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Internacionalização de empresas brasileiras: Desenvolvimento
     de gestores como fator essencial para a estratégia de
                          negócios

               Autor: Hilario de Macedo Oliveira



                  Trabalho apresentado no 21º Seminário PROFUTURO:
               “As perspectivas pós-crise para o Brasil na próxima década”

                                       18/03/2011
                                IBSN: 978-85-99809-02-0

           Contato: Programa de Estudos do Futuro/FIA, profuturo@fia.com.br
                       (11)3818-4021 – www.fia.com.br/profuturo
Fundação Instituto de Administração
            MBA Executivo Internacional-Turma 37




     INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS BRASILEIRAS:
DESENVOLVIMENTO DE GESTORES COMO FATOR ESSENCIAL PARA
               A ESTRATÉGIA DE NEGÓCIOS




                 Hilário de Macedo Oliveira

                 Orientador: Prof. Dr. Alfredo Behrens

                        18 de Março de 2011
SUMÁRIO
I.      PROBLEMA DE PESQUISA
       1.   Definição do Problema
       2.   Objetivos da Pesquisa
II.     REFERENCIAL TEÓRICO
       1.   Internacionalização
       2.   Cultura
       3.   Competências Organizacionais
       4.   Carreira e Competências Pessoais
III.    METODOLOGIA DA PESQUISA
IV.     RESULTADOS DA PESQUISA
       1.   A Empresa Internacionalizada
       2.   Perspectiva dos Expatriados
       3.   Competências Pessoais
       4.   Influência dos Aspectos Culturais
       5.   Limitações da Pesquisa
       6.   Conclusões
I.   PROBLEMA DE PESQUISA
DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

  Empresas brasileiras sem estratégias corporativas de
investimento para desenvolver executivos com mentalidade
global, visando a expansão internacional.
     Foco no mercado interno e nas exportações e falta de
   empreendedorismo internacional
     Predominância da competência técnica como principal
   critério de seleção
     Compreensão limitada dos desafios da gestão no ambiente
   internacional
     Tentativa de reproduzir o modus operandi utilizado no
   Brasil
     Necessidade de mudanças no próprio mindset da
   organização
OBJETIVOS DA PESQUISA

 Identificar a necessidade de desenvolver pessoas para uma
gestão estratégica nos processos de internacionalização.

      Entender de fato que são pessoas que mudam as
    organizações
      Inserir a questão como crucial no processo de definição
    das estratégias de expansão internacional
      Priorizar o desenvolvimento interno de gestores
    alinhados com a cultura organizacional
      Aproveitar a “vantagem competitiva” do brasileiro
      Formar “executivos globais”
II.   REFERENCIAL TEÓRICO
INTERNACIONALIZAÇÃO

 Estudos seguem 2 linhas distintas:
      Racionalidade e aspectos econômicos: busca por
     recursos, mercado, eficiência ou ativos estratégicos.
     (Dunning, 1994)
      Abordagem comportamental e gradualista: Escola de
     Uppsala ou Escola Nórdica. (Johanson e Vahlne, 1977)

  Ênfase na abordagem comportamental       decisões
incrementais, aquisição gradual de conhecimentos e
aprendizagem organizacional voltada para a
internacionalização.

  A importância do empreendedor como decisor-chave, cuja
visão domina os cálculos racionais (Hemais e Hilal, 2002) e
que possui habilidade para atrair investidores.
CULTURA
 “Programação coletiva da mente que distingue os
membros de um grupo ou categoria de pessoas em face de
outro.” (Hofstede, 1991)
   Diferenças culturais conforme Hofstede     símbolos, heróis,
rituais e valores.
  Cultura como um modelo dinâmico nas organizações, em
três níveis (Schein, 2001):
        Artefatos visíveis
        Valores compartilhados
        Pressupostos Básicos
  Diásporas culturais      herança cultural, convivência
multicultural, relativismo cultural e peculiaridades da cultura
organizacional. (Rifkin, 2004)
COMPETÊNCIAS ORGANIZACIONAIS
 2 caminhos clássicos sobre competências na academia:
      Competências organizacionais, na visão de
     pesquisadores da área estratégica. (Mills et al,
     2002; Prahalad e Hamel, 1990, 2005)
      Competências individuais, foco dos estudos na
     área de gestão de pessoas.
  Ponte entre os 2 conceitos, alinhando competências
individuais, organizacionais e estratégia. (Fleury, 2001;
Dutra, 1991)
  Internacionalização como um processo evolutivo na
aquisição de conhecimento e experiência coletiva para a
organização (Escola de Uppsala).
CARREIRA E COMPETÊNCIAS PESSOAIS

