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Finitude, morte e cuidados paliativos
FINITUDE E INFINITUDE
Ação do tempo sobre os indivíduos ENVELHECIMENTO
Esgotamento FINITUDE
Morte biológica
Conceito objetivo
Inesgotável Possibilidade de produzir INFINITUDE
eternidades
Conceito subjetivo
O SIGNIFICADO DO ENVELHECIMENTO E
DO PROCESSO DE MORRER , ASSIM COMO
O COMPORTAMENTO DOS INDIVÍDUOS E
DO COLETIVO FRENTE AESSAS
QUESTÕES,
SÃO REGULADOS PELO PADRÃO
SOCIOCULTURAL EM CADA ÉPOCAE LUGAR
TEMPO BIOLÓGICO – Finito
FINITUDE: limitação do tempo da vida
MORTE
Morte biológica
Sinônimo de morte encefálica: caracterizada por uma série de parâmetros
clínicos e complementares, durante intervalos de tempo variáveis, próprios
para determinadas faixas etárias, de acordo com a Resolução do Conselho
Federal de Medicina nº 1.480, de 22 de agosto de 1997.
A Morte Encefálica é estabelecida pela perda definitiva e irreversível de todas as
funções do tronco cerebral, quando todos os comandos da vida (biológica) se
interrompem.
TEMPO HISTÓRICO
Ponte entre o tempo físico e o tempo biológico
História pessoal – História da Coletividade
• Ser que constrói os sistemas político-econômico e sociocultural,
produz ciência, inova tecnologia
• Construção da história determinada pelo homem
• Finitude do Indivíduo e Infinitude do seu legado
RUPTURA DAS DIMENSÕES DO TEMPO
experiência do homem contemporâneo
Supremacia do homem sobre o mundo físico, mundo biológico e sobre a história:
desenvolvimento científico e tecnológico
Hoje: momento de transição—a ciência oferece soluções mais consistentes para a dialética do
tempo do que as crenças milenares
Rupturas
Mundo físico: manipulação das forças da natureza
Mundo biológico: biotecnologia
História: mudança da relação do homem com o espaço,
através da tecnologia da informação
Nessa ruptura, inclui-se o envelhecimento e a finitude
Dimensão Física:
O TEMPO COMO REALIDADE FÍSICA DO CORPO HUMANO
Adiamento da morte
• Aumento da expectativa de vida
•Manutenção da capacidade funcionaldos órgãos (envelhecimento
saudável)
Conflitos
• Busca da eternidade pela busca da eterna juventude
•Os sinais do envelhecimento são mimetizados pelo consumo de cosméticos e de
cirurgias plásticas
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Dimensão Biológica:
O TEMPO COMO REALIDADE BIOLÓGICA DO CORPO HUMANO
PROCESSOSAÚDE-DOENÇA MORTE
Modo específico pelo qual ocorre o desgaste biológico e provoca o surgimento da
doença. É um qualificativo para adjetivar um processo social: o modo de passar de
um estado de saúde para um estado de doença e o modo recíproco (Laurell, 1983).
Desenvolvimento científico e tecnológico
Dimensão Biológica:
O TEMPO COMO REALIDADE BIOLÓGICA DO CORPO HUMANO
Conflitos: tecnociência nos idosos em fase terminal
Conceito de morte: mudança em função da evolução da ciência
Primeira metade do século XX: a morte clínica (parada cardíaca,
respiratória e midríase paralítica, podendo ser reversível com
manobras de reanimação) era sinônimo de morte biológica.
Segunda metade do século XX: é instituído o conceito de morte
encefálica como sinônimo de morte
Século XXI: Consenso de morte encefálica como sinônimo para a morte
biológica
Dimensão Histórica:
O TEMPO COMO REALIDADE HISTÓRICA DO
SER HUMANO
OCULTAÇÃO SOCIAL DA
FINITUDE
– exigência do consumo
Conflito: dificulta a relação do homem com a morte
Desafios
• Como conciliar a evolução e uso da tecnociência e a ética no envelhecimento e finitude
• CuidadosPaliativos eAção Profissional
• Estudos e práticas: Reflexões sobre o envelhecimento e a finitude
Finitude no contexto bioético do envelhecimento
esperança
 Séc. XVIII e XIX doentes passaram a morrer nos hospitais
de cura;
 Uso da tecnociência: avanços nas técnicas de manutenção da vida e
prolongamento da sobrevida.
