoma, cuja
transmissão ocorre quando o indivíduo suscetível entra em
contato com águas superficiais onde existam caramujos
(Biomphalaria sp ) hospedeiros intermediários.
39. ESQUITOSSOMOSE
Doença de notificação compulsória em áreas
endêmicas e não endêmicas segundo a
Portaria N.º 2.472, de 31 de Agosto de 2010
(DOU de 1º/09/2010 Seção I pág. 50)- SINAM
40. SINTOMAS
Fase aguda
Dermatite cercariana(até 5 dias pós infecção )
Febre de Katayama, (linfodenopatia, febre,
anorexia, dor abdominal e cefaléia.)
Forma crônica
Diarréia (com sangue) e epigastralgia,
emagrecimento , endurecimento do fígado,
com aumento do seu volume, (granulomatose
periportal ou fibrose de Symmers ”barriga
d’água”.)
41.
42. Definições de caso
CASO SUSPEITO DE ESQUISTOSSOMOSE
Individuo residente e/ou procedente de área endêmica com
quadro clinico sugestivo das formas aguda, crônica ou
assintomática, com historia de contato com as coleções de
águas onde existam caramujos eliminando cercarias.
CASO CONFIRMADO DE ESQUISTOSSOMOSE
Qualquer caso suspeito que apresente ovos viáveis de S.
mansoni nas fezes ou em tecido submetido a biopsia.
CASO DESCARTADO
Caso suspeito ou notificado sem confirmação laboratorial
46. leisHMaNiose
TegUMeNTaR
Doença infecciosa não-contagiosa causada por um
protozoário(Leishmania sp)de transmissão
vetorial(flebótomíneo)que acomete pele e mucosas.
Primariamente uma zoonose, afeta outros animais que
não o homem,o qual pode ser acometido
secundariamente.
47. DEFINIÇÃO DE CASO
LEISHMANIOSE CUTÂNEA
Ulcera cutânea, com fundo granuloso e bordas infiltradas
em moldura.
LEISHMANIOSE MUCOSA
Ulcera na mucosa nasal, com ou sem perfuração, ou perda do septo nasal,
podendo atingir lábios, palato e nasofaringe.
CASO CONFIRMADO
Individuo com suspeita clinica que apresente
-Residência, procedência ou deslocamento em área com confirmação de
transmissão,associado um dos seguintes critérios: :
• Encontro do parasita nos exames parasitológico ,OU
• Intradermorreação de Montenegro (IDRM) positiva ,OU
• Sem associação a outro critério, quando não há acesso a métodos de diagnostico
OBS: Nas formas mucosas, considerar a presença de cicatrizes cutâneas anteriores
como critério complementar para a confirmação do diagnostico.
51. IMPORTANTE
Acompanhamento do Paciente
Confirmado o diagnóstico,inicia-se o
tratamento e acompanha-se mensalmente
(avaliação da cura)pelos três primeiros
meses e,uma vez curado, bimensalmente
até completar 12 meses após o término
tratamento
52. leisHMaNiose
VisceRal
É uma zoonose causada por um
protozoário (Leishmania sp) de transmissão
vetorial (flebótomíneo) de caráter
eminentemente rural. Mais recentemente,
vem se expandindo para áreas urbanas de
médio e grande porte e se tornou um
crescente problema de saúde pública.
53. DEFINIÇÃO DE CASO
Caso humano suspeito:
• Individuo proveniente de área com transmissão
apresentando febre e esplenomegalia
• Individuo de área sem ocorrência de transmissão com
febre e esplenomegalia,desde que descartados outros
diagnósticos mais freqüentes na região.
Caso humano confirmado:
• Critério clínico-laboratorial: exame parasitológico
positivo ou imunofluorescencia reativa com titulo a partir
de 1:80, desde que excluídos outros diagnósticos
diferenciais.
• Critério clínico-epidemiológico: são os casos de área
com transmissão de LV, com suspeita clinica sem
confirmação laboratorial, mas com resposta favorável ao
teste terapêutico.
60. Medidas de Controle
Medidas educativas
Organização de serviços de saúde
Controle químico - O controle químico imediato esta
indicado para as áreas com registro do 1o caso
autóctone de LV e em áreas de surto. Já nas áreas de
transmissão moderada e intensa, o controle químico
devera ser programado, ou seja, para o momento em
que se verifica o aumento da densidade vetorial. Nas
áreas de transmissão esporádica, o controle químico não
esta indicado.
