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Unidade:EscolaFuncionalista
Unidade: Escola Funcionalista
MODERNIDADE E MEIOS DE COMUNICAÇÃO
A partir do século XVI até meados do século XX, houve muitas
mudanças de paradigmas, baseados em três núcleos de significação, segundo
Polistchuck &Trinta (2003). Essas mudanças foram ampliadas a partir do
século XX e caminharam em direção ao século XXI.
Esses núcleos são:
a) Significação cultural, cognitiva e ética: filosofia humanista, no evolucionismo
de Charles Darwin, no positivismo de Auguste Comte, no ideal de democracia,
no materialismo histórico de Karl Marx.
b) Significação econômica social: industrialização e urbanização – capitalismo
c) “Significação política: formação dos Estados Nacionais, que construíram o
„tipo ideal de governo” tendo como base, na sua maioria, o sistema
democrático.
Nesse período, com o desenvolvimento do capitalismo, surgem também
as primeiras contradições sociais e é inevitável surgir com elas as primeiras
manifestações sociais: movimentos de massa.
Essas manifestações sociais obtiveram visibilidade diante do coletivo da
sociedade através dos meios de comunicação que surgiram nesse período.
Mas, quais são as características desse período?
a sociedade é denominada “da informação”, baseada nos meios de
comunicação;
Afirma-se a autonomia humana;
Há o fortalecimento da burguesia;
Aumento do consumo (fordismo e taylorismo);
Crítica ao consumo – Karl Marx sinaliza a alienação das massas;
Desterritorização – redução da perspectiva espaço geográfico; novas
fronteiras imaginárias, o mundo passa ser mediado pelos meios de
comunicação que encurta distâncias.
Meios de Comunicação: (mass media; media ou mídia): crescem as cadeias de
rádio, cinema, jornais, revistas, redes de televisão, novas tecnologias: internet,
intranet, etc.
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A “Cultura da Sociedade Midiática” sob influência dos media.
Sistema Midiático: poder da mídia relaciona-se à sociedade de massa ;
A mídia se torna cada vez mais persuasiva e advoga em causa própria.
A ESCOLA NORTE AMERICANA DE COMUNICAÇÃO
MODELO MATEMÁTICO-INFORMACIONAL DE BERLO E
SCHRAMM
A principal característica foi buscar, na ciência, maior grau de
cientificidade nos estudos comunicacionais .Representantes: David K Berlo e
Wilbur Schramm
Esse modelo sofreu influências da psicologia com John Watson (1878-
1958) e do Behaviorismo ou ciência do comportamento que pregava entre
outras coisas os automatismos comportamentais.
No mesmo ano em que os estudos de Shannon foram divulgados, seu
ex professor Norbert Wiener (1894-1965) publica Cybernetics or Control and
Commmunication in the Animal and Machine no qual ele profetiza o uso da
informação (Mattelart&Mattelart, 2000), mas faz um alerta, também, a seu
excesso. E isso significaria a “entropia que é a tendência que tem a natureza
de destruir o ordenado e precipitar a degradação biológica e a desordem social
(...)” ordenação da natureza. (id,2000 p.66)
A informação deve poder circular, mas ela só pode existir se não houver
obstáculos, se não se transformar em objeto ou se os níveis de acesso forem
díspares.
Com base no Modelo de Aristóteles, cria-se a orientação sociológica
baseada num esquema simples.
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Unidade:EscolaFuncionalista
Acompanhe o esquema:
EMISSOR MENSAGENS TROCADAS RECEPTOR
POSSUI ALGUM CONHECIMENTO CULTURA/SOCIEDADE
FAZ ALGUM RECONHECIMENTO PARTICIPAÇÃO DO RECEPTOR
PARTILHA
CÓDIGO COMUM CAPACIDADE DE
PROVOCAR SENTIDOS
MODELO MATEMÁTICO-INFORMACIONAL DE SHANNON E
WEAVER ou TEORIA DA INFORMAÇÃO
Principais Representantes: Claude Shannon, Warren Weaver (engenheiros
da CIA TELEFÔNICA/EUA)
Esse modelo é também conhecido por Teoria da Informação. O
esquema formulado pelos autores é o seguinte:
fonte informação transmissor canal receptor destino
sinal ruído sinal
Neste esquema, a comunicação é feita por meio de uma fonte de
informação que seleciona uma mensagem desejada a partir de um conjunto de
mensagens possíveis. Em outras palavras, a comunicação é realizada a partir
de uma mensagem, por meio de um canal e levada ou entregue ao
destinatário.