 Algumas situações intensificam os dilemas éticos (Py, 2006):
- Retirada de medidas de apoio à vida
- A não implantação de medidas de apoio à vida
- Decisão de não reanimar na cena da morte dos nossos velhos.
De acordo com Ligia Py (2006):
“A intervenção profissional ao fim da vida dos idosos é obra e arte de
uma difícil negociação dos poderes de decisão centrados na ÉTICA
dos profissionais, dos pacientes e dos familiares”
Conflito técnico e ético
- Princípio moral dos profissionais:
Preservação da vida e o alívio do sofrimento.
- Paciente:
Direito moral de escolher como terminar a sua biografia...de acordo com seus princípios
e valores.
- Familiares:
Interesses sobre a vida e morte.
Debate na Ética aplicada à vida
 Eutanásia
 Distanásia
 Ortotanásia
EUTANÁSIA
 Origem grega: “boa morte ou morte digna”;
 Usado pela 1ª vez por Suetônio, no séc. II d. C., ao descrever a morte “suave” do
imperador Augusto;
Atualmente definida como:
“O emprego ou abstenção de procedimentos que permitem apressar ou provocar o
óbito de um doente incurável, a fim de livrá-lo dos extremos sofrimentos que o
assaltam”
Lepargneur, 1999
 Países que permitem a prática: Holanda, Suiça e Bélgica
Autores que defendem a prática apontam:
- Respeitar a liberdade de escolha do homem que padece, sobre o fim de sua
vida;
- Propiciar ao enfermo o alívio de um sofrimento insuportável (encurtando uma
vida sem qualidade);
EUTANÁSIA
Autores que desaprovam a prática apontam:
• Princípio da sacralidade da vida;
• A potencial desconfiança na relação médico-paciente;
• A possibilidade de atos motivados por razões como:
• heranças, pensões, seguro de vida e outros
• Ocorrência de pressão psíquica pelo enfermo:
“Se considerar um estorvo para a família”
Autonomia e “empoderamento” do paciente nesta decisão
DISTANÁSIA
 Termo proposto por Morcache, 1904:
“agonia prolongada que origina uma morte com sofrimento físico ou psicológico
do indivíduo lúcido”
 Definido por Pessini, 2001:
“forma de prolongar a vida de modo artificial, sem perspectivas de cura ou
melhora”
Europa
EUA
obstinação terapêutica
futilidade médica (medical futility)
 Termo desconhecido pelo público e pacientes;
 Conduta que se prolonga o processo de morrer;
De acordo com Horta, 1992:
“A medicina promove o culto idólatra da vida, organizando a fase terminal como uma
luta a todo custo contra a morte”
 As ações de saúde Paradigma da Cura
“Se algo pode ser feito, logo deve ser feito”
DISTANÁSIA
DISTANÁSIA
 De acordo com Pessini, 2001:
“Quando a terapia médica não consegue mais atingir os objetivos de preservar a saúde e aliviar o
sofrimento, novos tratamentos tornam-se uma futilidade”
Parar o que é medicamente inútil para que os esforços sejam no sentido de amenizar o desconforto de
morrer
Sair do âmbito da CURA para o âmbito do CUIDAR
Qualidade de vida e não apenas a quantidade e prolongação da vida.
ORTOTANÁSIA
“Morte no seu tempo certo, sem os tratamentos desproporcionais
(distanásia) e sem abreviação do processo de morrer (eutanásia)”.
