1) O documento discute o estruturalismo de Claude Lévi-Strauss e como ele buscava explorar as estruturas inconscientes que organizam os universos de sentido dentro de uma cultura.
2) Lévi-Strauss acreditava que as estruturas são determinadas logicamente de forma inconsciente e podem ser identificadas através de uma etnografia minuciosa.
3) O documento também discute como Lévi-Strauss via a proibição do incesto como a passagem da natureza para a cultura através da invenção das prime
Estereótipos femininos fomentados pelos meios de comunicação
O estruturalismo de Lévi-Strauss e a proibição do incesto
1. Disciplina: Teorias Clássicas da Antropologia
O estruturalismo de Claude Lévi-Strauss: Significação do
“estrutural inconsciente”
2015
Djoro Pro2Da | É muito fácil ignorar aquilo que agente tem ou tamos habituado a ter mas
nem toda gente tem. Aprenda a viver com pouco para saberes viver com muito
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De um modo geral, o estruturalismo procura explorar as inter-relações (as "estruturas")
através das quais o significado é produzido dentro de uma cultura. A obra de Lévi-Strauss
constitui importante instrumento de percepção do imaginário social em sua estruturação lógica,
permitindo a visibilidade das constantes estruturais que organizam os universos de sentido.
Lévi-Strauss retomará a busca dos fatos profundos, inconscientes que instituem o social, mas não o
fará em perspectiva diacrónica, ancorado em uma “história social”, a exemplo do método histórico
preconizado por Marcell Mauss. Ele retomará a busca desses fatos do ângulo da sincronicidade,
através das “categorias do entendimento”, enquanto categorias lógicas, sem remetê-las à investigação
da historicidade que as constituíram. Enfatizará o plano das articulações lógicas e das dualidades
estruturais: a natureza e a cultura, o sagrado e o profano, o puro e o impuro, o próximo e o distante;
remetendo-as, ao nível meta-teórico, à estrutura do “inconsciente”.
O “inconsciente”, para ele, resulta do funcionamento do cérebro que, desse modo, é visto como um
formante, um estruturador que não visa fins práticos ou utilitários, mas, sistema e ordem. Entretanto,
em sua proposta metodológica a identificação da lógica não é buscada arbitrariamente em um suposto
mundo arquetípico. Bem ao contrário, ela deve ser apreendida através de uma etnografia minuciosa,
fenomenológica, que visa dois objectivos:
1. Identificar as “representações conscientes”, pois são via de acesso para as “representações
inconscientes” que serão identificadas pela análise estruturalista.
2. Perceber de que modo esse conjunto elabora sistema, pois não são automaticamente estruturas, são,
antes documentos para ajudar a descobri-las.
As representações conscientes são expressas por diferentes objectivações do pensamento social: pela
linguagem, pelo comportamento, pelas regras, ritos; pelas genealogias, planos de aldeias; usos do
corpo, códigos alimentares e matrimoniais, enfim, por inúmeros e variados “documentos
etnográficos”. A estrutura, entretanto, não é da ordem do empírico, é da ordem do pensamento, não
corresponde directamente a nenhuma realidade objectiva. A estrutura que a análise estruturalista
desvenda é de ordem lógica. Diz respeito aos sistemas de constância dos elementos e ao carácter
de relação que se estabelece entre ele e os demais elementos, bem como, aos modos
de transformação pelos quais eles se configuram.
O funcionalismo de Bronislaw Malinowski e de Radcliffe-Brown reage contra a orientação historicista
que qualquer cultura deve ser vista como um organismo, vivo e funcional, integrado numa totalidade,
2. Disciplina: Teorias Clássicas da Antropologia
O estruturalismo de Claude Lévi-Strauss: Significação do
“estrutural inconsciente”
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cujos elementos apenas se compreendem na relação ao conjunto. Portanto, tal como a linguística
mostra que as estruturas que analisa são inconscientes e determinam os diferentes modos de
significação, assim o estruturalismo de Lévi-Strauss concluirá que as estruturas dos sistemas que
estuda assumem as mesmas propriedades.
Proibição do Incesto: emergência da cultura
A proibição do incesto é uma regra de comportamento comum em quase toda comunidade ou
sociedade humana que proíbem e punem certos homens que pratica relações sexuais com parentes do
mesmo grupo.
Lévi-Strauss estabelece as teses que vai demonstrar a partir da análise da proibição do incesto: 1/ as
relações de parentesco constituem sistemas; 2/ os sistemas explicam-se pelas estruturas inconscientes;
3/ essas estruturas determinam a reciprocidade, cuja expressão negativa é dada na lei do incesto e a
positiva nas regras de troca e aliança.
A lei do incesto explica-se da passagem da natureza a cultura: onde o homem passa do estado natural
para o estado cultural quando inventa a primeira regra de proibição de incesto.
Quanto a aliança e troca, segundo Lévi-Strauss nesse âmbito a regra do incesto exprime a passagem
do facto natural da consanguinidade ao facto cultural da aliança; e a natureza necessita a aliança, mas
sem a determinar.
O inconsciente é o lugar onde objectivo e subjectivo, eu e o outro se encontram. A troca é, pois, o
sistema simbólico do nosso inconsciente em função.
O mito como linguagem Lévi-Strauss chega a uma conclusão de que a linguagem é o ponto de
partida para entendermos a cultura e diz que a cultura é que permite diferenciar o homem do animal,
isto é a cultura é que separa o homem da categoria de outros animas e a cultura esta acima da natureza.
Mito de acordo com Lévi-Strauss o mito é uma realidade a todas sociedades, ela parte de um tronco
comum e varia na sua abordagem devido a linguagem. Esta linguagem, não justifica o significado, mas
sim como um meio de transmissão da mensagem ou da realidade. Nesta ordem de ideia, os mitos
deveriam ser vistos como algo presente em toda humanidade que permite explicar algo de difícil
compreensão e o seu valor não desaparece em nenhuma sociedade.