  O desafio da gestão de recursos humanos em escala
global e a expatriação como ferramenta de desenvolvimento
de executivos globais. (Liu e Lee, 2008)
  O “capital de carreira”, acumulação de competências em
três categorias:
     Knowing-why motivação, significado pessoal,
    identificação
     Knowing-how habilidades e conhecimentos
    acumulados do trabalho
     Knowing-whom networks relevantes da carreira
    (pessoais e profissionais)
                                     (DeFillipi e Arthur, 1994)
CARREIRA E COMPETÊNCIAS PESSOAIS (cont.)



 Conceito de inteligência social intercultural (CCSI – “Cross-

Cultural Social Intelligence”)   capacidade de atuar

eficazmente através das culturas. (Ascalon et al, 2008)

 “Executivo global”     cosmopolita, negociador,

comunicador intercultural, capaz de criar sinergia e de liderar

mudanças culturais. (Harris e Moran, 1993)
III.   METODOLOGIA DA PESQUISA
METODOLOGIA DA PESQUISA

 Exploratória quanto ao tipo, qualitativa, quanto à
abordagem e baseada em levantamento, quanto ao método
ou procedimento de pesquisa

 Instrumento de pesquisa       2 roteiros de entrevista

 Estrutura dos roteiros    empresa, expatriados,
competências pessoais e aspectos culturais

 Público entrevistado     21 pessoas de 8 empresas
multinacionais (5 brasileiras), 8 setores, incluindo expatriados
para 12 países + um coach de executivos
IV.   RESULTADOS DA PESQUISA
A EMPRESA INTERNACIONALIZADA

 Mesmo não tendo uma estratégia clara de
internacionalização, as empresas mais internacionalizadas
possuem grande habilidade de ler o mercado e captar
oportunidades.

 Empresas nascidas globais já incorporaram em sua
cultura e estrutura a realização de negócios internacionais e
o processo que hoje direciona estratégias foi sendo
desenvolvido com a aprendizagem organizacional.

 Em geral as empresas não possuem um sistema de
recursos humanos que contemple a formação de executivos
para atuação internacional.
A EMPRESA INTERNACIONALIZADA (cont.)


 Competência e experiência técnica, capacidade de

adaptação a costumes locais e liderança são os critérios de

seleção mais freqüentes.

 Existem ainda gaps na logística de estabelecimento do

expatriado no país de destino, pois nem todas as empresas

têm um processo maduro e padronizado de mobilidade

global.
PERSPECTIVA DOS EXPATRIADOS

   Em geral, entrevistados com alta competência técnica,
flexibilidade e experiência internacional prévia.
  Dificuldades de retenção de repatriados nas multinacionais
brasileiras, por falta de políticas adequadas de recolocação e
não valorização da experiência adquirida no exterior.
  Alto índice de retenção de expatriados numa multinacional
estrangeira (a política é que ser expatriado já pressupõe um
step de uma carreira em crescimento).
  Falta de informações prévias sobre mercado local, aspectos
sócio-políticos, econômicos, financeiros, legais e culturais.
  Salvo exceções, a maioria recebeu informações adequadas
sobre seu papel e nível de autonomia no exterior.
COMPETÊNCIAS PESSOAIS

 Os entrevistados recomendam as seguintes competências

para um expatriado:

       Abrangência técnica

       Habilidade de lidar com culturas diferentes

       Alta flexibilidade

       Adaptabilidade

       Aprender o idioma local

       Liderança

       Abertura para mudanças
COMPETÊNCIAS PESSOAIS (cont.)