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Unidade:EscolaFuncionalista
Observe como esse modelo é semelhante às nossas práticas diárias.
Vamos enviar uma carta? O que você faz primeiro? Escreve a carta, depois a
envia e depois alguém a recebe e a lê.
Então, voltemos ao esquema:
carta correio carteiro destinatário endereço
fonte/informação transmissor canal receptor destino final
leitura da carta = compreensão da mensagem
Mas o que é o ruído na comunicação? Quando acontece? Quando a
mensagem não for assimilada ou mal entendida pelo receptor. Lembra-se da
brincadeira do telefone sem fio que quase sempre a última pessoa diz outra
coisa do que foi dito inicialmente à primeira pessoa? Pois é, nesse caso, houve
falha na emissão da mensagem e então aconteceu o ruído.
Esse modelo não está preocupado com a comunicação social ou seus
desdobramentos, mas com o processo mecânico, matemático. Ele é conhecido
como o Mass Comunication Research. (ARAÚJO,2008 in Teorias da
Comunicação).
ESCOLA FUNCIONALISTA E O MASS COMMUNICATION
RESEARCH
Como já vimos, no início do século XX, as mudanças de paradigmas
sociais, econômicos e políticos influenciaram os estudos sobre a sociedade.
No primeiro quartel do século XX, as mudanças já eram conhecidas,
estudadas e a corrente norte-americana de pensamento sociológico, que já
estudamos, a Escola de Chicago, realizava pesquisas para compreender
melhor essas mudanças.
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Unidade:EscolaFuncionalista
Na década de 40, também nos EUA e mais precisamente na
Universidade de Harvard em Colúmbia, surge a Escola Funcionalista que tem,
entre seus representantes, Robert Merton, Paul Lazarsfeld e Talcot Parsons.
Então, convidamos você para conhecer um pouco da história do
Funcionalismo na Comunicação.
A origem do funcionalismo inicia-se com o pensamento do sociólogo
inglês Herbert Spencer (1882-1903) e a do francês Emile Durkheim (1855-
1917).
Para saber sobre Durkheim, acesse esse link. O artigo é pequeno e
interessante: http://www.adelmo.com.br/bibt/t080.htm
Para conhecer Herbert Spencer, acesse o link:
http://educacao.uol.com.br/biografias/herbert-spencer.jhtm
Agora, vamos lembrar um pouco do que já dissemos sobre a Escola de
Chicago. Naquela época, viveu-se a experiência e o desenvolvimento das
ciências naturais e o mundo era regido por elas. Tanto assim, que a Ecologia
Humana comparou as sociedades aos organismos vivos. Dessa forma,
sociedade e tudo que era organismo vivo se relacionavam entre si e tanto um
como outro acabavam interdependentes. Essas partes eram os subsistemas
(estruturas) que funcionavam de maneira independente, mas que dependiam
também do todo. Grosseiramente, podemos dizer que cada parte era como um
pedaço, uma peça de alguma coisa. Mas o que isso tinha a ver com a
sociedade?
Cada „pedaço‟ da sociedade desempenha um papel ou papéis sociais
que contribuem para torná-la estável e, de forma organizada, formar o todo
social. A essa teoria damos o nome de funcionalista-estrutural.
Dessa maneira, tudo se inter-relaciona na sociedade: a economia, a
política, a família, a educação. Todos são interdependentes e atuam
simultaneamente, isto é, interagem entre si para garantir funcionamento do
todo. Se uma das partes não funcionar corretamente, o sistema torna-se
instável.
Eles imaginaram essa interpelação a partir do que conheciam das
ciências físico-biológicas. Imagine o corpo humano e todos os órgãos que têm
dentro dele. Se o rim não funciona, aumenta a pressão arterial; se aumenta a
pressão arterial, o coração sofre sobrecarga e por aí vai, entendeu?
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„Transportaram‟ essa idéia para compreensão da sociedade... Ficou mais
claro? Bem, então quando a sociedade tem algum problema, Robert Merton
chamou essa instabilidade de disfunção social.