Horta, 1999
Medicamente,
“supressão de medidas que prolonguem a vida ou no sofrimento do
paciente, em estado terminal, acometido de uma doença seguramente
incurável”
Ortotanásia
 decisão de renunciar ao chamado excesso terapêutico, ou seja, a certas
intervenções médicas já inadequadas à situação real do doente, porque não
proporcionadas aos resultados que se poderiam esperar ou ainda porque
demasiado gravosas para ele e para sua família. Nestas situações, quando a
morte se anuncia iminente e inevitável, pode-se, em consciência renunciar a
tratamentos que dariam somente um prolongamento precário e penoso da
vida, sem contudo, interromper os cuidados normais devidos ao doente em
casos semelhantes. Há, sem dúvida, a obrigação moral de se tratar e procurar
curar-se, mas essa obrigação há de medir-se segundo as situações concretas,
isto é, impõe-se avaliar se os meios terapêuticos à disposição são
objetivamente proporcionados às perspectivas de melhoramento. A renúncia a
meios extraordinários ou desproporcionados não equivale ao suicídio ou à
eutanásia; exprime, antes, a aceitação da condição humana de fronte à
morte. (João Paulo II)
Lei Paulista nº 10.241/99 – “Sobre os direitos usuários dos serviços de saúde do estado de São
Paulo”, prevê:
VII – consentir ou recusar, de forma livre, voluntária e esclarecida, com adequada informação,
procedimentos diagnósticose terapêuticos a serem nele realizados(...)
XXIII - Recusar tratamentos dolorosos a vida
XXIV – Optar pelo local de morte
Resolução nº1805/06 (DOU 28.11.2006) do CFM:
Art. 1º - É permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a
vida do doente em fase terminal, de enfermidade grave e incurável, respeitada a vontade da
pessoa ou de seu representante legal.
COMO QUEREMOS SER CUIDADOS AO
FINAL DA VIDA?
Com o aumento do número de pessoas morrendo de doenças
crônicas e progressivas, vem aumentando também, gradualmente, o percentual de doente
emestadoterminal nos hospitais ouemseusdomicílios.
Isto exigiu dos profissionais da área da saúde não apenas a
construção de novas perspectivas, métodos e técnicas, mas também um novo olhar sobre
os processos de adoecimento em condições crônico-degenerativas, enfocando o
atendimento emCuidados Paliativos.
Cuidados ao final da vida
 Como?
 Onde?
 Por quem?
 Quanto de cuidado queremos?
 Até quando?
Video para descontrair
 A senhora e a morte
 https://www.youtube.com/watch?v=5SYTkquhhwU
Testamento vital
 É um documento, redigido por uma pessoa no pleno gozo de suas
faculdades mentais, com o objetivo de dispor acerca dos cuidados,
tratamentos e procedimentos que deseja ou não ser submetida
quando estiver com uma doença ameaçadora da vida, fora de
possibilidades terapêuticas e impossibilitado de manifestar
livremente sua vontade.
 A resolução nº 1.805/2006, do Conselho Federal de Medicina
Brasileiro, permitiu ao médico limitar ou suspender procedimentos
ou tratamentos que prolonguem a vida do doente, em fase
terminal.
Cuidados Paliativos
32
“Paliativo” - dolatimpallium: manto oucapote
“Conjunto de medidas capazes de prover umamelhor qualidade de vida ao doente
portador de uma doença que ameace a continuidade da vida e seus familiares através do
alívio da dor e dos sintomas estressantes, utilizando uma abordagem que inclui o suporte
emocional, social e espiritual aos doentes e seus familiares desde o diagnóstico da doença
aofinal davidaeestendendo-seaoperíododeluto”.(WHO, 2002).
Cuidado paliativo
 É uma abordagem quer promove a qualidade de vida de
pacientes e seus familiares, que enfrentam doenças que
ameacem a continuidade da vida, por meio de prevenção e o
alívio do sofrimento. Requer identificação precoce, avaliação
e tratamento da dor e outros problemas de natureza física,
psicossocial e espiritual (CREMESP, 2008:6)
CUIDADOS PALIATIVOS
A prática dos cuidados paliativos proporciona:
Humanização das práticas profissionais
respeitar e entender o paciente quando não quer mais sofrer
Que o paciente seja ouvido como uma pessoa em seus medos, pensamentos, sentimentos, valores e
esperanças.