Relacionamento interpessoal

Iniciativa para busca de soluções e alternativas

Conhecer a legislação local

Conhecer formas de relacionamento dentro da cultura

Não ter preconceitos

Estar disposto a aprender e inserir-se na cultura

Evitar a atitude de que “no Brasil é melhor”
INFLUÊNCIA DOS ASPECTOS CULTURAIS

 Em praticamente 100% dos casos a maior dificuldade de
adaptação cultural é da família do expatriado.
 Não adaptação da família pode resultar no fracasso
profissional do expatriado.
 A cultura no ambiente de trabalho é o maior desafio pessoal
do expatriado.
 Maior distância cultural = maior dificuldade de adaptação.
 Tempo de adaptação varia de 3 meses a 2 anos.
 Adaptação cultural depende da atitude do expatriado e sua
família: rejeição cultural pode ser uma barreira.
LIMITAÇÕES DA PESQUISA


 A continuidade da pesquisa sobre este tema poderia se
estender para:
    Empresas com baixo índice de internacionalização

    Maior número de multinacionais estrangeiras

    Empresas de outros países emergentes

    Comportamento de empresas bem internacionalizadas em
   outros países, na época em que estavam no estágio em
   que o Brasil hoje se encontra
CONCLUSÕES

 Necessário estabelecer estratégias de desenvolvimento de
gestores com mindset global, em alinhamento com as
demais estratégias corporativas.

 Utilizar a expatriação para a estratégia de
internacionalização e para formar gestores que liderem
processos de mudança e transformação cultural.

 Fomentar a experiência internacional prévia (missões de
negócios e fóruns de discussão internacionais).

 Definir programas de formação de empreendedores
globais com sólido treinamento em questões interculturais.
CONCLUSÕES (cont.)

 Ter políticas mais consistentes de expatriação, repatriação
e sucessão.
 Estruturar (ou sub-contratar) um sistema de mobilidade
global de executivos.
 Estabelecer critérios específicos de recrutamento e seleção
com foco em potencial expatriação.
 Utilizar como benchmarking multinacionais com processos
maduros de internacionalização.
 Definir um pacote “family care” robusto, inclusive como
determinante para a escolha (ou não) do expatriado.
 Estabelecer um sistema de coaching dos expatriados.
Fundação Instituto de Administração
            MBA Executivo Internacional-Turma 37




     INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS BRASILEIRAS:
DESENVOLVIMENTO DE GESTORES COMO FATOR ESSENCIAL PARA
               A ESTRATÉGIA DE NEGÓCIOS