Para saber mais veja esse link:
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/2002/07/08/000.htm
Várias áreas de conhecimento se utilizaram dessa teoria: a Psicologia, a
Economia, a Comunicação. Na Comunicação, esses estudos foram chamados
de Mass Comunication Research.
Mas, o que The Mass Comunication Research tem em comum com as
outras áreas de conhecimento?
Segundo Araújo,(2008) são quatro características em comum:
1. Orientação empiricista de estudo, privilegiando os estudos quantitativos;
2. Orientação pragmática, mais política do que científica que determinou a
problemática dos estudos. Orientou-se inicialmente em pesquisas para o
Estado americano, Forças Armadas, ou grandes conglomerados de área de
comunicação com o objetivo de otimizar os resultados;
3. Objeto de estudo voltado para a comunicação mediática;
4. Modelo comunicativo que fundamenta os estudos. (ARAÚJO, C.A – A pesquisa
norte-americana in Teorias da Comunicação, 2008. P.120)
O estudo da Mass Comunication Research inicia-se com a Teoria
Matemática de Comunicação ou Teoria da Informação, elaborada por
Shannon e Weaver (1949) que sistematizaram o processo comunicativo da
seguinte maneira:
A referência dos estudos empíricos é de Laswell com a obra
Propaganda Techniques in the World War (1927) sobre as lições aprendidas
FONTE TRANSMISSOR FONTE DE INTERFERÊNCIA RECEPTOR DESTINO
SINAL SINAL RECEBIDO
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acerca da I Grande Guerra Mundial.
Segundo Mattelart&Mattelart (2000), “Os meios de difusão surgiram
como instrumentos para a „gestão governamental das opiniões‟, tanto de
populações aliadas como de inimigas, e de maneira mais geral, partindo das
técnicas de comunicação, do telégrafo e do telefone, para o cinema, passando
pela radiocomunicação , deram um salto considerável.(...) A propaganda
constitui o único meio de suscitar a adesão das massas; além disso, é
mais econômica que a violência, a corrupção e outras técnicas de
governo desse gênero. (...) Pode ser utilizada para bons ou maus fins
(grifo nosso) .
Essa visão instrumental consagra uma representação da onipotência da
mídia, considerada como ferramenta de circulação „eficaz dos símbolos‟”.
(MATTELART&MATTELART, 2000.p.37)
Segundo esses autores, a audiência é vista como algo amorfo ou
informe e que obedece sem questionar aos estímulos recebidos:
ESTÍMULO RESPOSTA
Surge desse pensamento a teoria da bala mágica ou ”bullit magic”, ou da
agulha hipodérmica que pode ser traduzida como o efeito que os meios de
comunicação têm sobre a sociedade. Dessa maneira, os meios de
comunicação atuam de maneira uniforme, é direto, indiscreto, indeterminado e
afeta a todos indiscriminadamente:
FONTE CANAL EMISSOR
RECEPTOR CANAL MENSAGEM
Por essa teoria, o receptor da mensagem é passivo e a sociedade é
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Unidade:EscolaFuncionalista
vista como massa que reage mecanicamente aos estímulos recebidos.
Esse pensamento tem suas raízes nas teorias da psicologia que
estavam na moda, como já dissemos anteriormente. Agora, vamos
reapresentá-las rapidamente para que você possa memorizá-las,OK?
a-) A psicologia das massas de Le Bon que dizia que as multidões são
conduzidas por alguém. Há um condutor e um conduzido;
b-) O behaviriosmo (1914) que trata do comportamento;
c-) As teorias de Ivan Pavlov que fala do condicionamento;
d-) Os estudos de Mac Dougall pioneiro da psicologia social que
levantava a influência dos impulsos/instintos sobre os homens e
animais.
Essas teorias ajudavam a explicar a influência das mídias sobre as
pessoas. Há um fato que demonstra essa influência. É a novela “A Guerra dos
Mundos” cuja refilmagem com o nome de “Marte ataca” originou uma onda de
pânico na cidade de Nova York.
O fato é que essa teoria inaugurou a chamada pesquisa de opinião que
é quantitativa e foram usadas por várias agências de pesquisa, entre elas, a
Gallup para traçar o perfil de leitores, eleitores e tendências americanas.