Controle do reservatório canino- Eutanásia canina é
recomendada a todos os animais sororreagentes, ou
seja, títulos a partir de 1:40 e/ou com exame
parasitológico positivo
64. esPoRoTRicose
É uma zoonose (Saprozoonose?)causada pelo
fungo Sporothrix schenckii (micose), que atinge
animais e seres humanos e é encontrado na
natureza, principalmente em plantas ou em
terra rica em matéria orgânica.
A transmissão se dá geralmente através de
ferimentos com espinhos, contato com terra,
bicadas de aves, arranhões ou mordidas de
gatos infectados.
65. DEFINIÇÃO
DE CASO
CASO SUSPEITO
Paciente com lesão ou múltiplas lesões cutâneas em trajeto de vasos linfáticos
que apresente história epidemiológica de contato com gato doente ou
manipulação de matéria orgânica previamente ao aparecimento das lesões.
CRITÉRIO DE CONFIRMAÇÃO:
Laboratorial: Paciente com amostra clínica com isolamento do S. schenckii.
Clínico-epidemiológico: Paciente com quadro clínico compatível com
esporotricose e história de vinculo epidemiológico sem realização e ou
confirmação de isolamento do S. schenckii.
Clínico: Paciente com quadro clínico compatível com esporotricose e
resposta ao tratamento específico sem história de vinculo epidemiológico e
de realização e ou confirmação de isolamento do S.schenckii
68. Cultura para Esporotricose - LACEN
Amostra:
Aspirado de lesões, raspado de tecido subcutâneo e escarro
Coleta:
a Tecido de biópsia – transportados em gaze estéril, umedecida
com solução fisiológica estéril, sem adição de bacteriostáticos, em
recipiente estéril com tampa de rosca. Não devem ser congeladas,
nem expostas a desidratação;
B) Exsudatos – desinfetar a pele com lesões e aspirar o exsudato
com seringa e agulha estéril. A própria seringa pode servir como
recipiente de transporte, se a agulha for tampada;
C) Escarro - higienizar a cavidade bucal e orofaringe por
escovação e gargarejo com antisséptico bucal ou, na ausência
deles, água. Coletar 3 amostras matutinas sucessivas. Transportar
em frascos estéreis e enviar em 2 horas ao laboratório ou
refrigerar em geladeira (2 a 8ºC) até o envio. Escarro com mais de
24 horas não são apropriados.
71. ToXoPlasMose
Zoonose cosmopolita, causada por protozoário(Toxoplasma
sp.) cujos hospedeiros definitivos são os gatos e outros felídeos.Os
hospedeiros intermediários são os homens , outros mamíferos não
felinos e as aves.
Transmissão:
• Ingestão de oocisto no solo /areia (contaminado com fezes de
gatos)
• Ingestão de carne crua mal cozida (cistos)
• Infecção transplacentária (40% de fetos de mães infectadas)
• A Toxoplasmose adquirida na gestação e congênita passou a
integrar a Lista de Notificação Compulsória em Unidades Sentinelas
(LNCS)segundo a PORTARIA Nº 104, DE 25 DE JANEIRO DE
2011-MS.
78. CONCLUSÃO
A Esporotricose é uma micose profunda causada
por um fungo dimórfico, o Sporothrix schenckii,
saprófito com reservatório natural no solo, vegetais
e madeira apodrecida. Sua maior prevalência está
em áreas tropicais e subtropicais , e usualmente
penetra no organismo através de traumatismo com
rompimento da integridade epidérmica .
No caso a paciente relatou uma recente perfuração
do Lóbulo Auricular para colocação de brincos,que
foi seguida de reação inflamatória local.
Provavelmente o fungo foi inoculado pela mão da
própria paciente ao manusear a perfuração da
orelha, funcionado como “vetor mecânico” do
fungo.Fato que normalmente é atribuído aos
felinos.
79. Méd.Veterinária: Maria da Glória W. Car do zo
Núcleo de Vigilância das ZOONOSES
V igilância Epidemiológica - SEMUS-NI
(21)26684516 Cel.(21)99486543