Apresentação que trata da abordagem diagnóstica, rastreamento e conduta da gestante no diabetes gestacional, como é feita a imunização, hepatites virais (B e C), HIV e hemorragias mais comuns da segunda metade da gestação.
3. Diabetes mellitus:
› Doença metabólica crônica, caracterizada por
hiperglicemia;
› Responsável por índices elevados de
morbimortalidade perinatal, especialmente
macrossomia fetal e malformações fetais.¹
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4. Diabetes mellitus associado à gravidez pode
ser classificado como:
1. Diabetes gestacional: diagnosticado durante
a gravidez;
2. Diabetes pré-gestacional: diabetes prévio à
gravidez (tipo 1, tipo 2 ou outros);
10% das gestantes com diabetes.¹
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5. É importante engravidem com níveis
glicêmicos adequados;
Prevenir as malformações fetais associadas
à hiperglicemia periconcepcional;
Quanto descompensado o controle
glicêmico no momento da concepção
o risco de abortamento e de malformações
do concepto.¹
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6. “Intolerância aos
carboidratos, de
graus variados de
intensidade,
diagnosticada pela
primeira vez
durante a
gestação,
podendo ou não
persistir após o
parto.”
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7. Rastreamento: anamnese e identificação dos
fatores de risco:
› Idade > 35 anos;
› IMC >25kg/m² (sobrepeso e obesidade);
› Antecedente pessoal de diabetes gestacional;
› Antecedente familiar de diabetes mellitus (parentes de
primeiro grau);
› Macrossomia ou polihidrâmnio em gestação anterior;
› Óbito fetal sem causa aparente em gestação anterior;
› Malformação fetal em gestação anterior;
› Uso de drogas hiperglicemiantes (corticoides, diuréticos
tiazídicos);
› SOP;
› Hipertensão arterial crônica.
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8. Na gravidez atual:
› Ganho excessivo de
peso;
› Suspeita clínica ou
ultrassonográfica de
crescimento fetal
excessivo ou
polihidrâmnio.
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9. Todas as gestantes dosagem de glicemia no
início da gravidez, antes de 20 semanas;
O rastreamento gestantes com nível de glicose
plasmática de jejum igual ou superior a 85mg/dL;
Glicemia de jejum ≤ 85mg/dL (variações com a
literatura) considera-se rastreamento deve-se
repetir a glicemia entre a 24ª e 28ª semana de
gestação;
Duas glicemias plasmáticas de jejum ≥ 126mg/dL =
DG , não fazer TTGO.¹
29/09/2017 9UNIVERSIDADE DE FRANCA
10. Pacientes com glicose entre 85-125mg/dL =
TTGO com 75g de glicose anidra¹
29/09/2017 10UNIVERSIDADE DE FRANCA
11. Rastreamento
Positivo: glicose
> 85mg/dL
Entre 85-
125mg/dL
TTGO
Duas dosagens
maiores que
126mg/dL
DG
Negativo:
glicose menor
que 85mg/dL
Repetir glicose
em 24 e 28
semanas
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13. Controle glicêmico:
› deve ser feito com glicemias de jejum e pós-
prandiais semanais. O controle também pode ser
realizado com avaliações de ponta de dedo.¹
Hipoglicemiantes orais:
› os mesmos ainda não devem ser utilizados na
prática clínica
› As mulheres que estiverem em uso dos mesmos
devem interrompê-los ao engravidar.¹
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14. Insulinoterapia:
› Falha na redução da glicemia
mesmo com dieta;
› Glicemia de jejum maior ou
igual a a 95mg/dL e 1 hora
pós-prandial maior ou igual a
140mg/dL.¹
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17. Vacina Conduta
Tétano (Dupla adulto)
• Não vacinada 3 doses (2ª até no mínimo 20 dias
antes da DPP;
• Já recebeu 3 doses dose de reforço (se não foi
realizada nos últimos 5 anos;
• Esquema incompleto completar as outras
doses;
• Intervalos entre cada dose: 30-60 dias.²
Hepatite B
• Não vacinada 3 doses (intervalo 0, 1 e 6
meses, de preferência após término do 1º trimestre);
• Esquema incompleto completar outras doses;
• Incerteza solicitar anti-HBs negativo 3
doses;
• Toda gestante, independente do estado vacinal
rastrear com HbsAg.²
29/09/2017 17UNIVERSIDADE DE FRANCA
18. Vacina Conduta
Influenza • Dose única durante a campanha qualquer IG.²
Vacinas contraindicadas
• Vírus vivo atenuado: sarampo, rubéola, caxumba e
febre amarela;
• Avaliar riscos e benefícios individualmente;
• Não tem imunização prévia para rubéola fazer no
puerpério. ²
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20. Doenças causadas por vírus: A, B, C, D e E;
Ação hepatótrópica infecção sistêmica com
lesão do hepatócito reação inflamatória;
B e C: risco de cirrose ou hepatocarcinoma;
Hepatite fulminante: qualquer agente viral
insuficiência hepática aguda e morte.¹
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21. Agente: HBV, vírus DNA;
Incubação: 60-180 dias;
Transmissão: parenteral, sexual e vertical
› Vertical: cronificação no RN 90%.
