2. CONCEPÇÕES DE LINGUAGEM.CONCEPÇÕES DE LINGUAGEM.
LÍNGUA E FALALÍNGUA E FALA
Segundo Saussure:
LINGUAGEM: “heteróclita e
multifacetada” – abrange vários domínios
– é social e individual ao mesmo tempo
LÍNGUA: produto social da linguagem,
sistema de signos, “parte social da
linguagem”.
3. FALA: ato individual, resultado das
combinações feitas pelo sujeito falante
utilizando o código da língua.
Distinção “langue X parole” – “língua e
fala” – dentro do contexto da linguagem
Foco na língua enquanto estrutura –
teoria do Estruturalismo
4. Segundo Chomsky (linguista
americano):
LINGUAGEM: “conjunto de sentenças
(...)construídas a partir de um conjunto
finito de elementos” – representação
limitada de sons (fala) e letras (sinais
gráficos – escrita). – capacidade inata e
específica da espécie humana, transmitida
geneticamente.
LÍNGUA: competência e desempenho
5. COMPETÊNCIA LINGUÍSTICA:
conhecimento linguístico do falante que
lhe permite produzir sentenças em uma
língua;
DESEMPENHO LINGUÍSTICO:
comportamento linguístico que considera
fatores não linguísticos (convenções
sociais, crenças, emoções, interlocutor,
mecanismos psicológicos e fisiológicos
envolvidos na produção de enunciados.
Foco nas propriedades fundamentais da
linguagem – teoria do Gerativismo
6. CONCEPÇÃO INTERACIONISTA DECONCEPÇÃO INTERACIONISTA DE
LINGUAGEMLINGUAGEM
Segundo Bakhtin (linguista russo):
LINGUAGEM: fenômeno de interlocução
via pautado na relação indissociável entre
o ser humano, a sociedade e a linguagem.
LÍNGUA: atividade de interação verbal
entre dois ou mais interlocutores que se
dá por meio de práticas discursivas
materializadas em textos orais e escritos.
7. Bakhtin:
“A utilização da língua efetua-se em forma
de enunciados (orais e escritos),
concretos e únicos, que emanam dos
integrantes duma ou outra esfera da
atividade humana(…). Qualquer
enunciado considerado isoladamente é,
claro, individual, mas cada esfera de
utilização da língua elabora seus tipos
relativamente estáveis de enunciados,
sendo isso que denominamos gêneros do
discurso.
8. COMPARAÇÃO FALA X ESCRITACOMPARAÇÃO FALA X ESCRITA
FALA
Não-planejada
Fragmentária
Incompleta
Pouco elaborada
Predominância de
frases curtas, simples
ou coordenadas
Pouco uso de
passivas
ESCRITA
Planejada
Não-fragmentada
Completa
Elaborada
Predominância de
frases complexas,
com subordinação
abundante
Emprego frequente
de passivas.
9. NORMA: PRECEITO x USONORMA: PRECEITO x USO
As duas faces da NORMA: objetiva e
subjetiva.
NORMA OBJETIVA: padrões observáveis
na atividade linguística de um grupo
determinado.
NORMA SUBJETIVA: sistema de valores
(políticos e ideológicos, mas NÃO
linguísticos!) que norteia o julgamento
subjetivo do desempenho linguístico.
(Dante Lucchesi).
10. NORMA: O “NORMAL” E ONORMA: O “NORMAL” E O
NORMATIVONORMATIVO
NORMAL
Uso corrente
Real
Comportamento
Observação
Situação objetivoa
Média estatística
Frequência
Tendência geral e
habitual
NORMATIVO
Preceitos
Ideal
Reflexão consciente
Elaboração
Intenções subjetivas
Conformidade
Juízos de valor
Finalidade designada
11. DIVERSIDADE LINGUÍSTICADIVERSIDADE LINGUÍSTICA
NO BRASILNO BRASIL
Realidade linguística brasileira: variável,
heterogênea e PLURAL – POLARIZADA
NORMA CULTA X VERNÁCULA OU
POPULAR (D. Lucchesi)
Padrão da língua escrita (modelo de
correção) – desvalorização da fala –
Gramática Tradicional – prescritiva -
excludente
12. Variedade – diferença linguística não deve
ser vista como ERRO.
“todo falante nativo compreende sua
língua materna e é sobre essa base que o
educador deverá construir sua aula.”
(LUFT, 1985)
“está provado e comprovado que uma
criança entre os 3 e 4 anos de idade já
domina perfeitamente as normas
gramaticais de sua língua.” (BAGNO,
1999)
13. NORMA CULTA X NORMANORMA CULTA X NORMA
CULTACULTA Prescritiva (normativa)
“língua” prescrita nas
gramáticas normativas
(modelo literário)
Preconceito linguístico
Doutrinária –
enunciados categóricos
Pretensamente
homogênea
Elitista
Escrita literária – separa
fala e escrita
Venerada como eterna,
imutável
Descritiva (normal)
Atividade linguística dos
falantes “cultos” –
escolaridade superior e
vivência urbana
Conceito – termo
técnico – considera
fatores sociais
Científica
Heterogênea
Socialmente variável
Se manifesta tanto na
fala quanto na escrita
Sujeita a transformações
14. Não há língua mais lógica, melhor ou pior
do que outras, tampouco variedades.
Todas as línguas naturais possuem os
recursos necessários para a comunicação
entre seus falantes.
O trabalho (pedagógico) com o complexo
fenômeno da linguagem precisa considerar o
contexto, a sociedade, a história – para não
servir a interesses políticos, ideológicos
preconceituosos e excludentes.