A sociologia funcionalista da mídia elaborou a fórmula clássica:
1. QUEM DIZ O QUÊ?
2. POR QUAL CANAL?
3. COM QUE EFEITO?
Essa mesma fórmula foi ampliada para:
1. QUEM DIZ O QUÊ?
2. QUANDO-PERÍODO?
3. ONDE – QUAL O MEIO?
4. POR QUE – QUAL A INTENÇÃO?
5. PARA QUEM - PÚBLICO ALVO?
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Dessa fórmula, originaram-se as análises de conteúdo, das mídias, de
audiência e de efeitos.
Por exemplo: Quando uma empresa lança um determinado produto no
mercado, ela precisa saber o que ele representou para os seus consumidores,
ou quando se lança uma campanha sobre um determinado produto e quer
saber qual foi o impacto gerado na sociedade, então se pesquisam os efeitos
da mídia. A fórmula para medir é simples:
MENSAGEM RECEPTOR EFEITOS
Um pouco mais tarde, a esse modelo foram adicionados outros fatores:
idade, sexo, etc. que visam „fechar‟ a pesquisa, ou seja, dirigi-la aos públicos
alvo adequados.
Segundo Laswell, o processo de comunicação cumpre três funções
principais na sociedade :
a-) vigilância do meio, revelando tudo o que poderia ameaçar ou afetar
os sistemas de valores de uma comunidade ou das partes que a
compõem;
b-) o estabelecimento de relações entre os componentes da sociedade
para produzir uma resposta ao meio;
c-) a transmissão da herança social”. (LASWELL,1948 in
MATTELART&MATTELART,2000 p.41)
Um pouco mais tarde dois outros sociólogos Paul F. Lazarsfeld e Robert
K.Merton acrescentaram uma quarta função ao processo comunicacional, a
de entretenimento ou diversão. Para eles, “as funções da comunicação
impedem que as disfunções precipitem a crise no sistema”. (id,42)
O duplo flow step da comunicação (Lazarfeld e Elihu Katz) iniciou-se
com o estudo sobre o comportamento dos consumidores de moda e forma de
lazer e “permitiu compreender o papel dos „líderes de opinião”. (Ibid,48) No
primeiro degrau, estão as pessoas bem informadas sobre determinado assunto
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Unidade:EscolaFuncionalista
e as expostas à mídia; no segundo degrau, estão as pessoas com pouca ou
nenhuma informação sobre o tema.
Então, quantas vezes você assistiu a um programa de televisão cujo
tema desconhecia? Muitas vezes, não é? Mas você observou que nesses
programas tem sempre alguém para explicar ou opinar sobre o tema tratado?
Pois é, olha aí o duplo flow step . Por esses programas, a gente pode adotar
como verdade o tema, pode descartá-lo, pode questioná-lo.
Aí os especialistas de marketing elaboraram o modelo AIDA. Não, não é
um nome de mulher, mas uma sigla. Veja seu significado:
A TENÇÃO
I NTERESSE
D ESEJO
A QUISIÇÃO OU A ÇÃO
Por esse modelo, é possível verificar as diferentes impressões sobre
determinados produtos. Por exemplo, por que comprar um determinado sabão,
uma marca de café, uma margarina, etc.
Mas ainda assim faltava alguma coisa. Era preciso verificar o que o mais
poderia ser feito para saber sobre o receptor de mensagens. Nessa época,
surge Kurt Lewin que era do Massachusetts Institute of Technology, o MIT com
seus estudos sobre “decisão do grupo”. Essa decisão permite estudar, por
meio da mensagem emitida, as reações de cada membro do grupo. Na
realidade, ele estudou como as pessoas são persuadidas ou convencidas a
adotar um determinado comportamento, ou comprar um determinado produto.
Na pesquisa, existirá alguém que terá a função de controlar o andamento das
informações que são repassadas, garantindo que se construa o formador de
opinião informal a que se dá o nome gatekepeer.
Ah! Você quer um exemplo? Quando um determinado produto ainda não
foi lançado, há nas agências de publicidade ou de pesquisa de opinião uma
lista de possíveis pesquisados (mail list).