CUIDADOS PALIATIVOS
A prática dos cuidados paliativos proporciona:
Acompanhamento de familiares e cuidadores
Apoio no luto
Cuidados Paliativos
 TED Ana Cláudia Quintana
 https://www.youtube.com/watch?v=u0JKufAnphc
 Profissão repórter Vida e morte (1’50)
 https://www.youtube.com/watch?v=ZTGbAqPGphI
Cuidados Paliativos
(Lutoantecipatório)
Diagnóstico
CancerPainReliefandPalliativeCare, ReportofaWHOExpertCommittee.Geneva: World Health Organization, 1990.
TRA
T
AMENTOMODIFICADORDADOENÇA
Luto
Morte
CUIDADOSP
ALIA
TIVOS
Cenários em que pacientes e familiares
necessitam de Cuidados Paliativos
Frank D. Ferris, S. Lawrence Librach, Models, Standards, Guidelines Clin
Geriatr Med 21 (2005), 17– 44
CuidadosPaliativos
. Deverão ser parte integrante do sistema de saúde,
promovendo uma intervenção técnica que requer formação e
treinoprofissionais específicos eobrigatórios.
São cuidados preventivos: previnem um grande sofrimento motivado por sintomas (dor,
fadiga, dispnéia), pelas múltiplas perdas (físicas e psicológicas) associadas à doença crônica
eterminal, ereduzemoriscodelutos patológicos.
. Centram-se na importância da dignidade da pessoa ainda que doente, vulnerável e
limitada, aceitando a morte como uma etapa natural da VIDA que, até por isso, deve ser
vividaintensamente até aofim.
Cuidados Paliativos
. Centram-se na importância da dignidade da pessoa ainda que
doente, vulnerável e limitada, aceitando a morte como uma etapa
natural da VIDA que, até por isso, deve ser vivida intensamente
até aofim.
. Devem basear-se numa intervenção interdisciplinar e MULTIPROFISSIONAL, em que pessoa
doente efamíliasão ocentro gerador das decisões da equipe.
. Pretendem ajudar os doentes “fora de possibilidades de cura” a viver tão ativamente quanto
possível até à sua morte sendo profundamente rigorosos, científicos e ao mesmo tempo
criativos nas suas intervenções.
AEquipedeCuidadosPaliativos
T
odos os recursos técnicos e todas as ações não devem abafar a esperança do
doente e seus familiares, mas também não devem alimentar uma ilusão fora da verdade
dos fatos.
Buscar equilíbrio entre:
lutar pelavida
x
aceitar ainevitabilidade damorte
Santos,M.A.,2009
Cuidados paliativos na rede de atenção
 Como fazer para garantir que as diretivas do paciente sejam
respeitadas? E as expectativas da família?
 Atenção básica
 Atenção domiciliar
 Rede hospitalar, pronto socorros
A finitude face à revolução da longevidade
 Café Filosófico com Lígia Py 07/10/2016
 https://www.youtube.com/watch?v=Sj5a7knNVTQ
 Café Filosófico com Alexandre Kalache 14/10/2016
https://www.youtube.com/watch?v=5Zk8MHQBd4I
 Café Filosófico Maria Aglaé Tedesco 28/10/2016
 https://www.youtube.com/watch?v=Cr2rQV_UgJ0
 Carlo MMRP. Cuidados paliativos. Aula. FMRP USP
 Gonzalo L, Farias N. Finitude - Aula
 Nascimento AM, Roazzi A. Psicologia: Reflexão e Crítica,
20(3), 435-443.
 Paulo II, João. Carta Encíclica EVANGELIUM VITAE.
 PY L. A ética na abordagem de pacientes terminais.
