Análise do poema "O Bandarra"

1. Mensagem
de Fernando Pessoa
Análise do poema “O Bandarra”

2. Poema: “O Bandarra”
Sonhava, anónimo e disperso,
O Império por Deus mesmo visto,
Confuso como o Universo
E plebeu como Jesus Cristo.
Não foi nem santo nem herói,
Mas Deus sagrou com Seu sinal
Este, cujo coração foi
Não português mas Portugal.

3. Análise externa
◦ Regularidade métrica, estrófica e rimática:
- Duas quadras
- Versos octossilábicos
- Rima cruzada (ABAB)

4. Análise interna
Sonhava, anónimo e disperso,
O Império por Deus mesmo visto,
Confuso como o Universo
E plebeu como Jesus Cristo.
Não foi nem santo nem herói,
Mas Deus sagrou com Seu sinal
Este, cujo coração foi
Não português mas Portugal.
Gonçalo Annes Bandarra foi um
sapateiro português do século
XVI conhecido pelas suas trovas
proféticas, acreditava-se ter
previsto o regresso de D.
Sebastião (nas suas trovas
mencionava um “Rei
Encoberto”)
Bandarra não era sábio nem tinha a certeza de
nada, tinha sonhos confusos como o universo;
Referência ao quinto imperio predestinado por
deus; Humilde como Jesus Cristo, o que anunciou
a boa nova foi
Mesmo não sendo “santo nem herói”, Deus
abençõou-o com o dom de prever o futuro;
quando escrevia, escrevia não como português,
mas em nome de Portugal.

5. Análise interna: recursos expressivos
Sonhava, anónimo e disperso,
O Império por Deus mesmo visto,
Confuso como o Universo
E plebeu como Jesus Cristo.
Não foi nem santo nem herói,
Mas Deus sagrou com Seu sinal
Este, cujo coração foi
Não português mas Portugal.
Perífrase/Hipálage (para enfatizar “Império”)
Comparação (para estabelecer uma relação entre
a simplicidade e humildade de Bandarra com
elementos de grandeza e importância
Aliteração em “s”