› Parto normal e aleitamento materno não são
contraindicados.
Quadro clínico:
› Aguda: assintomático ou sintomas gerais;
› Crônica: sintomas gerais, desconforto no HD e
aversão por alguns alimentos.¹
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24. Imunoglobulina humana anti-hepatite B e
vacina são recomendadas para gestantes:
1. Presumidamente suscetíveis (não vacinadas)
expostas à portadores conhecidos ou potenciais do
VHB por agressão sexual, o mais precocemente
possível, no máximo até 2 semanas após
exposição;
2. Suscetíveis com exposição sexual a pessoa com
hepatite B aguda;
3. Expostas a material biológico.¹
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25. Agente: HCV, RNA vírus;
Incubação: 30 a 120 dias;
Transmissão:
› Transfusão sanguínea;
› Sexual: rara;
› Vertical: 5% dos RN de mãe com carga viral elevada
(> 105 cópias/mL.
› Não contraindica aleitamento materno e parto
normal.
Risco de cronificação: 50-70%.¹
29/09/2017 25UNIVERSIDADE DE FRANCA
26. Quadro clínico:
› Fase aguda: assintomático.
› Fase crônica: inespecífico.
Diagnóstico: medida do RNA viral;
Rastreamento: não faz parte da rotina do pré-
natal
› Pesquisar se alto risco ou suspeita.
Casos aguda: conduzir da mesma forma que
hepatite B.¹
29/09/2017 26UNIVERSIDADE DE FRANCA
28. Brasil: estima-se que 0,4% das gestantes sejam
soropositivas para o HIV;
Transmissão vertical do HIV (cerca de 65%) ocorre
durante o trabalho de parto e no parto
propriamente dito;
35% restantes ocorrem intraútero, principalmente
nas últimas semanas de gestação;
Risco adicional de transmissão pós-parto por meio
do aleitamento materno.¹
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29. Patogênese da transmissão vertical:
a. Fatores virais: carga viral, o genótipo e o fenótipo viral;
a. Fatores maternos: estado clínico e imunológico, coinfecções,
estado nutricional e tempo de uso de antirretrovirais na gestação;
b. Fatores comportamentais: drogas e prática sexual desprotegida
c. Fatores obstétricos: duração da rotura das membranas
amnióticas, a via de parto e a presença de hemorragia intraparto
d. Fatores inerentes ao recém-nascido: prematuridade e baixo
peso ao nascer
e. Fatores relacionados ao aleitamento materno. ¹
29/09/2017 29UNIVERSIDADE DE FRANCA
30. Taxa de transmissão vertical
do HIV, sem qualquer
intervenção, situa-se em
torno de 25,5%.
Transmissão vertical com o
uso de antirretrovirais
combinados: em torno de 1 a
2%
› Cirurgia cesariana eletiva
› o uso de quimioprofilaxia com o
AZT na parturiente e no recém-
nascido
› Não amamentação.¹
29/09/2017 30UNIVERSIDADE DE FRANCA
31. Rastreamento:
› Teste anti-HIV para todas as gestantes na primeira
consulta pré-natal, e a repetição da sorologia para
HIV no início do 3° trimestre;
› Caso o teste rápido 1 seja não reagente, a amostra
será considerada “Amostra Não Reagente para HIV”.