                 Hilário de Macedo Oliveira

                 Orientador: Prof. Dr. Alfredo Behrens

                        18 de Março de 2011

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  • 1. Internacionalização de empresas brasileiras: Desenvolvimento de gestores como fator essencial para a estratégia de negócios Autor: Hilario de Macedo Oliveira Trabalho apresentado no 21º Seminário PROFUTURO: “As perspectivas pós-crise para o Brasil na próxima década” 18/03/2011 IBSN: 978-85-99809-02-0 Contato: Programa de Estudos do Futuro/FIA, profuturo@fia.com.br (11)3818-4021 – www.fia.com.br/profuturo
  • 2. Fundação Instituto de Administração MBA Executivo Internacional-Turma 37 INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS BRASILEIRAS: DESENVOLVIMENTO DE GESTORES COMO FATOR ESSENCIAL PARA A ESTRATÉGIA DE NEGÓCIOS Hilário de Macedo Oliveira Orientador: Prof. Dr. Alfredo Behrens 18 de Março de 2011
  • 3. SUMÁRIO I. PROBLEMA DE PESQUISA 1. Definição do Problema 2. Objetivos da Pesquisa II. REFERENCIAL TEÓRICO 1. Internacionalização 2. Cultura 3. Competências Organizacionais 4. Carreira e Competências Pessoais III. METODOLOGIA DA PESQUISA IV. RESULTADOS DA PESQUISA 1. A Empresa Internacionalizada 2. Perspectiva dos Expatriados 3. Competências Pessoais 4. Influência dos Aspectos Culturais 5. Limitações da Pesquisa 6. Conclusões
  • 4. I. PROBLEMA DE PESQUISA
  • 5. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA Empresas brasileiras sem estratégias corporativas de investimento para desenvolver executivos com mentalidade global, visando a expansão internacional. Foco no mercado interno e nas exportações e falta de empreendedorismo internacional Predominância da competência técnica como principal critério de seleção Compreensão limitada dos desafios da gestão no ambiente internacional Tentativa de reproduzir o modus operandi utilizado no Brasil Necessidade de mudanças no próprio mindset da organização
  • 6. OBJETIVOS DA PESQUISA Identificar a necessidade de desenvolver pessoas para uma gestão estratégica nos processos de internacionalização. Entender de fato que são pessoas que mudam as organizações Inserir a questão como crucial no processo de definição das estratégias de expansão internacional Priorizar o desenvolvimento interno de gestores alinhados com a cultura organizacional Aproveitar a “vantagem competitiva” do brasileiro Formar “executivos globais”
  • 7. II. REFERENCIAL TEÓRICO
  • 8. INTERNACIONALIZAÇÃO Estudos seguem 2 linhas distintas: Racionalidade e aspectos econômicos: busca por recursos, mercado, eficiência ou ativos estratégicos. (Dunning, 1994) Abordagem comportamental e gradualista: Escola de Uppsala ou Escola Nórdica. (Johanson e Vahlne, 1977) Ênfase na abordagem comportamental decisões incrementais, aquisição gradual de conhecimentos e aprendizagem organizacional voltada para a internacionalização. A importância do empreendedor como decisor-chave, cuja visão domina os cálculos racionais (Hemais e Hilal, 2002) e que possui habilidade para atrair investidores.
  • 9. CULTURA “Programação coletiva da mente que distingue os membros de um grupo ou categoria de pessoas em face de outro.” (Hofstede, 1991) Diferenças culturais conforme Hofstede símbolos, heróis, rituais e valores. Cultura como um modelo dinâmico nas organizações, em três níveis (Schein, 2001): Artefatos visíveis Valores compartilhados Pressupostos Básicos Diásporas culturais herança cultural, convivência multicultural, relativismo cultural e peculiaridades da cultura organizacional. (Rifkin, 2004)
  • 10. COMPETÊNCIAS ORGANIZACIONAIS 2 caminhos clássicos sobre competências na academia: Competências organizacionais, na visão de pesquisadores da área estratégica. (Mills et al, 2002; Prahalad e Hamel, 1990, 2005) Competências individuais, foco dos estudos na área de gestão de pessoas. Ponte entre os 2 conceitos, alinhando competências individuais, organizacionais e estratégia. (Fleury, 2001; Dutra, 1991) Internacionalização como um processo evolutivo na aquisição de conhecimento e experiência coletiva para a organização (Escola de Uppsala).
  • 11. CARREIRA E COMPETÊNCIAS PESSOAIS O desafio da gestão de recursos humanos em escala global e a expatriação como ferramenta de desenvolvimento de executivos globais. (Liu e Lee, 2008) O “capital de carreira”, acumulação de competências em três categorias: Knowing-why motivação, significado pessoal, identificação Knowing-how habilidades e conhecimentos acumulados do trabalho Knowing-whom networks relevantes da carreira (pessoais e profissionais) (DeFillipi e Arthur, 1994)
  • 12. CARREIRA E COMPETÊNCIAS PESSOAIS (cont.) Conceito de inteligência social intercultural (CCSI – “Cross- Cultural Social Intelligence”) capacidade de atuar eficazmente através das culturas. (Ascalon et al, 2008) “Executivo global” cosmopolita, negociador, comunicador intercultural, capaz de criar sinergia e de liderar mudanças culturais. (Harris e Moran, 1993)
