2. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
Epidemiologia
CONVULSÃO: É a ocorrência neurológica mais
frequente em emergências pediátricas.
4 a 10% da população apresentará pelo menos
um episódio convulsivo até os 16 anos de idade
URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS NEUROLÓGICAS
3. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
DEFINIÇÕES
Convulsão: caracteriza-se por contrações
musculares anormais e excessivas, decorrentes
de descargas elétricas paroxísticas do tecido
cerebral;
URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS NEUROLÓGICAS
4. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
DEFINIÇÕES
Epilepsia: É uma doença
neurológica que caracteriza-se por
crises convulsivas espontâneas
recorrentes.
Crise parcial:
convulsão focal;
URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS NEUROLÓGICAS
5. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
Simples: sem comprometimento da consciência
DEFINIÇÕES
Complexa: com comprometimento da
consciência;
Crise generalizada: crises de ausência,
mioclônicas, tônicas, tônico clônicas.
URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS NEUROLÓGICAS
6. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
DEFINIÇÕES
Estado de mal epiléptico: convulsão com duração
de 30 minutos ou mais, ou convulsões reentrantes
por igual período de tempo, sem recuperação da
consciência entre elas.
URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS NEUROLÓGICAS
7. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
Características da crise tônico clônica generalizada
Crises Tônicas : São contrações
musculares repentinas e
duradouras, deixando os membros
tensos, estendidos.
URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS NEUROLÓGICAS
Crises Clônicas: São
movimentos de flexão e
estiramento dos membros de
forma repetitiva e rítmica.
8. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
Características da crise tônico clônica generalizada
• Perda de consciência e queda ao solo
• Contrações musculares violentas
• Palidez e cianose
• Eliminação de urina e fezes
• Salivação abundante
• Desvio de olhar ou olhar fixo
• Movimentos mastigatórios
• APÓS CRISE: sonolência e confusão mental
URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS NEUROLÓGICAS
9. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
CONVULSÕES GENERALIZADAS
Alterações fisiológicas transitórias:
• Hipóxia: principal evento
• Acidose lática
• Aumento da pressão intracraniana
• Alteração na regulação vascular cerebral
• Níveis de catecolaminas Hipertensão Hipotensão
• Hiperglicemia inicial hipoglicemia
15. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
• Evento benigno
• 6 meses a 5 anos: 5% das crianças
• Classificação
– Simples (80%): TC generalizada, <15min., sem
recorrência e sem déficit focal.
– Complexa (20%): parcial e/ou >15min. e/ou
recorrência e/ou com déficits focais.
• Benigna: resolução rápida e espontânea
1,5% pode evoluir com epilepsia.
URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS NEUROLÓGICAS
17. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
Avaliar de acordo com o ABC da reanimação:
• A: Realizar a abertura das vias aéreas.
e orofaringe.
• Checar a responsividade.
•Aspirar boca e orofaringe.
18. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
Avaliar de acordo com o ABC da reanimação:
Fonte: Google images
Considerar anatomia pediátrica:
• Desproporção do tamanho da cabeça para o corpo:Desproporção do tamanho da cabeça para o corpo:
Hiperflexão do pescoçoHiperflexão do pescoço
• Vias aéreas de tamanho menorVias aéreas de tamanho menor
• Cordas vocais e cartilagem são muito frágeisCordas vocais e cartilagem são muito frágeis
• Traquéia é curta e estreitaTraquéia é curta e estreita
• Cavidade oral pequena e língua volumosaCavidade oral pequena e língua volumosa
19. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
B: Avaliar a respiração
• Frequência
• Mecânica
– Retrações
– Gemência
• Expansão torácica
• Cor
• Oferecer oxigênio por máscara
• Instalar oxímetro e avaliar oximetria
Idade FR
RN – 6 semanas 30 a 50
7 semanas – 13 anos 20 a 30
13 a 16 anos 12 a 20
20. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
C: Avaliar a circulação
• Frequência cardíaca
• Pulsos e PA
• Perfusão cutânea
– Tempo de enchimento capilar
– Temperatura
– Cor
Lactente: pulso braquial
Fonte: AHA. AAP. Suporte Avançado de Vida em Pediatria. Manual para Provedores, 2002
IMPORTANTE
Os valores do Pulso/PA variam com a idade:
–O pulso diminui com a idade
–A PA aumenta com a idade
21. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
História:
1. Queimaduras de cigarro e hematomas em locais
cobertos pela roupa.