Seminário Velhice Fragilizada, novembro 2006, SESC, São
Paulo.
http://www.sescsp.org.br/sesc/conferencias_new/subindex.cf
m?Referencia=4823&ParamEnd=5

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Finitude morte e cuidados no final da vida.pptx

  • 1. Finitude, morte e cuidados paliativos
  • 2. FINITUDE E INFINITUDE Ação do tempo sobre os indivíduos ENVELHECIMENTO Esgotamento FINITUDE Morte biológica Conceito objetivo Inesgotável Possibilidade de produzir INFINITUDE eternidades Conceito subjetivo
  • 3. O SIGNIFICADO DO ENVELHECIMENTO E DO PROCESSO DE MORRER , ASSIM COMO O COMPORTAMENTO DOS INDIVÍDUOS E DO COLETIVO FRENTE AESSAS QUESTÕES, SÃO REGULADOS PELO PADRÃO SOCIOCULTURAL EM CADA ÉPOCAE LUGAR
  • 4. TEMPO BIOLÓGICO – Finito FINITUDE: limitação do tempo da vida MORTE Morte biológica Sinônimo de morte encefálica: caracterizada por uma série de parâmetros clínicos e complementares, durante intervalos de tempo variáveis, próprios para determinadas faixas etárias, de acordo com a Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 1.480, de 22 de agosto de 1997. A Morte Encefálica é estabelecida pela perda definitiva e irreversível de todas as funções do tronco cerebral, quando todos os comandos da vida (biológica) se interrompem.
  • 5. TEMPO HISTÓRICO Ponte entre o tempo físico e o tempo biológico História pessoal – História da Coletividade • Ser que constrói os sistemas político-econômico e sociocultural, produz ciência, inova tecnologia • Construção da história determinada pelo homem • Finitude do Indivíduo e Infinitude do seu legado
  • 6. RUPTURA DAS DIMENSÕES DO TEMPO experiência do homem contemporâneo Supremacia do homem sobre o mundo físico, mundo biológico e sobre a história: desenvolvimento científico e tecnológico Hoje: momento de transição—a ciência oferece soluções mais consistentes para a dialética do tempo do que as crenças milenares Rupturas Mundo físico: manipulação das forças da natureza Mundo biológico: biotecnologia História: mudança da relação do homem com o espaço, através da tecnologia da informação Nessa ruptura, inclui-se o envelhecimento e a finitude
  • 7. Dimensão Física: O TEMPO COMO REALIDADE FÍSICA DO CORPO HUMANO Adiamento da morte • Aumento da expectativa de vida •Manutenção da capacidade funcionaldos órgãos (envelhecimento saudável) Conflitos • Busca da eternidade pela busca da eterna juventude •Os sinais do envelhecimento são mimetizados pelo consumo de cosméticos e de cirurgias plásticas • Distância dos velhos moribundos
  • 8. Dimensão Biológica: O TEMPO COMO REALIDADE BIOLÓGICA DO CORPO HUMANO PROCESSOSAÚDE-DOENÇA MORTE Modo específico pelo qual ocorre o desgaste biológico e provoca o surgimento da doença. É um qualificativo para adjetivar um processo social: o modo de passar de um estado de saúde para um estado de doença e o modo recíproco (Laurell, 1983). Desenvolvimento científico e tecnológico
  • 9. Dimensão Biológica: O TEMPO COMO REALIDADE BIOLÓGICA DO CORPO HUMANO Conflitos: tecnociência nos idosos em fase terminal Conceito de morte: mudança em função da evolução da ciência Primeira metade do século XX: a morte clínica (parada cardíaca, respiratória e midríase paralítica, podendo ser reversível com manobras de reanimação) era sinônimo de morte biológica. Segunda metade do século XX: é instituído o conceito de morte encefálica como sinônimo de morte Século XXI: Consenso de morte encefálica como sinônimo para a morte biológica
  • 10. Dimensão Histórica: O TEMPO COMO REALIDADE HISTÓRICA DO SER HUMANO OCULTAÇÃO SOCIAL DA FINITUDE – exigência do consumo Conflito: dificulta a relação do homem com a morte
  • 11. Desafios • Como conciliar a evolução e uso da tecnociência e a ética no envelhecimento e finitude • CuidadosPaliativos eAção Profissional • Estudos e práticas: Reflexões sobre o envelhecimento e a finitude
  • 12. Finitude no contexto bioético do envelhecimento esperança  Séc. XVIII e XIX doentes passaram a morrer nos hospitais de cura;  Uso da tecnociência: avanços nas técnicas de manutenção da vida e prolongamento da sobrevida.  Algumas situações intensificam os dilemas éticos (Py, 2006): - Retirada de medidas de apoio à vida - A não implantação de medidas de apoio à vida - Decisão de não reanimar na cena da morte dos nossos velhos.