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Unidade:EscolaFuncionalista
Então, de posse dessa lista, a agência convida pessoas com um
determinado perfil de consumidor para participar de uma pesquisa num
determinado local. Lá, no loca,l as outras pessoas que também participarão do
mesmo processo formam a opinião do produto que entrará no mercado. Então,
o produto pode ser modificado, ou mantido do jeito que está e ir direto para as
prateleiras do consumidor. Ficou fácil de entender?
FINALIZANDO
A partir da década de 60, surge outra corrente de pensamento que é a
dos “Usos e Gratificações” e pela qual é possível pensar comunicação e meios
de comunicação de forma integrada e pela qual se estuda as interpretações e
as satisfações do receptor em relação à recepção das mensagens.
Nessa situação, o receptor que vinha sendo visto como massa passiva
passa a ser agente capaz de interpretar e satisfazer suas necessidades
(Araújo, 2008 in Teorias da Comunicação.)
Ainda surge no mesmo período a Teoria dos Efeitos a Longo Prazo que
introduz a hipótese da agenda setting e que pensa nos meios de comunicação.
Wolf (2003) utiliza Shaw para esclarecer essa teoria:
Essa hipótese defende que «em consequência da acção dos
jornais, da televisão e dos outros meios de informação, o
público sabe ou ignora, presta atenção ou descura, realça ou
negligencia elementos específicos dos cenários públicos. As
pessoas têm tendência para incluir ou excluir dos seus próprios
conhecimentos aquilo que os mass media incluem ou excluem
do seu próprio conteúdo. Além disso, o público tende a atribuir
àquilo que esse conteúdo inclui uma importância que reflecte
de perto a ênfase atribuída pelos mass media aos
acontecimentos, aos problemas, às pessoas» Shaw, 1979
apud Wolf 2003, p.96.
Esta formulação clássica da hipótese inscreve-se na linha que
vai de Lippmann aos Lang e a Noelle Neumann: «a hipótese do
agenda-setting não defende que os mass media pretendam
persuadir [...]. Os mass media, descrevendo e precisando a
realidade exterior, apresentam ao público uma lista daquilo
sobre que é necessário ter uma opinião e discutir. O
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Unidade:EscolaFuncionalista
pressuposto fundamental do agenda-setting é que a
compreensão que as pessoas têm de grande parte da
realidade social lhes é fornecida, por empréstimo, pelos mass
media» Shaw, 1979 apud Wolf 2003, p.101.
Como afirma Cohen, se é certo que a imprensa «pode, na
maior parte das vezes, não conseguir dizer às pessoas como
pensar, tem, no entanto, uma capacidade espantosa para dizer
aos seus próprios leitores sobre que temas devem pensar
qualquer coisa» Shaw, 1979 apud Wolf 2003,p. 114.
Então o que essa citação nos conta? Ela nos conta que por essa
hipótese que as pessoas usam os assuntos veiculados em suas conversas.
Então a mídia pauta a conversa cotidiana.
Como isso acontece? Por exemplo, um crime de repercussão nacional e
explorado como notícia na mídia se torna tema recorrente nas conversas
cotidianas inclusive criando opinião pública parcial sobre ele.
Na realidade, apesar da escola norte-americana ser criticada pelo seu
pragmatismo e hoje ter cedido a outras correntes mais atuais, ela
indubitavelmente foi muito importante por ter introduzido os estudos e
pesquisas quantitativas, pela preocupação das causas e efeitos e pela
preocupação demonstrada aos estudos da comunicação.
E enquanto isso, como aprendizes, caminharemos em direção à Escola
de Frankfurt ou Teoria Crítica do final do segundo quartel do século XX.
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Referências
COHN, G. Comunicação e IndÚstria Cultural. 2. ed. São Paulo: Companhia
Editora Nacional, 1975.
MATTELART, A.; MATTELART, M. Historia das Teorias da Comunicação. 7.
ed. São HOHLFELDT, A. Teorias da Comunicação: Conceitos, Escolas e
Tendências. 4. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2005.Paulo: Edições Loyola, 2004.
POLISTCHUCK,I&TRINTA,A.R- Teorias da Comunicação. Rio de
Janeiro:Campus, 2003.
WOLF, M. Teorias da Comunicação. 8. ed. Lisboa: Editorial Presença, 2003.
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Responsável pelo Conteúdo:
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Revisão Textual:
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