Se o teste rápido 1 for reagente, realizar
imediatamente o teste rápido 2 para a definição do
diagnóstico positivo para HIV. Na ocorrência de
resultado reagente do teste rápido 1 e não reagente
no teste rápido 2, ou seja, resultados discordantes,
uma nova amostra deverá ser colhida por punção
venosa e submetida ao diagnóstico laboratorial.¹
29/09/2017 31UNIVERSIDADE DE FRANCA
37. Manejo: dois objetivos: profilaxia da
transmissão vertical ou tratamento da
infecção pelo HIV.
A) Profilaxia: início do esquema deve ser precoce,
após o primeiro trimestre, entre a 14ª e a 28ª
semana de gravidez.
B) Tratamento da infecção pelo HIV na gestação:
gestantes sintomáticas ou assintomáticas com
contagem de LT-CD4+ ≤ 350 céls./mm3
apresentam critérios de início de tratamento.¹
29/09/2017 37UNIVERSIDADE DE FRANCA
40. morbimortalidade materna e perinatal
(prematuridade).¹,³
Causas:
› Placenta prévia;
› Descolamento prematuro de placenta;
› Rotura uterina;
› Rotura de vasa prévia;
› Sangramento do colo no trabalho de parto;
› Cervicites;
› Pólipo endocervical;
› Ectrópio;
› Câncer de colo de útero;
› Trauma vaginal.¹,³
Causas mais
comuns,
com risco de
vida
29/09/2017 40UNIVERSIDADE DE FRANCA
41. Placenta que se implanta total ou parcialmente no
segmento inferior do útero após 28 semanas;³
Classificação:³
29/09/2017 41UNIVERSIDADE DE FRANCA
42. Fatores de risco:
› Cesariana prévia Principal fator de risco;
› Intervenções uterinas anteriores (miomectomia,
curetagem);
› Multiparidade/Intervalo interpartal curto;
› Tabagismo; Gemelaridade.¹,³
Quadro clínico:
› Sangramento indolor;
› Autolimitado;
› Final do 2º e início do 3º trimestre;
› Presença de sangramento sentinela (26ª-28ª
semanas).¹,³
29/09/2017 42UNIVERSIDADE DE FRANCA
43. Exame físico:
› Sinais vitais da gestante;
› Palpação abdominal;
› Medida da altura uterina;
› Ausculta dos BCF;
› Exame especular: origem e quantidade do
sangramento;
› NÃO realizar o toque até saber a localização exata
da placenta.¹
Exames de imagem:
› Ultrassonografia abdominal: localização placentária
e sua posição em relação ao orifício interno do colo.¹
29/09/2017 43UNIVERSIDADE DE FRANCA
44. Exames laboratoriais:
› Hematócrito e hemoglobina;
› Tipagem sanguínea ABO Rh;
› Coagulograma: teste do coágulo, com coleta de
10ml de sangue em tubo seco – deve se formar
coágulo firme após 7–10 minutos;
› Coagulopatia é condição rara na placenta prévia.¹
Conduta: encaminhar ao centro de referência.¹
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45. Separação da placenta da parede uterina antes
do parto, parcial ou total.¹
29/09/2017 45UNIVERSIDADE DE FRANCA
46. Classificação de Sher¹:
Graus Achados
I • Sangramento discreto sem hipertonia uterina;
• Vitalidade fetal preservada;
• Sem repercussões hemodinâmicas e coagulopatia;
• Diagnosticado no pós-parto pela identicação do coágulo
retroplacentário.
II • Sangramento moderado e contrações tetânicas;
• Presença de taquicardia materna e alterações posturais da PA;
• Queda dos níveis de fibrinogênio;
• BCF presentes, mascom sinais de comprometimento de vitalidade.
III • Sangramento importante com hipertonia uterina;
• Hipotensão arterial materna e óbito fetal;
• A: sem coagulopatia
• B: com coagulopatia.