  • 13. De acordo com Ligia Py (2006): “A intervenção profissional ao fim da vida dos idosos é obra e arte de uma difícil negociação dos poderes de decisão centrados na ÉTICA dos profissionais, dos pacientes e dos familiares”
  • 14. Conflito técnico e ético - Princípio moral dos profissionais: Preservação da vida e o alívio do sofrimento. - Paciente: Direito moral de escolher como terminar a sua biografia...de acordo com seus princípios e valores. - Familiares: Interesses sobre a vida e morte.
  • 15. Debate na Ética aplicada à vida  Eutanásia  Distanásia  Ortotanásia
  • 16. EUTANÁSIA  Origem grega: “boa morte ou morte digna”;  Usado pela 1ª vez por Suetônio, no séc. II d. C., ao descrever a morte “suave” do imperador Augusto; Atualmente definida como: “O emprego ou abstenção de procedimentos que permitem apressar ou provocar o óbito de um doente incurável, a fim de livrá-lo dos extremos sofrimentos que o assaltam” Lepargneur, 1999
  • 17.  Países que permitem a prática: Holanda, Suiça e Bélgica Autores que defendem a prática apontam: - Respeitar a liberdade de escolha do homem que padece, sobre o fim de sua vida; - Propiciar ao enfermo o alívio de um sofrimento insuportável (encurtando uma vida sem qualidade); EUTANÁSIA
  • 18. Autores que desaprovam a prática apontam: • Princípio da sacralidade da vida; • A potencial desconfiança na relação médico-paciente; • A possibilidade de atos motivados por razões como: • heranças, pensões, seguro de vida e outros • Ocorrência de pressão psíquica pelo enfermo: “Se considerar um estorvo para a família” Autonomia e “empoderamento” do paciente nesta decisão
  • 19. DISTANÁSIA  Termo proposto por Morcache, 1904: “agonia prolongada que origina uma morte com sofrimento físico ou psicológico do indivíduo lúcido”  Definido por Pessini, 2001: “forma de prolongar a vida de modo artificial, sem perspectivas de cura ou melhora” Europa EUA obstinação terapêutica futilidade médica (medical futility)
  • 20.  Termo desconhecido pelo público e pacientes;  Conduta que se prolonga o processo de morrer; De acordo com Horta, 1992: “A medicina promove o culto idólatra da vida, organizando a fase terminal como uma luta a todo custo contra a morte”  As ações de saúde Paradigma da Cura “Se algo pode ser feito, logo deve ser feito” DISTANÁSIA
  • 21. DISTANÁSIA  De acordo com Pessini, 2001: “Quando a terapia médica não consegue mais atingir os objetivos de preservar a saúde e aliviar o sofrimento, novos tratamentos tornam-se uma futilidade” Parar o que é medicamente inútil para que os esforços sejam no sentido de amenizar o desconforto de morrer Sair do âmbito da CURA para o âmbito do CUIDAR Qualidade de vida e não apenas a quantidade e prolongação da vida.