2. Síndrome da orelha de lata (orelha deformada por
puxões).
3. Síndrome do bebê sacudido (lesões e
sangramentos na cabeça).
4. Sonolência causada por drogas para dormir,
dadas constantemente pelas mães
22. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
Idade Acordado Média Média Durante o sono
RN a 3
meses
85 a 205 140 80 a 160
3 m a 2 anos 100 a 190 130 75 a 160
2 a 10 anos 60 a 140 80 60 a 90
> 10 anos 60 a 100 75 50 a 90
Frequência Cardíaca
Fonte: Pediatric Advanced Life Support (PALS). Provider Manual, 2006
23. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
• Chamar ajuda
• Deitar pessoa e afrouxar roupas;
• Remover objetos e lateralizar cabeça;
• Retirar saliva e vômito para ajudar pessoa a respirar;
• Afastar curiosos.
• Deixar descansar após crise
• Encaminhar ao hospital
O QUE FAZER ?
Fonte: Google images
24. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
Não tente desenrolar a língua com a mão
Não tente imobilizá-lo
Não dê nenhum tipo de líquido ou sólido até que a pessoa
recupere TOTALMENTE a consciência
Não jogue água no rosto
IMPORTANTE
As convulsões por epilepsia tendem a durar alguns
minutos, portanto, não se desespere!
O QUE NÃO FAZER?
25. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
Medidas gerais
• Avaliar glicemia capilar
• Na fase de relaxamento, colocar
o paciente em posição de recuperação
• Avaliar o ABC da reanimação repetidas vezes e, se
necessário, iniciar as manobras de ressuscitação
Fonte: PMSP. Manual de Prevenção de Acidentes e
Primeiros Socorros nas Escolas, 2007
26. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
ATENDIMENTO À CRIANÇA VÍTIMA DE INTOXICAÇÃO
EPIDEMIOLOGIA
•Importante causa de morbidade em crianças e
adolescentes
• No Brasil: medicamentos são os principais
responsáveis
• Intoxicações por produtos sanitários e pesticidas
domésticos: até 4 anos
• Drogas de abuso: 15 a 19 anos
Fonte: Google images
27. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
TIPOS DE INTOXICAÇÕES
• Intoxicação por contato (pele)
• Intoxicação por inalação
• Intoxicação por ingestão
Fonte: Google images
28. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
QUANDO SUSPEITAR?
História de ingestão de medicamentos ou produtos
químicos observada pelos Cuidadores.
• Ocorrência súbita e aparentemente inexplicável de:
- alterações de comportamento
- alteração do nível de consciência
- convulsões
- arritmias cardíacas
- alterações em pele
29. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
Lembrar das situações de maus tratos:
- uso intencional da substância por parte do cuidador
- negligência
Fonte: images.com
• Uso de drogas ilícitas
• Tentativa de suicídio ou homicídio
Distorção ou omissão de informações importantes
30. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
O QUE PERGUNTAR?
•Há quanto tempo ocorreu a exposição ou contato
• Cronologia dos sinais e sintomas
• Identificação do provável agente tóxico:
- pegar a embalagem
- rótulos
- cartelas de medicamentos disponíveis na casa
- tipo, via e magnitude da exposição
- antecedentes clínicos e psiquiátricos
31. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
ORIENTAÇÕES GERAIS
Intoxicação por contato:
• Se olhos afetados, lavar
por 30 minutos com
solução fisiológica ou
água corrente.