  • 13. III. METODOLOGIA DA PESQUISA
  • 14. METODOLOGIA DA PESQUISA Exploratória quanto ao tipo, qualitativa, quanto à abordagem e baseada em levantamento, quanto ao método ou procedimento de pesquisa Instrumento de pesquisa 2 roteiros de entrevista Estrutura dos roteiros empresa, expatriados, competências pessoais e aspectos culturais Público entrevistado 21 pessoas de 8 empresas multinacionais (5 brasileiras), 8 setores, incluindo expatriados para 12 países + um coach de executivos
  • 15. IV. RESULTADOS DA PESQUISA
  • 16. A EMPRESA INTERNACIONALIZADA Mesmo não tendo uma estratégia clara de internacionalização, as empresas mais internacionalizadas possuem grande habilidade de ler o mercado e captar oportunidades. Empresas nascidas globais já incorporaram em sua cultura e estrutura a realização de negócios internacionais e o processo que hoje direciona estratégias foi sendo desenvolvido com a aprendizagem organizacional. Em geral as empresas não possuem um sistema de recursos humanos que contemple a formação de executivos para atuação internacional.
  • 17. A EMPRESA INTERNACIONALIZADA (cont.) Competência e experiência técnica, capacidade de adaptação a costumes locais e liderança são os critérios de seleção mais freqüentes. Existem ainda gaps na logística de estabelecimento do expatriado no país de destino, pois nem todas as empresas têm um processo maduro e padronizado de mobilidade global.
  • 18. PERSPECTIVA DOS EXPATRIADOS Em geral, entrevistados com alta competência técnica, flexibilidade e experiência internacional prévia. Dificuldades de retenção de repatriados nas multinacionais brasileiras, por falta de políticas adequadas de recolocação e não valorização da experiência adquirida no exterior. Alto índice de retenção de expatriados numa multinacional estrangeira (a política é que ser expatriado já pressupõe um step de uma carreira em crescimento). Falta de informações prévias sobre mercado local, aspectos sócio-políticos, econômicos, financeiros, legais e culturais. Salvo exceções, a maioria recebeu informações adequadas sobre seu papel e nível de autonomia no exterior.
  • 19. COMPETÊNCIAS PESSOAIS Os entrevistados recomendam as seguintes competências para um expatriado: Abrangência técnica Habilidade de lidar com culturas diferentes Alta flexibilidade Adaptabilidade Aprender o idioma local Liderança Abertura para mudanças
  • 20. COMPETÊNCIAS PESSOAIS (cont.) Relacionamento interpessoal Iniciativa para busca de soluções e alternativas Conhecer a legislação local Conhecer formas de relacionamento dentro da cultura Não ter preconceitos Estar disposto a aprender e inserir-se na cultura Evitar a atitude de que “no Brasil é melhor”
  • 21. INFLUÊNCIA DOS ASPECTOS CULTURAIS Em praticamente 100% dos casos a maior dificuldade de adaptação cultural é da família do expatriado. Não adaptação da família pode resultar no fracasso profissional do expatriado. A cultura no ambiente de trabalho é o maior desafio pessoal do expatriado. Maior distância cultural = maior dificuldade de adaptação. Tempo de adaptação varia de 3 meses a 2 anos. Adaptação cultural depende da atitude do expatriado e sua família: rejeição cultural pode ser uma barreira.
  • 22. LIMITAÇÕES DA PESQUISA A continuidade da pesquisa sobre este tema poderia se estender para: Empresas com baixo índice de internacionalização Maior número de multinacionais estrangeiras Empresas de outros países emergentes Comportamento de empresas bem internacionalizadas em outros países, na época em que estavam no estágio em que o Brasil hoje se encontra
  • 23. CONCLUSÕES Necessário estabelecer estratégias de desenvolvimento de gestores com mindset global, em alinhamento com as demais estratégias corporativas. Utilizar a expatriação para a estratégia de internacionalização e para formar gestores que liderem processos de mudança e transformação cultural. Fomentar a experiência internacional prévia (missões de negócios e fóruns de discussão internacionais). Definir programas de formação de empreendedores globais com sólido treinamento em questões interculturais.
  • 24. CONCLUSÕES (cont.) Ter políticas mais consistentes de expatriação, repatriação e sucessão. Estruturar (ou sub-contratar) um sistema de mobilidade global de executivos. Estabelecer critérios específicos de recrutamento e seleção com foco em potencial expatriação. Utilizar como benchmarking multinacionais com processos maduros de internacionalização. Definir um pacote “family care” robusto, inclusive como determinante para a escolha (ou não) do expatriado. Estabelecer um sistema de coaching dos expatriados.
  • 25. Fundação Instituto de Administração MBA Executivo Internacional-Turma 37 INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS BRASILEIRAS: DESENVOLVIMENTO DE GESTORES COMO FATOR ESSENCIAL PARA A ESTRATÉGIA DE NEGÓCIOS Hilário de Macedo Oliveira Orientador: Prof. Dr. Alfredo Behrens 18 de Março de 2011