  • 22. ORTOTANÁSIA “Morte no seu tempo certo, sem os tratamentos desproporcionais (distanásia) e sem abreviação do processo de morrer (eutanásia)”. Horta, 1999 Medicamente, “supressão de medidas que prolonguem a vida ou no sofrimento do paciente, em estado terminal, acometido de uma doença seguramente incurável”
  • 23. Ortotanásia  decisão de renunciar ao chamado excesso terapêutico, ou seja, a certas intervenções médicas já inadequadas à situação real do doente, porque não proporcionadas aos resultados que se poderiam esperar ou ainda porque demasiado gravosas para ele e para sua família. Nestas situações, quando a morte se anuncia iminente e inevitável, pode-se, em consciência renunciar a tratamentos que dariam somente um prolongamento precário e penoso da vida, sem contudo, interromper os cuidados normais devidos ao doente em casos semelhantes. Há, sem dúvida, a obrigação moral de se tratar e procurar curar-se, mas essa obrigação há de medir-se segundo as situações concretas, isto é, impõe-se avaliar se os meios terapêuticos à disposição são objetivamente proporcionados às perspectivas de melhoramento. A renúncia a meios extraordinários ou desproporcionados não equivale ao suicídio ou à eutanásia; exprime, antes, a aceitação da condição humana de fronte à morte. (João Paulo II)
  • 24. Lei Paulista nº 10.241/99 – “Sobre os direitos usuários dos serviços de saúde do estado de São Paulo”, prevê: VII – consentir ou recusar, de forma livre, voluntária e esclarecida, com adequada informação, procedimentos diagnósticose terapêuticos a serem nele realizados(...) XXIII - Recusar tratamentos dolorosos a vida XXIV – Optar pelo local de morte Resolução nº1805/06 (DOU 28.11.2006) do CFM: Art. 1º - É permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente em fase terminal, de enfermidade grave e incurável, respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante legal.
  • 25. COMO QUEREMOS SER CUIDADOS AO FINAL DA VIDA?
  • 26. Com o aumento do número de pessoas morrendo de doenças crônicas e progressivas, vem aumentando também, gradualmente, o percentual de doente emestadoterminal nos hospitais ouemseusdomicílios. Isto exigiu dos profissionais da área da saúde não apenas a construção de novas perspectivas, métodos e técnicas, mas também um novo olhar sobre os processos de adoecimento em condições crônico-degenerativas, enfocando o atendimento emCuidados Paliativos.
  • 27. Cuidados ao final da vida  Como?  Onde?  Por quem?  Quanto de cuidado queremos?  Até quando?
  • 28. Video para descontrair  A senhora e a morte  https://www.youtube.com/watch?v=5SYTkquhhwU
  • 29. Testamento vital  É um documento, redigido por uma pessoa no pleno gozo de suas faculdades mentais, com o objetivo de dispor acerca dos cuidados, tratamentos e procedimentos que deseja ou não ser submetida quando estiver com uma doença ameaçadora da vida, fora de possibilidades terapêuticas e impossibilitado de manifestar livremente sua vontade.  A resolução nº 1.805/2006, do Conselho Federal de Medicina Brasileiro, permitiu ao médico limitar ou suspender procedimentos ou tratamentos que prolonguem a vida do doente, em fase terminal.
  • 30. Cuidados Paliativos 32 “Paliativo” - dolatimpallium: manto oucapote “Conjunto de medidas capazes de prover umamelhor qualidade de vida ao doente portador de uma doença que ameace a continuidade da vida e seus familiares através do alívio da dor e dos sintomas estressantes, utilizando uma abordagem que inclui o suporte emocional, social e espiritual aos doentes e seus familiares desde o diagnóstico da doença aofinal davidaeestendendo-seaoperíododeluto”.(WHO, 2002).
  • 31. Cuidado paliativo  É uma abordagem quer promove a qualidade de vida de pacientes e seus familiares, que enfrentam doenças que ameacem a continuidade da vida, por meio de prevenção e o alívio do sofrimento. Requer identificação precoce, avaliação e tratamento da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual (CREMESP, 2008:6)
  • 32. CUIDADOS PALIATIVOS A prática dos cuidados paliativos proporciona: Humanização das práticas profissionais respeitar e entender o paciente quando não quer mais sofrer Que o paciente seja ouvido como uma pessoa em seus medos, pensamentos, sentimentos, valores e esperanças.