• Lavar abundantemente
o local com água
corrente ou solução
fisiológica
32. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
• Intoxicação por inalação
– Remover para local arejado
– Oferecer oxigênio por máscara se necessário
• Intoxicação por ingestão
– NÃO provocar vômito
– NÃO oferecer água ou qualquer outro
líquido ou
alimento
33. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
Avaliar de acordo com o ABCDE da reanimação:
• Checar a responsividade
• A: Realizar a abertura das vias aéreas; aspirar
boca e orofaringe se necessário
• B: Avaliar a respiração e oferecer oxigênio por
máscara
• C: Avaliar a circulação
• D: Avaliação neurológica
• E: Exposição
34. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
Fonte: Pediatric Advanced Life Support (PALS). Provider Manual, 2006, pg 23
Avaliação do nível de consciência
A Alerta Acordado, ativo e responde a
estímulos
V Voz Responde estímulo verbal
D Dor Responde à dor
N Não responde Não reage a qualquer estímulo
35. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
Resposta Criança Bebê Pontos
Abertura
Ocular
Espontânea
Estímulo verbal
Estímulo doloroso
Sem resposta
Espontânea
Estímulo verbal
Estímulo doloroso
Sem resposta
4
3
2
1
Melhor
Resposta
Verbal
Orientada
Confusa
Palavras inapropriadas
Sons inespecíficos
Sem resposta
Arrulha e balbucia
Inquieta, irritada, chorosa
Chora em resposta à dor
Geme em resposta à dor
Sem resposta
5
4
3
2
1
Melhor
Resposta
Motora
Obedece comando verbal
simples
Localiza dor
Retira o membro à dor
Decorticação
Descerebração
Sem resposta
Move-se espontânea e
intencionalmente
Retira o membro ao toque
Retira o membro à dor
Decorticação
Descerebração
Sem resposta
6
5
4
3
2
1
3 a 15
Escala de Coma de Glasgow
Fonte: Pediatric Advanced Life Support (PALS). Provider Manual, 2006, pg 23
36. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
1Nenhuma
2Inquieta, agitada
3Persistentemente irritável
4Chora, mas é consolável
5Palavras apropriadas ou sorriso social; fixa e segue objetos
EscalaResposta Verbal
D – Avaliação Neurológica:
Escala de coma de Glasgow (RV; RM; AO):
Resposta Verbal : Deve ser modificada para crianças < 4 anos
37. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
O QUE PROCURAR NO EXAME FÍSICO?
• Pele: palidez, sudorese, rubor, cianose, temperatura
• Hálito
• Odores da pele
• Boca: inspeção
• Olhos: pupilas
38. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
O QUE PROCURAR NO EXAME FÍSICO?
• Estado neuromuscular: tônus e força muscular
• Presença de fasciculações, tremores, posições ou
movimentos anormais, alterações da fala e da marcha
• Avaliar o ABC da reanimação repetidas vezes e, se
necessário, iniciar as manobras de ressuscitação
39. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
Triângulo Avaliação
Pediátrica
Avaliação Geral
Aparência Tônus, interação, fala/choro,
olhar
Boa Respiração
Trabalho respiratório, ausência
ou diminuição drive
respiratório,
sons anormais (estridor,
gemência, chiado)
Circulação Coloração da pele anormal
(palidez, cianose)
40. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
SINAIS DE ALERTA
Respiratórios:
• Frequência respiratória
abaixo de 2 anos < 20 ou > 60 mpm
acima de 2 anos < 12 ou > 50 mpm
• Aumento do trabalho respiratório
• Cianose ou diminuição da saturação de O2 (<90%)
41. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
SINAIS DE ALERTA
Circulatórios:
• Frequência Cardíaca
abaixo de 8 anos: < 80 bpm ou > 180 bpm
acima de 8 anos: < 60 bpm ou > 160 bpm;
• Tempo de Enchimento Capilar > 2 segundos;
42. Ivanilson Ribeiro-Enfermeiro
CONVULSÃO NA CRIANÇA
SINAIS DE ALERTA
Circulatórios:
• Pulso periférico fraco ou ausente;
• Pressão Arterial Sistólica abaixo dos seguintes
valores:
RN: 60 mmHg
1 mês a 1 ano: 70 mmHg
1 a 10 anos: 70 + ( 2 x idade em anos) mmHg
a partir 10 anos: 90 mmHg