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47. Fatores de risco:
› Hipertensão (hipertensão gestacional, hipertensão
preexistente): 50% dos casos;
› Rotura prematura de membranas ovulares;
› Cesariana prévia;
› Tabagismo;
› Idade materna avançada;
› Uso de drogas (álcool, cocaína e crack);
› Condições que causem sobredistensão uterina
(polihidrâmnio, gestação gemelar);
› Trauma (automobilístico, trauma abdominal direto);
› DPP em gestação anterior ;
› Amniocentese, cordocentese.¹
29/09/2017 47UNIVERSIDADE DE FRANCA
48. Quadro clínico:
› Dor abdominal;
› Persistência da dor entre as contrações no trabalho de parto;
› Sangramento genital de quantidade variável;
› História de hipertensão;
› Pesquisar presença de outros fatores de risco.¹
Exame físico:
› ABC da reanimação;
› Sinais vitais: taquicardia e alterações posturais da pressão;
› Exame obstétrico: medida de altura uterina, BCF, hipertonia
uterina;
› Monitoração fetal: padrão não tranquilizador;
› Palpação abdominal: contrações tetânicas.¹
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49. Exames de imagem: não são necessários¹;
Exames laboratoriais:
› Hemograma com contagem de plaquetas;
› Tipagem sanguínea ABO Rh;
› Coagulograma;
› Exames de rotina para doença hipertensiva se
apropriado.¹
29/09/2017 49UNIVERSIDADE DE FRANCA
52. Complicação obstétrica muito grave
Importante causa de morbimortalidade
materna¹
A rotura uterina é classificada em:
› Completa: há a total rotura da parede uterina. É uma
urgência obstétrica, levando a risco de vida tanto da
mãe quanto do feto.
› Incompleta: o peritôneo parietal permanece intacto.
Geralmente não é complicada, podendo permanecer
assintomática após um parto vaginal.¹
53. Fatores de risco:
› cicatriz uterina
› curetagem uterina com
perfuração
› Miomectomia
› acretismo placentário
› trauma abdominal
› anomalias uterinas
› hiperdistensão uterina
› uso inapropriado de
ocitocina.
54.
55. Conduta¹ : estabilidade hemodinâmica da gestante
iniciando o ABC da reanimação:
Deve ser realizada laparotomia imediatamente com
anestesia geral
Em casos de acretismo placentário, é frequente a
observação do local da rotura junto à implantação
placentária, mostrando uma relação entre o acretismo e a
rotura uterina.
Realizar histerectomia para tratar a rotura uterina, pois
ocorrem lesões vasculares, com dificuldade de
conservação do útero.
56.
57. “anomalia de
inserção do funículo
umbilical na
placenta, na qual os
vasos umbilicais
cruzam o segmento
inferior uterino,
colocando-se à
frente da
apresentação” ³
58. Causa rara de
hemorragia
Ocorre
geralmente em
gestantes com
implantação
baixa da
placenta e
inserção
velamentosa de
cordão¹
59. Inserção velamentosa: ocorre quando os vasos umbilicais,
sem o suporte do cordão umbilical ou da geleia de
Wharton, atravessam as membranas fetais entre o âmnio
e o córion antes de sua inserção na placenta.³
60. O diagnóstico pré-parto é difícil - a mortalidade fetal pode
chegar em 100% nos casos de ruptura
Toque vaginal e amnioscopia (com a visualização dos
vasos sanguíneos atravessando as membranas pelo
orifício interno do colo).
A USG com Doppler colorido pode detectar a vasa prévia
no anteparto
Muitas vezes o diagnóstico intraparto também é muito
difícil.
61.
62. 1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à
Saúde. Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. Gestação de alto risco: manual técnico. 5ª
ed. Brasília: Editora do Ministério da Saúde; 2012.
2. Superintendência de Atenção Primária da Prefeitura
Municipal do Rio de Janeiro. Guia de Referência Rápida
– Atenção ao Pré-Natal: Rotinas para gestantes de baixo
risco. 1ª ed. Rio de Janeiro: Ministério da Saúde; 2013.
3. Zugaib M. Obstetrícia. 2ª ed. Barueri: Manole; 2012.
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