  • 33. CUIDADOS PALIATIVOS A prática dos cuidados paliativos proporciona: Acompanhamento de familiares e cuidadores Apoio no luto
  • 34. Cuidados Paliativos  TED Ana Cláudia Quintana  https://www.youtube.com/watch?v=u0JKufAnphc  Profissão repórter Vida e morte (1’50)  https://www.youtube.com/watch?v=ZTGbAqPGphI
  • 35. Cuidados Paliativos (Lutoantecipatório) Diagnóstico CancerPainReliefandPalliativeCare, ReportofaWHOExpertCommittee.Geneva: World Health Organization, 1990. TRA T AMENTOMODIFICADORDADOENÇA Luto Morte CUIDADOSP ALIA TIVOS
  • 36. Cenários em que pacientes e familiares necessitam de Cuidados Paliativos Frank D. Ferris, S. Lawrence Librach, Models, Standards, Guidelines Clin Geriatr Med 21 (2005), 17– 44
  • 37. CuidadosPaliativos . Deverão ser parte integrante do sistema de saúde, promovendo uma intervenção técnica que requer formação e treinoprofissionais específicos eobrigatórios. São cuidados preventivos: previnem um grande sofrimento motivado por sintomas (dor, fadiga, dispnéia), pelas múltiplas perdas (físicas e psicológicas) associadas à doença crônica eterminal, ereduzemoriscodelutos patológicos. . Centram-se na importância da dignidade da pessoa ainda que doente, vulnerável e limitada, aceitando a morte como uma etapa natural da VIDA que, até por isso, deve ser vividaintensamente até aofim.
  • 38. Cuidados Paliativos . Centram-se na importância da dignidade da pessoa ainda que doente, vulnerável e limitada, aceitando a morte como uma etapa natural da VIDA que, até por isso, deve ser vivida intensamente até aofim. . Devem basear-se numa intervenção interdisciplinar e MULTIPROFISSIONAL, em que pessoa doente efamíliasão ocentro gerador das decisões da equipe. . Pretendem ajudar os doentes “fora de possibilidades de cura” a viver tão ativamente quanto possível até à sua morte sendo profundamente rigorosos, científicos e ao mesmo tempo criativos nas suas intervenções.
  • 39. AEquipedeCuidadosPaliativos T odos os recursos técnicos e todas as ações não devem abafar a esperança do doente e seus familiares, mas também não devem alimentar uma ilusão fora da verdade dos fatos. Buscar equilíbrio entre: lutar pelavida x aceitar ainevitabilidade damorte Santos,M.A.,2009
  • 40. Cuidados paliativos na rede de atenção  Como fazer para garantir que as diretivas do paciente sejam respeitadas? E as expectativas da família?  Atenção básica  Atenção domiciliar  Rede hospitalar, pronto socorros
  • 41. A finitude face à revolução da longevidade  Café Filosófico com Lígia Py 07/10/2016  https://www.youtube.com/watch?v=Sj5a7knNVTQ  Café Filosófico com Alexandre Kalache 14/10/2016 https://www.youtube.com/watch?v=5Zk8MHQBd4I  Café Filosófico Maria Aglaé Tedesco 28/10/2016  https://www.youtube.com/watch?v=Cr2rQV_UgJ0
  • 42.  Carlo MMRP. Cuidados paliativos. Aula. FMRP USP  Gonzalo L, Farias N. Finitude - Aula  Nascimento AM, Roazzi A. Psicologia: Reflexão e Crítica, 20(3), 435-443.  Paulo II, João. Carta Encíclica EVANGELIUM VITAE.  PY L. A ética na abordagem de pacientes terminais. Seminário Velhice Fragilizada, novembro 2006, SESC, São Paulo. http://www.sescsp.org.br/sesc/conferencias_new/subindex.cf m?Referencia=4823&ParamEnd=5